Cronologia dos Acontecimentos

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Cronologia dos Acontecimentos

Mensagempor Argon em 22 Dez 2008, 20:15

Capítulo 15 - A Caverna – parte 2

Oitavo dia do primeiro mês de inverno: Tradok tinha razão ao dizer que estão em um labirinto de túneis intermináveis e mal se lembra do caminho tomado quando esteve na caverna na outra vez e agora ou seguem pela passagem que sobrou em frente ou retornam e reiniciam a busca.Mas o anão não perde mais tempo e avança pelo corredor escuro até que alcança um lugar que lhe é familiar. Um salão natural no meio da rocha se abre e com a ajuda do bastão solar que ele porta surge diante de seus olhos outras quatro criaturas hostis. Um zumbi alado como os do dia anterior, dois ghouls e um ser pérfido de longos cabelos grisalhos e a pele deformada como a de um ancião enterrado há alguns meses. Seus dedos terminam em garras negras e ele ataca selvagemmente aqueles que adentraram sua morada.

Tradok o toma como o culpado da morte de sua amada esposa e sua ira também o impele vorazmente contra a criatura. O combate que se segue é violento e sem tréguas. Aenis usa sua esfera flamejante e consegue evitar que os ghouls os ataquem pelos flancos. Verde atinge um golpe preciso no zumbi e de pronto o elimina. A estranha criatura por sua vez é ardilosa e após atacar recua rapidamente evitando ser cercada pelos demais.

Os heróis concentram-se primeiramente nos ghouls e cabe a Yash os golpes finais em ambos. Bastava agora eliminarem o novo oponente que apesar de evasivo acaba por ser cercado e também derrotado pelo grupo. Um pouco mais calmo Trodak reconhece que o algoz de sua esposa era um ser similar àquele, porém ainda mais forte e perigoso. Ele diz que são Wights, criaturas que perderam a alma e que tentam incansavelmente abrandar seu desejo de reavê-la consumindo a energia vital dos vivos.

O rumo a seguir agora parece definido porém eles sabem que muito em breve enfrentarão o líder daquele lugar, mas o anão está confiante pois já percebera que ele e seus novos companheiros estão mais preparados que anteriormente e crê que dessa vez eles possam dar um novo final àquela história...
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Cronologia dos Acontecimentos

Mensagempor Argon em 24 Dez 2008, 18:25

Capítulo 16 – A Caverna – parte final

Oitavo dia do primeiro mês de inverno: Os heróis seguem explorando os frios e escuros corredores da imensa gruta. Tradok e Borandor tomam a frente do grupo e avançam por mais um corredor para saírem em outro grande salão ainda maior que o anterior. Quatro ghouls os avistam e partem para cima deles impedindo-os de deixar o corredor e são bastante eficientes em contê-los e barrarem o avanço dos demais. Ainda no salão dois wights mantém-se a distância preparados para atacar os que superarem o cerco criado pelos mortos-vivos. Um deles de aspecto ainda mais aterrador que o anterior não deixa dúvidas sobre ser ele o líder daquele lugar.

Yash, Aenis e Derrin tentam dar suporte com armas disparadas a distância e magia mas obtêm pouco efeito prático. O anão então invoca o poder de Moradin repulsando e ferindo as criaturas que os cercavam. Borandor aproveita a oportunidade, abandona a luta com os ghouls e investe contra o líder. Com a brecha formada Derrin, Verde e Yash podem passar e assumem a posição deixada pelo cavaleiro.

O combate que se segue é brutal mas a determinação de todos não pode ser contida pelas criaturas e logo elas começam a tombar até que o eladrin também se vê livre para apoiar Borandor contra os wights. Tradok ainda tem dificuldades para sair do cerco dos ghouls e à distância vê o eladrin dar o último golpe no algoz de sua esposa.

Em seu íntimo ele pragueja pela criatura não ter tombado pelas suas mãos mas reconhece que sem o grupo jamais teria conseguido e quando finalmente se livra dos ghouls também parte para cima do ultimo wight que logo sucumbe.

Na outra ponta do combate Derrin, Yash e Aenis trabalham bem e também eliminam os ghouls remanescentes, mas não há tempo para comemorações. Um briho púrpura é avistado do outro lado do salão, todos se aproximam e percebem tratar-se de um portal mágico que Aenis descobre ser pra uma outra dimensão e junto a ele há um vulto de aspecto assustador.

A criatura parece meio humano meio diabo com um par de chifres, asas e pele avermelhada. Seus olhos são duas órbitas vermelhas e sua voz é áspera e grave. Ele porta uma espada larga flamejante e traz consigo o Livro de Vecna na outra mão. Usando o idioma supernal ele se faz entender por todos, seu desprezo pelos mortais fora contrariado pelo sucesso no combate que ele acabara de presenciar, mas ele diz que haviam destruido a obra de anos de sua senhora e que agora deveriam sofrer as conseqüências. Aenis ordena aos demais que o cerquem pra que ele não fuja pelo portal com o livro mas ele ri afirmando que o livro não poderia mesmo deixar aquele mundo.

O ser é reconhecido por Tradok como um Cambion um dos agentes dos senhores dos nove infernos. Ele ainda provoca o anão mostrando-lhe uma parede com pilhas de ossos das vítimas de seus ataques e experimentos ao longo dos anos apontando onde estariam os restos mortais de sua esposa. O anão se enche da fúria contida por anos pois finalmente encontrara o responsável pela maior dor de sua vida.

Os heróis então iniciam o último e letal combate daquele dia. Cansados e esgotados pelos encontros anteriores dispunham de poucos recursos contra aquele ser, mas sua grande qualidade repousa não só nas habilidades individuais e sim no trabalho em equipe e novamente isso fez toda a diferença.

Derrin o atinge com suas adagas, Aenis com seus mísseis mágicos e Yash com suas flechas. Tradok ergue seu martelo contra a criatura que contrataca com a espada de fogo. A dor das chamas em combustão sobre seu corpo não impede o anão a seguir lutando e logo seus novos companheiros cercam o inimigo, tornando-o alvo de inúmeros e poderosos golpes que pouco a pouco vão minando a resistência da criatura que se julgava tão superior e não acreditava ser possível ser vencida pelo grupo.

Perto do fim ele reconhece a derrota iminente e prediz a vingança de sua senhora. Ele ainda olha pros eladrins e diz que terão fim similar ao de Seleene. Uma imagem espelhada da eladrin guerreira supostamente morta na necrópole surge atrás do portal mágico. A visão da jovem em sofrimento e agonia intensa move os ânimos de Verde e surpreende Aenis. O diabo ainda diz que foi através dela que souberam onde estaria o livro quando foi tomado em Paranor.

A imagem desaparece e logo o ser maligno tomba finalmente, cabendo a Tradok o golpe final. A ira do anão é tanta que ele chega a quebrar seu martelo esmigalhando o crânio da criatura. Seu corpo e equipamento são rapidamente consumidos por uma brisa mágica que surge do portal e no fim apenas o livro permanece ali. Aenis o retoma e o prende em seus pertences. Tradok se afasta em direção aos ossos e Derrin tenta achar algo de valor junto aos corpos das criaturas abatidas se afastando também.

Verde pede para o grupo seguir com ele pelo portal para ajudar Seleene, mas Aenis, preocupada apenas com o livro, é contra e não parece acreditar que o eladrin se importe realmente com a guerreira ainda viva e aprisionada. Ela uma vez mais pergunta sobre suas reais motivações para estar ali e ele responde que veio apenas para destruir o altar do lado de fora da caverna.

Yash e Borandor se juntam a maga eladrin e se preparam para partir. O morris diz que aquela imagem podia ser um engodo do inimigo, uma tentativa de os fazer cair em uma armadilha ao seguirem pelo portal, mas Verde não se convence e diz acreditar que a jovem ainda vive e que não pode abandoná-la, mas ele reconhece não poder resgatá-la sozinho e aceita voltar com os demais.

Tradok vasculha a pilha de ossos e encontra um objeto familiar. Um pingente de ouro presente dele para a esposa. O achado faz seus olhos se encherem em lágrimas e ele ora por sua amada dizendo que sua alma agora vingada pode enfim descansar em paz.

O ladino acende um outro bastão de luz e se embrenha por outros corredores não explorados. Tradok o chama e preocupado com sua segurança tenta seguí-lo. Os demais fazem o caminho de volta até a saída da caverna.

O anão encontra o ladino pouco a frente e ambos percebem um reflexo de luz metálico na parede de um dos corredores. Derrin diz pra que o anão o deixe e siga com os outros mas Tradok não se engana com aquele brilho e avança um pouco mais. Eles encontram outro pequeno átrio com uma brecha no teto por onde entrava um fino feixe de luz do sol e que reluzia em algumas moedas. Logo ambos encontram em meio a itens mundanos e estragados pelo tempo um valioso tesouro. Derrin tenta afanar um punhado de moedas mas o anão percebe e ameaça puni-lo e contar aos demais se tentar novamente. Eles então retiram o que conseguem de valor do lugar e também retornam para fora da caverna.

É a primeira vez que todos vêem o anão sorrir quando ele e Derrin surgem com itens mágicos, ouro e gemas. O espólio entretanto, nem de perto se compara a sensação de realização que Tradok tem por ter concluído sua tão almejada vingança...
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Mensagempor Argon em 28 Dez 2008, 22:08

ENTRECENA – Parte 01 – O Diário de Rômulus Emmerich

À exceção de Verde, ainda remoído pela lembrança da imagem de Seleene, todos se mostram animados com os espólios obtidos e logo tratam de fazer a divisão do prêmio. Tradok é quem mais se empolga ao tomar posse do martelo mágico encontrado, uma relíquia de seu povo que agora lhe pertenceria. O anão ainda aproxima-se de Yash e Aenis e estende a eles o que parecia ser um caderno de anotações que ele diz ter encontrado junto ao tesouro. Tratava-se de uma espécie de diário particular com alguns desenhos a mão e figuras e encontrava-se bem desgastado pela ação do tempo mas Yash consegue reconhecer um símbolo estranho com três esferas unidas por uma espécie de triângulo e lembra-se de tê-lo visto na capa do livro dos mortos e em um colar que Garel portava quando fora assassinado em Troy. Aenis toma o pequeno livro e começa a ler para os demais aquilo que ainda era possível.

Entre referências pessoais e outras anotações eles descobrem que o autor da obra se chamava Rômulus Emmerich e que fora um dos sacerdotes de Ioun fundadores do conhecido mosteiro de Avandra na região de Troy. O local apesar de dedicado a deusa da mudança ainda hoje é também local de peregrinação e ordenação de seguidores da deusa do conhecimento.

O autor parecia ser uma pessoa sensata e em dado momento chega a citar que mesmo sendo um sacerdote nunca se permitiu ao fanatismo pois segundo ele tal exagero da fé cega a sabedoria e ele era ávido pelo conhecimento da verdade vindo ele de qualquer fonte.

Embora não pairassem dúvidas sobre a sua crença e ordenação a Ioun, em vários momentos ele fazia alusões uma outra seita a que pertencia. Em momento algum ele cita o nome daquela espécie de sociedade secreta mas menciona que teria ficado com a guarda de um importante objeto por determinação de seus líderes. Desde então ele deveria deixar as grandes cidades e viver em exílio e longe de todos, e assim, por vários anos ele se refugiou no mosteiro até que veio a guerra quando então ele conheceu um clérigo de Bahamut que logo se tornaria um herói local e mais tarde também fundaria uma igreja na nova vila surgida a apenas alguns quilômetros do mosteiro.

Sua amizade com aquele senhor fora bastante mencionada em todo o diário e entre tantos assuntos em comum era notável a preocupação que detinham em relação ao crescente aumento de cultos a deuses malignos na região surgidos ao longo dos sete longos anos de conflitos e também no pós-guerra. Nos úlimos anos havia especial menção aos seguidores de Vecna nas proximidades da recém reconstruída cidade de Paranor e graças a influência da igreja de Bahamut como culto dominante entre os draconatos sobreviventes na região eles evitaram que aquela igreja se expandisse para outros lugares.

Tradok então interrompe a maga eladrin alegando que após ter-se ordenado também, como já conhecia bem a região, fora escolhido e enviado a Paranor para investigar e tentar corromper a igreja de Vecna, pois os draconatos há anos se tornaram minoria na região e o culto já tomava vulto entre os moradores. Borandor ainda comenta o encontro com Aldar quando deixavam a necrópole, na ocasião o militar dizia estar a procura de redenção pelo seu passado salientando o perigo que falsas promessas podem criar em mentes mais sugestionáveis ou naqueles que passam por momentos de desespero. Todos notam que o cavaleiro diz isso como quem sabe do que está falando, como se ele já tivesse usado deste recurso para coagir ou extorquir alguém.

Aenis então retoma a leitura do diário e atinge um ponto interessante onde o sacerdote já velho relata um encontro inusitado com um clérigo eladrin. Segundo Rômulus fora a primeira vez que vira um de sua raça e ele o havia procurado de forma dissimulada alegando interesses comuns embora a primeira vista parecesse algo improvável entre suas crenças. Ele dizia saber onde estar os verdadeiros responsáveis pela igreja de Vecna na região mas que ele teria de confiar nele e ir sozinho antes de poder voltar com ajuda pois o eladrin não mostraria o local de outra forma.

Questionado sobre seus motivos ele apenas alegou servir aos interesses de seu povo e que de alguma forma ainda obscura para o sacerdote a presença da igreja de Vecna ali ameaçaria o futuro de sua raça.

Rômulus concorda em ir com o estranho mas pede um tempo primeiro e procura o amigo sacerdote de Bahamut fazendo-o aceitar ficar com a guarda do objeto de sua seita sem dar-lhe muitas explicações. Ele também deixa um colar com o amigo dizendo aumentar a longevidade do portador além de permitir que outros pudessem identificá-lo como seu amigo se algo ocorresse a ele ou ao objeto. Antes de deixar o templo do deus dragão ele ainda adverte o sacerdote que se algum dia um estranho aparecesse com uma mensagem que fizesse referência a algo que havia perdido ambos os olhos que ele devesse apertar o colar junto ao peito enquanto segurasse o objeto com a outra mão em um local onde ele pudesse ver o céu mesmo que a noite ou se encoberto estivesse e logo alguém viria para levá-lo em segurança.

