Encontros aleatórios ou 1d4 aranhas + 1d2 cubos gelatinosos

[Youkai X]

"E de repente aparece pra vocês uma baleia azul"
resultado de uma rolagem de encontro aleatória no meio de um deserto em uma mesa que a Draconnasti relatou.

Um dia desses no chat começou uma discussão sobre encontros aleatórios no RPG, sobre o quão válido é usar esse tipo de recurso, especialmente quando resulta em dungeons que mais se assemelham a zoológicos bizarros, com aranhas numa sala e orcs com pantera deslocadora em outra. Ou feras tropicais (como um couatl) aparecendo numa encosta nevada ou eventos totalmente surreais como um troll montado num remorhaz.

Qual a opinião de vocês sobre isso? Como vocês usam (isso se usam) encontros aleatórios? Como vocês unem monstros diferentes em combate ou cenas? Como povoam suas dungeons e covis? E buscam ver se o bioma do local da aventura é adequado a aquele monstro ou ignoram isso (ou fazem eventos além da compreeensão imediata dos PCs e que podem ser investigados)? blablablá.

[Madrüga]

Isso aí não esbarra em "ser burro"? Tipo, rolei um aleatório, saiu algo que não deveria estar ali e eu coloco assim mesmo. A culpa é dos encontros ou é minha?

E dungeons já não são, por definição, estúpidas? Qual a diferença de um monstro imbecil em uma sala e um cretino na outra?

[Emil]

Por isso que re-skin é legal? Saiu baleia azul? Transforma em lagarto gigante do deserto, triceronte ou coia que o valha. Pronto, taí um bom jeito de usar tabelas de eventos aleatórios: aproveita a mecânica com o frufru que for mais adequado ao momento.

[Youkai X]

Madruga, pra mim, dungeons são ambientes delimitados e restritos (do tipo chão, paredes e tetos) de qualquer tipo com uma complexidade acima da de uma casa ou edificação pequena ou pequena-média. E isso inclui desde um complexo subterrâneo em ruínas, a uma caverna, ao castelo, a uma igreja grande quando fechada ao público ou diversos outros exemplos. Nesse aspecto não vejo como algo estúpido por conceito. Mas dungeons estúpidas caem no mesmo conceito que encontros estúpidos, que ocorrem aos montes, mas não necessariamente torna o conceito inicial estúpido.

[NeverSleep]

Impossível sair uma baleia num deserto, se me lembro direito tem uma tabela pra cada tipo de ambiente e faixa de nível. Algumas bizarrices ainda podem passar, aí cabe o bom senso.

Mas ainda assim eu acho que rolar encontros aleatórios não ajuda muito o andamento da história, pelo contrário, acaba atrasando o progresso da mesma. Apesar de ser interessante encontrar bestas selvagens em ambientes selvagens encontrar coincidentemente coisas de seu nível apenas é rídiculo, e a partir de certos níveis encontros com lobos ou até mesmo algumas feras fantásticas menores se tornam inúteis.

Edit:

Uma possibilidade interessante, qual seria a funcionalidade de uma tabela personalizada de encontros aleatórios para dungeons específicas? Exemplo, você está na fortaleza inimiga que também funciona como templo de algum deus... aí nas opções de rolagem saem guardas, animais de patrulha, clérigos/adeptos indo de uma região para outra da fortaleza, armadilhas ou outros empecilhos.

[GoldGreatWyrm]

O mais útil é rolar a os encontros aleatórios antes da aventura e depois distribui-los pela masmorra.

O jogo flui mais rápido, você pode controlar o número de encontros e, por consequência, as recompensas destes.

Encontros aleatórios mesmo *MESMO* só servem para duas coisas:

1) incomodar jogadores que estão se arrastando que nem lemas por uma masmorra;

2) incomodar jogadores que saíram da trilha (não falando de railroad, mas quando tu como mestre é pego de calças na mão tem que dar uma enrolada para poder pensar em algo )

[MagoCego]

Encontro aleatório no meio da viagem. Mas com bom senso. Bom senso é a palavra chave pro rpg.

[Vincer]

Eu gosto de encontros aleatórios.
Por um tempo não simpatizava com a idéia, achava que devia caber ao narrador e ser conforme o ritmo da história e tal... mas nenhum rage, sempre fui indiferente e achava desnecessário.

Mas de lá para cá minha visão mudou muito. Não podemos esquecer que RPG é também jogo. Os desafios não devem existir apenas nesse encontro ou naquele, mas devem estar representados no próprio mundo ao redor. O narrador pode colocar encontros interessantes e dar vida ao mundo, mas desaparece a imprevisibilidade. Não é mais culpa das perigosas montanhas ter encontrado o gigante, foi escolha do narrador. E se aparece algo muito mais terrível, ou muito mais fácil, igualmente vão apontar para ele e nunca atribuir ao mundo que estão explorando.

Eu defendo que encontros aleatórios devam sim incluir um bom escopo de níveis. Cabe aos jogadores reconhecerem quando uma batalha não pode ser vencida(se tiverem dificuldade em notar, o narrador pode sugerir), e encontros fáceis demais só incomodam quem quer(é bem fácil não deixar o jogo chato com eles).

