Um sistema para Planescape..

[Armitage]

Ok, relendo alguns tópicos internet afora, me deparei com uma mecânica genial pra emular o “crer é poder” - é uma simplificação da mecânica de afiliações do PHB2 de D&D (que, coincidentemente, é idêntica à mecânica de avatares de Unknown Armies que citei antes). Ela é super simples, pode ser "acoplada" facilmente em qualquer sistema, e funciona assim:



1) Você escolhe uma crença / belief para seu personagem. Ex: “Belief ( Athar )”

2) Toda vez que você agir de acordo com esse Belief você ganha pontos. Mas toda vez que agir ao contrário deste Belief, você perde pontos.

3) Estes pontos vão sendo acumulados no seu índice de belief. Ex: “Belief ( Athar ): 12”

4) Cria-se, de ante-mão (e junto do mestre), poderes correlatos com a crença, e os distribui em uma "escala" de pts acumulados, que representam o crescimento do personagem naquela crença/doutrina. Ex de escala Athar:

10 pts: estórias de feitos divinos soam inverossímeis nas proximidades do personagem;
20 pts: efeitos divinos não funcionam no personagem;
30 pts: efeitos divinos falham aleatoriamente nas proximidades do personagem;
40 pts: efeitos divinos falham por completo nas proximidades do personagem / personagem se torna um “isolante divino”.

etc.


OBS1: a premiação de pontos em função da crença/belief deve se dar somente por atitudes significativas ou importantes para a estória ou contexto do personagem. Demonstrações banais de fé/convicção não devem ser premiadas. Mas, o inverso pode ser verdade – uma mera pisadina na bola em relação à fé e perde-se pontos.

OBS2: é recomendado criar uma tabelinha com atitudes e comportamentos e a qtde de pts que se ganha ou se perde por cada uma. Dessa forma a distribuição (ou penalização) de pts se torna menos arbitrária/dependente do bel prazer do GM.

Pronto. Simples, eficiente e bem mais coerente com o fluff do cenário do que aquela mecânica capenga do Planewalker Handbook.

[Elven Paladin]

E como ficaria o jogo com os Clueless, berk?

[Armitage]

A mesma coisa - eles declarariam uma crença pessoal ("belief: todo ser humano é bondoso por natureza"), o mestre criaria uma escala parecida, e voi lá! Porém, pra representar a dificuldade de uma crença individual em comparação com crenças coletivas, as escalas dos clueless teriam "degraus" mais distrantes uns dos outros. (10, 30, 50, 75, 150). Exemplo:

10 pts: individuos a quem você dirige a palavra se tornam ligeriamente mais dóceis;
25 pts: individuos ao seu redor se tornam ligeiramente mais dóceis ;
50 pts: "pacificador" - qualquer individuo a qual você dirija a palavra se torna totalmente dócil;
75 pts: "pacificador coletivo" - o mesmo que pacificador, porém para grandes multidões a seu redor;
150 pts: "O MESSIAH" - o mesmo que "pacificador coletivo", porém funciona remotamente num raio máximo de sua wisdom/força de vontade/convicção em quilômetros.

Que tal?

[Elven Paladin]

Incoerente com o fato de que em nenhum livro de Planescape é sugerido que um Clueless tem crenças menos fortes ou é menos poderoso do que um membro de uma Faction ( vide o fato de que os poderes ganhos por um membro de uma Faction são "balanceados - em teoria" com a desvantagem que o membro recebe ).

E eu tenho que concordar com o Planes - e mesmo lembrar algo que é citado a exaustão em Mage : Ascension: Crença sem direcionamento ou compreensão do universo ( seja por meio de níveis - em AD&D/D&D - ou por Arete/Esferas ou Gnosis/Arcanas - em Mage: Ascension/Awakening ) não tem tanto efeito e poder - ao menos na escala que você coloca.

[Armitage]

Mera questão de ajuste Advogado - aumente os "degraus", diminua pts recebidos ou vice-versa, you name it. Mas no final, como disse ao planes, se não servir pra você, não use. Dentro da minha leitura do cenário, essa é a melhor mecânica que achei até agora. Fácil. (achei no ENWorld, pra ser justo com a fonte).

Mas hey, se não gosta, não use. Voltemos à discussão da adaptação de Mago que estava interessante também. Ou então sugira algo diferente.

[planes]

Pronto. Simples, eficiente e bem mais coerente com o fluff do cenário do que aquela mecânica capenga do Planewalker Handbook.

Capenga?

Acho que este tipo de sistema que administra dezenas de pontos e tem listas próprias do que se pode ou não fazer a la caminhos de vampiro são muito dificeis de administrar durante o jogo para um mestre que já tem que ficar de olho em uma porrada de outras coisas. Sentar com o jogador e criar uma do zero é ainda mais complicado (em Everway o sistema de magia se resumia a sentar com o jogador e definir uma lista hierarquica de efeitos, era tanta dor de cabeça que acabei descartando a ideia e focando mais em outros tipos de poderes).

Não sei se seria uma boa focar muito nisso a ponto de "devorar" o resto do sistema. Simplificar é a palavra chave, esqueceria listas pré-prontas (deixe a convicção bem clara para o jogador e cobre a interpretação durante o jogo, espera-se que o jogador tenha maturidade para entender que sistemas assim serão mediados pelo mestre e que este deve ser o mais imparcial possível), diminuiria a quantidade necessária de pontos (escala de 100 é muito pesada) e dificultaria sua aquisição para equilibrar.

Talvez seja uma boa até mesmo tirar as penalizações, se a convicção for bem central para o personagem você pode fazer com que ele perca toda a sua habilidade enquanto fica questionando a validade do que acredita (afinal se a convicção do cara é realmente algo importante na sua vida uma falha em segui-la pode ter até reflexos mais graves que perda de alguns pontos), assim como o Paladino perde seus poderes se perder seu senso de justiça.

[Armitage]

Sim Planes, percebo a vantagem que tal simplificação pode trazer. E gostei da idéia de deixar a mecânica mais solta, diminuindo a escala de pts, e dificultando aquisição destes durante o jogo. Faz todo o sentido. Valeu.

Capenga?