Derrin cabisbaixo confirma que após invadirem a igreja pelos fundos e subirem até o segundo andar teriam encontrado o padre que parecia estar orando em pé com a mão postada ao peito enquanto ainda segurava o livro de frente para uma janela aberta em seu quarto. Murrai o assassino que liderava o grupo aproveitou-se de seu descuido e o atacou mortalmente pelas costas não dando chances ao velho senhor. Yash tem vontade de matar o ladino após ouvir suas frias palavras mas se contém ao perceber um certo remorso nos olhos daquele homem. Derrin ainda diz que haviam observado a igreja e seus moradores por vários dias e que haviam decidido entrar quando todos estivessem na festa no forte. Ele e seus comparsas cuidariam da meio-orc primeiro enquanto outros dois pegariam o livro. Ele não sabe porque o padre e as crianças haviam voltado para a igreja pois tinham visto todos saindo do lugar e só a meio-orc deveria estar la dentro. Após matarem o padre, as crianças no quarto ao lado estranhamente começaram a chorar e pedir por socorro. Eles então ouviram passos no andar de cima e decidiram fugir antes de conseguirem saquear o lugar. Parte do grupo escapou pela mesma janela aberta enquanto os outros seqüestravam as duas crianças saindo com elas pela porta da frente.

Yash parece acompanhar toda a cena em sua cabeça e sente-se culpado por ter feito o ancião retornar a igreja naquela noite. Ele se lembra da estranha mensagem enviada por seu pai, a cabeça empalhada de um pequeno macaco sem os olhos e as pálpebras costuradas agora parecia fazer algum sentido. Ele conta a todos porque o padre voltou com as crianças à igreja e Aenis se lembra do que Verk dissera e comenta: - Romulus não devia saber dos objetos de seu povo Yash. Talvez fosse uma forma de protegerem o livro que ele devia julgar ser apenas um diário mágico que poderia indicar onde estaria o Necronomicron. Verk estava certo, quem quer que estivesse com o livro só poderia descobrir que era o próprio tomo dos mortos de Vecna quando usasse os objetos sobre ele, pois até então uma magia o manteria disfarçado como um diário apenas.

Yash confirma que cerca de duas semanas antes de chegar a Troy algo estranho ocorrera em sua vila. Os líderes anciões passaram a agiar dissimuladamente e todos os guerreiros foram repentinamente enviados em buscas nas redondezas. O morris agora crê que o motivo disso tenha sido o roubo dos artefatos de seu povo. Mas não tem idéia de como conseguiram fazer isso sob a vigília constante dos guardiões Isha, os melhores guerreiros narayans. Ele também se lembra do clérigo de Avandra dizer que nem os elfos e a proteção de sua floresta encantada poderiam garantir segurança para a ameaça que viria.

Aenis retoma a leitura da parte final do diário, onde Rômulus conta como chegou até a caverna e ele e o eladrin foram capturados por diabos que usavam o lugar como passagem entre o seu mundo e este. Eles foram torturados e usados em experimentos cruéis. Aenis reconhece a escrita élfica na última folha do diário, certamente havia sido escrita pelo eladrin...

- Não posso mais evitar que as criaturas me dominem. Eles me usaram para erguer um altar profano do lado de fora. Ali eles criam mais e mais monstros para servi-los em seu propósito maligno. O servo de Ioun que veio comigo há muito perdeu sua vontade. Eles também o transformaram em um morto-vivo sem alma e que agora assombra e lidera este lugar maldito. Ele não me reconhece nem tampouco as vidas daqueles pobres amaldiçoados que aqui são trazidos para também virarem seus escravos eternos. Poucos são aqueles que tem a sorte de morrer no processo de transformação ou porque os malditos ghouls não se controlaram em devorar-lhes as entranhas. Sinto que meu destino não será tão diferente ao dele. Estou fraco e meu corpo e minha mente não mais respondem a minha vontade. Me lamento ainda ter encontrado este diário em nosso cárcere de tantos anos, talvez a última prova de nossa existência mas lê-lo pode ter colocado em risco aquilo que Rômulus tanto tentou proteger. E de todos eladrins eu sou o último que deveria estar aqui pois reconheço o símbolo na capa deste livro e sei da história do humano que o portava e de sua angustiante procura por uma forma de destruir o artefato do mal. Lembro quando ele procurou por meu mestre, logo meu mestre, pedindo a ajuda e sabedoria do povo élfico para evitar que todos sofressem pelos erros dos humanos, e então meu senhor disse: - Se algo não pode ser destruído só lhe resta tentar escondê-lo e muitas vezes a melhor forma de fazê-lo é exatamente pô-lo no local mais óbvio de se achar, no entando, também fazer depender de tantos e tão diferentes para se tê-lo, tornaria difícil que o fizessem sem que aqueles que o protegem fossem alertados e pudessem mudar o esconderijo antes que o encontrassem. Há humanos entre vós que há muito conseguem manter segredos e os protegem por gerações. São conhecidos por Narayans e descendem dos primeiros de sua raça neste mundo.

Aquele humano partiu e meu mestre morreu anos depois sem saber que eu havia escutado aquela conversa. Hoje eu desejaria nada disso saber mas espero que os ensinamentos de meu mestre tenham sido seguidos a risca afim de permitir que outros tenham sido alertados e possam evitar que o artefato seja descoberto. Torço ainda pra que alguém descubra este diário um dia, e possa nos perdoar pelo que nos tornamos e pelo que fizemos ou ainda iremos fazer em nome das criaturas que destruíram nossas almas... --- AVEC SUNDAT FENMIOR ETEERNIEH ----


Aenis conclui a leitura do diário comentando que talvez o eladrin tivesse se tornado o necromante enfrentado na necrópole, pois seus acólitos portavam os objetos do povo de Yash e apenas ele deveria ter conhecimento deles.

Enquanto todos discutem sobre o diário Aenis percebe que Verde não está mais ali. Ela pergunta por ele e Derrin diz tê-lo visto até que ela falasse aquelas palavras estranhas. Ele acha que o eladrin ficou diferente após ouvi-las mas não se importou e agora que ela perguntou ele viu que não mais estava ali.

Tradok saca o martelo e diz para que ninguém o siga, ordenando a todos que deixem a montanha. Decidido a não deixar que a caverna fizesse mais nenhuma vítima ele parte atrás do eladrin...
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Mensagempor Argon em 30 Dez 2008, 19:13

ENTRECENA – Parte 02 – O Ataque à Última Caravana

Enquanto o grupo discute se deve ou não acompanhar o anão algo estranho acontece. Do teto da caverna surgem vários feixes de luz púrpura que em instantes desaparecem sobrevindo um forte estrondo e tremor de terra que quase derruba a todos. Assim que o grupo se refaz do susto eles percebem que um desabamento selou a entrada da caverna e não há como ajudarem o anão ou o eladrin.

Tomando como certa a morte dos dois o grupo lamenta o ocorrido e decide iniciar a descida da montanha. Ao fim da tarde eles atingem o primeiro platô onde pernoitaram há duas noites logo acima da base da montanha. Durante a descida eles carregam o lenhador ainda inconsciente e que havia sido deixado no último acampamento mas mesmo amparado ele não resistiria aos extensos ferimentos e ao frio morrendo pouco antes de alcançarem o platô. Sua alma em paz ao menos serve de alento ao grupo.

A eladrin novamente faz a vigília noturna e com o consentimento de Yash aproveita para folhear e observar o livro com os objetos narayans. Entretanto ela não consegue avançar muito na leitura pois a magia que o protege cansa sua mente e parece escrita em pelo menos três línguas diferentes sendo que ela reconhece apenas o élfico e a língua humana comum suspeitando que também a língua anã teria sido usada.

Perto do início da madrugada ela se surpreende com a aproximação de dois vultos na escuridão. Yash ainda acordado também vê a aproximação dos estranhos em passos pesados mas rapidamente reconhece Tradok que traz o eladrin sobre seus ombros. Eles estão cobertos de poeira e com várias escoriações e ferimentos e Verde parece trazer um corte profundo na cabeça. Os demais também acordam e ajudam o anão a colocar o eladrin perto da fogueira. Tradok retoma o fôlego com uma caneca de água oferecida pelo cavaleiro e conta que achou o eladrin proferindo palavras mágicas em frente ao portal. Logo o lugar começou a aumentar o brilho de antes e explodiu causando um grande desmoronamento na caverna. Ele diz ter muita sorte de não ter morrido soterrado e ter ainda achado uma saída daquele lugar pelo caminho onde ele e Derrin encontraram o tesouro.

Tradok carregou o corpo inconsciente de Verde pra fora da caverna e após estabilizar suas feridas o trouxe nas costas até o acampamento quando enfim o eladrin pareceu acordar. Seu despertar no entanto foi estranho, pois ele não reconhecia ninguém ali com exceção de Tradok que ele vira dentro da caverna. Ele agradece a ajuda do anão e pergunta quem seriam os outros. Aenis se aproxima e se identifica falando em élfico. Ela ainda pergunta se ele teria visto Seleene novamente na caverna. Ele a responde também em élfico mas nega lembrar-se de conhecê-la ou da guerreira eladrin. Ele diz chamar-se Lyfaen e não sabe dizer como foi parar na caverna e quando deu por si esta já desabava sobre sua cabeça.

Derrin acha que o eladrin enlouquecera de vez embora todos achassem estranho que ele se lembrasse do nome do anão. Lyfaen passa a cuidar de seus ferimentos e logo todos cansados resolvem dormir finalmente.

Pela manhã o grupo percebe a ausência momentânea do anão que acordara mais cedo e já iniciara a descida da parte final da montanha. O corpo do lenhador também não estava mais ali mas logo eles encontrariam Tradok perto do casebre dos lenhadores acabando de enterrar e orar praqueles dois homens como prometera.

Eles seguem pela trilha na floresta para alcançarem a estrada novamente mas dessa vez sem surpresas no caminho. Tradok diz que agora a igreja de Vecna em Paranor não seria mais ameaça e que os seqüestros na cidade cessariam. Ele agradece a todos por permitirem que ele se vingasse e ainda ajudasse a causa de sua igreja e pede para seguir com o grupo pois crê que os verdadeiros responsáveis por tudo aquilo ainda iriam cruzar o caminho deles e ele gostaria de estar lá pra enfrentá-los novamente em nome de Moradin.

Yash pondera que iriam apenas até o vilarejo do talho pegar as crianças e levá-las em segurança até Troy e que depois cada um estaria por si novamente, pois ele pretendia com isso inocentar o draconato e a meio-orc provavelmente ainda presos e em seguida retornar a sua vila com os objetos roubados de seu povo. Borandor também lembra que sem as crianças e Verk teriam problemas com as autoridades em Troy e que era responsável pelo retorno do morris.

Tradok então diz conhecer pessoalmente o anão Ravnar, capitão da guarda de Troy e ficaria feliz se pelo menos pudesse compensar a ajuda recebida falando em defesa deles com o capitão.
Todos concordam com a idéia, principalmente Borandor que ainda teme problemas com o Barão por ter tirado Yash e Verk da cadeia sem a permissão de seus superiores e Derrin que vê uma chance de ser absolvido por ter participado do assassinato do padre.

Aenis por sua vez diz estar retornando ao território élfico mas vê em Tradok a chance de conseguir traduzir a parte que não compreendia no livro e com isso quebrar a magia que o disfarçava no diário. Talvez assim ela não precisasse mais dos objetos de Yash para poder ter acesso a todo o conteúdo do tomo de Vecna e essa idéia realmente a animava.

Lyfaen perdido pede a irmã de raça para seguir com ela até os limites da floresta encantada de onde também poderia retornar para casa e Aenis, que não parecia se importar muito, consente.
Naquela tarde do 9º dia do primeiro mês do inverno eles tomam a estrada em direção ao Vilarejo do Talho. Logo a noite cai e com ela outra vez a neve fina e fria dos últimos dias. Aenis pede ajuda ao anão com o livro e Trodak usa os artefatos de Yash para confirmar que a língua anã também faz parte da magia que disfarça o livro. Juntos eles começam a compreender como fazer para retirar o encanto mas o cansaço mental que isso impõe os impede de ir muito além e por fim decidem continuar em outra hora.

No dia seguinte eles partem cedo e a poucos quilômetros dali se deparam com uma cena que mais lembraria um campo de batalha. Carroças e carga destruídas, mulas e cavalos mortos, corpos de homens, anões, draconatos, bugbears e de muitos goblins estão espalhados pela estrada. Abutres e alguns lobos devoram os restos de goblins e fogem arrastando carcaças na direção da floresta com a aproximação do grupo.

Embora parcialmente cobertos pela neve dos últimos dias Yash se precipita a vasculhar os corpos dos homens reconhecendo pelo menos dois como pertencentes a escolta de Verk que partiu de Paranor e mesmo que tenham procurado várias vezes eles não encontram os corpos do clérigo de Avandra ou das crianças. No entanto ele vê rastros de algumas carroças terem deixado o lugar em direção a Paranor bem como de cavalos em direção ao vilarejo do Talho. Suas esperanças que tenham sobrevivido se renovam e ele ainda nota alguns rastros quase totalmente apagados pela neve em direção à floresta.

Tradok ainda reconhece os corpos de vários amigos anões e de um draconato filho do mercador Jharannos “Hálito Forte” uma espécie de prefeito do vilarejo do Talho que deveria estar retornando a Paranor para passar o inverno com a família. Ele retira um pequeno amuleto com uma ametista do pescoço do cadáver prometendo entregar a seu pai quando retornasse a Paranor.

O grupo se reúne para decidir se segue em direção ao Vilarejo ou atrás dos rastros na direção da floresta.
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Mensagempor Argon em 31 Dez 2008, 11:27

Capítulo 17 – A Aldeia Goblin

Dia 10 do primeiro mês de inverno: O grupo decide seguir os rastros em direção a floresta ponderando que se Verk ou as crianças escaparam e voltaram para Paranor, mais perto, ou para o Vilarejo do Talho um pouco mais distante, eles estariam seguros. Porém, se tivessem sido capturados e levados para a floresta necessitariam de ajuda imediata.

Aenis volta a ouvir a estranha voz ecoar em sua mente dizendo “só o livro importa, traga-o a mim” e Lyfaen estranhamente olha pra ela perguntando se havia dito alguma coisa como se também tivesse escutado algo. A maga disfarça e evita dar explicações ao eladrin.

Yash segue a frente na planície descampada e apesar da neve que os atrasa e encobre parcialmente os rastros ele encontra alguns goblins caídos pelo caminho, possivelmente vítimas de ferimentos sofridos na emboscada a caravana e que não resistiram ao retorno.

Perto do fim da tarde eles já se encontram a beira da floresta e percebem um monte elevar-se em platô. Cercado por árvores e com uma rampa natural em um dos lados, único acesso direto a clareira que se formava ao centro onde os inimigos ergueram uma aldeia goblin.

Ao final da rampa duas pequenas torres de guarda permitiam visão ampla da entrada do lugar tornando a invasão por ali bastante arriscada. Derrin e Yash então rumam até uma das encostas e o ladino se prepara para escalá-la. São cerca de quinze metros de parede escorregadia por causa do gelo, e, embora as re-entrâncias naturais e o equipamento reduzissem significantemente o trabalho do ladino ele precisaria usar de toda sua habilidade para superar o desafio. Ao atingir o topo ele manda uma corda para Yash que também sobe com dificuldade.

