[Advogado 1]Rolando SOCIAL

Essa é a seção para conversas gerais sobre RPG, que não são sobre um sistema específico ou envolvem a sociedade em discussão sobre aspectos culturais, religiosos, comportamentais e educacionais do RPG, a popularização do jogo e o combate ao preconceito.

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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Batousa em 28 Fev 2011, 10:42

_Virtual_Adept_ escreveu:
Batousa escreveu:
Russel escreveu:
Se o jogador não tem as habilidades, mas escolhe elas para seu personagem, é porque ele deve gostar de tais habilidades, então porque nao treina-las?


sim. mas se você exigir que o jogador timido use a sua propria labia ao inves de rolar o dado pra ver se consegue convencer o mercador você o estaria prejudicando

seria mais facil deixar o jogador rolar o teste e depois interpretar o que ele disse


Ai é que tá, voces distorcem as coisas.
Em momento algum disse que os dados nao contariam. Só disse que o cara poderia se expressar melhor.
Eu usei os exemplos do Deicide, em todos eles tem rolagem de dados, o que muda é a forma como o jogador faz sua ação.
Quando voce fala "Eu pego a adaga presa em meu cinto em um movimento rapido e tento crava-la nas costelas do maldito Goblin" não significa que voce fez isso, e sim que voce vai tentar fazer, e quem vai decidir é os dados. O mesmo poderia acontecer para as pericias sociais. Como eu disse o cara nao precisa fazer uma belo discurso (eu mesmo não consigo fazer), mas sempre tento falar algo pelo menos.


Por isso, na minha mesa, costumamos descrever a ação mecanicamente "por exemplo, vou rolar um ataque", depois rolamos os dados, e só depois descrevemos a ação (como no caso do seu exemplo).

Até se evita frustração, assim.


Ai sim, voces esperam o resultado ai descrevem a ação de uma maneira mais interessante. Totalmente valido, e muito melhor do que um simples "eu faço isso".
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Russel em 28 Fev 2011, 10:49

Quando voce fala "Eu pego a adaga presa em meu cinto em um movimento rapido e tento crava-la nas costelas do maldito Goblin" não significa que voce fez isso, e sim que voce vai tentar fazer, e quem vai decidir é os dados.


nisso eu concordo com você

Outro dia vi uma frase interessante de um cara que disse que tava cansado dos rpgs pq ultimamente eles estavam mais G do que RP.


geralmente quem faz esse tipo de reclamação e quem acha que roleplay e merito do sistema e não do jogador
Editado pela última vez por Russel em 02 Mar 2011, 09:24, em um total de 2 vezes.
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Corvo da Tempestade em 28 Fev 2011, 10:53

Eu começo a não fazer rolamentos sociais se o jogador que está jogando com um bárbaro de força 18 precisar levantar um peso 20 kilos só com uma mão para seu personagem aguentar um portal de 20 quilos enquando luta com monstros. #prontofalei
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Iuri em 28 Fev 2011, 11:03

Minha opinião é que rolagens sociais são necessárias como "padrão", mas cada grupo pode jogar da forma que quiser se todos concordarem antes. Dito isso...

Cara rpg é um jogo social e nao esportivo.

Um exemplo melhor seria: "Um cara é obeso, e começa a subir muros de escaladas. não seria uma boa maneira de mudar esse quadro?"

Nem todo evento social requer habilidades sociais (assim como nem todo evento competitivo requer habilidades físicas). E alias: RPG é um jogo, mas não uma competição.

Pra min rolagens socias são importantes. lembrando que quando você joga rpg você passa a ser outra pessoa com outras capacidades e habilidades. logo um jogador que na vida real e timido pode querer fazer um personagem cheio de "malandragem"

mas sem as pericias socias como ele vai fazer isso ?

Acho que esse motivo é simplesmente errado. Só porque eu sou baixinho com pouco folego e péssima coordenação motora as regras do futebol devem ser alteradas e adaptadas para que eu possa jogar tambem? RPG ainda é um jogo sem vencedores ou perdedores, mas isso não quer dizer necessariamente que todo jogador tenha que ser igualmente eficaz. Pode ser um pensamento elitista, e minha opinião não é de que interpretadores são melhores jogadores que roladores, mas essa ideia de que o RPG é um jogo "acolhedor" é uma falha lógica.

