Spell RPG

http://www.montecook.com/cgi-bin/page.cgi?mc_los_142

No link acima, há uma entrada no blog do game designer, Monte Cook.

Lá, ele explica bem qual foi o processo de criação da terceira edição.

E ele admite, com todas as palavras:

This strategy relates tangentially to the second point above. The idea here is that the game just gives the rules, and players figure out the ins and outs for themselves -- players are rewarded for achieving mastery of the rules and making good choices rather than poor ones.

Ou seja, os usuarios de magia são mais poderosos não por um falso motivo simulacionista, não porque é "old School", não porque "Aquele que pode alterar a realidade é mais poderoso do que o João-da-Espada" e sim porque o teto de habilidade para jogar de mago é maior do que o do guerreiro.

Requer mais esforço estudar as magias e escolher as mais poderosas do que fazer isso com talentos.

Então cá esta senhores, o motivo do guerreiro ser uma classe que mal cumpre seu papel, o verdadeiro papel dela é ser simples, fácil de pegar e jogar, porém facilmente descartada por um grupo mais experiente, que seleciona um clérigo com domínio da guerra para suprir seus combatentes.

Se um de vocês ousar postar "Mas Akimeru meu querido e delicioso membro, é claro que usuários de magias são apenas melhores do que os não usuários, afinal eles usam magia!" eu irei ser forçado a enfiar hardrive abaixo passagens do Senhor dos Anéis, Conan, Rei Artur e praticamente toda literatura de fantasia já escrita nos ultimos trezentos anos.

Droga, eu poderia ser "old school" e quotar diretamente o Romance dos Três reinos, criado antes mesmo da idade média.

Discutem se quiser.

Impressão minha ou nesse artigo ele diz que todos os erros da terceira edição eram propositais?

Baita trovador esse montecook.

E inspirado aí, eu fiz esse.

http://phieluminando.blogspot.com/2011/ ... ruela.html

Agnelo escreveu:Impressão minha ou nesse artigo ele diz que todos os erros da terceira edição eram propositais?

Baita trovador esse montecook.

Eles não são erros.

Os "problemas" vêm todos quando eles socaram uma metodologia de card game (!!!!!!!!!!) no 3.X.


Eu acho isso tão irônico.

Ah é, vale lembrar isso.

http://thealexandrian.net/wordpress/250 ... of-balance

"Recompensar o jogador que percebe quais as melhores opções, tornando-o mais efetivo no jogo, fazendo ele se sentir mais inteligente" é uma desculpa incrível para o desequílibrio da terceira edição. Sério, eu realmente não esperava por isso. São altas as chances de isso não ser verdade, ou talvez ter sido feito meio inconscientemente, mas se for verdade então a 3e realmente foi a versão mais gamística de D&D (já que incorpora a ideia de competição entre os jogadores para ver quem tem a melhor build). Isso considerando que o desequilibrio antes dela era culpa de estranhos fetiches dos designers por chapéus pontudos.

Lumine Miyavi escreveu:Ah é, vale lembrar isso.

http://thealexandrian.net/wordpress/250 ... of-balance

Ótimo artigo do Alexandrian. Sou bem fã da maioria das visões dele sobre design.

São altas as chances de isso não ser verdade

também torço pra isso não ser verdade.

Já é triste a minha edição preferida de D&D ser desequlibrada. saber que isso foi feito de PROPOSITO é pior ainda

Russel escreveu:

São altas as chances de isso não ser verdade

também torço pra isso não ser verdade.

Já é triste a minha edição preferida de D&D ser desqulibrada. saber que isso foi feito de PROPOSITO é pior ainda

Em casa eu mando pra você uma citação do próprio Gygax dizendo que Guerreiro é pra quem tá aprendendo; quem sabe jogar, vai jogar de Magic User ou Cleric. Isso, em idos de... 1976?

Digo, sempre existiu. Só nunca foi explicitado, a mesma coisa dos roles.

It's not a bug. It's a feature.

Iuri escreveu:"Recompensar o jogador que percebe quais as melhores opções, tornando-o mais efetivo no jogo, fazendo ele se sentir mais inteligente" é uma desculpa incrível para o desequílibrio da terceira edição. Sério, eu realmente não esperava por isso. São altas as chances de isso não ser verdade, ou talvez ter sido feito meio inconscientemente, mas se for verdade então a 3e realmente foi a versão mais gamística de D&D (já que incorpora a ideia de competição entre os jogadores para ver quem tem a melhor build). Isso considerando que o desequilibrio antes dela era culpa de estranhos fetiches dos designers por chapéus pontudos.