Os dois então se embrenham furtivamente pelas árvores tomando direções divergentes. Próximo a borda da clareira Derrin dispara uma armadilha e por sorte a seta envenenada não o atinge. Ele tenta avisar Yash do perigo mas também o morris dispara outras duas setas pelo caminho que felizmente erram seu alvo despejando um líquido negro nos troncos das árvores atingidas. Derrin resolve voltar para perto do narayan, no caminho ele vê o gatilho de uma das setas disfarçado por folhas e mato e consegue contornar com segurança, mas assim que avistam o que parece ser uma jaula de madeira ele se precipita na direção do pequeno cárcere fazendo disparar outra armadilha que dessa vez o atinge em cheio no ombro.

Yash vê que Derrin fora atingido e se contorce em dor para retirar a seta encravada em seu corpo. Ele tem dificuldades pra seguir e pede um tempo ao narayan. Um líquido negro se mistura ao sangue que mancha sua armadura de couro, mas a saúde do ladino é boa o bastante para evitar que o veneno se espalhe rapidamente e logo ele já pode ajudar Yash com a jaula.

Dentro do lugar eles observam três prisioneiros, um homem, um anão e a jovem Milla quase inconsciente. Derrin corta as amarras de uma das toras e eles abrem uma brecha na jaula resgatando a todos. Um sentinela goblin passeia solitário pelo centro da aldeia mas não percebe de imediato a fuga. Yash tem que carregar a jovem pois está muito fraca para andar sozinha. Ele ainda percebe outro anão amarrado numa espécie de totem ritualístico do outro lado da clareira.

Eles fogem com os prisioneiros pela encosta mas quando o último começa a descer o sentinela percebe a jaula vazia e faz soar uma trombeta que ecoa alto no centro da aldeia.

Os outros escutam o alerta e se juntam a Yash e Derrin. Eles ainda acreditam que Verk e o garoto possam estar presos em algum outro lugar na aldeia mas o anão prisioneiro diz que há apenas outro anão captivo naquele lugar. Tradok se enerva ao ouvir tal informação e saca seu martelo se preparando para o combate. Borandor também saca sua arma dizendo que não conseguirão fugir com os prisioneiros sem enfrentarem os inimigos. O morris concorda e orienta a Lyfaen que fique e proteja aquelas pessoas.

O grupo então avança destemido em direção à rampa para outra batalha mortal...
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Mensagempor Argon em 09 Jan 2009, 20:23

Capítulo 18 – Tarde Sangrenta

Dia 10 do primeiro mês de inverno: Ao fim da tarde o grupo avança contra a aldeia goblin, Borandor o mais destemido se lança em investida contra os primeiros oponentes mas logo perceberia que esta se mostraria uma ação suicida.

Vários goblins e bugbears atacam os heróis enquanto besteiros do alto das pequenas torres tem visão privilegiada de seus alvos. Gorack, o bugbear líder das criaturas, aparece mais atrás esperando que seus bravos guerreiros dêem conta da situação. Das pequenas tendas surgem mais e mais criaturas e logo um combate sangrento se inicia tingindo de vermelho o chão coberto pela neve.

Desfalcados do eladrin que ficara protegendo os prisioneiros e de Derrin que avançava pela lateral através da mata os heróis parecem presa fácil no covil das criaturas e o final do encontro é fortemente previsível em favor dos inimigos.

Borandor logo é cercado e cai mas Tradok vem em seu socorro e consegue salvá-lo da morte certa restituindo ainda sua capacidade de combate. A interferência do clérigo de Moradin se mostrou crucial neste momento e certamente mudou os rumos daquele combate.

Aenis com sua magia elimina de imediato boa parte dos primeiros goblins dando tempo aos demais de chegarem e apoiarem o anão e o cavaleiro. Os heróis então conseguem igualar forças com os ferozes bugbears enquanto os goblins que se aproximam continuam caindo rapidamente sob o poder da eladrin.

Ela ainda consegue manter o líder a distância com sua esfera flamejante e logo Derrin o surpreende pelos flancos iniciando seu combate pessoal contra Gorack. O astuto ladino acerta uma de suas pernas reduzindo bastante seu deslocamento enquanto retorna pra ajudar os outros ainda em dificuldades.

Aos poucos os heróis vão minando os reforços inimigos fazendo cair a capacidade bélica da aldeia mais uma vez pela força estratégica do grupo. Logo os grandes bugbears também tombariam deixando seu líder com poucos goblins para defendê-lo.

Gorack se vê acuado e avança para perto do totem. Yash e Borandor temem que ele possa usar algum poder junto aquela estrutura e alertam que devem impedi-lo antes que ele o alcance.

Derrin quer enfrentá-lo mas desencorajado pelos outros que partem pra cima da criatura ele tem que ficar e eliminar os inimigos restantes que embora fossem poucos ainda eram ameaça para a maga se fossem deixados em combate direto contra ela. O ladino percebe o risco que a eladrin corre e da uma bronca nos demais por terem falhado com sua estratégia até então imaculada e tão determinante neste e nos últimos encontros, mas por sorte e habilidade da eladrin também ela supera seus inimigos se juntando rapidamente aos outros para o assalto final.

Alguns poucos goblins ainda deixam suas tendas para participar do combate e encontram o grupo determinado a vingar o ataque à caravana e a seus amigos. Gorack é então cercado e em pouco tempo já sangra copiosamente com os vários e poderosos golpes sofridos.

Como suspeitavam ele tenta se aproximar do totem mas Borandor mesmo se arriscando evita que ele consiga utilizá-lo e então a criatura se mostra irritada e deixa escapar sua fúria por ter sido traído por comparsas que teriam lhe prometido algum poder misterioso com aquela estrutura.
O pesado bugbear enfim tomba mas uma luz estranha então surge dos olhos do totem e o anão preso em suas amarras parece iniciar uma dor horrível.

Derrin ainda bastante irritado discute com o grupo pela postura pouco precavida adotada a instantes com ele e a eladrin mas é mal respondido por Borandor e pela própria Aenis.

Ignorado pelos outros que se mostram mais preocupados com a condição do prisioneiro ele vira as costas para o novo problema e se dirige a tenda do líder atrás de espólios parecendo selar de vez suas chances de redenção com o grupo.

Tradok já bastante ferido vê o irmão de raça sofrer e parte em seu socorro mas um poderoso campo de energia o repele para longe quase o matando. Aenis tenta compreender o que acontece e reconhece runas élficas similares às encontradas no estranho altar perto da caverna concluindo que o anão preso estaria sendo transformado em um morto-vivo naquele instante.

Ela tenta usar seu poder contra a estrutura para impedir que o ritual se complete enquanto Tradok ainda se recuperando do choque diz que devem se preparar pro pior pois o totem já teria sido preparado previamente e por isso o efeito se concretizaria rápido.

Aenis usa todo o seu poder para destruir o totem profano enquanto o corpo de Gorack se desmaterializa diante dos olhos de todos parecendo se incorporar no corpo do anão, transformando-o num enorme e aterrador monstro zumbi. Felizmente quando o ritual estava prestes a se concluir a maga eladrin consegue destruir a estrutura, suas forças se esvaem momentaneamente e ela precisa ser amparada pelo cavaleiro pra não cair.

O corpo de Gorack então desaparece e o anão reassume suas feições naturais caindo inconsciente. Tradok o livra de suas amarras e estabiliza sua condição vital.

Yash persegue os últimos goblins até que todas as ameaças pareçam enfim eliminadas. Os heróis estão bastante feridos e exaustos mas comemoram contentes por terem resgatado todos sem nenhuma baixa. Yash vai atrás de Lyfaen e dos prisioneiros enquanto Derrin já se decidira e desaparecera em direção a floresta levando consigo o pequeno tesouro do líder Bugbear.

Enfim seu espírito ladino havia falado mais alto, embora ele não soubesse que o ferimento causado pela seta envenenada em breve o condenaria....
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Cronologia dos Acontecimentos

Mensagempor Argon em 14 Jan 2009, 21:03

ENTRECENA – Os Arqueiros Negros

Dia 10 do primeiro mês do inverno: Yash inicia a descida pela rampa para reencontrar-se com o eladrin e os prisioneiros e de cima os vê sob a mira de três arqueiros encapuzados. Seus rostos são parcialmente cobertos por véus escuros expondo apenas seus olhares atentos. Eles portam uma capa externamente negra e tingida de verde musgo na face interna e trazem ainda um par de espadas curtas na cintura. Seus arcos longos são magicamente adornados e muito bem trabalhados o que faz com que Yash descarte logo tratar-se de ladrões comuns.

Ele tenta ser furtivo e prepara sua arma mas antes que possa disparar as duas flechas irmãs ele escuta uma voz feminina soar próxima: -PARE Narayan! Não somos teus inimigos, então não nos obrigue a matá-los pois nada vai impedir-nos de recuperar aquilo que viemos buscar. Largue suas armas e eu garantirei a sua segurança bem como daqueles que protege, do contrário tua honrosa luta neste platô terá sido em vão.

O morris se vira e vê a pequena distância outros três arqueiros mirarem contra ele. Um deles ao contrário dos demais expõe sua face mostrando-se uma bela ranger meio-elfa de olhos claros. Ela porta um colar muito parecido ao que ele vira com Garel na noite em que fora assassinado.

Ele pergunta quem são e porque os estavam ameaçando se não eram inimigos e a jovem responde que seu nome é Lyana, que os arqueiros eram seus comandados e que estavam atrás do livro roubado do padre Garel no dia de seu assassinato em Troy.

Yash tem poucos instantes para decidir-se e pondera sobre seus ferimentos e dos demais bem como o fato de terem a pequena Milla mortalmente vulnerável sob suas miras e, embora não se deixe intimidar pelo estranho grupo uma nova luta seria suicídio naquele momento. Intimamente ele admira as feições da ranger e sente verdade nas palavras da bela moça. O morris então repousa suas armas no chão e se permite ser conduzido até os demais enquanto um dos arqueiros carrega seus objetos bélicos. A jovem acena pros outros mandando-os trazerem o eladrin e os prisioneiros de volta ao platô enquanto Lyfaen carrega a ainda enfraquecida Milla.

Yash se preocupa com a condição física da menina e Lyana promete ajudar assim que entregarem o livro.

No caminho o morris pergunta o que a faz ter tanta certeza que eles estariam com aquele objeto e como eles teriam chegado até aquele lugar e a jovem diz que o padre ancião havia conseguido informar sua localização antes de morrer. Ela entrega que o amuleto que ela usa é capaz de localizar o último ser vivo que manteve posse do livro por mais de um dia. - Inicialmente ele apontava para Troy e depois ao Vilarejo do Talho onde há dois dias encontramos um meio-elfo clérigo de Avandra vítima de uma emboscada na estrada e bastante debilitado por uma seta carregada com um poderoso veneno. Ele confirmou ter estado em Troy e posteriormente com o livro mas que haviam sido roubados em Paranor e seus amigos teriam partido para tentar recuperá-lo. O pobre sacerdote mesmo fraco fazia de tudo pra salvar a vida de uma criança também vítima dos ferimentos do ataque e orava fervorosamente para que seus amigos pudessem retornar e resgatar outra criança tornada prisioneira pelos assaltantes, mas bastante enfraquecido não conseguia executar seus poderes de cura e desesperado ele pediu que o ajudássemos em troca destas informações. Fornecemos poções de cura que talvez tenham salvo o pequeno humano, mas temo que ele mesmo não tenha sobrevivido da condição em que se encontrava, pois nada podia ser feito por ele. A ranger conclui sua frase com certa tristeza no olhar e ainda pergunta a Yash: Ele se referia a vocês não é mesmo? Vocës são os amigos do clérigo de Avandra... mas o morris apenas se cala pesaroso sem no entanto negar tal informação.

Partimos e então encontramos os restos da caravana atacada mas o amuleto já apontava na direção da floresta. Seguimos os rastros frescos deixados por vocês e as carcaças dos goblins tombados no caminho e cercamos o platô, mas assim que avançamos vocês já haviam vencido o combate.

Eles se aproximam dos demais que aproveitavam pra cuidar de seus ferimentos e do anão recém libertado mas logo que notam a presença dos estranhos são também surpreendidos por outros quatro arqueiros como os anteriores que acabavam de sair por detrás das árvores . Borandor saca sua picareta enquanto Tradok pragueja tamanho azar ainda com o irmão de raça inconsciente em suas mãos. Aenis ainda se mostra muito fraca por ter usado toda sua força contra o totem e o cavaleiro sabe que não pode contar com seu poder e então se detém.

O grupo pesadamente ferido e exaurido de suas forças sabe o risco que teria se reagisse e por fim se entrega a sorte das promessas da líder dos arqueiros. Um dos que vieram pela mata se mostra ferido no abdômen. Yash reconhece a mancha de sangue misturada com o líquido negro similar ao ferimento sofrido pelo ladino e supõe que o arqueiro deva ter disparado outra armadilha em seu caminho até ali.

Outro arqueiro com voz mais rouca e envelhecida se apressa em olhar a ferida do companheiro e Yash atento nota o volume formado por orelhas élficas sob seu capuz. Ele menciona o termo “morte negra” para a líder para desespero da vítima e pragueja os elfos negros por isso.

Lyana tenta acalmar seu grupo embora se mostre nitidamente ansiosa e preocupada. Yash diz que conhece alguns venenos e se dispõe a ajudar bem como Tradok que ainda mal se apóia no cabo de seu martelo pra ficar em pé. Mas a jovem nega a ajuda e manda que entreguem imediatamente o livro.

Aenis se assusta com a repentina ordem e a ranger põe sua mão novamente sobre o amuleto fazendo surgir uma estranha ave de rapina dos céus. A criatura feita de metal trabalhado em tudo se assemelha a um falcão fazendo um vôo rasante sobre a eladrin sem no entanto atingi-la. Lyana diz que o livro está com a maga e logo três arqueiros miram suas setas para o peito de Aenis.

A tensão aumenta e ela diz que não pode entregá-lo pois toda sua raça sofreria se assim o fizesse mas como dissera antes Lyana não dá outra opção senão a morte de todos. Yash e Borandor ainda tentam argumentar mas outros arqueiros preparam para executar o grupo ameaçando também os prisioneiros.

Lyana tenta conter os ânimos e parece derramar lágrimas implorando para que aquilo não termine daquele jeito alegando que por gerações eles tem defendido e protegido aquele objeto com suas vidas pois ele poderia indicar a localização de um grande mal a todos os povos de Aldus e não somente ao povo élfico.

