por Vincer em 27 Mar 2011, 20:00
Gostei do tópico.
Eu vim revendo meu modo de explicar/exibir ambientação e fiz uma pesquisa... achei boas dicas com os gringos e cheguei a algumas conclusões novas.
Num somatório ao que já disseram nesse tópico(e aqui mesmo na spell, em tópicos antigos): O livro deve lembrar mais um guia turístico com partes que lembrem livro de história(ensino médio) do que uma enciclopédia.
Eu percebi duas problemáticas:
-Tipo de público
-Aspectos da própria ambientação.
-Tipo de Público:
Se o foco é atender a jogadores e mestres ou apenas a mestres. Para o narrador, quanto mais parecer uma enciclopédia bem organizada(com fácil consulta), melhor. Um cenário menos dependente de sistema, onde o sistema esteja fora do livro pode se focar no narrador: ele é capaz plenamente de explicar o jogo aos jogadores, e os mesmos recorrem a outro material para as regras... nesse caso, mais detalhes e descrições é melhor.
MAS, se o livro for voltado para ambos os nichos... mais simples/menos excesso de informações é melhor.
-Ambientação:
O quão familiar é o universo do jogo. Quanto mais ele se assemelhar a gêneros, ambientações e ou estilos familiares(bem consolidados), mais fácil é gerar um material enxuto e equilibrado(que consiga ser acessíve E detalhado).
Como exemplo mais óbvios, um cenário que é 'nossa realidade(alternativa)' não precisa explicar que existem 5 continentes ou o contexto social de cada nação(a não ser que sejam diferentes); Uma 'fantasia medieval' não precisa explicar o que é um feudo ou cavaleiro...
Nos exemplos menos óbvios, vem o feeling e associações subjetivas. Uma nação que lembre bastante cultura X do nosso mundo real precisa de muito menos detalhes para os jogadores/narradores pegarem o feeling. Mesmo onde não deveria ser óbvio o efeito acontece: se você descreve uma raça de 'anões' numa única página, mesmo eles tendo aspectos distintos do cliché a mente humana automaticamente preenche espaços vazios com informações passadas, no caso, toda a associação do leitor com a idéia de 'anões'. Então, mesmo que você não escrava NADA sobre barbas e anões, o leitor fará a associação... a não ser que você informe claramente que seus anões não são chegados a barbas(seja textualmente ou de outra forma; por exemplo, todas as imagens do livro mostrarem anões sem barba).
Eu venho imaginando algumas abordagens diferentes de como apresentar um cenário num livro, mas totalmente experimentais. Se o Spell Press tivesse ido em frente a gente poderia brincar com diferentes conceitos e ver quais dariam mais certo...