D&D4: A Estupidificação de D&D ?

[Armitage]

Recentemente, Wolfgang Baur, um designer veterano da indústria, fez o seguinte comentário ao se deparar com um suplemento pra D&D4 ( "Players´Handbook 2" ). destaque para o último parágrafo..

SPOILER: EXIBIR

"There’s no polite way to say this, but a lot of the writing and language in PHB2 are just a little stupid. This isn’t restricted to things like the (embarrassingly bad, half-page-long) index, but rather it’s about the low quality of the prose throughout.

The paragon path for the elf Twilight Guardian starts with “Despoiler! Feel nature’s wrath!“. The Druid entry starts “I am the seeker. I am the stalker. I am the storm.” Both strike me as better left as flavor text on a Magic card than inspirational material for serious D&D players. Maybe it’s just the prevalence of elfy-welfy stuff around the Primal source that’s getting under my skin, but…

Well, fantasy writing has always made room for bombast and overblown, purple prose, but this book cranks it up a couple notches. Words like “peril” and “supplicate” are dropped into sentences that really don’t need them; almost every tagline is “ferocious” or “erupting” or “assaulting”. These are not huge problems; individually, they’re pebbles. But even enough pebbles can be a problem.

Well, flavor is not a 4E strong point, but we’re heading into the realm of comedy this time out. I found myself laughing fairly often, usually not a good sign. Beyond the pulp diction, there’s plenty of other examples of the flavor just not synching up with the mechanics, or failures of language and mythmaking. The devas are reincarnation-flavored and derived from Hindu myth, but their suggested names include Biblical nods like Samel and Zachar (Samuel and Zacharia).

There’s the lurking sense that the designers are cribbing from bad manga, rather than building on the shoulders of the D&D game’s own mythos. That’s a lost opportunity, and it’s a shame that a game that once prized itself on appealing to an educated audience is no longer even aiming for that. Basically, the PHB2 assumes you are sort of an idiot, whereas Gygax always assumed you were smarter than the average reader. The shift leaves me a little offended."

Concordam? DIscordam ?

[GoldGreatWyrm]

Bobagem de velho recalcado.

Basically, the PHB2 assumes you are sort of an idiot, whereas Gygax always assumed you were smarter than the average reader.

RPG é coisa de intelectual.

...

[Lumine Miyavi]

Ou seja, D&D, como livro de RPG, está sendo feito de forma a ignorar a (autoproclamada) "elite intelectual", e por isso, ele é ruim.

Huh.

[Emil]

Basically, the PHB2 assumes you are sort of an idiot, whereas Gygax always assumed you were smarter than the average reader.

Isso me soa tãããão Vampiro: a Máscara na década de 90...

É um elitismo tosco de um lado, e burro de outro: hurr, não lemos mangá, lemos Tolkien.

[Elven Paladin]

Coisa estranha. Do que eu me lembre e que aparecia no "Appendix N" com inpiração e recomendação de leitura, eu só vejo o que era visto nos anos 70 como "literatura pulp vagabunda", afinal nessa época a reputação das histórias fantásticas era tão positiva quanto é a reputação dos mangás hoje por essas bandas.

Parece mais um caso típico de alguém que vê a reputação mais ou menos positiva que Tolkien, Howard e Lovecraft tem hoje,50 anos depois (no mínimo) em que eles foram lançados, e projeta que ela era também mais ou menos positiva em 1975 - quando na verdade, todos esses autores eram encarados de forma não muito diferente que a J.K. Rowling ou como os quadrinhos (comics) eram vistos até o surgimento do selo Vertigo e o lançamento de Sandman .

E RPGistas tem problemas sérios com o ego. Especialmente por ser verem como "acima da média" em questões literárias (e às vezes musical).

[NeverSleep]

Relevante:

http://xkcd.com/915/

Coisa estranha. Do que eu me lembre e que aparecia no "Appendix N" com inpiração e recomendação de leitura, eu só vejo o que era visto nos anos 70 como "literatura pulp vagabunda", afinal nessa época a reputação das histórias fantásticas era tão positiva quanto é a reputação dos mangás hoje por essas bandas.

