"RPG e educação" é balela?

Essa é a seção para conversas gerais sobre RPG, que não são sobre um sistema específico ou envolvem a sociedade em discussão sobre aspectos culturais, religiosos, comportamentais e educacionais do RPG, a popularização do jogo e o combate ao preconceito.

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"RPG e educação" é balela?

Mensagempor Dahak em 06 Jun 2010, 08:36

Aí que tá Lumine. Vai ficar bem complicado falar sobre o desenvolver do jogo e etc porque foi um trabalho de mais de 100 páginas. Aliás, na última versão desse mesmo projeto, já passava de 300 folhas de informação sobre o jogo.
Tem a descrição das sessões, descrição do sistema de jogo, tem qustionário de avaliação etc.

E certamente um trabalho desses demanda sim um estudo de contribuições e limites.
No caso, ele foi aplicado em duas turmas diferentes de ensino superior como trial, porque o objetivo final era e foi levá-lo para a escola pública. E teve um grande sucesso.

Não é de se esperar que o RPG seja uma fórmula universal, cabível em qualquer situação e que apresente um passo a passo do que fazer e do como fazer pra dar certo. Isso seria matar a existência do mesmo, seria falar que cada sessão, que cada mesa de jogo deveria ser igual. Então, se o RPG vai ser olhado sob a luz da educação, ele tem de ser olhado pela fundamentação da educação, e não pelo pseudo resultado do estigma transmissional.

Interessante perceber, no entanto, que em seu último post parece que você já vê um pouco dessa perspectiva em determinadas condições de turma quando diz:
Lumine escreveu:Em quais condições? Lembre-se, RPG no ensino superior / cursinho com poucos alunos é BEM diferente que ensinar numa sala de aula normal.
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Mensagempor Cebolituz em 06 Jun 2010, 13:08

Dahak escreveu:E certamente um trabalho desses demanda sim um estudo de contribuições e limites.
No caso, ele foi aplicado em duas turmas diferentes de ensino superior como trial, porque o objetivo final era e foi levá-lo para a escola pública. E teve um grande sucesso.


Cara, seu trabalho falhou aqui.

É básico: qualquer trabalho/estudo/pesquisas que têm por objetivo testar alguma coisa visando um público-alvo específico, tem que ser testado junto ao público-alvo em específico.

Vocês precisam entender que ensino superior é bem diferente do ensino médio, que é bem diferente do ensino fundamental, que é bem diferente do ensino primário.
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Mensagempor GarotoVaca em 06 Jun 2010, 13:42

Cebolituz escreveu:
Dahak escreveu:E certamente um trabalho desses demanda sim um estudo de contribuições e limites.
No caso, ele foi aplicado em duas turmas diferentes de ensino superior como trial, porque o objetivo final era e foi levá-lo para a escola pública. E teve um grande sucesso.


Cara, seu trabalho falhou aqui.

É básico: qualquer trabalho/estudo/pesquisas que têm por objetivo testar alguma coisa visando um público-alvo específico, tem que ser testado junto ao público-alvo em específico.

Vocês precisam entender que ensino superior é bem diferente do ensino médio, que é bem diferente do ensino fundamental, que é bem diferente do ensino primário.


Não necessariamente. Assim como você passa um jogo de videogame na mão de uns beta testers malucos que vão explorar cada detalhe do jogo, turmas de grau superior que tenham a tal disciplina de imunologia estão aptos a encontrar furos e erros no jogo vinculados a essa área pra não ficar passando besteira pros outros alunos.

Mas, como não sabemos como foi o exato procedimento que o Dahak usou, não da pra chegar e sair falando que ele falhou ou não.
Seria muito interessante se o Dahak desse mais detalhes sobre essa aplicação. Alias, no tópico só tem "meu professor fez isso", "uma amiga minha disse", "o cara errou", "o cara falhou".
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Mensagempor Cebolituz em 06 Jun 2010, 14:04

GarotoVaca escreveu:Não necessariamente. Assim como você passa um jogo de videogame na mão de uns beta testers malucos que vão explorar cada detalhe do jogo, turmas de grau superior que tenham a tal disciplina de imunologia estão aptos a encontrar furos e erros no jogo vinculados a essa área pra não ficar passando besteira pros outros alunos.


