Emil, compreendi agora sua intenção, beleza!
Olha, eu concordo que se foi retconado, não faz muito sentido. Mas foi mesmo? Se a galera já postou onde, me fala em que post falaram. Sério, foram tantas páginas que eu perdi. Eu sei que há a possibilidade de ter sido retcon, mas eu não faço ideia de onde a informação veio.
O Lumine, um dos donos do livro, postou à página 447, mensagem 4:
Lumine Miyavi escreveu:Alguém só me diz que história é essa de que Khalmyr cortou a ligação dos rubis com o poder dos deuses (no que diz respeito a destruir um deus se destruir o rubi equivalente)...
Pelo que vi em Holy Avenger D20 nesse minuto, os rubis estão por aí e não mudaram - NUNCA - sua condição de receptáculo da virtude da confiança entre os deuses.
Se Khalmyr cortou essa ligação e isso é dito em algum suplemento, é um RETCON dos brabos, o que só piora as coisas.
Quem for responder, livro e página por favor.
Estou começando a achar que o que os fanboys dizem é pura especulação. O mesmo vale pra Valkaria, pra Guerra, pra Aliança, etc etc etc
Holy Avenger d20, página 135 e TRPG, página 263 (é o mesmo texto).
"Os Rubis estavam desaparecidos, mas nenhum mortal poderia danifica-los. Além disso, como avatar, Sszzaas, não poderia destruí-los mesmo se tentasse. Mesmo assim, para evitar riscos, Khalmyr decretou que as ligações vitais entre os Rubis e os deuses fossem rompidas. E assim foi feito."
Então, realmente, acaba o motivo dos deuses não terem destruídos os rubis antes deles serem usados no plano de Szzass (o que seria a cláusula de não-intervenção). A não ser que eles já soubessem, desde o começo, que Szzass os usaria no seu plano e já fossem forçados pela cláusula a não destruí-los,
ergo já cientes que Szzass os usaria e necessariamente retornaria para o panteão, ou seja, inutilidade da pena e desserviço à justiça.
Talvez sim. Por outro lado, os servos dos deuses estão envolvidos em outras disputas, algumas divindades têm rivais diretos que não são Sszzass (aliás, como se escreve o nome desse maluco?), outras são aliadas dele, ou têm interesse no triunfo dele, ou foram sacaneadas por ele de maneira que não podem agir muito, e escorregou. Uopsie.
Sim, pode ter havido todas essas opções do porque tais clérigos não teriam feito isso. Mas, sejamos sinceros, é um
corner case. É tão improvável que nenhum clérigo tenha ouvido falar dessas gemas (e pelo que eu tenendi da história, houve muitas interações entre os rubis e pessoas que eventualmente se teria a notícia) que só podemos chamar isso de
Deus Ex Machina. Pode ser usado para conduzir uma história? Pode. É um bom artifício para conduzir uma história? Daí são outros quinhentos...
Olha, eu achei que sua leitura de Khalmyr como deus das leis (todas elas, as boas e as descabidas) muito interessante, assim como eu gostei das do Iron Man. Mas também me parece que você está cobrando dos autores um conceito único e inequívoco de justiça, bem formado em todos nós, seres humanos. E isso não existe, os conceitos de justiça variam de povo pra povo, de lugar pra lugar, e até de pessoa. E o conceito de justiça de quem criou o Khalmyr é diferente do seu, e é diferente do meu. Isso é característica do cenário. Mas necessariamente ponto negativo? Não tenho certeza.
Se Khalmyr fosse apenas o deus da ordem e das leis e da tradição, etc, tudo o que tem que ser seguido sem ser questionado ou pensado, ele seria uma divindade mais verossímel (de minha opinião) com suas ações. Ele faria mais sentido, arrisco dizer que ele seria até mais interessante ("ordem acima de tudo").
Mas ele não é.
