Horror e rpg ?

[Deicide]

Ravenloft exige um bom mestre.

É possível sim inspirar horror e terror em d20. Você vai ter que usar ameaças que não possam ser enfrentadas no "muque", como lançar monstros de níveis exorbitantes contra personagens de nível baixo, maneirar na disponibilidade de itens mágicos ou criar circunstâncias em que o confronto puro é impossível (um espírito ou maldição, por exemplo, que não possa ser simplesmente esfaqueado até a morte).

No Ravenloft 3.X criaram várias mecânicas para isso, como magias causarem corrupção, testes de horror e pânico e até modificadores para monstros que os tornam invencíveis a menos que certas condições ocorram.

Tinha uns poderezinhos legais para adicionar a monstros, como ser basicamente imorrível até que se corte o corpo da criatura em partes e as queime em sete fogueiras diferentes, ou permitir ao monstro, ao perseguir sua presa, fique sempre a no máximo logo além do horizonte (continue correndo e ela não te alcança; pare para descansar à noite e ela chega, mesmo que você tenha se teleportado para o outro lado do mundo).

Uma vez joguei um jogo de Ravenloft que foi bem legal. Eu era um paladino pra piorar, o "Cavaleiro sem Nome", e o inimigo era a alma de um velho amaldiçoado por ciganos, que não conseguia descansar por causa de sua ganância. No fim, venci a maldição ao desafiar o velho espírito para um jogo de cartas, valendo a alma do paladino, e convencendo o velho a desistir do jogo e perder de propósito. Foi uma sessão de jogo muito legal, (e mais uma campanha que terminou precocemente... :( )

[Armitage]

Relaxa, Elven. Ninguém aqui tá discutindo definições de horror. Só nos referimos ao horror clássico como visto em Poe, Lovecraft, Stoker, Hitchcock, etc. que, como Deicide e Gladius falaram, é caracterizado por protagonistas vulneráveis e impotentes às ameaças, e que por isso mesmo facilitaria as sensações de medo/tensão/cagaço, etc. que é o ponto do tópico em primeiro lugar.

[Armitage]

Ravenloft exige um bom mestre.

..pra fazer o que o sistema por padrão não consegue, certo?

E googlando rapidamente sobre Ravenloft só confirma minhas suspeitas – os módulos originais eram “dungeon crawls com atmosfera” (algo aparentemente original no início dos ´80), mas ainda assim dungeon crawls.

[Deicide]

Ravenloft exige um bom mestre.

..pra fazer o que o sistema por padrão não consegue, certo?

Em essência, sim.

[Lumine Miyavi]

Ravenloft exige um bom mestre.

..pra fazer o que o sistema por padrão não consegue, certo?

Ê birrinha chata... depois não entende porque implicam. =P

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Vale lembrar que "horror" não é sinal de impotência perante o perigo, por mais que seja dito aqui; existem formas muito piores de fazer o RPG algo assustador, ainda mais quando você pega pelo lado psicológico da coisa.

É claro, isso exige um grupo dedicado, e acima de tudo, não muito grande. Maior o grupo, maior a sensação de segurança de números, claro. É claro que mestrar pra cada um separado é efetivo... na primeira, segunda vez. Depois disso torna-se rotina e é como mestrar para diferentes grupos na mesma sala.

E acima de tudo, depende que em qualquer jogo, os jogadores reajam como pessoas de verdade nas reações dos personagens. Não adianta você descrever um assassinato macabro se a resposta do jogador é "ok, eu vou revistar os bolsos do corpo". E não, essa mentalidade não é "incutida em sistema". =P

[Deicide]

E acima de tudo, depende que em qualquer jogo, os jogadores reajam como pessoas de verdade nas reações dos personagens. Não adianta você descrever um assassinato macabro se a resposta do jogador é "ok, eu vou revistar os bolsos do corpo". E não, essa mentalidade não é "incutida em sistema". =P

Isso é importantíssimo. Nos meus jogos de ACN, eu prezava muito a verossimilhança. E isso depende muito do Mestre num jogo: não adianta esperar reações realistas dos personagens, se os NPCs todos agem como personagens num filme de ação. Os NPCs, vilões inclusos, precisam ser realistas para que o jogo todo tenha um clima verossimilhante.