Yash e Aenis percebem que a jovem não parece conhecer de toda verdade por trás do livro e então o arqueiro mais velho retira seu capuz expondo seu rosto élfico aos demais. Ele diz: -meu nome é Varis. Há muito o alto conselho dos elfos ordenou que eu selecionasse um grupo de guerreiros afim de honrar a determinação e o pedido sincero de um humano de nome Osric. Aquele clérigo de Ioun suplicou a ajuda de meu povo para destruir um artefato que poderia trazer o fim a todos deste planeta, mas também nós não tínhamos poder para fazê-lo então só restava que o ajudássemos a esconder o objeto e garantir que ninguém jamais o achasse. Apenas poucos souberam da história e para garantir que nem mesmo entre nós houvesse como descobrirem o destino da poderosa ameaça parti sozinho pra terras humanas afim de criar um grupo de protetores fiéis ao nosso compromisso. Um diário entretanto, escrito pelo próprio Osric e entregue a nós pelos seus descendentes ainda seria o elo entre a localização do artefato e aqueles que juraram protegê-lo. Assim criamos a Sociedade Secreta de Osric. Humanos, anões, elfos e draconatos vieram e foram ao longo destes anos nossas mentes e nossos olhos. Sempre fazendo com que o diário estivesse sob a proteção de pessoas de alma boa embora nem sempre soubessem realmente o que aquele livro significava. Era melhor assim, acreditávamos que a melhor forma de escondê-lo seria através do tempo, fazer com que ele fosse esquecido e que qualquer menção de sua existência seria apenas creditada a uma lenda do passado que desestimularia os inimigos a querer reconquistá-lo. Nós porém nos manteríamos sempre atentos até que um dia pudéssemos encontrar uma forma de destruir o artefato finalmente.

Ele então se volta a Yash e diz em élfico: -Seus irmãos Narayans há muito esperam que um guerreiro sagrado surja e os livre da incumbência que lhes fora entregue de proteger o artefato e ele possa enfim destruí-lo. Sua honra em guardar o segredo por tantos anos é um exemplo louvável que mantém nossa esperança na capacidade de evolução da raça humana. Se fores da mesma tribo que detém este legado terás me compreendido todas essas palavras, de outra forma não há mais nada com que se preocupar aqui pois logo alguém de seu povo virá para cumprir a profecia. Yash apenas sorri para o elfo embora nunca soubera realmente porque aprendera a língua dos elfos em sua tribo.

Ele então volta a falar na língua comum: Por gerações tenho cumprido minha missão que hoje passo a minha filha Lyana, pois meus anos como guerreiro já se encontram no fim. Por isso e por todos os povos de Aldus é que vos peço serenamente que nos devolva o diário.

Aenis escuta a voz novamente quase gritar em sua mente: - NÃO CONFIE NELES!!! ELES MENTEM E QUEREM O LIVRO SÓ PRA ELES. NÃO O ENTREGUE, TRAGA-O A MIM, SÓ O LIVRO IMPORTA!!!

Lyfaen olha Aenis preocupado, novamente parecendo ter também escutado a estranha voz. Varis então se aproxima da maga e olhando em seus olhos eladrins diz em élfico: - minha irmã, acredite que jamais faria algo contra nosso povo. Tenho duzentos e quarenta e dois anos dedicados única e exclusivamente a proteger esse objeto e se ele estivesse sob meus cuidados quando foi roubado hoje eu não estaria vivo pois teria dado minha vida para que ele não me fosse subtraido . Sei que tens a mesma motivação e que irás se sacrificar se tiveres certeza que esteja fazendo a coisa certa, mas creia-me, quem quer que te enviou, por mais nobres que sejam seus motivos não iria querer que a verdade sobre esse livro deixasse o círculo que foi criado para escondê-la. Procure no fundo de seu coração se não há realmente nenhuma dúvida que a faça se matar por ele e te permitirei mantê-lo sob sua posse, não porque deva entregá-lo a alguém mas porque sei que farás o que for certo para todos. Mas, se por algum motivo, por mínimo que seja, que esta certeza não seja absoluta nem tampouco se aches capaz de arcar com as conseqüências de tua decisão então permita que possa continuar o meu legado que há tanto me honro cumprir.

A maga eladrin se vê em um flashback de sua vida nas últimas semanas, desde sua chamada ao oráculo dos elfos, da difícil missão que recebera, da partida de Elona e da longa viagem até o Talho acompanhada da leal companheira Seleene. Lembra-se do encontro com os outros, a luta contra os acólitos e o espadachim que se seguiu pelo portal até a mortal necrópole onde superaram o necromante de Vecna e recuperaram o livro. Lembra-se da perda de Seleene, deixada pra trás tomada como morta. Das vozes malditas em sua mente sempre contestadas pela jovem Milla. Da ponte em Paranor onde quase morreu e perdeu o livro da primeira vez. Sua luta pra reconquistá-lo na caverna e poder chegar até ali. Tudo lhe fora lembrado muito claramente, mas sabia que ela não mais tinha certeza do que devia fazer. Não a certeza que Varis lhe pedira e para surpresa de todos ela então retira a obra de seus pertences e entrega ao velho elfo. Nem mesmo ela acreditava no que estava fazendo, mas sentia que aquilo era a atitude correta.

Varis apenas consente com a cabeça e assim que recebe o diário o ergue em direção aos céus e tão imediatamente a ave o busca de suas mãos desaparecendo em vôo rápido por trás das árvores.

Aenis então escuta outra vez a voz gritar em sua cabeça: -NNNÃÃÃOOOO!!! MALDITA ELADRIN!!! VAIS PAGAR POR TER ME TRAIDO!!! LYFAEN, MATE-A!!!

O eladrin parece entrar em transe, sua fisionomia se torna carregada e ele tem um olhar maligno para o grupo lançando-se contra a maga indefesa. Borandor percebe sua motivação e se interpõe derrubando-o com a picareta antes que ele a atinja fazendo-o quebrar um frasco com um líquido escuro similar ao veneno no ferimento do arqueiro na queda. Ele pragueja que sua mestra tenha retirado seu disfarce enquanto ainda sequer estivesse com sua arma. Varis confirma que o líquido escuro era o mesmo veneno nas armadilhas e diz que ele deve estar a serviço dos odiosos drows, mas o eladrin não entrega seus comparsas se dizendo preparado para morrer. Borandor diz que sabia que não deveriam confiar nele desde o início. O velho elfo então lhe dirige a palavra prometendo uma morte rápida se disser como curar o veneno. Lyfaen apenas aponta pra cabana de Gorack alegando que deve haver três frascos de antídoto entre os objetos. Cercado e sem ter como reagir ele se vê sob a mira de dez arqueiros que sob um único comando disparam contra seu corpo. As flechas todas certeiras tiram imediatamente a vida do inimigo que tomba mantendo um irritante sorriso no rosto.

Os arqueiros vasculham o lugar e retornam com os três frascos uma armadura de peles e uma roupa élfica. Varis pega um dos frascos e o entrega ao companheiro ferido que imediatamente bebe todo o conteúdo da substância oleosa fazendo uma cara amarga. Ele entrega os espólios e os outros frascos a Yash alegando que aqueles itens eram por direito do grupo que honradamente venceu o combate no platô. Ele ainda diz que um único frasco seria suficiente pra salvar o clérigo de Avandra. Yash pergunta pelo ladino que estava na tenda mas os arqueiros negam que houvesse alguém mais ali.

Eles então se afastam e deixam o platô. A meio-elfo porém ainda entrega duas poções de cura a Yash para ajudar Milla como prometido. Ela diz que é tudo que havia sobrado e se despede com um beijo no rosto do narayan agradecendo por sua serenidade e bom senso durante aqueles momentos de tensão. Ela ainda se vira para a maga prometendo a Aenis proteger o livro com sua vida e enfim se junta a seus companheiros.

Yash usa uma das poções em Milla e a vê despertar em seus braços. Ela o reconhece ainda com voz trêmula e o abraça agradecendo por ter sido salva uma vez mais. Ela diz ter tido um sonho ruim, em que fora amarrada a um totem profano e de onde vira monstros sem vida caminharem em direção às terras humanas. Hordas de orcs transformados em mortos-vivos se lançavam sobre as cidades humanas tomando e destruindo tudo em seu caminho. Aqueles que tombavam se reerguiam como criaturas e engrossavam ainda mais as fileiras daquele monstruoso exército.

Logo a jovem se exalta e pergunta por Tom e pelo “Sr.” Verk. Ela diz sentir o sofrimento do irmão mas não sente mais a presença do clérigo de Avandra entre eles e chora pedindo para ser levada imediatamente a presença deles mas Yash a contém tentando acalmá-la. Em alguns instantes ela se rende ao cansaço e por fim dorme nos braços do herói.

A noite fria se aproxima e com ela muitas dúvidas e perguntas a serem respondidas mas eles sabem que tem que correr contra o tempo se quiserem salvar Verk e o pequeno Tom...
Argon
 
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Cronologia dos Acontecimentos

Mensagempor Argon em 18 Jan 2009, 21:36

Capítulo 19 – Parte 1 - A Morte de Verk

Dia 10 do primeiro mês do inverno: Os heróis se reagrupam no alto do platô enquanto cuidam dos feridos. Yash se levanta deixando a pequena Milla aos cuidados de Tradok e, determinado a tentar salvar o amigo Verk, decide partir atrás dos arqueiros na esperança de conseguir uma montaria que o levasse mais rapidamente até o Vilarejo do Talho.

Ele sabe que a distância é longa e o tempo é seu inimigo, mas todos o enchem de esperanças e desejam sorte ao morris que tem que correr para alcançar os rápidos patrulheiros. O dia está no fim e falta bem pouco pro sol se por. A noite fria e escura fará com que ele seja realmente testado em seus limites desta vez mas a chance de salvar o amigo parece ser tudo que ele precisa pra acreditar em si e partir sem reservas atrás do difícil objetivo.

Ele parte e em pouco tempo alcança os arqueiros que percebem sua aproximação e resolvem esperá-lo. Lyana pergunta o que ele quer e Yash pede a ajuda da bela ranger para salvar Verk. Varis consente e manda que ela o acompanhe pois sua visão privilegiada se mostraria muito útil naquela noite e eles ainda teriam muito chão até o vilarejo.

Os dois partem em passo apressado cortando a planície em direção a estrada onde as montarias haviam sido deixadas. O caminho é direto porém a neve esconde buracos e atoleiros e Yash tem de usar seu conhecimento do terreno pra obter uma rota mais segura. Em determinado ponto ele precisa tomar um fôlego bebendo rapidamente a água de seu cantil enquanto mantém a marcha e Lyana então assume a frente valendo-se de sua visão élfica. Perto de vencerem a distância entre o platô e a estrada novamente eles precisam de outra breve pausa. Yash vê sua companheira suar pela primeira vez e então volta a alternar com ela a liderança da dupla.

Próximos da estrada a jovem manda o narayan parar enquanto avisa sua aproximação através de um apito. Em instantes eles escutam um som similar de retorno e então podem avançar em segurança até os cavalos que se encontravam vigiados por outros dois arqueiros. Eles se surpreendem com a presença do morris mas ante as ordens de sua líder eles se acalmam e rapidamente preparam dois bons animais para que possam concluir a viagem até o Talho.

Lyana confirma a eles o sucesso do resgate do livro sem baixas entre o grupo. Ela explica que seu pai e os demais não tardam a aparecer e que eles a encontrarão após o vilarejo em um local previamente combinado. Eles então partem em galope rápido ao seu destino, e, embora Lyana o subestimasse querendo ajudar, Yash se mostra um bom cavaleiro e dispensa a pequena corda que manteria a dupla próxima na estrada assumindo novamente a frente da parelha.

No platô o anão recém resgatado finalmente acorda e pergunta pelo destino da caravana. Ele explica que os recursos e comida que transportavam eram de muita importância para o povo anão que não poderia suportar todo o inverno sem eles e ainda manterem seus soldados auxiliando os humanos no forte da fronteira com os territórios da horda. Ele lamenta ao ouvir que apenas pequena parte das carroças teria conseguido escapar do assalto e partir para Paranor. Tradok compartilha da preocupação de seu irmão e tenta confortá-lo confiando na resistência e capacidade de superação do povo anão.

Eles então resolvem dormir dentro da tenda de Gorack que apesar do cheiro nauseante protegeria a todos da noite fria que se fazia do lado de fora. Aenis fica de guarda e pensativa ao redor da pequena fogueira acesa na entrada do lugar e pouco antes da metade da noite ela escuta vozes goblinoides na direção da rampa que dava acesso ao platô.

A maga acorda Borandor que vê os vultos das pequenas criaturas começarem a avançar pela aldeia e decide surpreendê-los chamando a eladrin pra dentro da tenda.

Ela concorda com o plano e o cavaleiro então acorda Tradok de seu sono profundo informando-o da situação. Logo os inimigos percebem os corpos de seus irmãos espalhados pelo platô e iniciam uma algazarra histérica. Detrás das peles da tenda Borandor aguarda até que o líder incauto se aproxime da fogueira e ordena o ataque.

Surpreendidas as criaturas são vítimas fáceis das magias de fogo de Aenis. O líder tem mais sorte com Borandor e Tradok, mas então a maga eladrin consegue atingir a todos com suas chamas novamente causando desespero e dor entre os inimigos.

O cavaleiro ainda crava a picareta em um dos inimigos lançando-o já quase sem vida em cima da fogueira. A patrulha goblin logo tomba deixando apenas o líder que tenta fugir do cavaleiro atirando-lhe espinhos pra que não pudesse se mover. O anão entretanto é mais esperto e usa seu símbolo sagrado para removê-los e ainda cerca o pequeno goblin. Borandor então o flanqueia e tendo de se proteger dos dois heróis a criatura vira alvo fácil de um poderoso golpe do anão que separa a cabeça de seu corpo atirando-a a alguns metros de distância, era o fim da ameaça.

Todos retomam seu sono embora pouco certos de que não seriam mais incomodados enquanto ficassem ali, assim, logo pela manhã eles partem em direção da estrada que estaria a algum ponto na direção das montanhas como Tradok informara. O lento deslocamento porém os faria perder um longo tempo até que finalmente a atingissem um pouco ao sul de onde a caravana fora atacada de onde ainda podiam ver a distância os restos queimados da última carroça destruída.

Eles então fazem o desjejum do meio dia e partem rumo sul mas ainda levariam um dia e meio de viagem até chegarem finalmente ao Talho.

No final daquele dia porém Yash e Lyana atingem os arredores do vilarejo. Cansados e com sono eles se despedem com a ranger desejando sorte a ele e ao clérigo de Avandra. O narayan ainda encontra forças para gritar por ajuda no portão da paliçada que cerca o lugar. Um senhor o atende e aponta onde estariam o padre e o menino e Yash sente suas juntas doerem quando tenta correr até lá. Um jovem serviçal o recebe na estalagem mas teme abrir-lhe a porta até que um soldado com uma tipóia e um tapa-olho se aproxima e reconhece o morris de Paranor. Yash também identifica aquele que compunha a escolta de Verk e então consegue entrar. O guerreiro aponta o andar superior mas sua fisionomia abatida parece antever o pior.

