Spell RPG

Bem, pra movimentar um pouco o fórum, eu queria discutir com vocês as classes da 4e. Quais vocês gostam mais, o que vocês acham legais nelas, quais vcs não gostam e porque, quais HR vocês usam em cada classe para corrigir os problemas nas suas mesas, o que vocês ou seus jogadores já fizeram de interessante com elas, etc.

Pra começar, eu gostaria de dizer que estou em geral decepcionado com o formato Essentials das novas classes. Acho que foi um retrocesso, muitas classes perderam versatilidade, pois normalmente os poderes por encontro se limitaram a apenas um como mais usos por combate, e as classes marciais foram as que mais sofreram, o sistema de auras não supre em nada a variedade que elas tinham antigamente. O dano extra dos strikers está limitado a adição de mais um atributo no dano, que apesar de ser uma solução elegante acaba com a versatilidade entre as classes.

E pra piorar, o último Heroes of Shadows trouxe 4 classes novas, sendo 3 delas strikers e um controller. Muito ruim esperar um livro com uma fonte de poder nova e ver ele tão limitado a um único nicho, que parece ser o mais divertido porque você causa mais dano. E as outras opções para as classes antigas também são bem fracas em criatividade, basta tomar o os poderes de Necromancia para o mago. São apenas mais dos mesmos, mais poderes de efeitozinho com dano necrótico, e nem se preocuparam em criar muitas novas summons e/ou uma mecânica um pouco diferente para elas, para simular um necromante de verdade.

Pelo menos, o Vampiro ficou bem feito. A idéia de torná-lo uma classe faz com que ela seja acessivel a um jogador sem aqueles malabarismos loucos da edição antiga, e a adaptação conseguiu captar de forma legal os poderes clássicos deles. Eles poderiam ter se empolgado e feito um Lobisomem Defensor, teria sido uma decisão bem interessante.

Eu joguei muito pouco a 4e, e infelizmente encontrei a classe que eu mais curti logo de cara: montei um Paladino baseado em carisma que ficou um defender muito legal.

Estou pra entrar na próxima mesa com um mindbattle, também defender. Mas, no papel, ele não parece ser interessante quanto o paladino. Então eu tenho essa impressão: mesmo tendo muito mais equilíbrio, às vezes parece que algumas classes são "o role ideal", e outras classes são variações um pouco piores em cima do mesmo tema.

Todos os malditos Power Sources tem todas as funções preenchidas...Menos a Marcial, que não tem controller.

Oh e o fato de que sim eu admito, é meio estranho ver daily powers marciais, mas não é como se eles fossem novidade. Eu sõ queria que eles funcionassem mais como a fúria barbara da terceira edição do que como funcionam atualmente. E não, a linha essentials apenas piorou o problema.

Devo dizer que o Essentials foi um retrocesso. O novo formato ficou um saco de ler, pra começar, e muitas das novas opções são bem limitadas.

Fiquei meio irritado com a 4e devido à (inicial) falta de diferenças entre as fontes de poder. Sei lá, acho que personagens marciais, arcanos e divinos deveriam ter alguma (pequenas) mecânicas que dariam "sabor" à fonte de poder. Quando você lê o PHB1, não há muita diferenciação mecânica; nos livros posteriores começaram a surgir temas comuns, como os pontos psiônicos, os domínios divinos e etc., mas acho que deveriam surgir mais mecânicas assim. (Sei que na Essentials surgiu coisas assim, como escolas de magia arcana e poderes marciais que parecem menos com o esquema "usou, perdeu até descansar" das habilidades mais mágicas, mas no geral o novo formato de apresentação do Essentials mais me confundiu do que agradou, e tem pouca retrocompatibilidade)

O meu problema com o Paladino que é que no Core ele é extremamente dependente de carisma e o dano automático dele não é lá muita coisa mais pra frente. Nas minhas mesas, eu opto pelo jogador escolher força ou carisma pra adicionar no dano, diminuindo a dependência de carisma para os que pretendem fazer um pala de força puro. E aquele talento que deixa vc somar força no dano do Desafio passa a somar Carisma pra quem somava força inicialmente.