Parece mais um caso típico de alguém que vê a reputação mais ou menos positiva que Tolkien, Howard e Lovecraft tem hoje,50 anos depois (no mínimo) em que eles foram lançados, e projeta que ela era também mais ou menos positiva em 1975 - quando na verdade, todos esses autores eram encarados de forma não muito diferente que a J.K. Rowling ou como os quadrinhos (comics) eram vistos até o surgimento do selo Vertigo e o lançamento de Sandman .

E RPGistas tem problemas sérios com o ego. Especialmente por ser verem como "acima da média" em questões literárias (e às vezes musical).

Já que você mencionou isso, me parece realmente importante esse fato de esses mundos de fantasia eram mal-vistos na época e hoje esse pessoal que gostava cresceu e se tornou a atual auto-proclamada elite intelectual. Mas algumas merdas de hoje se superam...

[cigano]

E RPGistas tem problemas sérios com o ego. Especialmente por ser verem como "acima da média" em questões literárias (e às vezes musical).

Eu li GURPS Império Romano, sei mais de história que a maioria dos professores formados por esse sistema de ensino ridículo!

sarcasmo

[Madrüga]

A brincadeira parou no segundo parágrafo: "SERIOUS D&D PLAYERS".

Senta lá, Wolfgang.

[3libras]

eu achei a critica dele pertinente.

ele não critica o sistema em si ou o estilo. O ponto que ele aponta para mim é que um livro mesmo que menos "literário" e mais técnico-gamistico ainda assim deve usar de bons recursos de prosa pra criar uma ambiência.

e na opinião dele o PHB2 falha nisso.

a meu ver isso foi uma opção do livro em ser mais "limpo" para novos jogadores.

não sei se novatos leem os livros da 4th com o mesmo feeling do que os garotos faziam quando liam Ad&d nos anos 90 e nem sei se isso é possível. mas a minha impressão é que a coisa mudou.

E sim, os jogadores de rpg costumam ser leitores acima da média, primeiro por que a média é baixa e segundacabamos sendo fãs de literatura relacionada (boa ou má).

[Agnelo]

Eu ia perguntar se essa discussão realmente não acabou, ai resolvi usar o google essa resenha tem mais de dois anos, porque o kimble ou o elfo não trazem pra cá aqueles links dos caras da usenet reclamando que AD&D não é D&D de verdade ou que a terceira edição matou o maravilhoso AD&D? Seria uma boa medida comparativa.

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3Libras, os livros da 4e são manuais porque livros de regras de RPG devem ser manuais, ora. A 4e foi pensada visando um público que não quer perder tempo lendo um livro enrolado, tempo que poderia estar gastando jogando o próprio jogo, ou World of Warcraft, ou God of War, ou Farmville, pombas.

Vinte anos atrás era normal um garoto de 12~15 anos perder uma tarde de perna pra cima atacado pelo tédio, hoje em dia quem tem tempo de não fazer nada? A 4e não foi desenhada visando disputar espaço com outros RPGs, porque isso é perda de tempo, o mercado de RPG é pequeno e D&D dominava esse mercado, ele precisava competir com os outros milhões de hobbies no mundo hoje em dia.

Ah, mas o fluff isso, o fluff aquilo.

Tchê, fluff a gente tem em outras fontes, poxa. Outros livros de 4e, inclusive.

O serviço do livro de regras é apresentar as regras do jogo. Quando eu pego um livro de receitas eu não preciso ler contos sobre cada prato, se eu me interessar sobre isso procuro outro livro.

Editado: A 4e teve e tem problemas, hoje cada vez mais. Masa objetividade dos livros não é um deles.

[publicano]

Fora dizer que SENTA LÁ (2) por conta dos SERIOUS GAME PLAYERS,

Esse que é o problema de fazer um crítica talvez pertinente e fechar ela com um exemplo quebrado por falta de pesquisa.
Se esse sujeito prestasse mais atenção às fontes dos devas, veria que eles não têm uma fonte apenas ligada ao hinduísmo e sim também com o judaísmo.
Pq?