O narayan usa suas últimas forças para superar os poucos degraus e vê sair de um dos quartos duas senhoras com um pequeno balde de madeira com ataduras ensangüentadas. Elas também estão cabisbaixas e evitam encarar o humano. Ao atingir o pequeno quarto Yash vê um corpo coberto por lençóis em cima de uma cama e uma criança inconsciente sendo ajudada por um halfling em outra.

Ele vai rapidamente até o corpo e o descobre e seus temores se concretizam. Sua missão chegara ao fim ao confirmar a presença de Verk morto e transfigurado pelos efeitos do veneno naquele leito. Ele se lamenta ter fracassado ao ver seu corpo ainda levemente aquecido e deformado por enormes chagas enegrecidas que se romperam em sangue deixando um forte cheiro de podridão ao lugar.

O halfling então confirma que ele falecera há pouco consumido por um veneno que não conhecia. Yash autoriza que levem o corpo pra fora e preparem seu sepultamento e pergunta pela criança mas o pequeno servo de Pelor teme que ela tenha destino similar pois não consegue fazer sua febre baixar. Os ferimentos infectados em seu peito parecem superar a capacidade de cura do halfling e então o morris entrega-lhe a poção doada pela ranger que parece fazer efeito. O pequeno então desperta e reconhece o morris, ele pergunta por Milla e Yash o tranqüiliza dizendo que está salva e a caminho dali. O jovem Tom volta a dormir e fatigado o narayan enfim se entrega ao cansaço e também adormece ao seu lado.


Parte 2 – Notícias da Fronteira

Manhã do 12º dia do primeiro mês do inverno: Borandor, Aenis e Tradok seguem uma viagem tranqüila em direção ao Vilarejo do Talho escoltando Milla e os três prisioneiros resgatados.

Na pequena estalagem Yash e Tom dormem até perto da hora do almoço. Acordados por senhoras que trazem o desjejum o narayan ouve com prazer a voz do pequeno que o esnoba por ter dormido mais que ele desta vez. Ele fica feliz em ver a melhora da criança e mal espera que ele acabe de alimentar para sair com ele pra fora do lugar sob os protestos das mulheres que ainda achavam precoce tal atitude visto que ele estaria ainda bastante fraco.

Tom pergunta por Verk e diz não sentir sua presença mais ali e então Yash conta o que ocorrera pra tristeza do garoto. No meio da tarde eles realizam um humilde funeral nos fundos do vilarejo onde o corpo do clérigo é enterrado envolto em lençóis marcados de carvão com o símbolo de Avandra.

Corrin, o halfling paladino de Pelor se apresenta ao morris e compartilha sua tristeza naqueles momentos de despedida. Eles retornam a estalagem e o soldado se aproxima de Yash pedindo perdão por ter falhado em proteger seu amigo, mas o morris apenas evita tocar no assunto. O jovem serviçal da noite anterior ainda se aproxima do narayan e diz haver uma mula e três cavalos levados aos estábulos desde que partiram. Com a morte do clérigo ele iria tomar para si os pertences deixados com os animais mas com a chegada do estranho amigo do padre ele esperava receber por seus serviços alegando ter cuidado deles todo esse tempo. Yash então confirma que irá gratificar o jovem por sua atitude quando partirem.

Perto do fim do dia uma comitiva com o estandarte real chega ao lugarejo. Um lorde é escoltado por cem homens fortemente armados e eles ocupam todos os quartos da estalagem respeitando apenas aquele onde os feridos se recuperam. No paço interno os militares ainda montam barracas de campanha e passam a noite descansando. O soldado sobrevivente é chamado a presença do nobre e conta sobre o ataque a caravana mas parece evitar mencionar sobre Yash e Tom que não são incomodados.

No meio do dia seguinte os outros chegam finalmente. Milla e Tom se encontram e sua felicidade contrasta com a tristeza dos demais quando Yash da a notícia do falecimento de Verk. Eles então vão até onde o corpo fora sepultado e prestam uma homenagem póstuma ao amigo. Corrin reaparece trazendo uma carta escrita pelo clérigo em seus últimos momentos de vida e entrega a Yash que lê em voz alta a todos.

Caros amigos, meu destino me pregou uma peça e me enviou em uma trilha sem volta em direção ao encontro com a morte. Não consigo impedir que o veneno em meu corpo conclua sua finalidade mordaz de me consumir até meu último suspiro e rogo a Avandra que me permita um pouco mais de tempo pra deixar-lhes meus últimos pensamentos e súplicas nesta missiva.
Como devem ter presenciado, fomos atacados na estrada de forma vil e covarde, surpresos durante o desjejum do almoço um dia depois que deixamos Paranor. Nossos inimigos eram tantos e se lançavam tão vorazmente em combate que mesmo bem escoltados e com soldados bem treinados não conseguimos oferecer resistência que pudesse impedir que tantos fossem mortos ou sequestrados.

Creio que minha escolta tenha feito alguma diferença no fim, permitido que parte da caravana sobrevivesse, mas mesmo que lutassem bravamente até a morte como prometido não conseguiram cumprir o objetivo de nos proteger pois eu e as crianças fomos atingidos e nossos caminhos desviados.

Um líquido negro escorria da seta envenenada que me atingira o flanco direito e se misturava ao meu sangue fazendo-me cair quase inconsciente. Logo eu vi o jovem Tom ser atingido pela lâmina de um goblin maldito que se esgueirava por trás das carroças. A jovem Milla veio em seu socorro e o golpeou na cabeça com uma pedra fazendo-o tombar mas uma das bestas a agarrou e partiu com ela pra fora da estrada por onde vieram.

Me arrastei até o garoto que agonizava inconsciente e ordenei aos homens que a resgatassem mas não voltei a vê-los com vida. Usei meus poderes no pequeno mas minha visão se obscureceu com a sombra de outra besta que me atacava impiedosamente e só me lembro de seus braços girando uma espécie de maça no ar e me atingindo em cheio nas costas.

Creio que minha coluna se partira naquele golpe, pois não sinto minhas pernas desde então. Acordei banhado em meu sangue que se acumulava na fria neve sob meu corpo. Um único soldado sobrevivera àquele ataque. O pobre homem fora cegado em um olho mas fiquei sabendo que tinha sob sua lâmina o sangue de três bugbears que enviara ao encontro de Gruumsh. Ele trazia o pequeno Tom nos braços e o colocava no lombo de um dos cavalos dizendo que morreria logo se não o ajudássemos. Não havia nenhum sinal de Milla.

Pedi a ele que me ajudasse a subir no cavalo e ele me perguntou se deviamos voltar a Paranor que estava mais perto mas disse que vocês me procurariam primeiro no Talho onde minhas esperanças e orações poderiam dar chance que o pequeno sobrevivesse e que me achassem para resgatarem Milla.

Sua determinação e empenho nos ajudaram a chegar neste vilarejo na noite do dia seguinte. Minhas costas me fizeram sentir uma dor lancinante na viagem mas minha fé em Avandra foi mais forte embora não tenha impedido que meu ferimento com a seta piorasse.

Creio que esteja condenado, usei toda minha força para ajudar Tom, mas não fora o bastante, então o destino outra vez me surpreendeu. Vieram uns estranhos perguntando sobre o velho Garel e o livro. Senti bondade neles e confessei o que nos ocorrera. Lamento se minha credulidade os tenha colocado em mãos inimigas mas eles me prometeram ajudar o garoto e o fizeram em troca das informações.

Creio que as poções que forneceram possam ter dado uma chance ao pequeno Tom, embora eu não possa dizer que tenha a mesma chance. Manchas negras surgem por todo o meu corpo e se transformam em grandes bolhas de sangue que se rompem me debilitando ainda mais. Tenho perdido meus sentidos e temo que internamente meu corpo esteja sangrando também.

Não me resta muito tempo agora, e nos poucos momentos que me encontro lúcido rezo pra que tenham recuperado o livro e possam salvar Milla. Sinto que as crianças tem um destino especial a cumprir e eu por outro lado creio ter chegado ao fim do meu.

Confio em vocês, Yash e sua determinação, Borandor e sua lealdade, Aenis e sua confiança e até em ti Derrin pois todos merecem uma segunda chance e sei que és capaz de se redimir de suas falhas no passado.

Que Avandra guie seus caminhos...

Verk


Yash lamenta a forma que havia tratado o soldado sobrevivente e tenta procurá-lo pra se desculpar e o parabenizar pelo empenho em cumprir com sua missão mas não o encontra.

Em meio ao momento de reflexão e dor os heróis percebem uma agitação maior na vila. Os moradores comemoram o resgate dos três prisioneiros e logo alguns soldados procuram pelos heróis pois sua presença era requisitada imediatamente perante ao duque de Barovia.

Borandor já reconhecera o brasão de Sir Davkas quando chegara ao Talho e algo em seu passado parecia fazê-lo preferir evitar o contato com aquele senhor embora não tenha sido permitido outra opção diante da exigência proferida pelos homens do duque.

Eles então são levados a presença do duque em um dos quartos da estalagem. O soldado sobrevivente estava lá e todos são apresentados ao regente da cidade estado de Barovia. Ele elogia a beleza da maga eladrin e se surpreende com a presença de um narayan entre o grupo, o primeiro que ele vira em sua vida. Ele ainda parece reconhecer Borandor de suas terras mas este desvia-se da conversa alegando servir ao prefeito de Troy apenas, negando já ter estado em Barovia.

Os heróis entretanto não estão a vontade e pedem pra que aquele senhor abrevie a conversa. Ele então pergunta sobre a caravana atacada temendo que ela possa ter relação com o motivo de sua viagem até Fronteira. O forte é a primeira linha de defesa contra outra possível incursão da horda em terras humanas e depende muito da ajuda e suporte do povo anão pra manter seu efetivo e capacidade bélica. Ele confessa que sua presença fora requisitada no forte pois seus batedores alegavam haver uma movimentação incomum de tropas orcs na região e eles temiam que pudesse significar os preparativos pra uma nova invasão.

Embora aquelas informações não tivessem tocado os demais pouco preocupados com a possibilidade de uma nova guerra e mais interessados em seus problemas pessoais, Tradok entende o risco que estariam correndo sem os recursos da caravana atingida e oferece ajuda para intermediar junto ao povo anão uma solução para o problema alegando conhecer o sistema de túneis criados entre as maiores cidades de seu povo que permitiram um rápido deslocamento de tropas e suprimentos no período da guerra. Ele crê que se puder chegar rapidamente ao porto de Galen possa usar de sua velha influência como ex-mercador para conseguir os recursos e poder enviá-los até os anões e ao forte ainda em tempo hábil.

O lorde aceita a ajuda do anão e libera os demais. Tradok então procura pelo grupo alegando não poder seguir com eles para Troy como prometido devido a nova demanda que surgira. Ele externa sua eterna gratidão por tê-lo ajudado a vingar sua amada esposa e se desculpa por não poder falar pessoalmente ao capitão da guarda de Troy em favor deles, mas promete deixar uma carta com Borandor antes de partir. Ele ainda pede ao cavaleiro que entregue o amuleto encontrado na estrada ao draconato preso em Troy alegando não ter como garantir que encontrasse com Jharannus em sua rápida passagem por Paranor e que aquele item deveria ficar com o seu povo pois significava muito para eles.

Os heróis então se despedem do anão que parte junto a comitiva do duque bem cedo na manhã do dia seguinte e o Vilarejo do Talho então volta a ficar quase deserto.

Com a melhora da saúde de Tom o grupo se programa para partir ainda na manhã daquele dia. Yash resolve verificar a condição dos animais no estábulo e descobre um alforge ainda cheio no cavalo que o ladino tentava conter quando abordaram o espadachim e os acólitos tratando do pagamento pelo roubo do livro e seqüestro das crianças. Em meio a alguns itens ele descobre envolto em um pano ordinário de cor marron duas espadas que o fazem sobressaltar em estase identificando as lâminas gêmeas como Trovão e Relâmpago as Irmãs da Tempestade, duas armas sagradas de seu povo.

Ele deixa os estábulos e novamente se encontra com o grupo reunido no paço interno e mostra o achado. Sua fisionomia de alegria fora mudada pela apreensão em ter as armas dos guerreiros Isha ali o que significara que aqueles que as portavam haviam sido mortos. Ele teme pelos guerreiros e por seu pai e se lembra da confusão ocorrida pouco antes de ser enviado até Troy passando a compreender porque todos guerreiros haviam sido enviados em missão pra fora da aldeia naquela ocasião. Ele sente urgência em voltar a seu povo e pede que Borandor assuma a guarda das crianças pois pretende partir imediatamente, mas Aenis e o cavaleiro dizem querer seguí-lo.

A maga não confia mais em seu oráculo e diz não querer voltar para Elona por hora. Borandor ainda pretende retornar com o narayan até Troy e está preso a ele até poder cumprir com essa obrigação. O halfling Corrin também participa da conversa e pede pra seguir com o grupo pois não há nada que o prenda ali e ele tomou afeição pelas crianças a quem pretende ajudar a se restabelecerem totalmente.

Yash então se surpreende com a decisão de todos e pondera sobre levá-los a reclusão de sua aldeia, mas os breves momentos de reflexão são interrompidos subitamente por um virote de besta disparado contra eles e que se espatifa contra as pedras do poço de água no centro do paço.

O grupo então se vê cercado por vários criminosos. Um deles os identifica alegando confiar que voltariam atrás dos animais e dos ítens e que agora sofreriam por terem interferido no caminho dos “Adagas Negras”. Eles citam o nome de Derrin que terá destino ainda pior por tê-los traído e os heróis se vêem na iminência de um novo combate...
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Cronologia dos Acontecimentos

Mensagempor Argon em 28 Jan 2009, 20:07

Capítulo 20 – Pague para Sair, Reze para Entrar*

Manhã do 14º dia do primeiro mês do inverno: Cercados pelos criminosos no paço interno do Vilarejo do Talho o grupo se vê em outro combate contra os Adagas Negras a guilda responsável pela morte de Garel em Troy há pouco mais de duas semanas. Eles avançam todos ao mesmo tempo e os heróis se preparam para a luta. Dois brutamontes com machados grandes se destacam entre os oponentes sedentos por vingança.

Embora numericamente superiores os criminosos entretanto não são mais páreos aos astutos heróis. O trabalho em grupo de tantos outros combates moldara aquele grupo e também o pequeno Corrin se mostrava a altura de pertencer a tão seleta trupe de notáveis.

Aenis é causa e conseqüência das maiores dores entre os criminosos. Vários tombam ante a força de seu poder ígneo. Borandor sempre o mais visado sofre com os múltiplos ataques mas sua resistência e capacidade de resposta dizima aqueles incautos que ousam ameaçá-lo. Yash se move rapidamente limitando a capacidade do oponente de se valer numericamente e poder flanquear seus amigos. Corrin por sua vez parece inatingível. A agilidade do pequeno irrita e humilha o poder de dano de um dos grandalhões. Nem mesmo dois ágeis ladinos trabalhando conjuntamente conseguem oferecer perigo ao halfling.