Comparações absolutamente nada a ver com o tema.

Estamos falando de educação e ensino, e o que eu disse tem a ver com educação e ensino, e você colocou uma pesquisa mercadológica no meio e de um produto de mercado. Você não testa metodologias de ensino para a terceira idade com crianças, e vice-versa.

GarotoVaca escreveu:Mas, como não sabemos como foi o exato procedimento que o Dahak usou, não da pra chegar e sair falando que ele falhou ou não.


Sim, falhou porque deu certo para duas turmas de ensino superior de um determinado contexto social, proveniente de uma determinada classe social, com uma determinada personalidade em grupo. E o objetivo era aplicar a metodologia para turmas da educação pública (ensino fundamental e médio). Se não foi testado com nenhuma turma do ensino fundamental e médio de uma escola pública (porque alunos de escola particular possuem outras características) logo, o trabalho falhou no objetivo principal.
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Mensagempor GarotoVaca em 06 Jun 2010, 18:39

Cebolituz escreveu:Estamos falando de educação e ensino, e o que eu disse tem a ver com educação e ensino, e você colocou uma pesquisa mercadológica no meio e de um produto de mercado. Você não testa metodologias de ensino para a terceira idade com crianças, e vice-versa.


Não falei nada de pesquisa mercadológica. Falei que um jogo precisa ser testado antes de sair por ai. Falei de teste de jogo.
Ele tem falhas? O que é preciso ser corrigido? Ele é equilibrado? Existe algum dado errado ali?
Independente se é uma ferramenta pedagógica ou um produto, ainda é um jogo. Vai que o cara descobre um buraco nas regras e consegue ficar imune ao câncer.Pronto, ai fodeu.

Alias, a gente nem conhece a metodologia do Dahak. Continuar a discutir com a informação que temos é pura perda de tempo.

---------

http://www.ies.ufscar.br/aulacomrpg/

Alguém ja viu esse site?
O tipo de atividade que esta ali parece ser interessante pra vocês?
Eu to com um pé atrás.
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Mensagempor Léderon em 06 Jun 2010, 18:54

GarotoVaca escreveu:http://www.ies.ufscar.br/aulacomrpg/

Alguém ja viu esse site?
O tipo de atividade que esta ali parece ser interessante pra vocês?
Eu to com um pé atrás.


... Leonardo Antônio de Andrade e Rogério de Mello Godoy são os autores do OPERA. :shock:
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Mensagempor Dahak em 06 Jun 2010, 22:58

Cebola, talvez eu tenha sido pouco claro.
A aplicação em uma universidade ocorreu só como uma prévia para a aplicação que de fato traria os dados de análise, ou seja, foi sim aplicado em uma escola de ensino fundamental e médio. Mais precisamente em uma escola pública em turmas de ensimo médio regular e de educação para adultos.

E a aplicação universitária foi exigência dos orientadores uma vez que você não leva a público um instrumento sem antes passar por testes, reflexão e zaz.

Os questionários, por exemplo, também foram aplicados na universidade e na escola pública.

Diga-se de passagem, apesar do nível de complexidade dos conceitos de imunologia trabalhados serem mais ou menos parecidos com os previstos para um BOM ensino médio, o RPG acabou trazendo diversas vantagens de aproveitamento (leia-se "corrigiu" conceitos errados) desses conceitos até mesmo de turmas de biologia do ensino superior.
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Mensagempor arghsupremo em 07 Jun 2010, 08:15

Dá para explicar de uma forma prática?

Como foi colocado em prática o jogo mesmo?

Regrinhas, dadinhos, fichinhas...essas coisas?

De preferência em até 5 linhas.
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Mensagempor Madrüga em 07 Jun 2010, 12:34

Só pra ver se era RPG ou se era "um ludo com falação".
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Mensagempor Pedro Guagliano em 07 Jun 2010, 13:51

Madrüga escreveu:Só pra ver se era RPG ou se era "um ludo com falação".


