Lumine Miyavi escreveu:Desprevenido é uma "condição" nova, o inimigo recebe -4 na CA.
Você quis dizer:
granting combat advantage?
Brincadeiras à parte:
Tem variantes e variantes do d20. Algumas boas, outras nem tanto, vez que outra ótimas. Faço coro com aqueles que afirmam que o M&M é uma escolha ótima e muito funcional. Também poderiam ter usado o True20, que tem várias das qualidades do M&M com paradigmas mais usuais (níveis, classes, etc.) -- penso que não seria tão impossível negociar com a Green Ronin para usar o sistema num livro stand-alone de Tormenta (como o sistema foi apresentado inicialmente no Blue Rose).
Mas os caras quiseram fazer a variante deles. Trabalhar em uma variante própria do d20 deve ter sido um dos passatempos mais comuns entre RPGistas na década passada. Nos suplementos os caras já tinham uma maneira própria de trabalhar com as regras (mérito da dita maneira é outro assunto por si) -- quando a Wizards retirou o suporte do sistema, acharam melhor retrabalhar a base para melhor concordar com aquilo que vinham produzindo.
Claro que emprestaram partes de outras variantes. Essa é justamente uma das partes legais da OGL. Pathfinder é OGC, mas o SAGA não. Não sei se esse sistema ainda tem suporte ou não, mas, para simplificar, vamos assumir que ainda que irregular, não é escândalo. Assim sendo, por que não emprestar princípios de outros títulos não-OGC, tipo o ToB? Ah, esse tipo de mecânica legal é heterodoxa demais quando entra a "retrocompatibilidade".
Acredito que esse é o ponto de discordância com o Matheus: ele argumenta a partir de vendabilidade/marketing, quando a sintonia do pessoal tá na linha do produto em si, seu design (funcionalidade, equilíbrio, etc.). Se observamos pelos viés mais marketeiro, assim como com a Paizo, a "retrocompatibilidade" tinha mais função psicológica. Altos FUD em cima da 4e, a postura antipática da WotC -- a propaganda de "retrocompatibilidade" foi mais um apaziguador de medos, um "nada vai mudar, tudo vai ficar bem, a WotC não vai te bater". Só que, ao que parece, muita gente
queria mudanças. Olha quanta variação do sistema mesmo antes da 4e. E aposto que todo mundo tinha a
sua idéia de como deveria ser a 4e -- teve gente que não viu sua idéia lá e reagiu negativamente.
Nesse momento rola uma reação instintiva de fincar o pé no chão.
Mas isso passa e se quer modificar (ou melhorar, mas isso é subjetivo agora). Pega o Pathfinder e títulos como o Ultimate Combat e o Ultimate Magic. Rola uma coisa impressionante de ser capaz de propor mudanças sem jamais dizer que "mudamos/incluímos essas opções que esperamos que vocês prefiram usar porque não tava muito bom no original". Isso vai dilapidando a "retrocompatibilidade", mas não acredito que essa seja uma preocupação como era (alegadamente) na época.
Parece que o Tormenta tá indo pro mesmo lado. Eu gosto disso -- é aí que vamos ver o lado mais original do TRPG. Não tem como "despublicar" o TRPG -- mas ele pode melhorar à medida que se expande com os suplementos. Não é o ideal -- uma etapa de projeto mais minuciosa teria sido --, mas se existe intenção de melhorar (como dar mais opções pra guerreiros com manobras), é interessante analisar e, se for funcional, estar disposto a rever o posicionamento.