Spell RPG

E Malkavian, que também não tinha desvantagem nenhuma?

E Malkavian, que também não tinha desvantagem nenhuma?

Está sendo irônico aqui? Mecanicamente, os Malkies tinham uma desvantagem considerável, que era a sua perturbação que não poderia ser perdidade e com quase nenhuma forma de controlá-la. Era uma das poucas fraquezas de clã que faziam jus ao nome, junto com a dos Setitas, Brujahs, Giovannis/Capadócios e Lasombras.

Não, tou sendo não. É que conforme a lista de perturbações foi crescendo, era bem fácil pegar uma que fosse menos pesada, dar uma enrolada no mestre e tal.

Elven Paladin escreveu:

E Malkavian, que também não tinha desvantagem nenhuma?

Está sendo irônico aqui? Mecanicamente, os Malkies tinham uma desvantagem considerável, que era a sua perturbação que não poderia ser perdidade e com quase nenhuma forma de controlá-la...

Na prática era: Eu posso...não... eu DEVO agir como um palhaço e/ou fingir que sou um personagem de quadrinho. E estragar uma história séria usando demência em todos que eu puder.

Eu já vi ambos tipos de Malkavian, o que os fóruns gringos chamam de "FishMalk" e conceitos realmente assustadores. Eu mesmo já fiz um Malkavian com OCD extremo (pior que Monk, sem a veia cômica da coisa).

É que conforme a lista de perturbações foi crescendo, era bem fácil pegar uma que fosse menos pesada, dar uma enrolada no mestre e tal.

Bem, nesse caso é mais um problema de Jogador Cretino&Mestre Frouxo do que uma questão de design. Eu sei que mesmo nos livros da White Wolf (especialmente os da primeira edição e na linha Changeling, onde os Malkavianos são vistos como uma das encarnações do Glamour e criaturas com Banalidade baixa) há a visão de Malkies como "Trapaceiros Engraçadinhos", mas isso nunca se refletiu na mecânica. E um rant a parte, eu nunca fui simpático à disciplina Demência (e o Retcon que basicamente diz que os Malkavianos da Camarilla são a Antitribu).

Elven, na verdade, eu conheci e joguei Vampiro com a minoria vocal do "sistema mais interpretativo". Então raramente a galera escolhia uma perturbação por causa de combo, mas mais porque blablablá combina com a essência do meu personagem. Mas sempre me pareceu estranho que algumas perturbações tivessem mecânicas muito mais desvantajosas que outras.

E eu até fiquei feliz quando vi que colocaram demência como disciplina dos Malkav, mas logo de cara abri a página do livro no nível nove ou dez da disciplina, em que você pode ignorar a realidade, lol, e andar através de portas fechadas, paredes e até ignorar uma arma que cuspa balas de fósforo branco. Achei a vitória do malkaviano engraçadão, o que é muito cretino.

Elven, na verdade, eu conheci e joguei Vampiro com a minoria vocal do "sistema mais interpretativo". Então raramente a galera escolhia uma perturbação por causa de combo, mas mais porque blablablá combina com a essência do meu personagem. Mas sempre me pareceu estranho que algumas perturbações tivessem mecânicas muito mais desvantajosas que outras.

Ah, agora eu entendi sua afirmação. Sim, existe uma diferença considerável entre as perturbações e seu impacto de jogo (exemplo simples: Esquizofrenia e Animismo Sanguinário ferram muito mais o personagem do que Comportamento Obsessivo), mas o meu ponto não era o desequilíbrio entre elas, e sim que mesmo a mais leve das perturbações já é uma desvantagem considerável - ao contrário de algumas fraquezas de outros clãs que ou são inexistentes (Tremere) ou são subjetivas demais (Ventrue, Tzzzzzimisssssce) ou são bobas.

E quanto a minhas experiências com Vampiro, todas foram horrendas. Eu sequer tive a sorte de jogar com aquelees que veem o jogo como um "Sistema Mais Interpretativo" e nem aqueles que jogam como "Vampiro Super-Herói com Bateria de Sangue", mas sim com 3 grupos que misturavam o pior dos dois estilos de jogo. E já vi um Tzismice Antritribu com um Katana de Prata em jogo, algo que eu jamais esquecerei.

E já vi um Tzimice Antritribu com um Katana de Prata em jogo, algo que eu jamais esquecerei.

Hahaha, você é o cara que viu isso então? Eu jurava que era um meme de internet, todo mundo fala mas ninguém nunca viu. Por outro lado, eu nunca estive em uma mesa em que você cai e toma diablerie de outro personagem ou do grupo todo mesmo, mas certeza que isso acontecia. Eu jogava D&D com um cara que suicidou um personagem por causa de uma discussão sobre quem ia ficar com qual item mágico, e eu imagino que nas mesas de Vampiro em que ele se meteu diablerizar os amigos era segunda-feira.

Mas o coiso do sistema interpretativo eram os turnos individuas cheios de masturbação estilísitica que duravam hoooras, as três sessões até todo o grupo se encontrar, a dificuldade em arranjar um objetivo comum para personagens tão diferentes e únicos... Eu acho que uma vez joguei uma crônica que levou umas duas ou três sessões e pra acontecer alguma coisa. Nada. Só cada um andando prum lado e pro outro cuidando da própria vidinha. E todo mundo se achando muito maduro por jogar um sistema tão adulto quanto Vampiro. Mas acho que isso era menos culpa do sistema e mais culpa da gente tentando se sentir superior.

Hahaha, você é o cara que viu isso então? Eu jurava que era um meme de internet, todo mundo fala mas ninguém nunca viu.

