Bom. Primeiramente, peço desculpas pela demora em responder. Passei o resto da semana muito ocupado.
Mas dando continuidade:
Weaver, Wyrm, Wyld... Gaia, os Garou... sei lá. Você fica usando essa palavra. Acho que ela não significa o que você acha que ela significa.
Bom, você tem razão. Passei tanto tempo falando sobre os Garous sendo "o bem" e a Wyrm, "o mal", que acabei reduzindo o significado da palavra a uma oposição de bem contra o mal. Não deixa de ser maniqueismo, já que ainda é a oposição de dois princípios, mas é um caso específico. Sorry. =)
Mas em se tratando de RPGs, o passado (ainda mais em criaturas que tem vantagens como Ancestrais e Vidas Passadas e podem contactar Espíritos-Ancestrais) é parte de dezenas de "ganchos" e partes do metaplot. E muitos dos problemas de Lobisomens se baseiam em recuperar os danos desse passado.
Mas cara, ter elementos do passado influenciando o presente só significa uma coisa: que no jogo existe um passado. E só. Se o passado não influencia em nada no presente, nós temos uma história mal escrita e sem graça.
Tudo bem, concordo com você: ter como entrar em contato com espíritos ancestrais te dá uma conexão mais forte com o passado e tal. Mas qual exatamente é o seu ponto em discutir isso? Provar que os Lobisomens tem ligação com o passado mitológico deles faz da história mais completa?
Sim, mas isso não muda em nada o fato de que o personagem escolhe a sua tribo, que a origem dele não determina em que Tribo ele estará e que mesmo depois de escolhida a Tribo, é possível mudar - assim como é possível mudar o próprio Auspício, esse sim determinado no nascimento do Lobisomem (para isso existe o Rite of Renunciation).
Ok. Como eu discuti com o Lumine, isso é mais uma opinião minha. Não gosto dessa "escolha" com aspas (e bote aspas nisso, porque elas são a exceção e não a regra) e, você mesmo não discute que, embora haja uma "escolha formal" no contexto do jogo, na prática, há quase uma obrigação você aderir à tribo de sua raça, o que, para mim, não faz sentido. Se os lobisomens nascessem e crescessem em comunidades fechadas como tribos de índios de verdade, eu ficava calado, mas não é. E tome jogador implicando com isso, atrapalhando quem queria criar personagens um pouco mais distantes do esteriótipo padrão (aliás, um problema geral do antigo Storyteller, como sabemos).
Por Gaia, você realmente não está lendo o mesmo livro que eu.
(...)
Há uma diferença grande em dizer que o livro
foca na batalha contra a Wyrm e em dizer que inexiste um outro inimigo no livro representado que não seja os servos da Wyrm. Sim, é claro que existem menções à influência da Weaver contra os garous, bem como seus próprios servos disponibilizados e descritos para serem usados numa história de lobisomem. Mas isso não muda o fato de que o
enfoque do livro é Garou x Wyrm. Prova disso é você mesmo alegando em posts passados que "o jogo
parece simplório, mas não o é". Obviamente, você tem esse conceito porque leu mais aprofundadamente Lobisomem: O Apocalipse e constatou que a reclamação de que há um roteiro relativamente simplório é recorrente entre jogadores que não leram tanto o jogo. Isso, meu caro, caracteriza uma falha do livro, pois o livro básico deveria dar um aparato geral do que o jogo é capaz de proporcionar.
É difícil ver algum Maniqueísmo quando:
a) Não se tem um antagonista claro. (Wyrm? Weaver? Humanidade? Feras como Ratkin?)
b) Não se tem aliados claros. (Wyld?Weaver? Humanidade? Feras como Gurahl?)
c) Os supostos heróis tem um passado genocida.
d) Os supostos heróis tem sérios problemas entre eles (Lupinos em extinção, Impuros desprezados, Tribos que não se dão bem, Nação Garou indecisa sobre "Who's da Boss")
Tudo bem. Você tem um ponto. Mas o meu problema aqui é a visão do livro de que "nós, os garou, somo somos o 'bem' e o inimigo, quem quer que seja, são o 'mal'".
Mas compreendo que, se você juntar os elementos apresentados com mais afinco (especialmente de posse de alguns suplementos) e ignorar a visão relativamente simplória que o livro básico acaba te induzindo a ter, você passa a esquecer o problema desse maniqueismo religioso, digamos assim.