Vincer escreveu:Evitar a construção de expansão.
Em outras palavras, começar do mais abrangente, ir do maior para o menor. Existem duas abordagens: começar a descrever de forma localizada e ir expandindo, em pedaços, ou projetar o todo, depois regiões, depois povos... a melhor escolha é a última.
Discordo em parte. Pra um cenário a ser publicado (ou distribuído na internet), eu concordo: Comece do macro e vá detalhando conforme trabalha. Pra um cenário de uso basicamente caseiro, eu tenho notado que partir dos arredores é uma solução mais prática. Sinceramente, se minha campanha começa no continente sul onde moram os Elfos de Tra-la-lá, não me faz um pingo de diferença saber que existe uma dissidência no norte (os elfos de Tro-lo-ló) que eu não vou conhecer nem tão cedo.
Claro, em termos de coerência geral e história, Tro-lo-ló deveria afetar o modo de vida de Tra-la-lá, assim como Portugal e Brasil se afetaram mutuamente no desenvolvimento de ambas as culturas hoje. Mas não é estritamente necessário definir esses detalhes ANTES de jogar os personagens em Tra-la-lá.
Eu, pessoalmente, gosto de definir uma "cidade-sede", mesmo em campanhas onde os jogadores são aventureiros. Uma cidade-base onde os jogadores sabem que, em caso de encrenca, eles podem correr com o rabo entre as pernas e criar coragem pra voltar depois. Dentro dessa cidade, eu desenvolvo os elos mais fortes, e vou detalhando os arredores conforme a história exige. Isso permite um ponto que é importantíssimo em cenários caseiros: A possibilidade dos jogadores contribuírem com a formação do mundo, acrescentando ideias que o mestre não pensou.
Por exemplo, um dos jogadores deseja fazer um mago, e você aponta pra ele a Alta Academia Arcana de Arcanix Aramaico, onde ele poderia ter estudado e desenvolvido seus poderes. Ele resolve dar uma de rebelde e decide que o ensino dele foi menos formal. Quem o ensinou sobre magia foi um antigo professor do lugar que se revoltou com a academia e treina um pequeno exército de párias nas artes arcanas numa guilda que oficialmente não existe. Com isso, o mestre ganhou um gancho que ele não tinha pensado pro cenário, e o jogador se sente satisfeito por ter ajudado na formulação do mesmo.