Logo superioridade numérica não se mostra superior a técnica e o sangue dos inimigos novamente mancha a neve branca a seus pés. Alguns percebem que estão perdidos e tentam fugir mas é muito tarde para arrependimento e no fim todos são sumariamente eliminados levando consigo o nome de uma das mais cruéis guildas de ladinos da região.

Milla entretanto se mostra assustada e abalada com tanta violência. Ela vira Yash, seu salvador em duas outras ocasiões, matar um homem desarmado que pedia clemência e parecia não mais querer seguir com ele até sua vila. Ela pede pra ser levada e ao irmão até o mosteiro de Avandra nas proximidades de Troy.

O narayan então percebe o quanto sua atitude refletira negativamente na mente daquelas crianças e tenta se desculpar alegando ter feito o que fez porque seus inimigos eram vis e cruéis e não poderiam ser deixados vivos mas mesmo apoiado pelo taverneiro agradecido por livrarem sua vila de um problema antigo a jovem não parece confiar mais na bondade do herói.

Ele então concorda em atender seu pedido e após premiados com comida para a viagem pelo taverneiro eles partem em direção a Troy em três cavalos e uma pequena mula.

A viagem segue tranqüila nos três dias seguintes. Em determinado ponto da estrada Yash reconhece a frondosa árvore e se desvia pedindo aos demais para aguardá-lo ali. Ele então devolve a mula ao senhor que a havia emprestado junto a uma quantia generosa de moedas de ouro. O homem o agradece dizendo que apenas trazer a mula de volta seria mais que ele merecia após terem-no salvo dos criminosos no celeiro, mas Yash mantém sua decisão de recompensá-lo pela ajuda e então retorna aos demais.

Eles seguem pelo último trecho até atingirem as proximidades de Troy perto do meio da noite. Yash deseja evitar passar pela vila mas achar um vau no rio Clodah por ali tomaria muito tempo e seria bastante arriscado para as crianças.

Apesar do escuro eles percebem panos negros nas janelas das casas e concluem que o clima fúnebre ainda imperava no local. Perto de atingirem uma das entradas da pequena cidade eles observam uma dupla de sentinelas bloqueando o caminho logo a frente.

Borandor se antecipa pedindo aos demais que o aguardassem ali. Logo os sentinelas o percebem e mandam que ele apeie e se identifique. O cavaleiro os obedece sem cerimônias alegando ainda trabalhar para o barão Dronnan Vurgus e estar com outros companheiros que aguardavam um pouco mais atrás na estrada, mas mesmo que mostrasse suas ensígnias os guardas dizem não poder deixá-los passar àquela hora da noite. Eram ordens diretas do capitão Ravnar desde que Garel fora morto por criminosos da região. Ele pede que o cavaleiro espere enquanto manda seu colega chamar pelo sargento afim de dar solução àquele impasse.

Em alguns minutos o guarda retorna acompanhado de um sargento e outros oito soldados. Tanta gente preocupa Borandor que logo se vê cercado por suas alabardas e bestas. Ele reconhece o sargento Marfil do posto da guarda no forte e pergunta porque tudo aquilo. O homem o trata como amigo mas pede que se entregue pois ele era acusado de traição naquele lugar e eles tinham ordens de prendê-lo assim como aqueles que o acompanhavam.

Borandor pede pra falar com seus amigos e o sargento crê em sua palavra permitindo que ele recue alegando não esperar muito até que parta atrás deles. Aenis e Yash percebem que algo está errado e o morris fica apreensivo e irrita-se com o cavaleiro assim que ele expõe a situação a todos, ameaçando fugir com as crianças. Borandor tenta convencê-lo e aos demais a se entregar mas o narayan não está disposto a ser aprisionado novamente. As crianças mostram medo e ele argumenta que Yash estaria colocando a vida delas em risco se tentassem fugir.

O cavaleiro então se afasta em direção aos guardas entregando-se ao sargento. Ele teme que a teimosia do narayan os condene e não deseja ver seus amigos ou as crianças morrerem. Alguns homens o levam recluso dali. O sargento então dá um ultimato para que se entreguem. Mesmo a distância eles vêem os guardas mirarem suas bestas contra eles. Aenis e Corrin se dizem dispostos a acompanhar o morris qualquer que fosse sua decisão mas ele então pondera sobre a segurança das crianças e fala pra que mantenham a calma prometendo voltar um dia a elas mesmo que fossem separados.

A pequena Milla abraça o narayan parecendo retomar a confiança de outrora e eles se entregam aos guardas. Suas armas são recolhidas e suas montarias levadas pelos soldados. Eles são encaminhados ao Forte Vurgus onde são trancafiados no calabouço do lugar enquanto as crianças ficam em uma sala nos andares superiores. Eles não sabem para onde Borandor fora levado e curiosamente Yash se vê na mesma cela onde ficara na noite em que Garel fora assassinado, entretanto, não há quaisquer sinais do draconato ou da meio-orc...

*Paráfrase ao título: Pague para Entrar, Reze para Sair, filme de terror dirigido por Tobe Hooper em 1981 onde quatro amigos decidem passar a noite escondidos dentro do trem fantasma, em um parque de diversões. O que era pra ser uma grande brincadeira acaba se tornando sério quando eles presenciam um assassinato e passam a ser perseguidos.
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Cronologia dos Acontecimentos

Mensagempor Argon em 09 Fev 2009, 22:09

Capítulo 21 – Parte 1 - Madrugada Agitada em Troy

Fim da noite do 17º dia do primeiro mês do inverno: Borandor é levado a presença de Ravnar. O anão ainda esfregava os olhos do sono recém iniciado e interrompido com a chegada dos heróis ao forte. Ele porém não perde tempo e começa a interrogar o cavaleiro sobre seus motivos para tirar da prisão e desaparecer com dois suspeitos da morte do amigo Garel. O sargento ainda fala em seu favor alegando que se entregara sem resistência e que também conseguira convencer seus companheiros a agirem da mesma forma mas o anão não parece relevar totalmente este fato e ordena que seu subordinado se retire.

Borandor então entrega a carta de Tradok e conta toda história da perseguição ao bando e aos mandantes do crime. Ele nada menciona do livro mas também narra sobre o ataque a última caravana e da morte de Verk no Talho.

Diante daquela missiva Ravnar enfim parece convencer-se da sinceridade do cavaleiro, entretanto ele ainda teme que Borandor possa ter sido enganado por seus companheiros e ressalta que o morris havia sido visto pulando da janela do quarto onde o padre fora assassinado naquela noite. Ele então diz ter alguém que poderia confirmar se a motivação do narayan e dos outros era mesmo sincera e verdadeira e pede pra um dos sentinelas chamar Hrothgar.

Em poucos minutos outro anão surge na sala. O clérigo de Erathis se apresenta aos dois e ao pedido de Ravnar se dirige ao calabouço para interrogar os prisioneiros. O capitão ainda reforça as pesadas acusações que caiam sobre eles e pede atenção especial ao morris.

Borandor ainda indaga sobre a meio-orc e o draconato e Ravnar tenta ser dissuasivo, porém acaba revelando de forma envergonhada a desgraça que ocorrera com ambos. Auxiliados por um sargento e dois guardas da prisão um grupo de pessoas revoltadas com a morte do padre entrou no calabouço e linchou a meio-orc até a morte. Sverenshar tentou protegê-la mas também fora agredido gravemente morrendo dois dias após em decorrência dos ferimentos. O capitão faz questão de informar que o sargento fora enforcado e os soldados açoitados e dispensados da corporação assim que foram descobertos.

Na prisão o anão aproxima-se da cela onde Yash e os demais estão. Do lado de fora eles ouvem vozes de moradores iniciarem uma pequena confusão, palavras como assassinos e linchamento não deixam dúvidas da disposição daquelas pessoas.

Hrothgar dispensa sua escolta e pede para falar com o grupo expondo a situação em que se encontravam e a necessidade de provarem sua inocência perante tais acusações. Ele ainda diz que pode libertá-los dali desde que contem-no a verdade pura e simples de tudo que ocorrera pois saberia dizer se estivessem mentindo.

Ele sente a pureza de sentimentos no coração do pequeno paladino de Pelor e de imediato crê em suas palavras. Aenis também fala com Hrothgar e ele reconhece a sinceridade da maga mas ambos não eram acusados de nada especificamente. Seu único crime na história era acompanhar o narayan suspeito e neste o anão faz questão de focar suas perguntas como pedira Ravnar,mas Yash não se mostra cooperativo. Sua mágoa era grande, sua raiva maior ainda e a angústia de ter sido separado das crianças o remoia e preocupava.

Mas o anão mostra-se insistente, realmente interessado em defender aquele humano. Talvez em algum ponto de sua vida tivesse passado por algo similar e presenciado alguém ser julgado e condenado pela aparência e não por suas ações.

Corrin e Aenis parecem sentir que o anão quer mesmo ajudá-los a sair dali e também insistem para que Yash converse com ele mas o morris parece irredutível. Hrothgar tenta uma última vez alegando que se fosse condenado seria morto enforcado fazendo com que Yash enfim pondere a respeito. Se morresse não haveria como garantir a segurança das crianças e muito menos alguém que retornasse os artefatos roubados a seu povo. Ele então se ergue e retira o capuz encarando o anão nos olhos e se dizendo inocente das acusações.

Tamanha determinação em sua fala não deixa dúvidas a Hrothgar que esboça um sorriso confirmando acreditar nele. O anão deixa o calabouço prometendo defendê-los junto a Ravnar e que logo deveriam ser soltos. No caminho ele parece crer ter enfim encontrado um grupo pelo qual valeria a pena dispor seus serviços como servo de Erathis.

Ele então retorna a sala onde o capitão e o cavaleiro ainda conversam e repassa suas impressões ao chefe da guarda. Ravnar parece confiar totalmente nas palavras do irmão de raça e emite a ordem para soltá-los. Ele diz que Tradok era um primo distante e que já acreditava no conteúdo da carta mas que queria ter a certeza com a confirmação de Hrothgar pois não se permitiria deixar que o possível assassino de seu grande amigo ficasse impune.

Borandor ainda pergunta pelas crianças e Ravnar diz terem sido levadas ao templo de Bahamut e deixadas aos cuidados do padre Gilbert fazendo-o se tranqüilizar que estavam seguras. O capitão ainda pergunta se o cavaleiro iria retomar seus serviços com o barão mas Borandor diz que decidira partir com o morris e os outros até sua vila mas que voltaria a servi-lo quando retornasse. Hrothgar pede para poder acompanhá-los também e o cavaleiro não vê problemas desde que Yash concordasse. Ravnar comenta que estariam malucos ao desejarem seguir um morris em suas terras e tenta fazê-los mudar de idéia mas ambos já haviam se decidido.

Aquele desfecho parece ter despertado a fome do chefe da guarda que manda prepararem um banquete para os novos heróis de Troy.

Os ex-prisioneiros são então levados a aposentos individuais no forte. Os quartos embora humildes possuíam uma tina de água aquecida e roupas limpas. Os guardas ainda prometeram devolver seus pertences após jantarem com Ravnar na torre de menage do lugar.

Apenas Yash não sai do quarto. Cansado e pouco animado com festejos ele se entrega a um breve sono enquanto os demais aproveitam o desjejum. Aenis pergunta pelo amigo e pelas crianças e também não parece muito a vontade no banquete improvisado de última hora. Logo ela segue pro quarto do narayan fazendo-o interromper seu descanso. Ele pergunta sobre o paradeiro das crianças e Borandor tenta acalmá-lo contando onde e com quem estavam. A notícia parece irritá-lo ainda mais. Sabia que nem ele nem Milla gostavam de Gilbert e confiava na capacidade sensitiva da pequena.

Ele decide retirá-las de lá imediatamente e seus amigos não conseguem dissuadi-lo daquela idéia absurda. O morris deixa o forte seguido pelos demais. No paço interno alguns moradores os encaram mas nada fazem além de vez ou outra os acusarem. Alguns sentinelas ficam confusos sobre se devem prendê-los ou escoltá-los e pedem para que voltem para o interior do forte, mas suas súplicas são inúteis diante da determinação de Yash. Um sargento manda que seus homens os acompanhem para evitar confusão e tenta avisar Ravnar do que ocorre.

O grupo atravessa a cidade na madrugada fria parando na frente da igreja de Bahamut. Yash grita pelas crianças e logo alguns moradores e clientes da taverna próxima se aproximam. Os soldados tentam afastar os curiosos e novas acusações são lançadas contra o grupo. A situação começa a ficar tensa mas Yash não se importa e continua a gritar o nome dos pequenos na frente do lugar. Uma luz de vela no interior da construção parece iniciar uma lenta descida até a porta que se abre finalmente. Gilbert surge trajando uma túnica amarrotada e reclamando o motivo de tamanha confusão àquela hora.

O padre então reconhece o morris e o acusa de assassinato diante de todos tentando impelir a população contra eles. A fuzarca toma vulto e os homens esbravejam a porta daquele local sagrado. Corrin e Aenis discutem também até que Hrothgar esmurra a porta do lugar. Yash perde a paciência e acaba agredindo e derrubando o padre. Sem a obstrução do sacerdote o narayan invade o templo atrás das crianças. Corrin o segue e logo ele se encontra com Tom e Milla. Eles ficam felizes em vê-lo novamente e Yash os carrega para fora dali.

Antes de saírem Ravnar e o barão Dronnan Vurgus aparecem. O anão diz a todos que eles são heróis da cidade e que haviam punidos os responsáveis pela morte de Garel. Ele manda que abram caminho e voltem para suas casas.

Dronnan cumprimenta os heróis e vê Yash surgir com as crianças. Gilbert ainda grita e reclama da invasão ao tempolo e sequestro das crianças além da agressão sofrida mas o líder de Troy o manda calar-se embora o sacerdote ainda tentasse argumentar que Milla de certa forma o pertencia.

Eles retornam ao forte e retomam seus pertences em seus aposentos. O barão ainda chama o cavaleiro e agradece por punir os responsáveis pela morte do padre. Não que parecesse se importar mas que aquilo tranqüilizaria os moradores e certamente fortaleceria sua posição de líder local. Ele promete premiá-lo de acordo e manda que Ravnar o leve a seu irmão armeiro Grunmar e que escolhesse uma boa arma como recompensa pelos serviços prestados.

