Diário de Tristan

Você sempre quis relatar as aventuras do seu grupo para que todos pudessem apreciá-las? Esse é seu espaço!

Moderador: Moderadores

Diário de Tristan

Mensagempor Sampaio em 11 Nov 2007, 03:24

Excelente excelente excelente!

A qualidade narrativa voltou, agora ficando mais fácil de entender e com uma leitura fluída.
Oscilando bons momentos de aventura, comédia e um quase drama.

Apesar da escrita demonstrar claramente um personagem introspectivo e recluso, ainda sim dá pra captar o clima que deveria estar a aventura em sí.

E nossa, cada vez mais me surpreendo com esse Milo! :b :cool:

Aguardo mais ansiosamente!


Abraços
Spell: não somos bonzinhos, somos sinceros!
http://www.spellrpg.com.br/portal/index ... &Itemid=72

Perguntem qualquer coisa lá:
http://www.formspring.me/Pedrohfsampaio
Avatar do usuário
Sampaio
 
Mensagens: 2578
Registrado em: 19 Ago 2007, 21:57
Localização: Perdido

Diário de Tristan

Mensagempor Crispi em 11 Nov 2007, 22:10

Diário

Milo correu até Daegor enquanto Vassla e eu procuramos por Ulaumeth. Ele estava em frente sua cabana conversando com um outro centauro e com o bardo, Herel. Nos vendo dispensou o centauro e aguardou nossa aproximação.

- Bom dia Ulaumeth, senhor dos centauros – comecei.

- Boa noite Tristan, espero que tenha dormido bem em nosso abrigo.

- Dormi bem como não dormia a meses.


- Será que não está apenas sendo gentil? Não se sente como se pernoitasse em um estábulo? – gracejou Herel.

- Sou um nômade vivo sempre ao relento, a noite foi ótima, obrigado – respondi.

- Estão de partida antão?

- Sim, o tempo urge, o inverno se aproxima temos de alcançar nosso destino antes que o inverno nos alcance.

Nesse momento Milo se aproxima sozinho. E Herel se afastou.

- Vim me despedir e agradecer-te pela acolhida em momento tão inoportuno – disse com uma reverencia. Gostaria também de saber mais sobre Thendritan.

- Não te preocupes. Viajando para o leste, logo o encontrará.

- Mas leste é tão vasto.

- Bom dia senhor Ulaumeth, vim me despedir.

- A noite foi agradável?

- Foi muito, obrigado. A esposa de Herel e seus filhos são adoráveis.

As crianças centauro começaram a rodear Milo e lamentarem que ele tenha que partir. Então Herel volta e vai até Milo, oferecendo a ele um novo alaúde, porém muito belo e bem feito, todo ornamentado.

Os olhos de Milo se encheram de lágrimas e ele agradeceu e abraçou Herel que confessou a ele que era um presente para um de seus filhos, mas que esses não tinham o talento que Milo tinha.

Depois de mais algumas palavras, de ganharmos algumas frutas recolhidas pela esposa de Ulaumeth (que nos convidou, sob o olhar de repreensão de seu esposo para continuarmos ali por mais um tempo) e um pouco de hidromel e nos afastamos seguidos pelas crianças.

Na borda da clareira foi o momento de nos despedirmos de Vassla. Nós paramos esperamos as crianças se afastarem. Eu comecei com uma breve reverência.

- Foi um prazer e uma honra ter viajado do lutado ao teu lado.

- E eu gostaria de pedir-te desculpa e confessar minha vergonha.

- Pelo que?

- Por ter te julgado e tratado como o fiz e és valoroso. Me envergonho.

- Não precisa, não fizes-te nada que nenhuma outra pessoa não teria feito.

- Mesmo assim. Mas então, boa viagem, que o senhor das florestas os guardem. Foi um prazer ter conhecido vocês.

- Mais uma vez digo que foi um prazer e uma honra ter estado com você e que lamento ter de nos separarmos – diz Milo.

Ela sorri para Milo e corresponde com uma pequena reverencia.

- Que Silvanus te proteja, Vassla Tenessir, e que faça cruzarem nossos caminhos uma vez mais se for essa Sua vontade.


Nos afastamos e encontramos com Daegor que nos esperava encostado numa árvore. Ele não queria rever Vassla e então decidimos seguir. Protestaram um pouco ao saber o motivo pelo qual iríamos para leste, mas Milo confiava (ou gostava) nos centauros e Daegor não iria se separar de nós. Durante a viagem recolhi peles de cervo que cacei para nos alimentar. Seguimos por cinco dias para o leste, nos alimentando de cervos e bebendo de pequenos riachos e fontes até que encontramos uma grande cachoeira na qual nos banhamos.

Daegor foi primeiro e em seguida eu. Enquanto me banhava Milo percebeu que ao longe algo se aproximava e chamou minha atenção. Sai da água e comecei a arrumar as minhas coisas tentando observar o que se aproximava, seja lá o que fosse, era grande e quadrúpede.

Era um urso. Milo e Daegor começaram a recuar com armas em punho enquanto eu terminava de me vestir e o urso nos percebia. Ele se aproximou lenta e ameaçadoramente, se pos sob duas patas e rosnou. Eu prendi minha espada na terra ao meu lado, encarei-o nos olhos e segui seus movimentos e instintos, tentando mostra-lhe que sou igual, e depois de algum tempo de esforços, o convenci de que não era uma ameaça e ele se foi.