E Oda, há o Hunter da linha Essentials, ele é controller e tem fonte de poder marcial e primal. É quase o que você quer, mas admito não ter lido a classe toda ainda.

EDIT: Ao que parece, só os utilitários são poderes primais, que causam efeitos "mágicos". Nesse caso, pegue um de ranger normal e seja feliz.

Sobre Classes da 4e

No momento, eu voltei a jogar (e não mestrar,como faço há anos e anos) uma campanha consistente com um LazyLord (um Eladrin Tactical Warlord que não tem poderes de Ataque, apenas aqueles com Efeitos e se baseia em usar os ataques de outros personagens). Como é o primeiro personagem que eu jogo, não posso dizer quais classes me agradam por experiência de jogo, mas por design, a lista é considerável.

Sobre Essentials

O formato de leitura do D&D Essential é horrível e lembra as Classes de Prestígo Morbidamente Obesas do fim do D&D 3.5. Da mecânica, como alguém que tem um Slayer e vi um Knight no mesmo grupo, eu não notei nada que indique que é algo limitado (ter acesso a poderes de Guerreiro não é algo difícil, e ficou mais fácil com os talentos soltos há pouco pela Wizards) ou ruim - embora sim, possua um design muito mais simples e com menos opções do que outros builds de classes Pré-Essentials - exatamente o esperado para um linha mais simples da 4e.

As classes da 4e no geral eu adoro, mas a classe assassin me pareceu um tanto mais fraca que as demais classes clássicas. E o essentials foi um retrocesso em relação a classes, especialmente as marciais (apesar de eu saber que não sào desequilibradas em relação a conjuradores e cia). É o esquema antigo voltando como um câncer pra infectar uma das melhores coisas que a 4e fez: dar mais versatilidade e poder aos personagens mais "mundanos".

É o esquema antigo voltando como um câncer pra infectar uma das melhores coisas que a 4e fez: dar mais versatilidade e poder aos personagens mais "mundanos".

Na verdade, não. O que aconcente no caso das classes Marciais do Essentials é que elas fazem duas trocas básicas:

1. Trocam a versatilidade por um conjunto de habilidades de classes boas e com quase tudo que classe precisa para desempenhar a função esperada em combate. Basicamente, enquanto um Guerreiro "Normal" tem uma série de escolhas de poderes para desempenhar sua função de Defensor, um Knight vem com menos poderes para escolher, mas recebe habilidades de classe que o tornam um Defensor funcional.

2. Trocam um menor "Spike Damage" ou "Nova Damage" (a habilidade de causar grandes quantidades de dano em um turno) por um DPR maior (a habilidade de causar dano consistentemente durante os turnos).

Eu não li muito a fundo os essentials. Pelo que percebi, as versões do guerreiro do Essential funcionam assim:

1- Ele é dependente de Ataques Básicos;
2- Ele ganha "auras" e "posturas", no lugar de ataques ilimitados. Essas auras e posturas modificam os ataques básicos, dando características especiais a eles;
3- Ao invés de poderes por encontro, ele ganha a habilidade, ao acertar um ataque, aumentar o dano causado. Isso de início pode ser feito uma vez por encontro, mas depois sobe para até três vezes, e com os níveis o aumento do dano se torna maior.

Os itens (2) e (3) praticamente simulam os velhos poderes por encontro. Juntando os dois, você tem ataques com efeitos especiais e dano adicional. Isso eu acho legal, e acho que poderia ser o "charme" do poder marcial: misturar habilidades e "montar" seus próprios poderes na hora, no campo de batalha.