Eu acho que vou tentar chamar uma colega para falar um pouco da atividade de educadora e a utilização do RPG na prática, afinal, ela é pedagoga e parece que teve algumas intervenções bem-sucedidas nesse sentido. Só resta entrar em contato com ela. Ela já deu uma entrevista no dados limpos uma vez. A questão é que, infelizmente, mostrar um entrevista não vai adiantar muito apesar de ter uma noção do gabarito. Vou postar o link abaixo, apesar de achar que seria mais produtivo trazer ela aqui de uma vez para falar sobre a atividade dela. Acredito que por mais que seja assim ela tem um trabalho direto como pedagoga com isso.

Eis a entrevista(Ellënsil Calima):

http://dadoslimpos.criandorpg.com/jogad ... il-calima/

O legal é o trabalho que ela faz com o RPG. Se o povo quiser comentar outra coisa além do trabalho acho que não seja a hora, mas.... como só tem cueca aqui vai ter muito babão na praça. Hahahaha.

Obviamente tá cheio de outros detalhes aí dentro como vida pessoal e o foco da entrevita é mostrar que é uma menina que joga, mas cabe dentro da discussão se nos atermos a profissão e algumas experiências dela. Vou tentar contactar colegas para ver se ela pode contribuir com o tópico por aqui.
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Mensagempor Emil em 07 Jun 2010, 15:15

Acho que todos concordamos em que a discussão chegou num ponto cego, em que corre o risco de se tornar estéril. Atingimos um ponto em que seria interessante exemplos de aplicações bem sucedidas em sala de aula.

-x-x-x-x-x-

Por outro lado, se seguirmos por este caminho, corremos o risco de tornar a discussão técnica demais, o que reduziria o escopo da discussão de maneira tal que os apontamentos tirados aqui seriam de pouca validade, uma vez que este não é um fórum primariamente voltado ao campo da educação, nem a característica principal dos membros deste espaço é o envolvimento com a área; justamente por isto corre-se o risco ou de a discussão não fluir como deveria, ou de alienar a maior parte dos usuários do fórum que poderiam se interessar pelo assunto mas não por uma discussão técnica demais. Portanto eu tentar puxar um outro fio por aqui.

Qual o problema com RPG e educação?

A princípio nenhum. Tentativas de inovações metodólogicas e didáticas soam sempre bem, certo? Eu mesmo, que sou um pouco cético quanto ao assunto, não nego a possibilidade de aplicações pontuais bem sucedidas. Mas meu ceticismo tinha um outro fundo, um fundo que eu nunca pude identificar exatamente, que eu nunca consegui exprimir até a discussão sobre RPG e arte no paragons, que foi quando eu li um comentário do Madruga:

Madrüga escreveu:O problema é que esse tipo de afirmação consegue aprovação instantânea não pela coerência dos argumentos, mas pelo desejo interno de valorizar o objeto. É claro que o RPGista médio vai ler o artigo e dizer “nossa, é claro que é arte” e até brigar com quem discordar. É um raciocínio de gueto, o RPGista já cansou de ver seu hobby difamado e mal-entendido, daí qualquer coisa que o valorize ser bem-vinda até demais.
(retirado de http://www.paragons.com.br/rpg-e-arte-parte-1/)

As minhas reservas quanto uso de RPG na educação partem do mesmo princípio: parece-me que antes de tudo a tentativa de aproximar RPG e Educação parte da tentativa de agregar valor ao hobby, e não da preocupação com a educação. Entretanto, se ainda assim isso acendesse ou trouxesse reais benefícios para a área de educação, não seria ruim, certo? Mas o problema reside justamente aí.

Quando se tenta validar o hobby aproximando-o das artes, por mais flamática, maluca ou impositiva que a discussão seja, as artes não estão nem aí. As artes não correm o risco de se desvirtuarem, as pessoas envolvidas com a produção artística podem ou não aceitar que rpg seja arte. Se sim, ei as artes no máximo ganham novas técnicas, se não, meh, as artes não vão pro buraco por causa disso. Se quem não manja muito do assunto começa a fazer pressão, insistir na comparação, o meio artístico pode tacar um foda-se, e nada vai acontecer.

