Nesse sentido Vampiro não tinha muitos mecanismos eficazes para impedir esse tipo de abordagem e lançaram nos livros básicos e suplementos muito material que estimulava esse lado combativo exacerbado.
A questão é que Vampiro raramente impedia essa abordagem porque ela sempre fez parte do Mundo das Trevas. Uma das maiores fábulas recontadas é a de que Vampiro era/é um RPG que se baseia em apenas uma forma de jogar e os designers o viam com um jogo apenas de Horror Pessoal.
Reutilizando um post não-tão-antigo meu:
Vampiro nunca foi apenas um jogo de "Horror Pessoal", esse elemento do jogo era superenfatizado por alguns grupos que associavam "Horror Pessoal" com "Politicagem" e pesadamente influenciados pelos escritos de Justin Achilli (que foi o responsável por cortar a maioria dos excessos na linha Vampire e que realmente passou a enfatizar tal idéia) passou a ver Vampiro como algo limitado a isso.
Porém, uma breve visita a alguns Clanbooks (Como Tzimisce e Tremere), no Guide to the Sabbat (e os seus ancestrais) e no Anarch's Cookbook mostram uma faceta que era (e muitas vezes é até hoje) esquecida pelos fãs de Horror Pessoal (que sempre soaram para mim como uma minoria extremamente vocal), onde Vampire era também um jogo que tem um certo senso de humor bizarro, um apelo ao Trash e Gore (Olá Sabbat!) e que afinal de contas lida com um conflito milenar entre duas facções que não raramente brigam muito entre si e tem aventuras ou grandes eventos ligados à tomada ou retomada de uma cidade. E para quem quer jogar esse estilo de jogo, sim, a presença de motosserras e diferenciação de um .38 para uma 9mm faz a diferença.
Essa "natureza dual" de Vampiro causou aneurismas cerebrais em quem é adepto da idéia de que um sistema de RPG deve realizar bem uma tarefa e não tentar desviar muito seu foco dessa tarefa - uma das características que define os "Forgistas", por exemplo(a oposição à idéia de um RPG Universal). E Vampiro foi escrito muito antes dessa idéia de design e fez sucesso agradando um público que ia desde quem deseja transformar RPG em um Teatro até quem achava que um Vampiro Brucutu em sua Harley Davidson empunhando uma Katana de Prata em direção a um Garou Brucutu era o que havia de mais cool no universo (Os fãs dessa forma de jogo são hoje muito bem servidos por Scion e Exalted) e fazia o possível para agradar todos esses públicos - assim como a TSR tentava fazer o mesmo em AD&D (que tinha desde o bizarro e "filosófico" Planescape à "Fantasia Cute-Cute" de Forgotten Realms 2e e "Mad Max encontra Conan" em Dark Sun).