Enquanto tentava explicar o que fiz para Milo e para Daegor que estavam atônitos escutamos uma voz de trás de nós.

- Mas que proeza interessante!

Ao nos virarmos vimos uma pequenina pessoa, menos que um halfling, de queixo pontudo e barbado, roupas pomposas, segurando um cajado e fumando um cachimbo que soltava fumaça mesmo de ponta cabeça. Ele usava um chapéu com uma pena na ponta.

- Quem és tu? – comecei.

- De onde vieste? – continuou Milo.

Ele começou a coçar sua barba, pensativo. Momentos se passaram. E mais momentos.

- E então? – inquiri.

- E então o que? - ele respondeu.

- De onde veio? – perguntou Milo.

- Da floresta.

- E como se chama? Quem é você?

Ele mais uma vez ficou pensativo. Então percebemos alguma coisa diferente nele. Um anel em seu dedo que antes não estava. Daegor também percebeu e não gostou e avançou contra ele e o ameaçou. E as ordens de que ele devolvesse, a única resposta foi:

- No momento certo devolverei.

- Thendritan – arrisquei depois um tempo tentando que ele nos dissesse seu nome.

Esse era seu nome. Como resposta a agressividade contra ele demonstrada foi o seu súbito desaparecimento de frente de nossos olhos. Depois de muito esforço inútil contra o pequenino e de Daegor passar certa raiva, o convencemos (ou não) de nos guiar até Essembra. Seguimos viagem para sudoeste. Depois de viajarmos o restante do dia paramos para acampar.

Descansamos e eu fiz um desenho da criaturinha que não quis se alimentar conosco.
Milo e Daegor tentaram mais uma vez exigir de Thendritan seus objetos pessoais (pelo que me lembrava, era apenas o anel de Daegor, teria ele pego algo mais?). Milo me confidenciou baixinho que ele havia pego a jóia de Jaelle Astriel. Tentei ajuda-los, mas de nada adiantou. Até que Daegor conseguiu a proeza de furtar-lhe seu cajado. Quando se viu sem seu cajado, Thendritan entrou em desesperado pranto, implorando por ele de volta. Até que ofereceu-nos três pedidos (o que isso queria exatamente dizer, não sabíamos), mas resolvemos arriscar e devolvemos seu cajado. Após uma breve discussão os pedidos foram: 1° Devolver nossas coisas; 2° Nunca mais roubar nem tomar sem pedir qualquer um de nossos pertences; e 3° Nos guiar pelo caminho mais seguro e rápido até Essembra. Depois disso ele ficou meditando sobre nossos pedidos, admirado.

Na manhã seguinte, acordei primeiro, cacei e servi um desjejum para todos e então seguimos viagem. Depois de passar a manhã encontramos um monte que deveríamos subir e, com muita dificuldade, alcançamos seu topo. O frio era forte, sinalizando a chegada do inverno. Após um breve descanso nós o descemos. Milo e eu escorregamos morro abaixo, ele se segurou na beirada do paredão e eu caí, tentando amortecer acrobaticamente a queda, o que não impediu que eu me machucasse bastante. Thendritan por outro lado não tinha dificuldade alguma.

Descansamos um pouco enquanto me recuperava e então avistei construções elficas no topo de duas grandes árvores próximas. Nos aproximamos todos para observá-las. Eram duas árvores enormes e próximas. Podíamos ver as varandas no alto e uma ponte destruída que antes unia as duas. Estavam velhas e desgastadas. Não daria para Daegor nem eu subirmos lá, mas daria para Milo, que deixou seu equipamento com Daegor, pegou uma corda que lhe entreguei e subiu.

Com alguma dificuldade Milo alcançou o topo e observou de lá. Ele não seria capaz de nos ajudar a subir, pois a corda chegava apenas te metade da árvore. Enquanto nos reunimos para pensar sobre o que fazer, Milo nos avisou de que avia uma entrada na arvore próxima onde estavam gravados símbolos semelhantes ao do portal que utilizamos no templo de Mielik.

Estávamos meditando sobre o assunto quando Thendritan (que surgiu do nada, onde diabo estava até então?) nos avisou de que algo se aproximava da clareira. Pedimos para que Milo lá de cima tentasse ver o que era. E ele viu e nos disse que parecia ser um grupo de seres semelhantes a humanos se não o fossem. Daegor e eu resolvemos nos escondermos próximos e observar, deixa-los passar. Mas Milo nos chamou a atenção e começou a fazer mímica desesperadamente e resolvemos nos afastar ainda mais para dentro da floresta.

Pouco tempo depois vimos um grupo adentrando na floresta acompanhados por algo grande. Eram drows e era acompanhados por uma criatura parte drow, feminina, e parte aranha, viúva negra.
Estávamos prontos a permanecermos escondidos e esperamos eles irem-se, mas alguém tenha outro plano (ouso arriscar: Thendritan) que chamou a atenção da criatura aracnídea e a atacou com um poder ou feitiço que sei, Milo não o possui. Daegor e eu nos preparávamos para atacar de longe com nossos arcos, mas nos interrompemos para observar um grupo de cinco elfos, dentre eles um pouco armado que parecia (e se mostrou pouco depois) ser um feiticeiro ou mago.