Como já falaram, o principal ponto é que interações sociais podem trazer "beneficios" ou "prejuizos" para o grupo na aventura, assim como batalhas contra monstros e puzzles, logo é necessário que exista uma ferramenta de controle sobre estas interações sociais para o uso do mestre (assim como existem testes de pericias mentais para os puzzles e estatisticas de combate para os, err, combates). São as ferramentas de controle que permitem (teoricamente) que o mestre construa uma aventura equilibrada mecanicamente, ponto essencial do design de RPGs (e o que os diferem de free-forms). Se isto parecer muito "mecanicista", apenas lembre que em nenhum momento eu excluí o fator interpretação do jogo.
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Batousa em 28 Fev 2011, 11:10

Iuri escreveu:
Cara rpg é um jogo social e nao esportivo.

Um exemplo melhor seria: "Um cara é obeso, e começa a subir muros de escaladas. não seria uma boa maneira de mudar esse quadro?"

Nem todo evento social requer habilidades sociais (assim como nem todo evento competitivo requer habilidades físicas). E alias: RPG é um jogo, mas não uma competição.



Não disse que requer, eu disse que é uma boa maneira de treinar.
Assim como o esporte é uma boa maneira de melhorar sua condição física.
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Russel em 28 Fev 2011, 11:13

Acho que esse motivo é simplesmente errado. Só porque eu sou baixinho com pouco folego e péssima coordenação motora as regras do futebol devem ser alteradas e adaptadas para que eu possa jogar tambem? RPG ainda é um jogo sem vencedores ou perdedores, mas isso não quer dizer necessariamente que todo jogador tenha que ser igualmente eficaz. Pode ser um pensamento elitista, e minha opinião não é de que interpretadores são melhores jogadores que roladores, mas essa ideia de que o RPG é um jogo "acolhedor" é uma falha lógica.


essa comparação com futebol não foi muito feliz. futebol e um jogo onde o que conta são suas habilidades reais: sua resistencia, agilidade e etc. já no rpg você pode ser o que quiser

na vida real muito dificilmente josé o garoto raquitico e baixinho seria um grande lutador, mas no rpg ele pode ser Kronk, o barbaro com 2 metros de altura e a força de um elefante

e eu acho rpg um jogo acolhedor. se um determinado sistema não faz o seu tipo, não se preocupe, existem dezenas de outros. um jogador timido pode não conseguir interpretar muito bem toda a labia de uma ladino malandro (pelo menos não ainda). mas eis que chegam as pericias sociais para salvar o dia
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Iuri em 28 Fev 2011, 11:39

Russel escreveu:essa comparação com futebol não foi muito feliz. futebol e um jogo onde o que conta são suas habilidades reais: sua resistencia, agilidade e etc. já no rpg você pode ser o que quiser

"Onde você pode ser o que você quiser" é publicidade de Tormenta :linguinha:

Sua visão exige que para um RPG ser um "RPG de verdade" todos devem ser capazes de se divertir igualitariamente, sem a necessidade de nenhum pré-requisito (como capacidade de fazer contas complicadas ou de socializar), mas como nenhuma definição de RPG (e na verdade eu não conheço muitas) inclui estes termos, esta opinião é (além do seu gosto pessoal) apenas uma falácia.

e eu acho rpg um jogo acolhedor. se um determinado sistema não faz o seu tipo, não se preocupe, existem dezenas de outros.

OK, nisso eu concordo. O grupo de jogos de RPG, tomados como um todo, se torna bastante acolhedor pela pluralidade de sistemas existentes. Mas tomando os jogos individualmente, um a um, eles não precisam ser acolhedores para serem bons no que se propõe e ainda continuarem a ser chamados de RPGs
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Russel em 28 Fev 2011, 11:52

OK, nisso eu concordo. O grupo de jogos de RPG, tomados como um todo, se torna bastante acolhedor pela pluralidade de sistemas existentes. Mas tomando os jogos individualmente, um a um, eles não precisam ser acolhedores para serem bons no que se propõe e ainda continuarem a ser chamados de RPGs


eu não disse que pra um sistema ser bom ele tem que agradar todo mundo :linguinha:
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Batousa em 28 Fev 2011, 12:11

Offtopic: Lendo o tópico como um todo. Acho que um debate em um outro tópico sobre perícias seria bem legal. O que acham?
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Vincer em 28 Fev 2011, 12:31

Leituras interessantes


...Grande poste do lumine...


