Weird Fantasy

[Armitage]

Você é um morto-vivo amnésico amigo de uma caveira necrófila*, que visita um puteiro da luxúria intelectual, tem como inimigo uma gestalt de ratos, vivendo numa cidade no vão da realidade, onde a ideologia molda a geografia.

Esse é o contexto (bizarro) do game Planescape Torment de PC, usado aqui como um exemplo de fantasia bizarra, ou Weird Fantasy. Então, que outros jogos/cenários nessa linha existem, além de Planescape ?

[GoldGreatWyrm]

Spelljammer.

Greyhawk Parody Modules.

Tinha o Rat in a Stick ou algo assim também.

[Armitage]

Spelljammer.

Eu falei fantasia bizarra/esquisita/estranha, e não bisonha/tosca/ridícula.

[Nibelung]

Só pra esclarecer, a primeira categoria é algo que você gosta e a segunda que não gosta?

[GoldGreatWyrm]

Spelljammer é lindo, bem melhor que aquele plágio chato que é Planescape querendo ser intelectual e profundo.

[Elven Paladin]

Eu falei fantasia bizarra/esquisita/estranha, e não bisonha/tosca/ridícula.

Pergunta inevitável: O que você leu de Spelljamer?

E eu não faço a menor do que seja idéia do seja "Fantasia Weird". Pelo que eu posso deduzir pelo nome (tosco, diga-se de passagem) e pelo que conheço de Weird West deve ser a fusão de Fantasia Tradicional com "Qualquer Outra Coisa" e doses de Pretensão Intelectual, o que deve limitar a Dungeons&Discourse (baseado em dois quadrinhos de Dresden Codak) e Amber. Talvez Nobilis entre no meio, mas nunca o li.

[Lumine Miyavi]

Vale perguntar o mesmo sobre Planescape. O que você leu de Planescape?

[Armitage]

Vale perguntar o mesmo sobre Planescape. O que você leu de Planescape?

Bah, de novo nãããão...

Pergunta inevitável: O que você leu de Spelljamer?

Nada. Minha opinião é baseada puramente na primeira impressão que tive ao ver elfos, anões e magos navegando pelo espaço sideral num navio que parece um violão. E na raça jogável mais bisonha que existe: os giff.



..pensando bem, isso é ainda mais bizarro que planescape. Ok, concedo o ponto.

[Elven Paladin]

Nada. Minha opinião é baseada puramente na primeira impressão que tive ao ver elfos, anões e magos navegando pelo espaço sideral num navio que parece um violão. E na raça jogável mais bisonha que existe..

Eu recomendo mais que sinceramente (isso não é pelo mero prazer que tenho em te contrariar, e sim porque eu realmente gosto de Spelljammer) que você ao menos de uma olhada no Spelljammer: AD&D Adventures in the Space por alguns motivos simples:

1. É um cenário realmente fantástico - ou seja, ele deixa de lado todo os clichês espacialescos e pseudo-cientíticos deixa o "Espaço" como algo onde se pode respirar (graças ao flogisto, nas regiões onde ele existe e felizmente ele tende a se concentrar ao redor das naves e mesmo das pessoas) e onde a gravidade funciona de forma exótica (ela funciona no princípio de "da forma mais conveniente possível", onde cada corpo no espaço, como uma nave, ela é um plano que "corta" horizontalmente e atrai outros corpos tanto "acima" quanto "abaixo" - e isso tem consequências hilárias no jogo).

2. Ele lida com temas interessantes e alguns adultos, como escravidão e vingança. Boa parte dos clichês fantásticos são ou evitados ou subvertidos, como os Elfos não são frescos decadentes, os Goblins estão reagindo e retornando depois de quase serem exterminados por Elfos. E o Espaço é muito, muito grande.

3. Ele é engraçado em seus comentários, assim como Planescape. Aliás, ele é o Proto-Planescape, já que foi feito para ser o "Cenário que une Todos Cenários".

4. Giant Space Hamsters. E "A Spelljammer" (A Nave Spelljammer, uma lenda e realidade no cenário) é uma cidadela (ou quase isso) que rivaliza com Sigil em variedade e exoticidade. E soltando um gigantesco spoiler:

SPOILER: EXIBIR

Ela não é exatamente uma nave, mas uma espécie de organismo em forma de nave que precisa de pilotos humanóides capazes de controlar seu "Ultimate Helm" para se reproduzir e gerar as Smalljammers.

5. Giffs não são uma raça bizarra, ao menos quando você conhece outras de Spelljammer.Uma dica: Xix'chil, ou mantídeos humanóides especialistas em modificação corporal, seja deles, seja de outrém. Isso sem falar nos Scro (Orcs, ao contrário, o nome mais cretino que eu já li).