Os elfos se esconderam preparando seus arcos enquanto o conjurador confrontou a criatura com poderosas magias que explodiram bem diante de nossos olhos. E então os elfos fizeram cair sobre os inimigos uma chuva de flechas. Daegor e eu nos aproximamos e começamos a atacar a grande criatura. Até a acertamos, mas ela parecia mais interessada em algo sobre a árvore que havia lhe acertado um pesado pedaço de madeira nas costas.

A criatura invocou poder que a ergueu sobre o ar e a levou lentamente até a construção sobre a árvore. Os elfos largaram seus arcos e foram para o combate corpo a corpo contra os drows que os atacavam. Daegor e eu continuamos a acertar a criatura que se erguia cada vez mais no ar. Até que então tivemos que confrontar três drows que nos encontraram. Escondido detrás de uma pedra esperei que um deles se aproximasse e com um só golpe de espada o aniquilei rapidamente. Daegor aniquilou o segundo e juntos tiramos a vida do terceiro.

Dois dos elfos estavam mortos e dois outros estavam aniquilando seus oponentes. Seguimos para a clareira à procura de Milo. Milo estava sendo perseguido pela criatura no topo da árvore. A criatura arremessou contra ele uma bola incandescente de fogo, assim como o elfo o fez contra ela, e ele, num ato de desespero e sorte, alcançou a corda previamente preparada por ele e saltou pouco antes da explosão. Dependurado pela corda que era queimada aos poucos, decidiu saltar acrobaticamente, e até conseguiu, mas a escadaria cedeu com o impacto e ele caiu até o chão, onde o encontramos, descordado.

Eu me aproximei dele, o ergui nos braços e comecei a me afastar, foi então que a criatura caiu do topo da árvore atrás de mim. Corri com Daegor até a borda da floresta onde depositei Milo que estava desmaiado, saquei meu arco, Daegor fez o mesmo, e nos separamos para lutar contra a criatura. Algumas flechas a alvejaram até que ela mais uma vez fez uso de poder arcano e conjurou sobre si uma proteção que destruía nossas flechas antes mesmo de tocá-la.

Tínhamos que enfrentá-la no corpo a corpo. Ela perseguiu Daegor e eu a ataquei com uma investida acertando-a. Ela então se virou para mim e tentou me atacar várias vezes, tantas quantas a acertei e Daegor pelas costas, até que ela me mordeu o ombro, arrancando um pedaço de minha carne. Mas eu continuei de pé, a lutar e ela conjurou uma magia contra mim. Acertei-a no tronco, profundamente, mas mesmo assim ela conjurou e um relâmpago desprendeu de sua mão e atravessou meu corpo arremessando-me metros para trás e eu caí quase morto.

Ela me deu como morto e se virou para Daegor. Enquanto ela embatia contra ele eu lutava contra meus músculos que não obedeciam para me levantar. Então ela acertou Daegor, mordeu o pescoço e o feriu mortalmente. Eu me levantei com todas minhas forças, ergui minhas armas retorcidas pelo relâmpago, e corri até ela enterrando profundamente minhas armas em seu corpo aracnídeo. Ela então se virou para mim e me atacou e errou. Mais uma vez os deuses estiveram do meu lado e me permitiram esquivar de seus golpes e acerta-la cada vez mais profundamente até que então ela começou a conjurar uma outra magia, que seria o meu fim certamente, mas um golpe dado com a fúria e desespero de uma tempestade arrancou-lhe a cabeça antes do fim e ela tombou ao chão.

Com minhas forças restantes foi lentamente até Daegor. Ele estava recostado em uma árvore, seu ferimento no pescoço sangrava abundantemente, e ele estava pálido e febril. Estanquei seu ferimento o arrastei até onde havia deixado Milo. O ferimento de Milo era forte, porém não letal. Mas Daegor parecia estar envenenado pela mordida do monstro meio aranha.

Fiz um curativo no meu ferimento enquanto pensava no que faria. Foi então que escutei atrás de mim.

- Foste tu aquele que realizaste tal proeza?

Ao me virar vi três dos elfos. Dentre eles o mago.

- Se te referes à criatura morta, os louros cabem a mim e aos meus companheiros. O humano e o halfling.

- Tínhamos um inimigo em comum, apenas lutamos contra ele. Vieram nos ajudar o nos tirar a vida?

- Nós não cogitava-mos nenhuma das opções.

- Muito impressionante. Fostes de grande ajuda então. O que fazem aqui?

- Viajamos em direção de Essembra.

- É verdade, não planejam saquear a então abandonada Corte Élfica?

-Viajamos para Essembra, vindo do norte, das terras onde cavalgam os centauros. Meu companheiro está envenenado, será que algum de vocês seria capaz de ajuda-lo?

Todos responderam negativamente e com pesar. Minha angustia crescia ao ver Daegor se deteriorar e sofrer na minha frente e, pelo olhar dos elfos, ele morreria em pouco tempo. Foi então que me lembrei do que pode ser nossa ultima salvação e gritei:

- Thendritan! – repetidas vezes.

- Quem é Thendritan? – Pergunta um dos elfos.

- É um outro companheiro de viagem nosso.

- Terá ele sobrevivido?

- Sim, tenho certeza que sim.

- Ele deve ser então um bravo guerreiro.

- Na verdade, nos momentos de conflitos, ele desaparece.