Interessantíssimo. Adorei. Você poderia escrever mais dessa forma sobre RPGs, talvez artigos. Eu nunca encontraria esse texto sozinho. Muito bem feito.

Pra min rolagens socias são importantes...
...na vida real e timido pode querer fazer um personagem cheio de "malandragem" ...
...mas sem as pericias socias como ele vai fazer isso ?


Adorei. No caso, a pergunta final. Verdade. Sem as perícias sociais, como ele poderia fazer isso? Minha grande curiosidade e o caso aqui no nosso 'tribunal' é justamente esse: será que só existem duas respostas?
A-Não consegue
B-Precisa de rolagem

Enfim, será que não é presunção demais nossa(minha inclusive) achar que já sabemos a *única solução possível*, e confortáveis com ela sequer procuramos uma melhor? Vejo bem o ponto de vocês e um dos meus lados concorda plenamente. Mas um problema não significa uma única solução...

Não vejo diferença alguma entre fazer um teste físico, mental ou social.


É uma visão e faz sentido. Mas indo offtopic, talvez deveria ter? Talvez devêssemos ver diferença? Prefiro por hora deixar perguntas soltas e ver que respostas podem surgir.

O personagem é uma entidade separada do jogador, ainda que controlada por este. Eu sou tímido, mas não é incomum eu fazer personagens com características de liderança ou manipulação atípicas para mim. Da mesma forma, eu sou um sedentário preguiçoso, mas isso não me impede de fazer um personagem musculoso e ágil. Eu me considero inteligente, mas isso não me impede de fazer um personagem cabeça-oca.


Até que ponto o personagem deve ser separado do jogador, se ele é como uma extensão do mesmo na ficção, atrelado a ele? Se no final das contas o jogo foi feito para os jogadores(não para os personagens), e tem como fim atingir os jogadores(são os jogadores que devem se divertir e serem desafiados)... tirá-los da equação por completo olhando a ficha não seria, meio que, fugir da proposta original do jogo?

Não estou afirmando, apenas tentando entender.

E bem, todos concordamos que o sistema simula aquilo que não pode ser emulado pelos jogadores na mesa e que precisa de uma resolução. Não tem como eu demonstrar fisicamente o que meu personagem deveria fazer, ou fazer o mesmo, e o jogo simula muito bem todas essas diferenças...

Mas ele deveria mesmo(precisa) simular o que pode ser muito bem feito na mesa, pelos jogadores?

Interpretação é uma coisa muito pessoal. Para alguns jogadores, é uma questão de descrever o que vai fazer e rolar dados. Para outros, envolve atuar e gesticular antes de rolar os dados. Para alguns, é só rolar os dados e pronto.


Acho que você quis dizer 'como jogar é uma coisa muito pessoal', porque (posso estar enganado) 'só rolar os dados e pronto' não parece encaixar com qualquer definição de interpretação que eu possa encontrar.

Não importa o quanto o jogador tenha treino em esgrima, nem o quanto ele descreve cuidadosamente os movimentos do personagem, é o dado que define o que ocorre.

É a mesma coisa! Não importa se o jogador é eloquente, o dado é quem define a ação.

Outra coisa importante: é o dado quem deve decidir...


A primeira parte faz todo o sentido... mas a última(grifada) não importar? E o dado definir tudo? Então nesse jogo de interpretar papéis e rolar dados, os dados são o importante e a primeira parte é 'bônus', desnecessária, e no final tudo que importa são rolar dados?

Nunca tinha visto RPG por esse espectro. Tinha uma impressão errada do hobby? Porque podemos acrescentar como 'extra' essa interpretação em qualquer coisa e lugar, então tudo pode virar rpg desde que a gente floreie? Ou interpretando literalmente essa parte destacada, sequer isso: desde que você role dados para um personagem fictício é rpg, floreios e interpretação não devem fazer diferença. É isso?