Ele é uma divindade da justiça com tendência Leal e Bom (que muita gente pensa que é Leal e Bobo ou Lerdo e Bom, mas quem gosta de interpretar paladinos e outros personagens dessa tendência, como eu, sabe do que estou falando que isso não é verdade). O D&D tem uma boa definição dos comportamentos de Leal e Bom através de vários livros desde o AD&D (Complete Paladin's Handbook, estou olhando para você, meu velho amigo). Não precisa ser o meu conceito de justiça... é só seguir o conceito que o D&D em geral vem levando à algum tempo para perceber que as ações dele não satisfazem o conceito que ele se propõe a ser. LB é misericordioso, mas ainda assim deve ser um juiz para com quem fez grande dano, e ele falhou neste quesito ao dialogar com alguém que, com sua Sabedoria +200, Inteligência +200, conhecimento de divindade e noção de seu próprio conceito, sabia que seria danoso e injusto se fosse dado a oportunidade.
Isso, ou então eles deveriam explicar melhor "o que é Justiça em Arton". Porque só assim para entender esse balaio de gato do porque o conceito de JUSTIÇA personificado agiu como agiu (conceder uma cláusula a favor do réu sendo que ele estava no tribunal para ser julgado, não para pechinchar).
Estou falando do mesmo tropo, do motivo que se repete em diferentes textos, não comparando estritamente as duas situações e chamando de idênticas. E se eu fosse maluco, eu podia reclamar do Conde de Montecristo "ó meu deus que burros como os amigos não descobriram que ele escapou?????". Mas eu não sou, então fico quieto.
Motivações semelhantes, mas ainda assim situações diferentes. De qualquer maneira, mesmo que no Conde de Montecristo seja o tropo como você diz, ele ainda não justificaria o tropo sendo utilizado como foi nessa história. Não quando consideramos todos os motivos apontados.
Eu acho realmente problemático as entidades serem conceitos e ao mesmo tempo intervirem no mundo. Por outro lado eu acho que diversos conceitos se interpõem, as áreas são borradas, e não vejo problema em mais de uma utilizar-se do mesmo método. E mesmo se não houvesse áreas cinzas nos conceitos, nada impede duas ou mais divindades trabalhando juntas e ao mesmo tempo, interessados nos benefícios que cada uma vai receber pela parceria.
Aqui você tem dois argumentos... concordo sobre a problemática de conceitos interferirem no mundo. Alías, acho problemático conceitos serem manifestados fisicamente no mundo e agindo como... seres humanos bobos e não conceitos abstratos em si. Embora fosse uma discussão filosófica demais que acho que o Sexteto não conseguiria lidar (fazer deuses agirem como conceitos). Por isso, seria muito mais simples dizerem que os deuses não são conceitos manifestos... e sim simplesmente seres poderosos com afinidades a tais conceitos, como a maioria das divindades do D&D.
Mas, como eles disseram, aparentemente, que eles SÃO os conceitos manifestos...
Fica a dica de que eles deveriam explicar então o que são esses conceitos na mente deles, e como eles interagem entre si. Raios, se eles já copiassem e colassem a sua frase de que os conceitos se interpõem, ou trabalham juntos, já ajudaria um bocado. Do contrário, só vai sair mais e mais situações como essas que vimos (Khalmyr não fazendo justiça, Tannah-Toh fazendo guerra).
Agora, pra quem tem +200, habilidades infinitas, eles cometem umas cagadinhas estranhas sim. Acho que isso vem principalmente da fragilidade pra desenvolver mecânicas que os criadores apresentam. Mas o plano de Sszzass foi traçado enquanto era deus maior, ele também tinha +200, habilidades infinitas, e pode trabalhar um bom tempo sozinho enquanto outros deuses se concentravam em outros conflitos. Então acho que dá pra dar um desconto, não?
Desculpa, Emil, mas não dá para dar esse desconto, porque eu já estava considerando que o Szass, no avatar dele, manteve os mesmos bônus, apenas se tornando mortal. Os outros 19 deuses tem habilidades semelhantes (+200, etc), e vários deles não tinham necessariamente conflito com outros. Essa idéia toda me parece muito... fraca (de os outros deuses agirem como se não esperassem que o deus da traição.... traísse para obter vantagem em todas as suas ações). Do jeito que você me colocou, só me parece que uma cabeça (Szass) pensa melhor do que dezenove porque "lol sim". :-/
Mas, ey, é Tormenta...