Ministério da Justiça debate classificação do RPG

[Allefcapt]

Olá a todos,

Pela portaria vigente, jogos de RPG, mesmo não sendo parte do grupo de obras audiovisuais como são os jogos eletrônicos, devem ser classificados.

O que vocês pensam sobre isso? Jogos de RPG devem passar pela Classificação Indicativa?
Podem opinar e deixar seus comentários também no portal da Cultura Digital ligado ao Ministério da Justiça que promove o debate ABERTO ATÉ O DIA 18 DE DEZEMBRO.

http://culturadigital.br/classind/blog#2187

Abraços,

[Emil]

Não vejo problema nenhum.

Link com a cartilha, pra quem quiser discutir: http://portal.mj.gov.br/main.asp?View={FDA11DA1-710C-48E5-AA3E-FBB988B921D1}&BrowserType=NN&LangID=pt-br&params=itemID%3D{0FFF57DC-A6D9-4366-BCFF-2ACA01BB8E9E}%3B&UIPartUID={04411A04-62EC-410D-AC93-9F2FA9240471}

[Blackbird]

Uma boa pergunta a se fazer é: Quem classifica?

Vou fazer uma bobagem e dizer que certa vez ouvi que o R. R. Soares fazia parte da banca que julga a classificação indicativa.
Citando a cartilha que o Emil linkou, "A Classificação Indicativa é realizada por analistas de áreas como Psicologia, Direito, Comunicação Social e Pedagogia" (p. 7), mas quem são esses analistas? Quem compõe essa banca e a quais ideias essas pessoas estão filiadas?

Porque, assim: mesmo que esse lance do R. R. Soares seja lenda, imagino que nada impeça o Ministério da Justiça de chamar o Datena pra julgar a classificação indicativa, sob a alcunha de analista de Comunicação Social.
E daí tem essa possibilidade de indivíduos altamente conservadores ganhando o poder de censurar nossos hobbies, que, sabemos, tem consequências muito menos violentas que o esporte nacional, por exemplo. O MJ abre um debate participativo; dá chance de debatermos as normas, os critétrios - mas não os juízes. Nem achei coisa alguma dos juízes nas páginas do MJ (talvez eu não saiba procurar D: haha).

Suponho que façam isso com a expectativa de que, na classificação, as normas e os critérios estejam mais presentes do que o juízo de valor dos analistas; mas sei lá, não acredito muito nessa objetividade não.

Além dessa questão com os analistas, não sei se o RPG precisa de classificação etária. Pegando de exemplo os crimes aos quais o RPG foi associado, não lembro de algum que tenha relação direta com a idade dos (supostos) criminosos ou dos (supostos) jogadores. Vou olhar os critérios mais a fundo, depois.
Pra citar, uma coisa que acho muito bacana em alguns livros (daquele Guia de Armas do del Debbio [sic], inclusive) era aquele texto introdutório: "O que este livro é e o que este livro não é"; devia estar presente sempre, e sempre com uma boa visibilidade.

[arghsupremo]

E daí tem essa possibilidade de indivíduos altamente conservadores ganhando o poder de censurar nossos hobbies, que, sabemos, tem consequências muito menos violentas que o esporte nacional, por exemplo.

Se como esporte nacional tu dizes o futebol, eu discordo. Simplesmente não tem lógica teu argumento. Onde no futebol se fala sobre armas, demônios, sugar alma, morte e outros temas violentos?

Se tu falas sobre a violência dos torcedores eu digo que no RPG também há. A diferença é que o rpg está restrito a um nicho muito pequeno e as divergências ocorrem em menor causa apenas por este motivo. Se o esporte nacional fosse rolar dados, o pessoal iria se matar de qualquer jeito. Pega as dicussões sobre sistemas e ambientações, por exemplo. Tem um video famoso sobre a briga entre o Telles e o pessoal da Tormenta que só não foi a vias de fato por causa segurança. Já vi outras brigas de verdade de rpgistas.

Então para com este preconceito idiota sobre o futebol ou qualquer outro hábito saudável que pessoas normais têm e largar de ser tão nerd.

Beijos!

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Ontopic:

Como rpgs em geral têm temas complicados, deve haver uma classificação sim. Não vejo nenhuma polêmica nisto.

[Lumine Miyavi]

Onde no futebol se fala sobre armas, demônios, sugar alma, morte e outros temas violentos?

No futebol carioca. Rapaz, flamengo...

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Eu não acho que uma classificação etária (e não uma restrição ou censura) seja necessária, justamente para indicar que certos RPGs não são pra todo mundo.

[Leisses]

Não vejo muito problema em classificação etária. Na verdade é até uma vantagem em alguns casos, pois os pais vão olhar para aquele livro com um monstrengo na capa sem qualquer indicação se é ou não apropriado para seu filho e vai simplesmente escolher "outro brinquedo" que demonstre ser mais adequado.

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E o futebol paulista é mais violento rapaz...ó o Curintia.

[Madrüga]

Não querendo mudar de assunto, mas a torcida do Corinthians é menos violenta do que a do Palmeiras e do que, pasme, a do São Paulo. Eu tinha visto esses dados em algum lugar.

[Sr. Pichu]

então continue em paralelo, como estão fazendo aqui


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sei lá
acho que a classicação etária é uma boa...
*acho* que evitaria alguns problemas do tipo BADD

[MagoCego]

Não vejo problema nenhum em classificação etária. Isso é comum em qualquer jogo. Usemos os jogos de tabuleiro como war, jogo da vida, detetive, banco imobiliário como exemplo.

[Madrüga]

Até porque, convenhamos, classificação etária nunca impediu nada. Eu comprava cigarro para os meus pais com 8 anos na padaria, comprava Playboy na banca com 12... acho que a única coisa que já me aconteceu foi não poder ver filme violento no cinema por causa de classificação de 16.

De uma forma, é legal porque depois ninguém pode alegar que lá tem coisas horríveis, já vai ter aviso na capa.

[arghsupremo]

Até porque, convenhamos, classificação etária nunca impediu nada. Eu comprava cigarro para os meus pais com 8 anos na padaria, comprava Playboy na banca com 12... acho que a única coisa que já me aconteceu foi não poder ver filme violento no cinema por causa de classificação de 16.

De uma forma, é legal porque depois ninguém pode alegar que lá tem coisas horríveis, já vai ter aviso na capa.

Eu comprava bebida alcoólica na adolescência. Para mim mesmo.

[Myako Lumine]

Acho que o aviso é válido e, mais do que isso, extremamente vantajoso.

1 - Ninguém - a partir do momento que tal aviso for colocado nos livros - vai poder reclamar que o filho de oito anos está jogando algo violento: o aviso estava lá o tempo "todo".

2 - Na hora de escolher se deve, ou não, dar o livro de presente, a classificação ajuda para confirmar - ou desmentir - o horror contido na capa e, possivelmente, dentro do livro.

3 - Existem RPGs cujo tema - ou a forma como ele é abordado - não é, de fato, recomendado para menores de 18 anos - ou, ao menos, não perante a lei - e essa classificação iria manter, teoricamente, os desavisados longe.

[GoldGreatWyrm]

O que tem que ser frisado é que RPG deveria ser considerado "livro", para ter redução de imposrto, e não como "jogo". Essa história de classificação pode dar algum pano para manga...

[MagoCego]

Mas RPG é um jogo dentro de um livro, não?

[arghsupremo]

Pelo menos para importação é considerado livro.