Chamei-o algumas vezes mais, sem reposta. O elfo que carregava um cajado se aproximou de Daegor e começou a observá-lo. Fui em direção dos drows em busca de algo que poderia ser-nos útil. Substituí minhas armas avariadas por cimitarras, recolhi algum dinheiro, encontrei dois potes contendo líquidos estranhos, e três gemas, com os drows e com a criatura aracnídea.

Voltei até os elfos, e inquiri ao elfo com Daegor se ele havia descoberto algo. Ele negou com pesar e foi ver Milo, abriu algo dentre seus equipamentos e jogou o conteúdo de um pote em sua boca.

Eu comecei a fazer um acampamento, a acender uma fogueira.

- Não é a primeira vez que encontramos e combatemos drows na terra dos elfos. Há algo errado.

- Há muito que essa não é a terra dos elfos. A maioria partiu no...

- Êxodo, eu sei. Mas mesmo assim. Dias atrás combatemos um grupo razoável deles em um templo élfico dedicado à Mielik próximo à Pedra do Acordo. Esse templo guarda em seu interior um portal elfico que só pode ser ativado por uma companheira nossa, elfa, que não está mais viajando conosco. Ele nos levou às terras ao norte, onde cavalgam os centauros.

- Os portais eram comum antigamente.

- Sim, eu sei, mas se os drows estão tomando lugares como esse, será mais do que um mero inconveniente. Na árvore maior dessa clareira há uma construção elfica que talvez abrigue um portal, pois Milo avistou runas cravadas aqui, que se assemelham às runas que encontramos no portal.

- Não creio que estejam realizando investidas maiores que essa. Acho que estão caçando escravos e saqueando quem for possível.

- Para onde vão? – perguntei.

- Nós patrulhamos a corte élfica estamos indo para lá agora.

- Se forem de vosso desejo fazer-nos companhia, serão bem vindos.

- Obrigado, mas partiremos.

-Não sei os vossos nomes.

- Me chamo Thirel – diz um dos elfos - este é Ocilakoth.

- E eu sou Nerrow – diz o mago.

- Meu nome é Tristan, esse é Milo e o outro, Daegor.

Ele respondeu com um gesto de cabeça.

- Bem, que Silvanos guiem vosso caminho. Que Ele guie as almas dos bons que sob seu corpo pereceram para um lugar melhor e arraste para os nove infernos àqueles que carregam as trevas dentro de si como uma furiosa tempestade.

Nisso Milo desperta após tossir um pouco. Se levanta com um pouco de dificuldade. Observa todos. Eu continuo meus afazeres até que então surge do meu lado Milo recomposto e falante.

- Vejam só o que me aconteceu – começa, chamando a atenção dos elfos – daqui a pouco quero saber quem são vocês, mas agora vou contar o que mo aconteceu. Eu estava lá em cima da arvore quando vi a tropa deles se aproximando com a drider. A batalha começou. Eu então arranquei um pedaço de madeira desseeee tamanho – gesticula mostrando um grande pedaço – e bem pesado. Com muito esforço eu o ergui no parapeito do corrimão, mirei e então Yondalla me ajudou e eu acertei a drider que se feriu muito, saiu guinchando e mancando assim ó - e imitou a drider exageradamente – e então ela olhou para cima e eu me escondi, fiquei invisível. Mas Thendritan que não sabe se esconder revelou meu paradeiro. Eu corri ao redor da árvore prendi a corda que me deu corri com ela em meu encalço. Ela começou a conjurar uma magia e lançou contra mim uma esfera flamejante de destruição. Eu corri com tudo atrás de mim sendo destruído, saltei pela beirada agarrando à corda e me salvei enquanto tudo explodia BUMMMMMM!!! Ai eu fiquei dependurado, mas o fogo começou a queimar a corda e eu tive que me desviar dos destroços incandescentes que caiam sobre mim. E ai a corda partiu e eu caí sobre a escada perfeitamente com toda minha habilidade, mas a escada cedeu e eu fui ao chão e...

Uma voz fraca e dolorida interrompe Milo.

- Milo, cala a boca! – Era Daegor que estava debilitado demais por causa do veneno.

- Então Milo canta e toca Daegor:

Se a canção corta, a canção cura
Que venha a mim a mais bela melodia
Traga às minhas mãos a luz do dia
Que cure pela palavra mais pura


E os ferimentos de Daegor se fecham em sua maioria, na nossa frente. Mas ainda estava envenenado.

- Como fazes isso? – perguntei admirado. Não era a primeira vez que observava uma habilidade extraordinária de Milo, mas era a primeira vez que eu a via de frente e que tinha tempo de questioná-la.

- Bem... É complicado. Através da música eu consigo, limitadamente, manipular a Magia de Faerun à minha vontade (Ou então através da música ele sensibiliza a Trama à sua vontade, o que preferir).

Não compreendi muito bem, mas não tinha ânimo para tentar compreender no momento. Estava muito ferido, da queda, dos cortes, das mordidas, do relâmpago. Continuei a preparar o acampamento. Nisso Milo trava conversa com os elfos.

- Quem são vocês? Não estão a mando de Amra estão? – eu gesticulei negativamente para ele antes que os elfos pudessem pensar sobre a pergunta.