...é o dado quem deve decidir, senão o jogo se torna um simples "vamos convencer o mestre", em que é o jogador que está tentando convencer o mestre, e não o personagem que tenta convencer o rei ou o vilão ou a mocinha.


Aí você está assumindo que, sem os dados, todo narrador cometeria o erro de ignorar o personagem que interpreta, sendo ele quem deve ser convencido? Não seria função do mestre emular esse universo fictício e seus personagens, e não fazê-lo ser 'narrar da forma errada'? Se o narrador cumprir esse papel, ele não precisa realmente de dados para afirmar que 'esse npc burro foi facilmente convencido pelo fraco argumento' ou que um npc seria convencido (ou não) com coisas diferentes das que o próprio narrador seria. Não?

Outro dia vi uma frase interessante de um cara que disse que tava cansado dos rpgs pq ultimamente eles estavam mais G do que RP.


Depende do argumento dele. Tem gente que acha que qualquer 'G' no jogo é mal sinal, se fosse para ser assim faríamos teatro ou freeform...

...vozes alteradas, expressoes faciais e muita descrição (Gestos já acho exagerado), e é isso que quero em uma mesa de RPG, isso me diverte. Porém eu nao punirei o cara que nao fizer.


Punir, precisamente, concordo. Mas ele ter os mesmos resultados que os demais? Se for assim, não há qualquer motivação/incentivo real em interprertar e rolar(se juntar as duas coisas não gera resultados diferentes, palpáveis). Se o jogo é sobre duas coisas(game e roleplay), deixar uma delas apenas como uma nota adicional de 'aconselhado, é a idéia' e todo o restante do jogo mostrar 'não é realmente necessário' é um tanto... contraditório ou mesmo estúpido não?



Tipo, vou fazer um jogo. Novo, diferente. Vou chamar meu jogo de 'Queimada Dançante', uma variação da queimada onde dança faz parte do jogo! Aí, nas regras, fica claro que a dança é opcional e só dança quem quer. Mas é um jogo diferente! Se você quiser dançar você dança, tá no nome! Está por todos os lados do manual esse conselho e até dicas para passos legais, mas obviamente não vou poder incluir mudanças no desfecho do jogo com a dança, senão dançarinos vão se sair melhor...

Pensando bem, dessa forma eu não incentivo ninguém a dançar. Diabos, quem dançar só estaria se esforçando e demorando mais para conseguir a mesma coisa... :hum:

Se o cara é tímido, não seria no RPG uma boa maneira de mudar um pouco esse quadro?


Então é um jogo de auto-ajuda? Nunca pensei por esse lado. Ainda não entendi toda essa coisa de rpg, é assim mesmo?

RPG é um jogo diferente, e tem que se jogado de maneira diferente.


Interessantíssimo! Faz todo o sentido, não poderia concordar mais: um jogo diferente ser jogado de forma diferente. Foi a frase que trouxe, possivelmente, mais originalidade ao tópico: ninguém falou nisso, faz sentido, acho que é algo que deveria ser pensado...

Mas como o rpg é diferente de outros jogos? Porque ele diz que deve ter interpretação no meio, sem contabilizá-la? Ou seria meramente cortar objetivos endgame e deixar todo mundo pirar como quiser, por quanto tempo quiser?


Só que o personagem não é o jogador, e não deveria ser encarado como tal. Se o desafio for feito com o jogador em mente, tudo bem. Mas se a situação é feita pra que o personagem supere, eu acho extremamente errado tu cobrar o jogador.


Faz sentido. Mas se todas são feitas para o personagem, o jogador não acaba *se tornando o personagem de seu personagem*, estando ali como mero coadjuvante enquanto o personagem decide tudo?

E... deixar o personagem decidir equivale a dados? Então nesse jogo complexo sobre personificações e tramas e criar histórias em conjunto, personagens equivalem meramente a dados?