O cavaleiro ainda avisa que seguirá com o narayan até sua aldeia mas retornará a seus serviços logo após e o barão concorda meio a contragosto embora não veja utilidade naquela viagem. Antes de dormir ele ainda é abordado por Yash que pergunta do paradeiro do draconato e da meio-orc e também toma conhecimento da tragédia que se abatera sobre eles. A notícia deixa o morris ainda mais desapontado com as pessoas daquele lugar e ele informa que irá entregar as crianças ao templo no dia seguinte pretendendo ainda partir para sua vila até o fim do mesmo dia.

Na manhã seguinte o grupo se divide. Aenis, Corrin e Yash rumam com as crianças para o mosteiro de Avandra enquanto Borandor e Ravnar visitam o recluso armeiro. Hrothgar permanece em Troy preparando-se e aguardando o retorno dos demais para seguir com eles até a vila de Yash.

O cavaleiro e o anão caminham por uma trilha margeando o rio Clodah e chegam até a forja de Grunmar. O Irmão mais velho do capitão da guarda os recebe de forma rude e direta e debocha do cavaleiro quando pergunta que arma ele usa e tem uma picareta como resposta. Ele diz que aquilo é o instrumento de trabalho de mineiros e não de guerreiros. Ele se afasta pros fundos do local e logo retorna com um magnífico exemplar de um machado de guerra anão. A arma enche realmente os olhos de todos, sua precisão e balanceamento surpreendem por se tratar de um machado. Certamente um item a altura de grandes feitos que Borandor honradamente aceita.

Parte 2- Estranho Destino

O outro grupo chega ao mosteiro perto do meio do dia. A construção não é tão requintada mas lajes de mármore branco forram o paço interno dando uma idéia de um local de paz e reflexão. O meio elfo e grão sacerdote vem recebê-los a entrada do lugar. Ele cumprimenta a todos e sorri ao ver as crianças com saúde agradecendo a ajuda de todos por permitirem que tenham sobrevivido a tantas provações. Ele diz crer que elas já estejam aptas a seguirem com seu destino.

Aquelas palavras deixam a jovem Milla apreensiva e um tanto triste e Yash percebe a mudança de atitude da pequena. Ele pergunta do que se trata e qual motivo para ficar assim e Haglion tenta ser dissuasivo mas Milla diz que deveriam cumprir a profecia que norteava sua vida e a de seu irmão. Ela tenta não preocupar o narayan mas ele insiste por explicações já se pondo em dúvida se aquele seria um lugar seguro para deixá-los.

Haglion explica que a vida de ambos detinha um propósito claro a ser cumprido do qual dependeria todo o futuro da humanidade em Aldus. Ele tenta não entrar em detalhes mas afirma que para isso ocorrer o poder de um teria que passar ao outro que deixaria de existir. O pequeno Tom brinca no pátio interno alheio àquela conversa e Milla comenta que por ser a mais velha teria mais chances de ser a escolhida.

Todos ficam perplexos e o morris então se sobressalta e preocupado com a vida de ambos pergunta a Milla se isso demoraria a ocorrer e se ele voltaria a vê-los novamente quando retornasse de sua vila mas a pequena diz crer que apenas um deva estar ali quando ele retornar.

Yash então corre até Tom e o toma nos braços novamente enquanto puxa a jovem pela mão decidido a não permitir que fiquem naquele lugar. Haglion tenta interceder alegando que não fizesse aquilo pois tal destino não podia ser mudado. Segundo ele ambos foram criados com uma missão´única mas que seu poder fora dividido entre os dois irmãos visando aumentar as chances de um deles concluir com êxito sua provação. O meio-elfo diz que não tinham o interesse em fazê-los sofrer e que providenciariam pra que o ritual fosse feito sem dor.

O narayan acusa Haglion de fanático e avisa para não tentar impedi-lo de retirar as crianças dali mas o grão sacerdote diz que não iria agir contra o Protetor nem tampouco impedir que ele as levasse mas afirma que nada que fizesse impediria que a profecia se concretizasse um dia e que tal atitude apenas adiaria o inevitável além de colocar em risco que ambos morressem durante a espera e com eles toda a esperança da raça humana no planeta.

Yash deixa o meio-elfo falando sozinho e parte com as crianças em seu cavalo de volta a Troy. Aenis e Corrin concordam com a atitude dele e também retornam para a pequena cidade. Milla parece aliviada em deixar o mosteiro ao lado do irmão mas ela permanece reflexiva sobre o que Haglion dissera. Eles chegam no meio da tarde e encontram com Borandor e Ravnar na entrada do forte. O cavaleiro se surpreende com o retorno das crianças mas Yash não está para conversas e se mostra ansioso por partir.

Ravnar então pondera que devam se preparar para enfrentar o frio da montanha e que as montarias não conseguiram subir os rochedos íngremes. Ele oferece roupas adequadas para os pequenos e permite que usem o estábulo até seu retorno, sugerindo ainda que pernoitem no forte e partam na manhã seguinte. O narayan se lembra que precisa repor seus suprimentos e que a passagem pela montanha possa já estar obstruída pela neve concordando com o anão mas pedindo urgência aos demais para partirem bem cedo na manhã seguinte.

No fim do dia eles se preparam para a nova jornada que surge em seu caminho...
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Cronologia dos Acontecimentos

Mensagempor Argon em 12 Fev 2009, 22:13

Capítulo 22 – Terra de Gigantes*

Décimo nono dia do primeiro mês do inverno: Bem cedo o grupo parte com destino a vila de Yash. O frio parece ter aumentado e a viagem é longa e lenta preocupando ainda mais o narayan. Ele estima que se tiverem sorte e vencerem as passagens mais altas deverão chegar em cinco dias. Os heróis levam apenas um cavalo para transportar as crianças até a encosta da montanha e a neve é a paisagem constante em todo o percurso.

Eles atravessam o primeiro trecho de planície e chegam ao sopé das primeiras montanhas. Uma estreita faixa de floresta ainda precisa ser vencida até que iniciem a subida. Yash procura por uma trilha por onde viera no mês passado seguindo pouco a frente e ao localizá-la ouve também sons de galhos partindo e o forte crepitar de folhas logo a frente. Ele crê que uma ou mais criaturas grandes avança pela mata ao encontro deles e retorna para alertar os demais.

Borandor e Corrin se antecipam mas o grupo tem pouco tempo para se precaver ao perceberem três enormes ogros saírem pela trilha. Os monstros os notam também e logo inicia-se outro combate. As criaturas se lançam sobre o halfling e o cavaleiro e uma delas parecendo mais astuta tenta atingi-los com uma lança antes de partir pra luta corporal.

Novamente o paladino de Pelor se mostra rápido demais para os golpes dos inimigos e Borandor consegue barrar o avanço deles em direção às crianças. Aenis e Yash também os mantém ocupados com pesados golpes que vão minando sua formidável resistência enquanto Hrothgar cura rapidamente os ferimentos surgidos não dando quaisquer chances pros ogros que em pouco tempo tombam um a um.

O breve encontro é admirado pelo pequeno Tom que diz querer ser um grande guerreiro como eles um dia.

O grupo então segue pela trilha chegando a base da montanha perto do fim do dia. Yash apeia as crianças e liberta o cavalo e eles iniciam a subida. O morris se lembra de uma pequena caverna nas proximidades e pretende usá-la como abrigo durante a noite mas próximo de atingi-la ele encontra estanhos e pesados rastros pelo caminho. Dessa vez sua astucia e conhecimento da natureza não consegue explicar porque haviam rastros de uma provável águia gigante e patas de urso caminhando juntamente naquele lugar.

Ele comenta com os demais e então a eladrin se lembra de ter ouvido falar de uma criatura de Feywild que tinha características de ambos animais. Ela dizia chamarem-se Owlbears, grandes e perigosas bestas selvagens que caçavam tudo que viam e que julgassem poder derrotar.

O morris se preocupa com as crianças e apressa o passo até a caverna tentando evitar que encontrassem aquelas criaturas mas a poucos metros da entrada ele constata que o lugar virara lar de um casal dos tais monstros que surgem ameaçadores por detrás de algumas árvores ao lado da trilha.

Eles também divisam o grupo e partem em direção aos heróis. O cavaleiro e o paladino se postam a frente mas é o halfling que logo sentiria o pior ataque de uma das bestas. Suas garras longas e certeiras o atingem e prendem-no neutralizando toda sua agilidade demonstrada nos combates anteriores, tornando-o presa fácil às poderosas e mordazes bicadas da criatura.

O pequeno sofre mortalmente em poder do monstro e precisa do apoio de Hrothgar em mais de uma ocasião para não tombar. Os heróis usam suas mais poderosas táticas e recusos até que fazem uma das criaturas sangrar. Ela então emite um silvo fortíssimo que quase estoura os tímpanos de todos, mas felizmente eles suportam bem ao novo e incomum ataque.

O combate segue ferrenho e sem tréguas até que o grupo consegue ajudar o halfling a se libertar, mas ele tem pouco tempo pra se recuperar pois novamente fica refém das garras e do bico da outra besta que o surpreendera pelas costas. Novamente Corrin passa por maus momentos mas a primeira criatura enfim tomba e cercada pelo grupo acaba libertando o paladino. Em mais alguns instantes também ela emite seu silvo poderoso e dessa vez Yash quase cai atordoado e temporariamente ensurdecido. Ele não demora para se recuperar e ajuda o grupo a eliminar a última besta.

Fora um combate difícil mas o que importava era que estavam todos vivos e bem ao final do encontro. Yash vasculha a gruta antes de levar as crianças e constata carcaças das vítimas das bestas e um pequeno ninho nos fundos do lugar onde encontra três crias de Owlbear. Todos se recolhem à proteção da gruta enquanto decidem o que fazer com os filhotes...


Paráfrase ao Título: Terra de Gigantes (Land of the Giants), série produzida entre 1968 e 1970 e criada por Irwin Allen, narrava semanalmente as aventuras dos ocupantes da nave Spindrift que caiu num mundo quase idêntico à Terra, mas que era habitado por gigantes. A nave fazia (no "distante futuro" de 1983) um rotineiro vôo sub-orbital entre Nova Iorque e Londres, quando atravessou uma estranha nuvem magnética e perdeu o controle, caindo nessa "Terra de Gigantes".

*versao preliminar nao revisada...
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Cronologia dos Acontecimentos

Mensagempor Argon em 19 Fev 2009, 21:57

Capítulo 23 – Parte 1 - O Impostor

Vigésimo dia do primeiro mês do inverno: O grupo segue a difícil viagem até a vila de Yash. Por outros quatro dias enfrentam o frio e o gelo da montanha e o morris crê que a sorte os acompanha dessa vez pois no ponto mais alto do trajeto uma avalanche permitira que a temida passagem que lhe tirara o sono nas noites anteriores fosse transposta sem problemas. Aenis carrega as crias de Owlbear interessada em adestrá-las ou conseguir ganhar algum ouro por elas.

Eles voltam a descer um pouco e no meio da tarde chegam aos arredores da vila Aditi mas o narayan novamente se preocupa pois até aquele ponto certamente já deveriam ter sido abordados por algum sentinela do lugar. Os guardas só surgem a poucos metros da entrada da vila e logo reconhecem Yash. Eles cumprimentam o amigo e os escoltam até o centro da vila sob olhares curiosos pra os não humanos do grupo.

No caminho o narayan pergunta por seu pai e um dos sentinelas informa que o mestre Singh havia desaparecido poucos dias depois de sua partida para Leland. Ele ainda comenta que a vila está amaldiçoada por um espírito maligno que tem causado dor e morte entre a população. Vários guerreiros Ishi já haviam morrido e outras tantas pessoas desaparecido. O outro sentinela crê que a alusão dos fatos a um espírito seria por demais fanática uma vez que os corpos encontrados mostravam ferimentos causados por armas comuns.

Os heróis percebem a simplicidade do lugar e duas construções se destacam entre as pequenas casas. Uma, a maior bem ao centro, possui uma bela escadaria e é nitidamente um templo a Pelor. A pouca distância dali a outra bem mais baixa parece um grande refeitório coletivo mas a presença de um altar a Avandra no centro também não deixa dúvidas de sua finalidade sagrada.

Yash então se separa dos demais dirigindo-se ao templo de Pelor afim de se apresentar aos Rishi, os anciões de seu povo, enquanto os demais são levados ao templo de Avandra onde são convidados a participar de um banquete um tanto incomum. No cardápio bichos estranhos, frutas raras e grandes insetos. O pequeno Tom protesta e Milla tenta contornar a situação embaraçosa arrumando-lhe uma fruta qualquer. Todos se alimentam sendo então acompanhados pelos moradores da vila.

No outro templo o morris sobe as escadarias e é levado a presença do Vasishtha, o grão sacerdote e mais velho dos sábios anciões de seu povo. Trajando uma toga branca com faixas em tons de laranja e vermelho o velho senhor se mostra adoentado e chega a tossir algumas vezes durante a audiência.

Sudhir então pede pra que Yash se aproxime e conte a história de sua viagem a Leland. Antes porém o morris entrega as espadas sagradas e os artefatos recuperados. Um dos Rishi reconhece os “Olhos de Kyra” e as “Irmãs da Tempestade” e cita a profecia do Mahavir, o guerreiro sagrado que retornaria portando as armas, libertaria seu povo e descobriria uma forma de destruir o Livro dos Mortos de Vecna livrando todas as raças de Aldus daquele mal. Ele deveria peregrinar até as ruínas de Gulzar Rulkimi a grande cidade-estado do antigo império narayan conhecida pelos seus descendentes como “Durga a cidade proibida”. Segundo o ancião, a cidade ficaria além do Vale da Lua e diante do portal de kyra seria revelado o poder que destruiria o livro. A profecia é conhecida por todos e o retorno do narayan cria uma discussão entre os anciões até que Sudhir tem que mandar que se calem para continuarem com a reunião.

Yash conta toda sua história confirmando as antigas esperanças de seus guias. O Vasishtha então confirma que um mal se abate na vila e que pelo menos um terço dos guerreiros Isha haviam morrido de forma estranha. Alguns corpos foram encontrados em uma ravina na encosta da montanha mas o acesso era difícil e quando retornaram para o resgate já não estavam mais lá. O pai de Yash havia desaparecido e eles acreditavam que também tivesse sido morto. O povo estava sem esperanças e sua chegada era o prenúncio de dias melhores.

Sudhir então o chama de Mahavir apesar dos protestos do narayan que ainda sequer era um Isha, mas o grão-ancião ressalta que apenas um verdadeiro guerreiro teria superado todos os desafios que se interpuseram em seu caminho e que o título não era mais importante que aquilo que trazia em sua alma.

Os sinos do templo redobram chamando todos à base da construção e então a boa nova é passada ao povo. Yash é publicamente aclamado Mahavir e Aditi festeja o cumprimento da profecia noite adentro. Mesmo cansados os heróis não conseguem deixar de participar dos festejos e acabam dormindo bem tarde naquela noite.