- Eles estavam patrulhando a região, seguindo os drows, quando então nós nos encontramos todos. Nós lutamos do mesmo lado contra os elfos negros e contra aquela criatura aracnídea.

- Ah, sim. E o que houve com a Drider? – perguntou-me Milo.

- Quem?

- A criatura, se chama Drider.

- Já a conhecias?

- Esse é o nome da sua espécie, já ouvi falar. Mas então? Quem são vocês? Sabiam que não é a primeira vez que nós encontramos drows por aqui. Uns dias atrás...

- Seu companheiro já nos informou sobre isso. Chamo-me Nerrow, esses são Thirel e esse é Ocilakoth – interrompeu o mago.

- Esses são meus companheiros, Tristan e Daegor, me chamo Milo, muito prazer. O que aconteceu com a Drider mesmo?

- Ela está morta- lhe respondi.

- Quem matou?

- Eu – uma vez mais respondi, com cansaço.

- Como? Ei esperem, vocês já vão? Não vão ficar? – perguntou Milo ao observar a movimentação dos elfos.

- Não pequenino, partiremos já. Nós patrulhamos a corte élfica, estamos nos seus arredores. Se vocês vão para Essembra, o caminho mais rápido levara vocês a atravessa-la também.

- Bem, então boa viajem, que o deus (xy que não me lembro o nome) lhes proporcione uma boa viagem.

- Que vocês possam se recuperar bem. Adeus! - despediu-se o elfo.

Após nos despedirmos, o acampamento montado, assei um pouco de carne restante e distribui para todos. Daegor comeu pouco e com dificuldade. Milo saiu para vasculhar melhor o lugar da batalha e recolher suas coisa. Pude ouvi-lo chamando por Thendritan.

Depois de um tempo ele voltou. Me perguntou questionou do que recolhi da batalha, dividimos algumas coisas e combinamos que ele, por estar melhor, faria a primeira ronda durante o descanso. Me cobri e a Daegor sob o mesmo cobertor e dormimos.

Na manhã seguinte acordei o sol já havia nascido. Milo dormia profundamente à beira da fogueira apagada. Eu, um pouco melhor, preparei o desjejum com um pouco de carne, servi a Daegor com água e hidromel e por ultimo acordei Milo. Após o desjejum começamos a nos preparar. Enquanto eu dividia a bagagem de Daegor entre Milo e eu, Milo vasculhava mais uma vez o lugar através de meios sobrenaturais. Voltou com uma cimitarra que me entregou dizendo que esta era mágica.

Então pegamos nossas coisas e nos preparamos para partir. Eu apoiando Daegor. Quando Daegor se assusta e tenta dizer-nos algo, mas sua voz não sai. Olhando ao redor avistei uma pessoa se aproximando. Uma mulher de longos cabelos negros e lisos, vestindo roupas rústicas feitas de peles. Sua pele é clara, um pouco bronzeada, seus olhos castanhos. Ao seu lado um lobo cinzento caminha atento e em guarda.

- Alto, quem vem lá? Isso é clássico! – Digo eu em voz alta, fazendo Milo, que tentava adivinhar o que Daegor desejava dizer, se virar e ver a estranha.

- Eu sou Kira – a mulher responde.

- E o que a trás aqui?

- Viajo em busca de Essembra.

Nisso Milo se aproximou de mim e sussurrou:

- Não é muita coincidência? Ela estar indo para Essembra também?

- Essembra é a única cidade que existe por aqui – respondo sussurrando.

- De onde vem?

- Venho de uma tribo ao norte. O que há com seu amigo caído? – pergunta-nos Kira.

- Ele foi envenenado.

- Talvez eu possa ajudá-lo. Pelo o que ele foi envenenado?

- Por uma drider – respondo.

Kira então se aproxima de Daegor, segura um símbolo de Silvanus e sussurra uma prece, e vemos sua mão brilhar. O Veneno sai como sangue negro das feridas de Daegor.

- Obrigado – digo a ela – por Daegor. Esse é Milo SwiftSong, aquele é Daegor, e eu sou Tristan.

Seguimos viagem para Essembra, se quiser nos acompanhar, pode acompanhar-nos.

- O que quer em Essembra? – pergunta Milo.

- Procuro por meu pai. – responde Kira.

- Não a perturbe Milo – digo a ele.

- Mas eu não estou perturbando, estou só conversando. Por que procura seu pai?

- Acho melhor não dar atenção para o pequenino – Adverte Daegor.

Eu divido o equipamento de Daegor com ele até que ele se recupere e começamos a viagem. Logo que começamos Milo começa uma bateria de perguntas.

- Mas de onde você vem? Qual é o seu sobrenome? O que busca em Essembra? Por que não tem sobrenome? Deve vir de uma família muito pequena não? Só na minha família mais próxima, somos oito Milos. Milo Miklos, Milo Keen, Milo Blandyr, Milo Tagbeer, Milo Milo...

- Mas como ele fala não! - Disse Kira se virando para Daegor e para mim.

- Eu avisei – respondeu Daegor sorrindo.

Seguimos viagem por boa parte do dia até que alcançamos a Corte Élfica. Uma estrada pavimentada no centro e árvores enormes, cada uma tinha uma construção. Logo alcançamos um rio, de uns 30 metros de largura, com uma velha ponte de madeira em forma de arco atravessando-o. A esquerda uma imensa queda de cachoeira deságua e a direita o rio segue violentamente.

