Saindo do mundo lurker após 6 horas de leituras atrasadas e muitas risadas.
É incrível como o povo consegue defender e justificar das formas mais apaixonadas possíveis o que não tem motivos nem lógica para ser defendido.
É igual a fanático religiosoque age descontrolado pela lavagem cerebral que recebeu e não enxerga dois palmos diante do nariz.
Dizer que são desígnios misteriosos dos deuses é muito engraçado. Porque eles não são deuses de verdade para ter desígnios misteriosos como o deus cristão. Eles são personagens de rpg e só agem assim pq a turma autora de tormenta assim quer. Exemplos saltam aos montes.
O que vou comentar é de memória do que analisei e vi hoje e que o sono me permite considerar após tantas horas lendo:
1) Khalmyr com 200+ em Int aceitou o argumento de Sszzas pq estava no plano da ordem. Então, se o deus da trapaça dissesse ao invés que ele (Sszzas) deveria se tornar a justiça, deveria funcionar. Ou melhor ainda, já que ele teve inteligência para enganar 19 deuses de inteligência infinita sozinho: ele podia ter dito que não precisava ser punido pq trair os deuses era seu conceito e algo inerente dele - então era injusto ser julgado e punido por ser o que é no seu conceito, e de acordo com a história de ser aceito como verdade ele não seria punido.
2) a história de jogar ele em corpo mortal pra ele ter medo da morte é risível e motivo de risos. Quando ele sofreu risco de vida? Ainda era um avatar e extremamente poderoso, mas vá lá, podia ser morto. Mas, se os deuses temiam o risco da morte de outra divindade (e por isso segundo os defensores de tormenta foi motivo para não matar os outros deuses - exceto o que foi deletado da existência mas vamos abstrair isso) deixar ele em corpo mortal foi uma tremenda burrice, pois se um mortal maluco fosse até ele e o matasse o medo de uma divindade maior morrer teria acontecido e virado fato. Antes, como sugerido expulsar ele do panteão e colocar o deus do comércio ou chapéus, whatever no lugar. Bem mais útil e menos arriscado pra eles.
3) Chuva de retcons - não que não ocorram em outros lugares, mas nem solucionar os problemas eles solucionam, vide a confusão que cortar a ligação dos rubis causa na coerência de HA, porque se os rubis são importantes gera fato A se não não são, gera fato B (como descrito anteriormente), levando em consideração que os outros deuses poderiam ser opor violentamente a khalmyr e querer agir contra o plano de sszzas - afinal que prometeu foi ele e não o resto.
4) Eu até gostava de certos elementos de tormenta, como a chuva de sangue (eu mesmo tinha usado isso numa mesa antes de conhecer o cenário e fiquei curioso e interessado por mais) mas depois com as explicações que li aqui do IdM só fui vendo como boas ideias podiam ser jogadas fora. E sabem de uma coisa? Eu segui o conselho do Oda e peguei o 3.5, adaptei o que bem quis e entendi e joguei o sistema no meu cenário próprio até o fim da mesa no lv20 (e tinha visto como o sistema é quebrado pra caster e minhas tentativas de correção não surtiram muito efeito).
Hoje migrei pro 4E estou amando o sistema, embora o grupo ainda tenha certa resistência e prefira o 3.5 a maioria aceitou e reconhece que ficou mais equilibrado. Como pesquiso muito mitologia comparada estou muito satisfeito com meu cenário próprio já mestrando outras aventuras em outras partes do cenário que fica ainda mais rico. Se eu fosse menos ocupado e menos preguiçoso poderia estar postando em algum lugar tudo o que criei e mestrei pq a base do cenário é longa e estruturada... mas mal tenho tempo de montar os skets da sessão e traduzir o apoio do 4e pros que não entendem inglês, então fico só na vontade.
Quem sabe amanha se estiver disposto, não crio coragem para aparecer e postar mais aqui?
Adendo off: achei ótimo o cenário da spell - vejo que andaram trabalhando muito - se me pegam na fase que estava mais como contribuidor e mais ativo produzindo material escrito teria participado com certeza - me lembro com alegria como meu nome foi parar nos créditos do darksun nacional, mesmo tendo ajudado tão pouco.
Edit: lembrei de outra coisa, vinda do inimigo do mundo: que a deusa do conhecimento que prega que ninguem pode mentir ou ocultar o conhecimento permite a existência de uma ordem secreta de produtores de conhecimento e que ninguem teria acesso a essa ordem exceto se lá chegasse e tivesse testes difícies etc etcetc de falácias convenientes feitas para convencer só quem está disposto a aceitar o "porque sim e acabou".
Lá também vemos a elfa ficar com raiva e tomar a unica atitude de gente em toda a história ao jogar a tormenta no mundo (situação que não era contrária ao fato dos deuses não agirem diretamente? Sem falar que era praticamente um ato de insurreição, ameaça clara ao plano material, quiçá aos próprios deuses, já que os lefeus se descobrissem um modo poderiam invadir os planos dos deuses e ameaça-los lá ou quem sabe, pegar os rubis da virtude e viraram uma versão piorada do paladino e ela sequer foi punida por ter feito isso. Muito justo khalmyr... mais uma vez... parabéns.
Aliás isso remete a outra coisa... se era tão fácil cortar a ligação dos rubis da virtude, pra que criá-los em primeiro lugar? Se foi cortada a ligação na hora da punição, que poder eles tinham para tornar o paladino tão poderoso? Voltamos ao ponto de opção A ou opção B e ambas criam plot holes, o que me lembra de outra coisa - ponto principal de ter me feito postar após horas de leitura.