Por isso, na minha mesa, costumamos descrever a ação mecanicamente "por exemplo, vou rolar um ataque", depois rolamos os dados, e só depois descrevemos a ação


E...? parece bem legal, bem melhor do que outras formas de encarar rolagens. Concordo totalmente. Mas essas descrições não mudarem nada? Então elas não são realmente necessárias?

sim. mas se você exigir que o jogador timido use a sua propria labia ao inves de rolar o dado pra ver se consegue convencer o mercador você o estaria prejudicando


Então ninguém nunca deve ser prejudicado, ninguém nunca deve ser bonificado(por seu potencial/habilidades)... é isso que estou lendo em vários posts. Então é um jogo onde a habilidade do jogador não faz diferença? É essa a proposta?

tanbem acho que uma descrição ajuda a dar "alma a rolagem", mas isso não e algo que eu exija dos meus jogadores


Parece a alma real. Aquela que supostamente existe, mas não notamos nem afeta nada no nosso dia a dia. Interessante analogia.

Minha opinião é que rolagens sociais são necessárias como "padrão", mas cada grupo pode jogar da forma que quiser se todos concordarem antes.


Claro! Isso é válido para qualquer jogo e forma de entretenimento: cada um faz como se divertir mais. Mas isso é mudar a coisa ao seu gosto. Qual é a proposta intríseca do rpg, de um sistema, de um cenário, das mesas em geral... ? Melhor seria perguntar: qual a melhor forma 'padrão' para o que o jogo se propõe? Dados mesmo?

RPG ainda é um jogo sem vencedores ou perdedores, mas isso não quer dizer necessariamente que todo jogador tenha que ser igualmente eficaz. Pode ser um pensamento elitista, e minha opinião não é de que interpretadores são melhores jogadores que roladores, mas essa ideia de que o RPG é um jogo "acolhedor" é uma falha lógica.


Bravo! Um dos pontos que eu quis chegar! Mas minha profissão me força a questionar:

Ser acolhedor é ruim?









Se repararem tudo acima são muitas perguntas e nenhuma resposta. Se não encontrarmos respostas, tá ótimo, desde que todos considerem bem as perguntas.
O Vincer parece estar com os dedos coçando para falar algumas respostas, na visão dele, então daqui há pouco ele deve participar com algo.

Por vários pontos nos posts, algumas perguntas que eu fiz, vou terminar esse meu interrogatório com uma última pergunta(com um quote que ajuda):

o principal ponto é que interações sociais podem trazer "beneficios" ou "prejuizos" para o grupo na aventura, assim como batalhas contra monstros e puzzles, logo é necessário que exista uma ferramenta de controle sobre estas interações sociais para o uso do mestre


O Lumine também falou disso num ótimo post na primeira página.
Então precisa haver uma ferramenta de controle, equilíbrio e compreensível para que o narrador faça jogos equilibrados. Entendi esse ponto, defendido por muitos.

Mas dados são a melhor solução? Mecânica precisa ser dados? A mecânica precisa ignorar a interpretação, ou existe algum sistema ou modo de fazer isso onde as duas dêem as mãos??

Emular o que o jogador é capaz e o personagem não(e vice versa) é essencial a experiência. Dados usados nessas horas fazem sentido, todo. Mas talvez o jogador só colocar em regras/dados o que ele não pode emular, serviria? Tipo, um jogador coloca perícia e rola dados(porque não acredita conseguir emular aquilo, ele mesmo), mas outro não? Ficaria quebrado?

Provavelmente. Mas haveria forma de fazer isso e mudar outras coisas para o jogo continuar equilibrado? Sei lá, só chutando teorias sem pensar duas vezes.
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor GoldGreatWyrm em 28 Fev 2011, 12:40

RPG ainda é um jogo sem vencedores ou perdedores, mas isso não quer dizer necessariamente que todo jogador tenha que ser igualmente eficaz.

Ou o grupo se diverte, ou tu acaba mestrando em salas do chat do Terra.

Pode ser um pensamento elitista, e minha opinião não é de que interpretadores são melhores jogadores que roladores, mas essa ideia de que o RPG é um jogo "acolhedor" é uma falha lógica.

Na verdade, o RPG está se lixando para os jogadores, o que importa são os personagens. Claro, o LdM da quarta edição, por exemplo, lista tipos de jogadores e o que eles esperam encontrar, mas isso não influi nas regras.