Eu, seguido por Milo e por Daegor, foi atravessar a ponte, após repor meu cantil e me lavar com um pano molhado. A ponte estava muito velha e frágil. Com cuidado começamos a atravessá-la, muitos de seus pedaços cediam sob nossos pés. Até que Milo se aproximou de mim para sussurrar:

- Ei, Tristan. Acho que vi vultos naquelas construções das árvores. Não olha! É melhor eles não saberem que nós sabemos sobre eles.
Nesse momento Kira, que havia ficado para trás, grita! - Não estamos sozinhos, tem gente ali nas árvores! - Uma chuva de flechas voou sobre nós. Com dificuldade e algumas flechadas nós atravessamos. Milo mais uma vez realizou um dos seus truques, ficando invisível.

Atravessamos e esperamos Kira do outro lado, atrás de algumas árvores. Milo avista vultos se escondendo e me alerta. Então se separa de nós. Eu começo a procurar e encontro alguns. Com o arco em riste fico atento para dar cobertura a Kira que atravessa a ponte sob as flechas. Até que então ela se aproxima de Daegor e eu. Eu os preparo para atacar, assim que eu lançar uma flecha contra um dos inimigos que encontrei. Daegor saca o arco e Kira uma funda.
Eu atiro a flecha, fazendo sair do esconderijo quatro drows que correm em nossa direção. Eu dou um passo para trás, pedindo cobertura e, como aprendi com Vassla a comungar com Silvanus, agacho e afundo meus dedos em um dos SEUS elementos, a terra e recito e repito, em silvestre, uma prece:

Que minha alma,
A Silvanus se funda,
Que meu corpo e o SEU,
Um se tornem.


Ao fazer isso as plantas ao redor de nossos inimigos crescem e começam a agarra-los. Dos quatro, dois são presos, um é derrubado e o ultimo prossegue lentamente, lutando contra a vontade de Silvanus. Com pouca dificuldade, Daegor, Kira e eu abatemos três deles, com nossas flechas e pedradas.

Perto dali Milo entrava em combate com dois drows que surpreendeu. Ele é ferido várias vezes, mas consegue, com maestria, subjugá-los e matá-los. Então começa a retornar ao nosso encontro.
Acontece que, quando tentávamos acabar com o último mais um grupo de quatro se aproxima por nossas costas. Desta vez Kira é o veículo da vontade de Silvanus e quando tentam se aproximar de nós, os drows são recebidos por dezenas de espinhos que nascem das plantas ao seu redor, ferindo-os. Tentam mais um pouco, mas ao serem feridos, desistem de avançar e tentam nos atacar com arcos. Nisso já atacávamos a distância. E, pouco a pouco, exterminamos nossos inimigos que tombavam para terem seus corpos penetrados pelos espinhos.

No fim, sobrou um apenas. Estava preso pela mata. Assim que solto pela vegetação o incapacitamos e prendemos. Thendritan apareceu, sentado na cabeça do drow, que se debateu e foi golpeado pelo pequenino e desfaleceu.

Daegor havia desaparecido. Kira encontrou alguns possíveis rastros dele e ela e eu seguimos, enquanto Milo tomava conta do drow. Seguindo os rastros de sangue chegamos a um barrando e embaixo deste havia dezenas de corpos espalhados. Os corpos pareciam antigos e parte deles tinham claros sinais de serem elficos. Todos eles estavam trespassados por armas.
Observando melhor ao redor, encontramos uma grande árvore ancestral de mais de 50 metros, de grosso tronco. Nela estavam empacados tantos outros corpos. Aparentemente, empalados por suas próprias armas. Senti um calafrio e um mal estar com a situação. Mas nem sinal de Daegor, ao redor ou dentre os corpos.

- Pode observar se há alguma magia por aqui? – perguntei a Kira.

Ela começou a recitar suas preces a Silvanus e se ocupou de examinar o local. Enquanto isso eu fiquei de prontidão, observando o local em busca de algum sinal de inimigos ou de Daegor. Uma fina neve começou a cair sobre nós e a temperatura a cair ainda mais.

Depois de um tempo esperando questionei Kira.

- Então, encontraste algo?

- Algo aqui realmente de deixa perplexa.

- Além dos inúmeros corpos empalados por suas próprias armas a mais de vinte metros de altura no tronco daquela árvore? (agora eu estou com medo rsrsrs)

- Eu me refiro a uma daquelas espadas, ela emana uma aura mágica de certo poder. Quero dizer, todas emanam uma aura amarelada, mas aquela é de prata, e forte.

- Eu me referia se encontraste algum sinal de Daegor!

- A sim, não encontrei nada.

Então me lembrei que em determinado momento o drow preso olhou na direção em que agora estávamos e riu sozinho de algo. Poderíamos acorda-lo e faze-lo falar. Decidi então voltar.

- Vamos voltar, não há nada aqui.

- Pode ir, vou verificar uma coisa.

- No meio dos corpos? Tem certeza?

- Sim, pode ir.

Voltei então para junto de Milo. Lá chegando encontrei Milo conversando com o drow que não estava com metade dos ferimentos que lhe infligimos. Milo tentava algo contra ele, me pareceu. Ele começou a praguejar e eu me aproximei para atacá-lo com um chute, mas ele se libertou das cordas, apanhou uma adaga em sua bota e tentou me acertar. Ao errar, saiu correndo.