Mas não é uma desculpa.

É como o jogo foi feito. Eles propositalmente fizeram opções ruins.

Tipo Magic, onde vem um bando de carta inuteis junto das boas.

Agnelo escreveu:Impressão minha ou nesse artigo ele diz que todos os erros da terceira edição eram propositais?

Baita trovador esse montecook.

E pra completar ele ainda termina o post com uma propagandinha do livro que vai lançar. Baita trovador, MESMO.

Lumine Miyavi escreveu:E inspirado aí, eu fiz esse.

http://phieluminando.blogspot.com/2011/ ... ruela.html

Comentários rápidos sobre o texto:

- ficou muito extenso (imho), podia ter dividido em 2 artigos diferentes, talvez; ou cortado algumas partes, diminuído os exemplos, etc.

- "Tem também um ponto extra, e é detrator principal dessa classe." está como bullet point, devia ser texto normal

- O texto diz que a intenção é falar de tudo pré-4e, mas isso acaba sendo propaganda enganosa, pois se foca unicamente na 3e. Não entendo bem por quê essa escolha, especialmente considerando que a tal "renascença oldschool" se foca na 1e e 2e, para eles a 3e já era o começo do fim;

- O argumento de que "guerreiros podem fazer escolhas ruins e sofrer com elas pro resto da carreira" faz parecer que isso é algo especial dos combatentes, mas não é verdade - vale pra todas as classes. Feiticeiro que aprende magia ruim, clérigo que escolhe uma divindade com domínios fracos, mago que escolhe especialização fraca e abre mão de uma escola vital... isso é algo que abrange o sistema todo, não apenas uma ou outra classe.

Enfim, a maior parte do que o texto diz é verdade, e em muitos pontos vale a pena ler só pela forma divertida com que os pontos são mostrados (apesar de um certo excesso de memes e referências pop), mas eu acho que o timing foi meio inapropriado.

Seria um ótimo artigo a escrever quando a 3e ainda estivesse mais em voga... hoje em dia, os pontos apontados são basicamente conhecimento comum para as pessoas que teriam interesse em lê-lo, então ele perde o caráter informativo e se torna mais uma obra de humor. Não que seja uma má ideia, mas nesse caso seria legal abraçar esse foco de forma consciente, dedicando menos espaço às explicações.

- O argumento de que "guerreiros podem fazer escolhas ruins e sofrer com elas pro resto da carreira" faz parecer que isso é algo especial dos combatentes, mas não é verdade - vale pra todas as classes. Feiticeiro que aprende magia ruim, clérigo que escolhe uma divindade com domínios fracos, mago que escolhe especialização fraca e abre mão de uma escola vital... isso é algo que abrange o sistema todo, não apenas uma ou outra classe.

Na verdade, é coisa de Não-Conbatente mesmo. Feiticeiros podem trocar magias conhecidas em certos níveis, Clérigos podem trocar de divindade e junto com isso, trocam os domínios. E Magos que se especializem em uma escola errada ainda tem ao menos 7 escolas para brincar e com os pontos de perícia que vão sobrar (Int alta, só precisa de 3 perícias) para usar a "Super Perícia" (conhecida como Use Magic Device) ou talentos do Lost Empires of Faerun.

E Druidas não tem como ter escolhas erradas, porque eles são perfeitos.

Enquanto isso, você precisa otimizar o guerreiro e estudar buracos nas regras para fazer algo que o mago pode fazer, ou que pode evocar alguém para fazer.


Você não pode mesmo quebrar isso. O Guerreiro é a classe para iniciantes, jogadores experientes que querem um combatente corporal que defende amigos joga de Clérigo!

Enquanto isso, você precisa otimizar o guerreiro e estudar buracos nas regras para fazer algo que o mago pode fazer, ou que pode evocar alguém para fazer.

Ou jogar com um Gish. Ou um Duskblade ou Swordsage, os "meio-termo saudáveis" e jogáveis entre um "Guerreiro Mané" e um "GOD" (o apelido carinhoso do Mago).

Você não pode mesmo quebrar isso. O Guerreiro é a classe para iniciantes, jogadores experientes que querem um combatente corporal que defende amigos joga de Clérigo!

Ou Druida. Ou Psychic Warrior. Ou qualquer coisa do Tome of Battle.