O narrador perde um pouco de controle? Sim. Mas ele ainda tem controle suficiente sobre como os encontros acontecem, e o principal: quando puxa um encontro e de qual tabela.

Sem falar que mais recentemente comecei a enxergar a coisa por outra ótica... do ponto de vista do designer, encontros aleatórios são ótimos. É uma maneira de saber que os jogadores vão encontrar mais ou menos o que ele desenvolveu, e as experiências entre diferentes mesas terão um pouco mais de familiaridade.

E tem um gostinho especial a aleatoriedade. Imagine aquela cena que você lembra, onde todo fodido salvou o grupo todo tirando 3 acertos críticos em sequência. Imagina se acertos críticos fossem um recurso que o narrador libera-se em momentos propícios. Você contaria a história com o mesmo entusiasmo? Teria sido um feito se foi o narrador quem deu eles?
Mesma coisa encontros. Há um gostinho especial quando você encontra o inesperado e sabe que não é o narrador sacaneando, foi apenas chance e consequência, consequência de você resolver se meter por aquelas bandas... e ainda mais se conseguem, mesmo assim. Uma experiência mais valiosa, eu diria, do que encontros 'aleatórios' que o narrador decidiu.

Não gosta de tabelas de encontros aleatórios? Aprenda com os velhos gms: MINTA. Você estaria jogando de fora metade da ferramenta, que são as tabelas e aleatoriedade, mas você pode pelo menos gerar a mesma sensação e experiência nos jogadores fingindo que rola o encontro.

E por favor, encontros em regiões remotas, viagens, etc. No máximo quando se acaba de entrar num lugar abandonado ou whatever. No meio de uma dungeon agitada onde os jogadores já encontraram algo? Nada pior do que aleatoriedade. Escolha algo afim ao tema da dungeon, fique longe das tabelas.

[Hyphaxz]

Concordo totalmente aqui com o Vincer , Eu acho nescessario algumas aleatoriedades em certos cenarios, DnD precisa de tempos em tempos disso , por 2 motivos ao meu ver , o primeiro é o fato que os jogadores precisam se sentir desafiados e tambem poderem testar golpes e estrategias fora dos combates importantes, o segundo motivo é tirar os pcs da zona de conforto , imagina os caras viajando em uma estrada e nunca , nunquinha encontrarem algo hostil a eles sem estar ligado a "quest" principal , fica muito estranho...

Na parte das tabelas malucas , ai vai o de sempre , o bom senso do mestre , eu por exemplo , uso muito as tabelas aleatorias e quando sai um montros penso rapidamente um motivo pra ele estar ali , nem que seja um gancho ou uma sidequest pequenininha , ou coisas bizarras mesmo pra um alivio comico sutil (quando a historia permite).

[Gun_Hazard]

Concordo com Vincer também.

Encontros aleatórios geram emoção não previsível.

É emocionante pro mestre e pros jogadores. Quando o mestre "Planeja", mesmo de última hora, um encontro ele mesmo que inconscientemente usa metajogo, ele sabe a capacidade dos jogadores e como eles vão reagir, por exemplo usar mortos-vivos contra um clérigo e um paladino, já encontro aleatório é surpresa até pro mestre, e deixa o jogo muito mais emocionante.

Agora sobre itens discrepantes é só o mestre deixar de ser burro, ignorar o resultado e jogar a porcaria dos dados de novo.

Essa história de Dungeon "inteligente" onde cada coisa está ali por uma razão é firula, os jogadores no geral estão cagando para isso eles querem é matar o monstro, ganhar XP, saquear o tesouro e contar prá todo mundo depois. Fim.

[Armitage]

Isso aí não esbarra em "ser burro"? Tipo, rolei um aleatório, saiu algo que não deveria estar ali e eu coloco assim mesmo. A culpa é dos encontros ou é minha?

E dungeons já não são, por definição, estúpidas? Qual a diferença de um monstro imbecil em uma sala e um cretino na outra?

+1

[Cebolituz]

Fazia vários encontros aleatórios e ainda gosto. O mais bacana que saiu foi um elefante africano no meio de uma caverna. Claro que a sala dessa caverna era enorme.

[Youkai X]

Depois do argumento do vincer até penso em dar mais uma chance pra encontros aleatórios, seu maldito

mas claro, com parcimônia e desenvolvidos especialmente para o ambiente em si.

Apesar de que fazer um encontro que pareça deslocado seja interessante, mas que haja como um PC curioso descobrir se quiser como diabos aquela anomalia apareceu.

[Cebolituz]

O bacana dos encontros aleatórios é a... aleatoriedade. Quatro aventureiros poderosos de nível 12 chegam em uma sala e dão de cara com... 2 orcs com suas bestas comuns. Um pequeno incentivo para eles sentirem um pouco de efeito-Freeza e humilharem esses insetos ordinários.

[Youkai X]

Pena que em D&D 4e encontros aleatórios sejam perigosos por terem o risco de se tornarem combates arrastados que representem pouca ou nenhuma coisa na trama e atrase demais a aventura principal. É algo a ser visto com cautela mesmo. Talvez rolar os encontros aleatórios antes das sessões, já ter as tabelinhas feitas, etc.

Como ficariam tabelas aleatórias em M&M?