Após uma breve perseguição, Milo o derrubou com uma adagada. Ele não cooperou e perdeu a vida. Milo e eu discutimos um pouco, mas ele decidiu voltar ao escutar minha narrativa sobre o mortuário que encontramos. Ao voltarmos encontramos com Kira que estava afobada e com o ombro ferido. Um vento gelado soprava e uma neve mais grossa caia.

- Os mortos empalados, estão... Atacaram-me! E estão nos perseguindo.

Saímos o mais rapidamente sob uma leve orientação de Thendritan. Podíamos ver por entre as arvores os vultos que se aproximavam sob uma luz amarelada.

A noite caiu enquanto seguíamos sob a (des)orientação de Thendritan. A estrada repleta de postes e lanternas, que antigamente deveriam ser mantidas acesas por magia, mas hoje está destruída e velha, como uma paródia a imortalidade dos elfos que ali viviam, como todas as outras construções. Atravessamos uma encruzilhada e enfim chegamos a uma velha casa que dividia a trilha em duas. Uma árvore alta, de vários andares. Porém mais moldada e aproveitada que geralmente são as casas elficas. Uma placa desgastada e ilegível sobre a porta caída. Milo entra para investigar enquanto esperamos do lado de fora.

Milo se demora lá dentro um pouco e então chama por Thendritan que descansava sobrte uma pedra na trilha a esquerda. Lá dentro Milo envia Thendritan para o terceiro andar, que é inacessível, pois a escada está bem desgastada e frágil. Kira e eu continuamos em vigília, a espera que em qualquer momento Daegor apareça ou mortos vivos surjam no horizonte acima de nós.

Por fim a demora dos pequeninos incomodam a Kira e a mim e eu vou verificar o porquê do atraso. Milo insiste em terminar o que começou. Haveria de acordo com ele algo de mágico no terceiro andar e de acordo com Thendritan, em um baú, que ele não conseguiria trazer abaixo.
Milo pensa em trazer o teto dos dois andares abaixo através de flechadas. Mas seria pouco provável que isso acontecesse e menos ainda que fosse a melhor forma de acessar ao baú. Com uma observação mais apurada observei que provavelmente o teto da construção seria aberta ao céu e que seria melhor encontrar uma forma de escalar pelo lado de fora.

- Hah! Eu não consigo subir por ai? Você consegue? – perguntou-me Milo.

Eu fiquei observando o largo tronco tentando a melhor forma de escalar o local.

- Você consegue escalar até o alto Kira? Ou fazer algo que nos ajude a chegar lá? – Perguntou Milo.

- Poderia usar as habilidades que Silvanus mo concedeu para me transformar em um animal alado e alcançar o topo. Respondeu depois de um breve momento pensativa.

- Hahahahaha! Você vai fazer o que? Virar um pombo? Hahahaha!

- Alerte ao pequenino que ele deve ser mais respeitoso para com Silvanus. Imagino que sendo servo DELE tu estás tão ofendido quanto eu estou.

- Não te preocupes com isso. Ele não zomba de ti por maldade, é por ignorância que ele diz o que diz. Eu já consegui impedir que ele tentasse montar um centauro, nas terras do norte. É um bom começo.

Depois de ver que ninguém mais se divertia com a idéia da metamorfose e que Kira estava realmente ofendida, Milo parou de rir.

- Você pode realmente fazer isso? Se transformar em um animal?

- Silvanus me deu o dom de transformar em uma águia.

- Então você poderia ir voando lá pra cima e ver o que tem lá?

- E aproveitar para observar o local melhor, em busca de orientação, de sinais das criaturas que
nos perseguiram na floresta e de Daegor, principalmente.

- Entrem na casa então, para não ficarem a mostra. Eu vou voar pelas redondezas e dentro de algum tempo eu devo estar de volta.

Ela tirou uma pena do meio de suas coisas. Uma pena de águia. E orou. A medida que a oração em silvestre era repetida várias e várias vezes uma luminescência tomou conta de seu corpo e transformou sua forma, para um pássaro.Então a luz se foi e revelou um águia que alçou vôo.

- Por que você não faz isso também? – Me perguntou Milo.

De dentro da casa esperamos, com os olhos atentos ao horizonte. O clima mudava com velocidade. O céu escurecia rapidamente. O vento soprava forte e úmido varrendo as folhas e tudo o mais que tivesse a leveza das coisas que são levadas e esquecidas.

Depois de um tempo escutamos os passos de alguém pisos acima. Andando de um lado para o outro e finalmente a voz de Kira.

- Tristan?

- Sim?

- Milo tinha razão, há um baú aqui em cima. Mas é grande demais para eu carregar.

- Você poderia arrastá-lo até a beirada e lançá-lo escada a baixo – diz Milo.

- Farei isso então.

Escutamos os sons do baú sendo arrastado e os gemidos que o esforço arrancava de Kira. Ate que começou uma batalha e ela gritou lá do alto. Milo e eu nos afastamos para perto da saída bem a tempo de sairmos do caminho da queda de Kira e seu oponente. O que posso dizer? Ela batalhava contra... Um baú! Provido de um par de braços musculosos e de uma bocarra horrenda. Ela caiu de barriga para cima e suas mãos estavam agarradas nas alças da coisa que caiu sobre ela e a socava continuamente.