No dia seguinte eles acordam perto do fim da manhã. Yash quer ir até a ravina mas uma cerimônia religiosa reservada no templo de Pelor está programada para o início da tarde e eles só poderão partir a seguir. Corrin e Hrothgar são formalmente convidados a participar do evento e confirmam sua presença.

Borandor e Aenis ficam por conta das pequenas crias de Owlbear. Lá fora o pequeno Tom se diverte brincando com outras crianças da vila enquanto Milla ora junto ao altar a Avandra. Yash ainda teria pedido ao Vasishtha para orientá-lo sobre os irmãos e seu destino anunciado por Haglion e o ancião solicitara que ambos fossem levados a sua presença nos próximos dias afim de conhecê-los melhor antes de poder opinar a respeito.

No templo a cerimônia é demorada até que Yash recebe formalmente as Irmãs da Tempestade se tornando oficialmente o Mahavir de seu povo. Do lado de fora ele encontra Milla angustiada e apreensiva com o sumiço de Tom e chorando informa não sentir mais a presença dele entre eles.

Yash se preocupa com a informação confiando na capacidade sensitiva da jovem mas antes que pudesse explicar realmente o que queria dizer com aquilo eles percebem o garoto surgir descontraído e brincando ao lado de outras crianças. Milla corre até ele e dá uma bronca pelo seu sumiço mas o pequeno não parece importar-se.

Com a demora da cerimônia de consagração de Yash o fim do dia já está próximo pra eles irem até a ravina e o grupo decide investigá-la apenas na manhã seguinte. Em seus aposentos o morris recebe a visita inusitada de Tom enquanto preparava-se para ceiar com os demais. O pequeno age e fala de forma estranha e pede para o narayan mostrar-lhe as armas sagradas fazendo-o suspeitar de algo errado com ele. Mas em meio ao breve encontro eles ouvem gritos de uma mulher e um tumulto se formar do lado de fora.

A voz é da jovem Milla que parece desesperar-se com algo fazendo com que o morris parta imediatamente em seu socorro. Os outros também escutam a confusão e com a exceção de Aenis deixam seus aposentos para averiguar do que se trata. Do lado de fora um guerreiro de meia idade carrega o corpo do jovem Tom em seus braços. Yash reconhece seu pai e Milla chora copiosamente sobre o cadáver do irmão. O pai do narayan então informa que havia se afastado de Aditi tentando interceptar o responsável pelas mortes dos guerreiros perto da ravina mas que não tivera sorte em encontrá-lo. Ao ouvir os sinos no dia anterior ele acreditara que algo importante tivesse ocorrido na vila e decidira voltar. No caminho porém, encontrara o corpo do pequeno Tom despido e congelado na neve.

Singh se orgulha ao ver o filho portando as duas espadas sagradas e conclui o que isso significara. Mas sua desilusão em não conseguir capturar o assassino e o cansaço de tantos dias afastado de todos o fizera acreditar que fosse mesmo um espírito maligno o responsável por todo o mal que se abatera em sua vila. Sua confiança e serenidade de outrora estavam destroçadas e Yash desaponta-se com aquele que era a sua referência como herói embora sua mágoa interna por não ter impedido o fim preconizado daquele jovem fosse ainda maior.

O morris então se lembra do falso Tom que o encontrara há pouco e resolve procurá-lo afim de tirar a prova toda aquela história mas o pequeno impostor desaparecera. Seus rastros frescos porém cortavam a neve pelas ruas da vila e Yash decide seguí-los orientando Corrin a chamar os demais.

Em certo ponto do caminho o narayan encontra as roupas do pequeno e escuta uma respiração ofegante atrás de uma parede próxima. A escuridão eh grande naquele ponto e o suspeito parece se valer da furtividade mas com o uso de um bastão solar o morris anula essa vantagem e consegue enfim divisar seu estranho oponente.

A criatura esguia e de pele pálida não possui traços faciais. Dois grandes olhos esbugalhados e amarelos de pupilas fendidas não deixa dúvidas que trata-se de um Doppelganger, um transmorfo. O assassino então faz movimentos rápidos com a mão e lança uma magia mental em Yash que deixa de vê-lo momentaneamente desequilibrando as chances no combate iminente, mas a aproximação dos demais parece afugentá-lo.

Assim que os outros o alcançam ele conta o que vira e eles partem no encalço da criatura. Por entre ruas e casas eles seguem as marcas deixadas na neve até que notam um casebre invadido. No interior roupas reviradas e uma janela dos fundos entreaberta. O maldito parecia tomar a direção da ravina mas o frio intenso e a neve contínua certamente o matariam até lá visto que provavelmente conseguira encontrar apenas roupas leves.

Eles mantém a procura até que observam os rastros retornarem na direção da vila pouco além dos limites da aldeia e então se perdem em meio a tantos outros que transitam no templo de Avandra. Receosos que possam se tornar vítimas do disfarce do inimigo o grupo combina uma senha pra se identificarem e então se recolhem marcando de se reencontrarem na manhã seguinte.

Yash segue com Milla até o templo de Pelor onde a jovem passa a noite velando o corpo do irmão. No fim da noite ele pega-se cochilando encostado a uma pilastra e a vê com a aparência diferente. Embora fosse a mesma Milla de antes seus traços e corpo pareciam ter amadurecido. A própria voz deixara de ser infantil e tomara um timbre mais grave e adulto, mas o que chamava mais a atenção eram os olhos que emitiam um leve brilho amarelado. Ela avisa que sabe onde a criatura está. Sentia que partira ainda no fim da noite e seguira para a ravina e que deveriam encontrá-lo em uma caverna junto à encosta mas que deviam ter muito cuidado pois um mal ainda maior se fazia presente naquele lugar. Ela não sabia dizer o que era e ainda avisa o narayan para seguir seus instintos pois logo ele se veria em uma situação onde o transmorfo tentaria ludibriá-lo procurando escapar amparado pelo poder do outro ser. Por fim ela pede pra que ele não permita que a criatura fuja e que vingue seu irmão. Seus olhos emitem um brilho intenso carregado de raiva e ódio nas palavras.

Singh também passara a noite ali e tem uma breve conversa com Yash. O mestre guerreiro se mostra envergonhado de sua falta de fé na noite anterior e assume o compromisso de defender a jovem no templo. Ele felicita o filho por ter-se tornado Mahavir e se diz orgulhoso por ele. Yash deixa o templo e encontra seus amigos do lado de fora. Eles então partem resolutos para a ravina na encosta da montanha...


Parte 2 – O Dragão Negro

Manhã do vigésimo sexto dia do primeiro mês de inverno: O grupo se reúne em frente ao templo de Pelor e sem delongas parte em direção a ravina. Yash logo encontra os rastros do assassino impostor e embora ainda nevasse pouco não tarda até que cheguem ao local onde haviam avistado os corpos mencionados por Sudhir.

A encosta da montanha é íngreme e escorregadia devido ao gelo. Há um pequeno platô logo abaixo de onde observam sair uma contínua e fraca lufada de vapor fazendo-os pressupor que o local deve ser a entrada de uma gruta natural.

Mesmo ajudado pelos amigos o narayan tem bastante dificuldade para descer pelas cordas mas finalmente atinge o platô. Os outros descem a seguir até que todos se deparam com a entrada do lugar. Eles percebem que fissuras no chão parecem soltar ondas de vapor das entranhas da terra derretendo o gelo e deixando o clima la dentro quente e úmido. Ao lado das rachaduras notam-se vários grumos de grandes cogumelos, embora possivelmente venenosos para o consumo.

Yash observa marcas de sangue e de objetos arrastados para dentro do lugar e supõe que sejam os corpos dos habitantes mortos de Aditi. Eles escutam o som de passos rápidos e vêem de relance o doppelganger se abrigar na escuridão do interior da gruta. Ele também os percebe e pragueja por terem descoberto seu esconderijo e usa uma espécie de trombeta para convocar um aliado. Os heróis acendem um bastão solar e partem no encalço do assassino mas de outra passagem eles passam a ouvir os pesados passos de outra criatura bem maior. Um som gutural ecoa pela gruta e os heróis vêem surgir um jovem dragão negro por uma das fendas do lugar.

O combate então se inicia. Aenis, Corrin e Yash começam atacando a distância enquanto a criatura se aproxima. O doppelganger parece protegido pelo monstro e retorna para o palco do combate, mas a horrenda criatura lança sua aura de medo que atordoa o cavaleiro e o narayan e até mesmo o antes confiante transmorfo. Parte do grupo ainda fica a mercê dos mortais sopros ácidos do dragão que ainda age rápido e obscurece a visão de todos criando ao seu entorno uma espessa e negra nuvem de fumaça.

A estratégia dificulta sobremaneira os ataques mágicos de Aenis mas o grupo aos poucos se recupera dos efeitos sofridos com a eficiente ajuda de Hrothgar. Corrin aproveita-se da situação e ataca o doppelganger desprotegido deixando-o a beira da morte. Ele então tenta enganar Yash procurando se valer da cortina de fumaça para fugir mas o morris se lembra das palavras de Milla e segue seus instintos surpreendendo-o com um poderoso golpe que lhe abre as entranhas e tira-lhe a vida.

Acuado o dragão ainda jovem e inexperiente é presa fácil pro grupo e, perto de sucumbir, ainda tenta recuar para o interior da gruta deixando a proteção de fumaça e tornando-se alvo fácil para a maga que dispara suas chamas sobre seu torso indefeso fazendo-o tombar.

Yash ainda corta a cabeça do transmorfo levando-a para sua vila como um troféu. Tom havia sido vingado e a legendária história do Mahavir de seu povo enfim começado, mas obscurecidos pelo ódio que levara a morte do transmorfo antes de ser interrogado muitas perguntas ficariam ainda sem respostas para os heróis e os moradores da vila Aditi...
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Cronologia dos Acontecimentos

Mensagempor Argon em 01 Mar 2009, 18:18

ENTRECENA – Rigoroso Inverno

Antes de deixar a caverna o grupo investiga o lugar e encontra o covil do dragão. Nele descobrem um pequeno tesouro cercado de ossos e alguns corpos ainda frescos e que seriam certamente devorados pela criatura o que faz com que o grupo pense que possa ter havido algum sórdido pacto entre o transmorfo e o dragão. Eles também encontram um pequeno átrio na rocha em outra fenda que estaria sendo usado pelo transmorfo. Nele várias peças de roupas dão alguma idéia das várias pessoas pelas quais o assassino deveria ter-se disfarçado até aquele momento. Até mesmo um exemplar das togas dos Rishi é encontrado levantando dúvidas e suspeições entre todos. Em meio a itens mundanos a maga ainda encontra um amuleto mágico de proteção por ali.

Eles retornam a aldeia onde passariam todo o restante do inverno. Milla agradece uma vez mais a Yash e ao grupo e os tranqüiliza dizendo que não sente outro transmorfo entre eles e que agora estariam seguros novamente, mas é o frio intenso que torna-se uma preocupação constante. Nos dias seguintes a temperatura cai vertiginosamente impedindo qualquer intenção do grupo de deixar o lugar e uma forte e longa nevasca se abate sobre Aditi, certamente a mais rigorosa já enfrentada por aquele povo. A neve se acumula sobre as casas e ruas da pequena vila que ficam intransitáveis. Milla e Aenis suspeitam fortemente não se tratar de um efeito climático natural apenas.

No solstício de inverno, a noite mais longa e fria do ano parece magicamente ter afastado Pelor de Aldus e algumas crianças e idosos não resistem e morrem fazendo com que o Vashishta ordene a todos para se abrigarem no grande templo do Deus Sol. Milla passa noites a fio orando junto aos Rishi e o racionamento de comida é intenso mas o frio não parece ceder. Condenados a morte certa os heróis se lembram da caverna aquecida na ravina e organizam uma desesperada expedição de salvamento. Infelizmente muitos não resistem ao percurso mas curiosamente o povo de Aditi só sobrevive graças a ao esconderijo do doppelganger assassino. Abrigados do frio os sobreviventes ainda passam a se alimentar dos cogumelos que se mostram bastante nutritivos permitindo que eles superem aqueles dias difíceis. Yash aproveita o tempo para treinar com as novas armas enquanto se prepara para partir paras as ruínas de Durga.

Com o fim da neve e início do degelo os sobreviventes de Aditi retornam para sua vila. Mais de um terço de seus habitantes haviam perecido naqueles meses ou pelas mãos do doppelganger ou pelo frio daquele rigoroso inverno. O Vashishta Sudhir piorara muito seu estado de saúde mas ainda encontrava forças para re-erguer e guiar seu povo. Ele chama o Mahavir e lhe entrega um amuleto mágico de proteção alegando que para adentrar o portal de Kyra iria precisar das irmãs da tempestade e da benção de pelo menos três Vashishtas de tribos narayans diferentes que deveriam depositar voluntariamente gotas de seu sangue sobre o amuleto. Sudhir então usa uma adaga tortuosa e causa um ferimento em sua própria mão deixando escorrer seu sangue sobre o objeto que sorve o líquido e emite um leve brilho avermelhado. O líder ainda manda que um dos Rishi entregue os “Olhos de Kyra” a Yash alegando que eles precisarão dos objetos para encontrar o caminho através do sinistro e perigoso Vale da Lua.

Yash questiona como conseguir a benção de outros dois Vashishtas e Sudhir informa que embora divididos e espalhados os narayans possuem uma mesma origem, costumes e tradições e que saberiam reconhecer o Mahavir ou as armas sagradas quando os vissem. O Vashishta ainda lembra que a profecia era mais antiga que as tribos atualmente existentes e que o surgimento do guerreiro profetizado não era apenas pro bem único de Aditi e sim de todo o povo narayan. Ele ainda indica o caminho para as aldeias mais próximas e que mantinham laços de amizade e cooperação com Aditi.

Milla se mostra muito preocupada nos últimos dias e pede pra voltar a Leland. Por várias vezes acordara aos prantos no meio da noite atormentada por pesadelos cada vez mais aterrorizantes. Ela deseja completar os rituais no mosteiro de Avandra e alega sentir um grande mal se erguer no leste. Todos se lembram da preocupação do duque de Barovia sobre o risco de uma nova guerra contra a horda e temem que tais rumores possam se concretizar. Hrothgar lembra que se o inverno fora rigoroso ali poderia ter sido desastroso para as tropas de Fronteira e para o povo anão.

Yash teme pelo futuro da jovem mas ela o acalma dizendo que não mais correria riscos agora que o irmão infelizmente perecera. Vendo seus destinos se distanciarem o narayan pede a ajuda do pai que assume de pronto a tarefa de escoltá-la de volta ao mosteiro. Milla se despede de todos e agradece por toda a ajuda que recebera e alega sentir que ainda voltariam a se encontrar algum dia.

É o momento de todos se decidirem: se seguem com Yash em direção às ruínas da cidade proibida ou se voltam para Leland com o mestre Singh e a jovem Milla...
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