Quando o assunto é educação, o buraco é mais embaixo. Primeiro, porque, bom, há TCCs, monografias, teses, partindo do seio das instituições que se ocupam da educação, cuja principal motivação é validar o hobby. Não estou dizendo que são todos, mas vocês não podem dizer que não há nenhum, certo? Ainda que fosse nenhum, os problemas que o entorno causa são inegáveis. Exemplo:

Léderon escreveu:
GarotoVaca escreveu:http://www.ies.ufscar.br/aulacomrpg/

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O tipo de atividade que esta ali parece ser interessante pra vocês?
Eu to com um pé atrás.


... Leonardo Antônio de Andrade e Rogério de Mello Godoy são os autores do OPERA. :shock:


Até que ponto isso é legítima preocupação com a educação e até que ponto é validação do hobby? Mais: até que ponto é legítima preocupação com educação e até que ponto é tentativa de abrir um novo nicho pro mercado das editoras de RPG? (e antes que alguém venha me chamar de comunista, gritar "mas o que é que você tem contra o mercado, blablablá", deixo claro: o problema não é a existência de um mercado pra lidar com as impressões de material de rpg voltado pra educação. O problema é forçar a barra pra criar um que talvez não seja tão necessário assim, o que me leva ao segundo (ou terceiro? perdi as contas) ponto:)

Outro problema que eu identifico neste tipo de discussão, em que o RPG é oferecido como panaceia para os males da educação, é que se costuma partir da premissa que diz que os problemas da educação no país são de caráter puramente didático e metodológico, o que é falso. E eu já vi RPGista/jornalista/membro deste fórum escrevendo sobre isso em artigo de jornal, como se o grande problema da educação fossem professores resistentes a novos métodos de ensino (os há, e aos montes, mas isso é o de menos). E, no fim das contas, acho que esse tipo de discussão me frusta justamente por essas coisas (quem acompanhou minha participação no off-topic sobre religião já deve ter entendido): a galera já entra na voadora, escolhe um lado, e ignora que há outros fatores, maiores, envolvidos. Neste caso, não há novas metodologias que dêem conta do buraco no casco do barco.
Editado pela última vez por Emil em 08 Jun 2010, 09:50, em um total de 1 vez.
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Mensagempor Léderon em 07 Jun 2010, 15:34

Outro problema que eu identifico neste tipo de discussão, em que o RPG é oferecido como panaceia para os males da educação, é que se costuma partir da premissa que diz que os problemas da educação no país são de caráter puramente didático e metodológico, o que é falso.

Isso não atinge apenas o RPG. Atinge, pasme, as aulas de educação artística. Na faculdade, lá no primeiro ano, muita gente montava projeto visando "ampliar", "desenvolver" ou "explorar" a criatividade dos alunos por meio de técnicas artísticas. Isso correu bem no começo, até que uma professora chegou e disse "Mas quem é que falou que arte estimula criatividade?"

Ficamos, obviamente, estarrecidos com a afirmação. "Como assim? Claro que arte estimula criatividade", é o que pensávamos. Isso não está errado. O problema é que tínhamos esse mesmo pensamento de panaceia. A professora (que era de Didática, não formada em artes) então explicou: criatividade se estimula em qualquer disciplina. É preciso criatividade pra resolver um problema lógico, ou pra descobrir como tal coisa funciona, mas a arte não é resposta pra tudo. A "criatividade" que ela estimula é específica de cada processo de criação. Estudar arte não te deixa, necessariamente, mais criativo. Só te deixa mais esperto pra determinadas coisas que envolvam estética/cultura/técnica e relacionados. (Antes que me apedrejem: eu estou generalizando).

Do mesmo modo, RPG é utilizável em sala de aula apenas para determinadas coisas. O já sabido trabalho em grupo, resolução de problemas em determinados cenários e coisa do tipo. Não dá pra usar pra tudo. Acho que ficaria mais em História e Língua Portuguesa (na parte de desenvolver personagens, escrever relatos e etc). Não que não possa ser aplicado a outras coisas, mas acho que serviria mais de reforço, complemento, do que como método principal de exposição de conteúdos.

E acabei de me lembrar de uma coisa: há dois anos a Nova Escola publicou uma matéria falando de alguns usos do RPG na escola. Vale a leitura.
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