Quanto às perícias sociais: elas fazem parte do bolo. Se tu quiser um personagem bom em Lábia, vai ter que sacrificar outra perícia. Por exemplo, em -ugh- Vampiro, as três "árvores" de Perícia e os pontos que tu ganha para pôr em cada uma, ou, em D&D, as perícias já virem predeterminadas por classe para dar um feeling plus a mais, ou GURPS, onde se tu gastar pontos para ser mais social vai faltar pontos para coisas como Armas Brancas e Armas de Fogo.
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Russel em 28 Fev 2011, 12:50

Então ninguém nunca deve ser prejudicado, ninguém nunca deve ser bonificado(por seu potencial/habilidades)... é isso que estou lendo em vários posts. Então é um jogo onde a habilidade do jogador não faz diferença? É essa a proposta?


depende do que você classifica como 'habilidade do jogador". em um sistema que exija que o jogador tenha uma boa labia para convencer o mestre sem direito a testes isso pode ser penalizado/bonificado nesse caso a habilidade de "desenrolo" do personagem e a mesma do jogador.

agora se o sistema permite que o jogador faça testes de pericias sociais para conseguir as coisas a habilidade do personagem e medida pelas graduações em suas pericias sociais e o numero de pontos que o jogador investiu nessas pericias demonstra sua habilidade em montar um personagem sociavel
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Vincer em 28 Fev 2011, 12:58

Vincer:
Falando por mim agora. Parece que me empolguei demais com o personagem e a proposta de questionar, acho que da próxima vez o Advogado poderia quotar menos coisas num único tópico e fazer mais posts ao invés. Acho que ele ainda tá pegando o jeito da coisa, vamos ver se ele melhora...

Indo ao ponto, concordo completamente com a visão de que o rpg não deve ser acolhedor demais; Se todos os jogadores ficam acolhidos, o desafio desaparece, e parte do excitamento. Gosto pessoal eu diria.

Sempre achei ABSURDO jogos que tiram o social totalmente das regras. Recentemente a galera do Old Dragon disse algo desse tipo sobre um suplemento de perícias, que me fez contorcer. Então jogos com regras detalhadas para combate já incentivam, mesmo sem querer, algum foco em combate... tirar tudo que não é combate ou com resultados 'físicos'(por assim dizer, como perícias de manufatura) do jogo faria tudo, menos ajudar a experiência a se afastar desse viés prático-combate.

Blah, blah, o narrador e a mesa pode impedir isso, blah, blah... Mas não é a proposta dos sistemas resolver essas questões? Não deveria estar em seu design?

Eu tive dando uma olhada em outras comunidades, maioria gringas, justamente para ver outros nichos de jogadores. Na Spell há uma opinião geral bem formada, afinal, maior parte da galera aqui se aglutina justamente por afinidades(um nicho). No Brasil há mais variedade, mas ainda é possível discernir um viés 'brasileiro' de abordar o rpg; visões mais comuns e tal.

Tentei conhecer *o outro lado*(medo), e galguei por cantos obscuros da internet onde a maioria apóia... bem, justamente essa coisa que andam chamando de oldschool.

Foi curioso. Discordei de 90% do que li, mas o ponto deles fez sentido. Assim como o meu ponto, o que a maioria da galera aqui concorda, também faz.

Mas ambos os lados defendem seu ponto ferrenhamente ao ponto de ver o outro como absurdo, quebrado, ilógico, etc. Me perguntei o que poderia surgir num debate onde os dois lados fossem menos ferrenhos, e começou a surgir a idéia desse tópico(e possível série de outros).

Problema é que justamente pela spell ter tanta gente com idéias afins(em certos tópicos), um debate desses nunca aconteceria, até mesmo por falta do outro lado para debater. Daí o tal advogado pulou na minha cabeça e me azucrinou até surgir o tópico.

Eu odeio mecânicas secas e rasas sobre testes sociais, e **aviso: vincer falando de seus sisteminhas de merda** ao mesmo tempo defendo rolagens... acabei pensando em como casar melhor as duas coisas em mesa e deu certo.

Mas foi melhor? O lado oldschool e o lado 'rolar importa muito' poderiam discordar. Eu mesmo nunca havia cogitado pensar fora de rolagens, e reparei o quão fácil é nos prendermos a idéias e 'soluções' como verdades indiscutíveis ou como o melhor meio, sem maiores considerações. No fundo, esse tópico foi em boa parte a esperança de ver alguém defendendo o outro lado(não usar rolagens) que me balançasse e mostrasse uma visão que ainda não imaginei. Ainda espero que surja alguém fazendo isso.