Não analisei muito a fundo (devido ao formato horrível de leitura das classes no Essentials), e corrijam-me se estiver errado, mas o problema é que isso tirou certas habilidades legais do guerreiro, como ataques contra múltiplos alvos ou especialidades em certas armas.

Classes dispensáveis (em minha opinião)

Seeker
Assasin (poderia ser uma Build de Ladino)
Runepriest (Poderia ser uma Build de Clérigo)
Vampire (Poderia ser um tema)

Outra coisa que eu acho estranho e esta necessidade de todos os Power Source possuírem todas as funções
Não sinto falta de um controlador Marcial e sinto que algumas classes são sim desnecessárias (Warden, por exemplo).

Por mim a 4e deveria se focar mais em conceitos e opções das próprias classes já existentes e aprofundá-las dando novas formas de se jogar com classe x ou y (Hibridos, temas, talentos de multiclasse, builds, variações de jogo)
Algumas classes foram totalmente abandonadas pelos designers e não recebem uma única atualização decente (Artifice, Feiticero, Swordmage, Seeker e etc) enquanto outras recebem atualizações até redundantes

Outra coisa que me incomoda na 4e em termos de classe (E também em um todo) é o total abandono dos cenários e de material para estes cenários (Eberron, Forgoten e Darksun recebem pouquíssimo material) mesmo que estes três cenários sejam repletos de conceitos, raças, temas e etc.

Estes conceitos poderiam enriquecer as classes já existentes e opções de jogo...

Acho que isso é um outro problema.

Antes, os cenários tinham livros independentes, cheios de suplementos e tudo mais. Hoje, a WoTC lança uns 3 livros e vai para o próximo.

E até agora nada de um cenário novo para a 4e.

Eu tento não odiar a linha Essentials. Eu realmente tento.

Eu digo pra mim mesmo que as classes psiônicas já fugiam do padrão no PHB3, nada de novo. Três não tinham poderes de encontro, e o monge tinha poderes duplos. Os temas de Dark Sun e as pseudo-multiclasses (os scarred de FR e as de armas nas Dragon) mostravam criatividade.

Eu tento ver que a linha Essentials é voltada para iniciantes, esplicando nível por nível o que seu personagem ganha, e não sobrecarregando com quinze escolhas para seu poder por encontro de nível 1, metade das quais você nunca usaria para esse personagem mesmo.

Mas para um veterano fã do sistema, eles exageraram ao quebrar o molde. E o ar de nostalgia e "old-school design" mais aliena os que gostam da 4ª edição por ser do jeito que é, sem conseguir atrair de fato os que preferiram ficar na edição passada.

Sim, um "knight"/"slayer"/"thief"/"scout" pode ser equilibrado com as classes "normais". Menos opções, tudo bem; quanta escolha você realmente pro seu guerreiro tinha quando só existia o PHB? Bastava esperar mais material. O problema não é tentar inovar, mas sim mudar o sistema para ele parecer mais com o antecessor.

Mas o pior é que a Wizards parece não saber mais o que fazer agora, diante da repercussão de seus lançamentos e anúncios. Depois dos altos e baixos da linha Essentials, surge um Heroes of Shadow decepcionante. O Vampiro é, segundo dizem, ainda mais fechado que qualquer sub-classe essential anterior, e sem a justificativa de estar em um livro "para iniciantes". Segundo boatos, a classe foi feita e incluída às pressas, ao verem que os jogadores realmente queriam uma nova classe Shadow "de verdade" (ao invés de uma sub-classe com duas power sources).
As raças novas tem penalidades sem motivo para tal. Isso só estimula min-maxing; se a raça tem algo tão forte que justifica a penalidade, o melhor seria tirar esse atrativo. Mas, na prática, nem é o caso; o Shade e o Vrykola seriam perfeitamente equilibrados mesmo sem suas desvantagens. Eles deveriam ter aprendido com o minotauro (com seu poder racial simplesmente inútil para a maioria das classes).
Eu até gostei da ideia de poderes utilitários raciais. Depois dos poderes de perícias, é um passo óbvio, mas interessante. Tenho esperança de ver isso para as raças antigas.