Você não sabe o quanto eu adoraria que isso fosse apenas um meme de Internet, e o pior de tudo é que olhando em retrospectiva o Tzi Katana de Prata era o menos tosco dos jogadores da mesa (é uma longa história essa, creio até que já relatei em algum post por aqui).

Mas o coiso do sistema interpretativo eram os turnos individuas cheios de masturbação estilísitica que duravam hoooras, as três sessões até todo o grupo se encontrar, a dificuldade em arranjar um objetivo comum para personagens tão diferentes e únicos... Eu acho que uma vez joguei uma crônica que levou umas duas ou três sessões e pra acontecer alguma coisa. Nada. Só cada um andando prum lado e pro outro cuidando da própria vidinha.

Como eu coloquei em outro post, Vampiro sofria muito com o imenso egoísmo dessas criaturas e a ausência de incentivos ou exemplos de grupos de personagens no jogo, algo que só passou a ser remediado com as coteries e "warbands" da Camarilla na Edição Revisada, mas aí já era tarde demais, os jogadores desse RPG já eram profundamente marcados pelo individualismo extremo desse RPG. Ou como eu coloquei antes:

Rain, sobre Lobisomem: 5 caras diferentes usando vários poderes diferentes (Classes e funções) contra o mal? Não é muito d&d pra vocês?


Eu: Essa idéia é ótima, a maior virtude de Lobisomem.

RPG é um jogo em grupo e para grupos - e todos os RPGs da White Wolf a partir dele (como Changeling e Mago) incentivam a formação de grupos (não muito funcionais e imperfeitos, mas ainda, sim grupos unidos por algo mais que interesse próprio a curto prazo) porque os designers de Vampiro notaram que ele era péssimo justamente nesse elemento crucial (abra os livros de Vampiro até a Revised Edition - qual o motivo para formar um grupo na Camarilla senão o de ter alguém que vai te diablerizar se você cair?).

Sim, sim, e você colocou muito bem. Mas sei lá, se Vampiro originalmente não tivesse nada que fizesse os jogadores se unirem, pelo menos tinha a Humanidade, um negócio mecânico pra não transformar o individualismo do jogo em guerrinha entre os personagens. Mas, mesmo antes das trilhas, isso não acontecia.

Malkavian era um clã que na prática servia só pra atrapalhar o jogo, visto que a imensa maioria dos jogadores criavam pantufinhas (se não tou enganado essa era a versão em português de fishmalks). Desconsiderando a disciplina dementation (que virou geral apenas na terceira edição), o que tornava um malkaviano diferente de, por exemplo, um caitiff com uma perturbação? A White Wolf criou todo um conceito bobo dos vampiros deste clã (basta ver o clanbook da segunda edição) e depois tentou remediar isso na 3ª. Mas foi tarde, e dei boas vindas ao Requiem por isso. Os Ventrue do novo jogo conseguem apresentar a instabilidade mental como uma fraqueza de uma maneira elegante, sutil e eficiente.

Se nessa edição comemorativa conseguirem tornar os malkavianos algo "sério", terão feito um excelente trabalho. Mas duvido que consigam.

Malkavian era um clã que na prática servia só pra atrapalhar o jogo, visto que a imensa maioria dos jogadores criavam pantufinhas (se não tou enganado essa era a versão em português de fishmalks).

Só para confirmar, "Pantufinhas" ou "Malk de Pantufas" é a versão portuguesa de Fishmalks. Aparece no Guia do Sabá.

o que tornava um malkaviano diferente de, por exemplo, um caitiff com uma perturbação?

Status na Camarilla, Disciplinas do Clã e Vantagens até bacanas no Livro do Clã.

Se nessa edição comemorativa conseguirem tornar os malkavianos algo "sério", terão feito um excelente trabalho. Mas duvido que consigam.

Somos dois.

Mas sei lá, se Vampiro originalmente não tivesse nada que fizesse os jogadores se unirem, pelo menos tinha a Humanidade, um negócio mecânico pra não transformar o individualismo do jogo em guerrinha entre os personagens.

Eu adoraria que a Humanidade (e as Trilhas) fossem levadas tão a sério quanto mereciam em jogos de Vampiro. Haveria muito menos diableristas e conflitos desnecessários em mesas.

Acrescentem-me no grupo de pessoas que nunca jogou uma partida decente de vampiro.

Quer dizer, já joguei/mestrei aventuras divertidas usando o livro Vampiro, mas não eram histórias do cenário Vampiro. Era mais algo como "aventuras adolescentes com muitas armas e katanas e explosivos e vamos destruir tudo porque o príncipe mandou". Lembro-me de uma aventura que era "invadir território Sabá tendo contagem limitada de munição para destruir um bando liderado por uma Abominação". Mas isso foi em começo de carreira no RPG, com o tempo isso foi se tornando aborrente.

.....

Mas em nota, se querem um jogo do velho WoD ainda mais complicado de jogar como planejado do que vampiro... tentem Wraith. Além de não incentivar MESMO que os personagens trabalhassem juntos (cada personagem tem nas estatísticas motivações absolutamente pessoais para existir, e você ainda tem que controlar a Sombra de algum outro personagem, buscando sacaneá-lo sempre que possível).

Wraith é um puta cenário de RPG, algo brilhantemente aterrador, mas um péssimo jogo.

Mago também é bem injogável, especialmente nas primeiras duas edições. Se bem que eu jogando / mestrando Mago foi mais para "Supers em Storyteller".

Nível de "Verbena usando pistola de raios com espírito de paradoxo como combustível" de ir contra o fluff.