Por outro lado... foi incrível, mas certas afirmações em defesa das amadas rolagens e crunch(que eu adoro) tiveram o efeito justamente contrário em mim. Tipo, tão realmente afirmando isso? Desse jeito? Só esse ponto, de as defesas me fazerem questionar se realmente vale a pena se apoiar tanto em rolagens já me valeu o tópico inteiro. Eu comecei com uma opinião bem formada na esperança de que gente de outro nicho conseguisse abalar minha visão, ou mostrar outro lado da experiência que nunca deslumbrei.

Foi o mesmo nicho que o meu que conseguiu fazer isso, até agora. Principalmente os quotes que o advogado fez ao Deicide; Foi tipo 'Pera, eu realmente estou deixando isso que ele fala acontecer nas minhas mesas? Os dados decidirem tanto??'

Eu ainda apóio rolagens onde de algum modo a interpretação(ou habilidade social) do jogador façam a diferença, o que pode contar como meio do muro por assim dizer. Eu poderia atacar a filosofia dessas rolagens não serem afetadas, porque a habilidade dos jogadores não deve ser considerada 'para uma experiência igualmente satisfatória a todos', mas por motivos óbvios o Advogado já fez essa parte por mim.

Adendo:

Offtopic: Lendo o tópico como um todo. Acho que um debate em um outro tópico sobre perícias seria bem legal. O que acham?


Eu adoraria XD

Depois que esse eventualmente morrer, é uma boa pedida. Vamos ver o que a galera acha.
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Iuri em 28 Fev 2011, 13:28

GoldGreatWyrm escreveu:
RPG ainda é um jogo sem vencedores ou perdedores, mas isso não quer dizer necessariamente que todo jogador tenha que ser igualmente eficaz.

Ou o grupo se diverte, ou tu acaba mestrando em salas do chat do Terra.

Ou tu procura um grupo que se diverte mesmo sem que todos sejam igualmente eficazes (e se combadores apelões encontram grupos, porque "interpretadores apelões" não encontrariam? XD)

Na verdade, o RPG está se lixando para os jogadores.

Isso.

Mas dados são a melhor solução? Mecânica precisa ser dados? A mecânica precisa ignorar a interpretação, ou existe algum sistema ou modo de fazer isso onde as duas dêem as mãos??

Se são a melhor eu não sei. Tenho a impressão que sejam as mais simples. Toda mecânica deve ter uma forma de medir a dificuldade do desafio social em questão (que pode ser de qualquer (ou nenhuma) unidade, como "37,8", "3 gargalhadas", "2 rolagens maiores que 7" ou "1 boa desculpa") e uma forma de verificar se tal dificuldade foi superada (dados são uma forma que permite a um personagem superar a dificuldade de um desafio e mais tarde não obter sucesso no mesmo desafio -o que adiciona uma pitada de tensão ao teste) (a mecanica incluir um limite inferior e superior ao resultado do jogador é bem vinda para o tal do equilibrio, mas não estritamente necessária). O problema (pra mim) é que todas mecanicas que envolvam descrições interpretativas (como as de cunho social) que eu consigo imaginar são dependentes da subjetividade do mestre (e veja bem, adicionar tabelas com "argumentos que dão bonus em uma discussão" a um livro do jogador iria provocar a ira dos roleplayers), e se essa subjetividade privilegiar mais ou menos os jogadores do que os designers esperavam, o resto das mecanicas do jogo já vão sair do equilibrio. (nossa, quantos parenteses nesse paragrafo).

Agora, se tu conseguir um sistema mecanicamente equilibrado em que a interpretação da ação seja a própria resolução da ação (e não apenas uma forma de conceder um possível bônus para a verdadeira mecânica de resolução), mostra aí que talvez achemos uma foco mais direcionado para a discussão. Por enquanto eu fico com as rolagens.
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Re: [Advogado 1]Rolando SOCIAL

Mensagempor Batousa em 28 Fev 2011, 14:26

Gostaria de ver nesse tópico a opnião de Sampaio ou do Faerunian, pois sei que os dois jogaram Falkestein, que acredito ter um ideal mais voltado pra parte interpretativa do que a mecanica.

E não usa dados :linguinha:
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Batousa
 
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