Eu finalmente posso deixar de ter vergonha de ser fã do monge. Lindo e maravilhoso, os poderes duplos são realmente interessantes e fazem que ele se mova pelo grid com muito mais facilidade.

Meu grupo acabou de assinar o Insider só pra testar as ferramentas, e me assombrou ter tanto striker na lista de classes. É um papel meio bobo, na realidade.

É um papel que se sobressai sobre os outros aos olhos do jogador normal porque ele dá mais dano.

O Monge apesar de stryker ficou lindo, tudo nele dá tesão de ver, assim como o guerreiro é o case de sucesso da 4e (apesar de eu achar que já fizeram coisas demais pra ele).

O que me irrita nas classes essentials não é o formato delas é que uma proposta perfeitamente aceitável pro publico iniciante tá sendo enfiada goela a baixo de quem já conhece bem o sistema.

E o excesso de classes e raças do sistema me incomoda, parece que os designers não conseguem ver outra forma de produzir no sistema sem ser atochando mais classes.

Eu pessoalmente só tenho problemas com duas coisas relativas a classes na 4e:

-Runepriests
-E-Classes.

O Runepriest eu acho até uma classe legal na teoria. Usar poderes derivados de runas e afins é um tema constante, e fica legal de trabalhar. O problema é que a mecânica da classe é cheia de minúncias, e concede VÁRIOS bônus pequenos que mudam a cada rodada, o que torna o cálculo das coisas extremamente mais lento na mesa. E qualquer coisa que torne o combate mais lento é ruim.

Runepriest é a única classe da 4e que eu bani das minhas mesas.

A linha essentials não seria digna de uma rage por si só. Ela começou como uma linha voltada a iniciantes e grognards, tentando resgatar o espírito das edições antigas. OK, eu não jogaria com um Thief depois de jogar com um ladino, mas entendo quem gosta das opções simples. Meu problema com a linha é outro.

Primeiro, porque todas as e-classes não são 100% compatíveis com suas fontes originais. O Knight e o Cavalier, por exemplo, não marcam seus oponentes, e não se beneficiam de talentos pra guerreiro e paladino que ampliam os efeitos de marcas e desafio divino. Há outros exemplos, mas este dos e-defensores são os que se destacam mais.

Segundo, porque não há um conjurador simples. O Slayer, Knight, Thief, e Warpriest são bem simples, e possuem builds praticamente prontas, onde você só deve escolher os talentos. Do outro lado, não temos algo como um Evoker que só possui 3 magias. Ele é tão complexo quanto o Wizard normal, o que meio que mata a intenção de "linha pra iniciantes".

Terceiro, quando decidiram que o formato essentials era ideal pra dar prosseguimento pra linha 4e. O formato das classes é longo e difícil de ser analisado (requer a leitura da classe inteira, enquanto antes você tinha que ler 1-2 páginas de habilidades, e os poderes do nivel do seu personagem), o fluff é detalhado demais a ponto de ser mais complicado inventar fluffs novos pra mestres cabeça-duras, e a completa e total eliminação de talentos de classe e raciais. Comparada com a 4e clássica, há pouquissimos talentos de classe e raciais na linha essentials. E a maioria é pra mage e sentinel.

Dito isto, eu altero os paladinos pro desafio divino ter a palavra-chave implemento, e o dano ser 1d6/2d6/3d6+sabedoria, e o might challenge adiciona força OU carisma neste dano. Blessed Strenght (pra paladino meio-orc) ganha Might Challenge como pré-requisito, e funciona da mesma forma. E permito que xamãs ursos usem Constituição na CA. E deixo guerreiros, bárbaros e battleminds escolherem 4 perícias ao invés de 3 (adicionando percepção na lista de perícias do guerreiro).