Em One Piece havia um merman capitão pirata que havia prometido a Nami que se ela pagasse certa quantia a ele que ela comprava a ilha e que ele não faria nada para impedi-la de buscar esse objetivo; enquanto não cumprisse, deveria mapear o mundo conhecido para ele. Um dos soldados dele a vê com um mapa e diz que deveria roubá-lo; o capitão proibe, dizendo que isso seria uma quebra da palavra dele se um subordinado fizesse isso, já que ele prometeu não impedi-la.
Mas isso não impediu dele conversar abertamente com um marinheiro corrupto que havia uma ladra de piratas agindo na área e que ele deixava ela a vontade. Sem quebrar a palavra, já que ele não mandou o marinheiro, ele induziu o corrupto oficial a se interessar pelas riquezas e tomar sem ser ordenado. Da mesma forma, enquanto não sabiam do plano, mas sabiam que os rubis da virtude estavam perdidos, os deuses podiam oferecer prêmios a mortais a quem desse conta do paradeiro dos rubis e até promessas de imortalidade, tornar 'chosen one' da divindade, whatever. Se um pirata mortal consegue pensar em um meio justo de torcer a regra a que está imposto, porque uma divindade com 200+ de inteligência não consegue?
Isso não é uma quebra da promessa de dar carta branca ao sszzas; ninguem sabia do plano dele neste momento inicial de punição dele. O próprio nem devia ter o plano pronto, já que por exemplo Lisandra provavelmente sequer havia nascido, nem os outros personagens de HA e ele levou anos ou séculos maquinando um plano a prova de falhas, até ter todas as ferramentas ideais para poder agir
Edit2: outro ponto conceitualmente importante: Antes, dividido o poder entre Khamyr e o outro, a balança do panteão era bem e mal; após a queda deste virou ordem e caos, mensurada por ele e Nimb.
Ocorre que Khalmyr representa a justiça que está sendo mensurada como ordem na comparação (e não vamos reclamar muito pra funcionar aqui) e Nimb como caos conceitual é perfeito como contraponto (mais até que o próprio Khalmyr). Mas quando comparamos Justiça x Poder temos bem x mau? Estes conceitos não parecem estranhos? Isso quase implica em dizer que Justiça é boa e que Poder é mau, quando é uma prerrogativa equivocada em ambos os casos.
Uma justiça 'boa' pode não ser justa por ser por exemplo por demais misericordiosa ou complacente com criminosas. Um que ostenta o poder pode fazê-lo para o mal, mas poderia fazê-lo com outros propósitos também. No meu cenário há 3 faces da justiça, cada uma representada por uma divindade filha da que representa a justiça maior (e o todo da justiça); assim a filha é generosa e sempre dá mais uma chance ao vilão de se redimir (LB, é credo dela para os fieis) há um neutro que sua justiça ora se apoia na irmã boa, hora na do irmão mau (LN óbvio, porém sua justiça é inconstante) e outro que é inquisito na justiça e cruel nas punições (LM e em suas igrejas o réu é culpado até conseguir provar o contrário). O pai dos 3 é neutro por ver que a globalidade da justiça é neutra e imparcial. Mas isso é meu cenário.
Voltando a Tormenta, vamos abstrair que são conceitos de Justiça x Poder que se comportam como se fossem Bem x Mal. O mal comete um crime com outros três. Um dos réus é sugado por Nimb antes do julgamento e fica por isso mesmo, nem Khalmyr questiona ou censura a ação deste de punir antes de julgar, ainda que a ação seja usada como desculpa depois para criar uma barreira pros lefeus não viram pro mundo de tormenta (pq ele não usou o próprio poder pra fazer isso? Seria uma burrice que uma divindade caótica seria capaz de fazer e teria sentido melhor, dando a chance do 3º réu ser julgado com os outros)
Valkaria foi julgada pelo panteão todo e como os caras achavam ela gatinha por andar sem sutiã, prenderam ela na estátua (ou como estátua, decidam)
Mas o deus do poder foi julgado só por Khalmyr, o que é estranho. Mas, o mais estranho é o deus do poder aceitar ser punido ou se render sem luta; ou ainda melhor: em luta, o deus da justiça sozinho parar o deus do poder - situação no qual deveria ter sido necessário o resto do panteão para detê-lo. No fim, além de derrotado foi apagado da existência, mesmo que o medo da consequência de matar outros deuses maiores ainda seja a suposta causa que fez Khalmyr não matar Sszzas
E não, apagar da existência não é o mesmo que banir, explicação usada só depois. Nulificar existência e uma entidade é o mesmo que matá-la - no book of magic tem uma magia de truename que faz isso no alvo ao cancelar a existência do truename da vítima; para revivê-la é necessário des-nulificar a existência dele recuperando a existência do seu nome, para só depois revivê-lo. A volta do deus em questão só mostra que viver de retcon é normal pra eles. E olhe que eu gostava da divina serpente porque tinha lido lua dos dragões antes ter uma visão mais crítica do mundo... Minhas memórias ainda curtem a HQ mesmo hoje...(eu perdi a edição física então não posso ler de novo hoje para rever criticamente e minha memória já me mostrou que posso me enganar endeusando e me confundir ignorando detalhes cruciais para enxergar algo bom como uma obra prima - e estou falando de X 1999 war e não de rpg aqui; quando revi o movie anos depois, vi que não era tão bem amarrado como minha memória passou a acreditar, então sei por experiência propria que nosso cérebro pode idealizar algo e criar mentiras que voce pensa ser verdade; porém as ilusões caem diante dos fatos e ainda gosto do X movie, mas não estou mais cego às suas incongruências; o mesmo pode acontecer - ou não - com outras que rever agora que estou mais crítico e vacinado pela spell)