Vale lembrar que "horror" não é sinal de impotência perante o perigo, por mais que seja dito aqui; existem formas muito piores de fazer o RPG algo assustador, ainda mais quando você pega pelo lado psicológico da coisa.

Para mim, o medo de alguma forma está ligada à impotência de se confrontar alguma coisa, seja porque essa coisa é (aparentemente ou não) intocável, inexorável, indestrutível e/ou inconcebível. Gostaria de exemplos de situações em que o personagem não está (ou se sente) impotente diante de algo, mas ainda assim causaria terror no jogador.

[Armitage]

E acima de tudo, depende que em qualquer jogo, os jogadores reajam como pessoas de verdade nas reações dos personagens. Não adianta você descrever um assassinato macabro se a resposta do jogador é "ok, eu vou revistar os bolsos do corpo".

E não adianta esperar atitudes verossimeis de jogadores com personagens de 10º nivel e dezenas de hit points e punhado de feats, capazes de superar qualquer ameaça que o mestre botar na frente.

[GoldGreatWyrm]

É só botar um oponente que faça eles ter medo, oras. Vocês esquecem que pelo sistema um personagem de 10º nível não é um mortal qualquer. É como pedir para Hércules ter medo do Leão de Neméia

[Deicide]

É só botar um oponente que faça eles ter medo, oras. Vocês esquecem que pelo sistema um personagem de 10º nível não é um mortal qualquer. É como pedir para Hércules ter medo do Leão de Neméia

Personagens de 10o. nível? Lance oponentes de nível 17-20, e pronto!

Em parte concordo com o que o Silva quer dizer, embora eu não concorde com a birra dele e ache que ele exagera muito ao criticar D&D. As regras do jogo são a "física" do mundo; elas vão influenciar as atitudes dos personagens. O D&D básico considera coisas como encontros equilibrados importantes, enquanto Ravenloft espera que você jogue o equilíbrio pela janela e invente meios alternativos de vencer desafios. Logo, Ravenloft acaba indo de encontro com a base do sistema que usa.

Nada que seja impossível, ou mesmo difícil, contornar, claro. Por isso Ravenlof exige um bom mestre.

[arghsupremo]

Ravenloft exige um bom mestre.

..pra fazer o que o sistema por padrão não consegue, certo?

E googlando rapidamente sobre Ravenloft só confirma minhas suspeitas – os módulos originais eram “dungeon crawls com atmosfera” (algo aparentemente original no início dos ´80), mas ainda assim dungeon crawls.

O sistema não faz muito bem não.

E se tu leste Tekumel, faça um favor para si mesmo, leia os Gazetteers de Ravenloft. São lindos! Na minha humilde opinião é o melhor cenário já inventado. Pegue só fluffy do cenário e seja muito feliz.

Mas tenho esperanças da 4e.

E não adianta esperar atitudes verossimeis de jogadores com personagens de 10º nivel e dezenas de hit points e punhado de feats, capazes de superar qualquer ameaça que o mestre botar na frente.

Com certeza tu tá longe de vencer muita coisa em Ravenloft apenas com isso. Ravenloft quebra muitas regras básicas de d&d.

[Armitage]

Mas Argh, eu acho ravenloft maneiro sim. Inclusive tenho ele aqui (mas não conhecia as gazeteers, vou dar uma olhada.

E um colega fez uma comparação legal outro dia. Ele tava me explicando sobre delta green, um cenário moderno pra call of cthulhu, só que ele disse o seguinte: "delta green é maneiro, mas não é o mesmo "horror" que cthulhu. Um está para Alien enquanto o outro está para Aliens."