..pensando bem, isso é ainda mais bizarro que planescape. Ok, concedo o ponto.

O quê? Você não está concordando em discordar? Quem é você? O que fez com o Silvincer? Cadê ele/eles?

[shido_vicious]

Spelljammer.

Eu falei fantasia bizarra/esquisita/estranha, e não bisonha/tosca/ridícula.

Don't go there.

A linha que separa o cafona do kitsch é tênue ao ponto do excesso, e o mesmo se aplica à distinção entre o exótico e o estranho demais para funcionar. Tais linhas são difusas e subjetivas, jamais objetivas, porque se balizam enormemente no gosto. O seu pode ser muito diferente do meu*, e nenhum dos dois pode ser dito como absolutamente melhor que o outro -- significa apenas que você gosta ou não.

Um RPG é como uma roupa -- quando ela está no cabide, posso fazer uma avaliação técnica: se as costuras estão bem feitas, se o tecido escolhido é o mais indicado praquela proposta. Mas se ela fica bem ou horrorosa? Aí vai depender do corpo que a veste. É possível avaliar objetivamente se o sistema de regras casa bem com a premissa, e se dito sistema funciona sem bugs, se a informação é apresentada de forma clara e prática -- mas se é legal ou não, aí vai depender do usuário e seu juízo subjetivo.

*Spelljammer também não é minha xícara de chá -- prefiro o Planescape, e com outro sistema que não o AD&D, que não enfatiza as características do cenário que eu julgo como sendo as mais interessantes. Mas um Spelljammer, para mim, é infinitamente preferível a um Forgotten Realms. Como você, eu gosto do cenário do Skyrealms of Jorune -- que um monte de gente aqui não suporta. Mas isso quer dizer que o Jorune é uma pilha de esterco flamejante? Para mim e para você não.

[Gun_Hazard]

Bom dependendo do seu senso de humor tem o Murphys World.

http://www.peregrine-net.com/PGS_PGN_PR ... World.html

[AKImeru]

Spelljammer.

Eu falei fantasia bizarra/esquisita/estranha, e não bisonha/tosca/ridícula.

Então viajar pelos planos = Charmoso
Viajar pelo espaço = Tosco

?

[taverneiro]

Então, que outros jogos/cenários nessa linha existem, além de Planescape

Difícil dizer. Eu colocaria as histórias da revista Heavy Metal (bem como a animação da década de 80) como Fantasia Bizarra. Pra mim, Fantasia Bizarra trata-se do exagero deturpado de algum elemento fantástico. Isso pode pender ao horror, ou à magia, ou a qualquer coisa que o cenário tenha.

Nesse sentido, até algumas histórias obscuras de Conan, o Bárbaro poderiam ser classificadas como "Fantasia Bizarra". A dupla Roy Thomas e John Buscema trabalhavam muito bem as divindades cósmicas que Roward pincelou em sua obra original (com base nos Mythos de Lovecraft). Dêem uma olhada nos primeiros títulos da Revista "A Espada Selvagem de Conan".

Call of Cthullhu oferece tantas coisas "Non-sense" que até fazem a gente ficar longe disso em algumas partidas. Usar os elementos em um mundo fantástico sempre gerou bons resultados. Se você tem acesso ao CoC, pode utilizar tudo que está ali em qualquer aventura. Se, alem do CoC, tiver acesso ao módulo genérico do BRP, pode re-aproveitar até mesmo as estatísticas de jogo.

Por fim, não poderia deixar de citar O Monstro do Pântano. Tudo ali gira em torno do Bizarro.

[publicano]

Engraçado que, apesar da observação da dicotomia tosco/bizarro, hj em dia no D&D Planescape e Spelljammer dariam na mesma, tudo no mesmo contexto, com os navios de Spelljammer viajando pelo Mar Astral.

...

Eu diria que qualquer coisa que se aproxime de um tom lovecraftiano, na fantasia (e na própria literatura de Lovecraft, tudo aquilo que depois ele deu retcon como as Dreamlands)... seria também Weird Fantasy. Quem quiser procurar Clark Ashton Smith vai encontrar boa inspiração pra Weird Fantasy, ele foi o criador do mago Eibon, que até aparece referenciado em trocentas mídias aí, junto com seu Livro de Eibon.

[Lumine Miyavi]

Mas mitos Lovecraftianos são tão... não-fantasy. Afinal, se os PCs podem peita-los fisicamente, acho que acaba com parte da graça.