SPOILER: EXIBIR

O hinduísmo está ali no NOME DA RAÇA e no fator REENCARNAÇÃO, mas esses esses nomes bíblicos de exemplo fazem todo sentido, por duas razões básicas: 1) caramba, os devas eram ANJOS... só esse nome... 2) a outra inspiração pros deva são os nephilim, os filhos dos anjos que aparecem no Gênese, essa mistura causa umas punições aí que inclui o dilúvio e em apócrifos famosos tipo Livro de Enoch os pais desses nephilim ficam presos pela eternidade.
O fluffy deva só mistura o conceito reencarnação com procriação. Inclusive sei quem transformou um pouco esse fluffy em seu próprio cenário, o KINN que usa aqui a Spell tb, deixando mais próximo do mito judaico ao tornar a coisa toda uma punição...
No original não é punição mas é redução de poderes voluntária por causa do "amor pelo mundo". Os anjos do gÊnese também amaram o mundo e por isso procriam com as mulheres.

De novo: Esse que é o problema de fazer um crítica talvez pertinente e fechar ela com um exemplo quebrado por falta de pesquisa.

[Madrüga]

Mas um mau exemplo não invalida um bom argumento.

[3libras]

3Libras, os livros da 4e são manuais porque livros de regras de RPG devem ser manuais, ora. A 4e foi pensada visando um público que não quer perder tempo lendo um livro enrolado, tempo que poderia estar gastando jogando o próprio jogo, ou World of Warcraft, ou God of War, ou Farmville, pombas.

Vinte anos atrás era normal um garoto de 12~15 anos perder uma tarde de perna pra cima atacado pelo tédio, hoje em dia quem tem tempo de não fazer nada? A 4e não foi desenhada visando disputar espaço com outros RPGs, porque isso é perda de tempo, o mercado de RPG é pequeno e D&D dominava esse mercado, ele precisava competir com os outros milhões de hobbies no mundo hoje em dia.

Ah, mas o fluff isso, o fluff aquilo.

Tchê, fluff a gente tem em outras fontes, poxa. Outros livros de 4e, inclusive.

O serviço do livro de regras é apresentar as regras do jogo. Quando eu pego um livro de receitas eu não preciso ler contos sobre cada prato, se eu me interessar sobre isso procuro outro livro.

Pior que não, na verdade há uma falsa dicotomia aí. o fato de ser um livro objetivo não significa que ele deva ser escrito de forma pobre. ele só não vai ter construções esdrúxulas ou palavras que você vai ter que buscar no dicionário para saber.

vou dar um exemplo: um dos melhores escritores da nossa lingua, o saramago usa, belamente, uma prosa numa sequência por vezes quase "oral", bem longe da forma "normal" de vermos escrito o português dos livros.
E mesmo assim é algo muito bem feito, pensado e construído. alguém que não leia frequentemente pode lê-lo sem problema. ele usa uma linguagem acessível, apesar de usar o padrão português de portugal fazendo com que uma outra palavra soe estranho para a gente.

o paulo coelho, por outro lado, já tentou fazer isso em algumas de suas colunas e livros e para um leitor acima da média ele soa muito enfadonho e abaixo da qualidade que ele espera, além dos megaparágrafos ao invés de dar uma sensação corrida e de continuidade simplesmente embolar a porra toda e dar vontade de fazer você fechar o livro.

mas óbvio que é uma questão de opnião, que é o que o autor do texto lá de cima deu.

[Agnelo]

Adoro o pouco que li de Saramago, e respeito o cara muito. Mas "alguém que não leia frequentemente pode lê-lo sem problema." com certeza não bate com a verdade. O texto dele é bem difícil de entrar até tu entender como ele pensa.

O que, ao menos pra mim, torna teu argumento mais difícil de acompanhar.

[Russel]

perdoem a expressão chula, mas pra min esse cara tá é com fogo no rabo