[GoldGreatWyrm]

É só botar um oponente que faça eles ter medo, oras. Vocês esquecem que pelo sistema um personagem de 10º nível não é um mortal qualquer. É como pedir para Hércules ter medo do Leão de Neméia

Personagens de 10o. nível? Lance oponentes de nível 17-20, e pronto!

Em parte concordo com o que o Silva quer dizer, embora eu não concorde com a birra dele e ache que ele exagera muito ao criticar D&D. As regras do jogo são a "física" do mundo; elas vão influenciar as atitudes dos personagens. O D&D básico considera coisas como encontros equilibrados importantes, enquanto Ravenloft espera que você jogue o equilíbrio pela janela e invente meios alternativos de vencer desafios. Logo, Ravenloft acaba indo de encontro com a base do sistema que usa.

Nada que seja impossível, ou mesmo difícil, contornar, claro. Por isso Ravenlof exige um bom mestre.

Nada faz ter mais medo do que um monstro épico mas que pode ser derrotado com shenanigans aleatórias. Só tem que fazer uma construção legal até o clímax chegar, e mesmo assim fazer ele ser osso duro de roer

[arghsupremo]

Mas Argh, eu acho ravenloft maneiro sim. Inclusive tenho ele aqui (mas não conhecia as gazeteers, vou dar uma olhada.

Tenho certeza que tu vais gostar. Ele é escrito em primeira pessoa por uma sábia que atravessa o núcleo (o continente conhecido) que descreve cada domínio (reino) minusciosamente. Cada gazetteer tem 4 reinos descritos, tem aproximadamente 250 páginas.

Ela dá detalhes da fauna, flora, geografia, história do reino e ainda tem umas pequenas aventuras de nossa protagonista.

Infelizmente eu só tenho o primeiro, único que li com vontade. Mas tenho muita vontade de ler sobre o caso da filha dela que ficou dentro de Il Aluk, mais conhecida com Necrópolis, domínio dos mortos-vivos.

[Madrüga]

E acima de tudo, depende que em qualquer jogo, os jogadores reajam como pessoas de verdade nas reações dos personagens. Não adianta você descrever um assassinato macabro se a resposta do jogador é "ok, eu vou revistar os bolsos do corpo".

E não adianta esperar atitudes verossimeis de jogadores com personagens de 10º nivel e dezenas de hit points e punhado de feats, capazes de superar qualquer ameaça que o mestre botar na frente.

Jogador que quer imersão é outra coisa, não tem nada a ver com o nível e nem com o sistema.

Ah, sim, talvez um jogador de um sistema alternativo,

[Cebolituz]

Mas Argh, eu acho ravenloft maneiro sim. Inclusive tenho ele aqui (mas não conhecia as gazeteers, vou dar uma olhada.

Tenho certeza que tu vais gostar. Ele é escrito em primeira pessoa por uma sábia que atravessa o núcleo (o continente conhecido) que descreve cada domínio (reino) minusciosamente. Cada gazetteer tem 4 reinos descritos, tem aproximadamente 250 páginas.

Ela dá detalhes da fauna, flora, geografia, história do reino e ainda tem umas pequenas aventuras de nossa protagonista.

Infelizmente eu só tenho o primeiro, único que li com vontade. Mas tenho muita vontade de ler sobre o caso da filha dela que ficou dentro de Il Aluk, mais conhecida com Necrópolis, domínio dos mortos-vivos.

A S faz apenas pequenas citações sobre a filha dela e conta bem resumidamente o que ocorreu. Se não me engano ela contou isso no gazetteer 2 em Necrópolis e depois comenta algo de novo no gazetteer 4 em Sithicus (o efeito do cenário é de quem entrar nele começa a se lembrar de erros e arrependimentos ocorridos no passado, meio que deixando a pessoa depressiva).