Milo e eu sacamos nossas armas, ele a espada curta, eu a cimitarra tomada de espólio da drider e engajamos em combate. Nossas armas cortavam a coisa e ele sangrava. Uma batalha que não parecia nada além do fruto de um sonho, ma o sangue que escorria dos ferimentos de Kira era bem real. Milo usou sua mágica de cura em Kira, mas não foi o suficiente. Logo a criatura a deixou desacordada e veio para cima de nós.

Ele atacou milo e eu ataquei a ele. Milo esquivou-se o melhor possível, mas logo foi acertado. Em um ataque particularmente bem sucedido a cimitarra atravessou o corpo da coisa e nela ficou. Então saquei a outra arma, uma espada longa. Milo também perdeu sua espada e sacou uma adaga, que logo também perdeu no corpo da criatura. Esta não desistiu de Milo. Sempre que precisava locomover-se ela batia com as mãos no chão, saltando com o impulso. A batalha prosseguiu por um tempo e atacando-a por trás eu finalmente a eliminei.

Então recuperei minha arma e fui em direção a Kira e Milo em direção ao que reluzia dentro da criatura morta. Kira estava muito mal, quase morta. Felizmente consegui com a ajuda de meu equipamento de primeiros socorros, impedir o fim. O tempo piorava a cada momento. Milo pilhava o baú e me ofereceu moedas e me indicou uma espada particularmente bela.

- Por que eu deveria pegar essa espada? – Perguntei-lhe.

- Por que ela é interessante.

- Por quê?

- Por que ela vale muito.

- Não te preocupas com Kira?

- Ah sim. A kira. Como ela está?

- Quase morta.

Após recolhermos algum dinheiro, a espada e um par de pequenas luvas de malha élfica que Milo vestiu eu amarrei com minha corda de seda Kira envolta em meu cobertor em minhas costas, para poder carregá-la. Nós voltamos para o caminho. Thendritan estava preocupado com o clima. Com o tempo a ventania piorou, o céu escureceu e o ar ficou mais frio e úmido. Até que encontrei uma casa élfica aparentemente firme e com acesso fácil.

A construção no alto de uma árvore de tronco bem largo tem acesso por uma escadaria que vai do chão ao alto. Milo facilmente abre a porta. A primeira sala é uma sala com armário, uma mesa no centro, uma fruteira com frutas frescas e duas portas. Tudo muito limpo e arrumado. Eu me dirigi à porta da direita e Milo à da esquerda. Na porta em que entrei havia uma cama, um baú que posteriormente conferi, continha roupas de cama e roupas masculinas. Na cama deixei Kira, coberta e protegida por seu lobo fui atrás de Milo. Thendritan estava deitado sobre a mesa comendo das frutas.

Milo estava no outro cômodo. Uma sala pequena com uma mesa, cadeiras, alguns livros e uma porta que, segundo Milo, dava para uma varanda e uma ponte até outra construção. Milo analisava um pergaminho com um mapa estranho dedicado a Selune, repleto de marcações estranhas. Folheei alguns dos livros. Alguns poderiam serem lidos, pois estão em elfico recente. Dependurei nas maçanetas da porta coisas que farão barulho caso tentem ser abertas. Fui para o quarto me alimentei e bebi um pouco de hidromel que fiz Kira sorver também. E orei.

Agora estou a pouco de me deitar, escutando a tempestade se agravar sobre a copa da árvore. O vento soprando como se fosse a ultima vez, os galhos superiores se agitando. Aqui, em algum lugar do que outrora foi a Corte Élfica. Hoje um lugar abandonado, assombrado, apodrecido e mal freqüentado. Sem saber onde estou começo a duvidar de minhas escolhas e de meu caminho enquanto penso nos últimos acontecimentos. Que Silvanus guarde Daegor se ainda estiver vivo ou que guie sua alma se pereceu. Que Silvanus guie-nos por essas trilhas tortuosas.

Tristan
Avatar do usuário
Crispi
 
Mensagens: 46
Registrado em: 26 Ago 2007, 19:41

Diário de Tristan

Mensagempor Sampaio em 13 Nov 2007, 15:42

Bem grande, mas excelente!

Vale muito a pena ler.

Mas ei, tem umas coisas aí que eu não me lembro de ter dito! :evil:

Enfim, leiam e acompanhem. Podem inspirar suas próprias aventuras.
Spell: não somos bonzinhos, somos sinceros!
http://www.spellrpg.com.br/portal/index ... &Itemid=72

Perguntem qualquer coisa lá:
http://www.formspring.me/Pedrohfsampaio
Avatar do usuário
Sampaio
 
Mensagens: 2578
Registrado em: 19 Ago 2007, 21:57
Localização: Perdido

Diário de Tristan

Mensagempor Crispi em 14 Nov 2007, 08:56

Leiam também o Diário de Dave Mckean!
Avatar do usuário
Crispi
 
Mensagens: 46
Registrado em: 26 Ago 2007, 19:41

Diário de Tristan

Mensagempor hrscarvalho em 21 Jan 2008, 16:04

Esperando novas atualizações....

por favor não pare......

NÃO PAREEEE!!!!!!!
Henrique Carvalho

The Dungeon for the Life!
Avatar do usuário
hrscarvalho
 
Mensagens: 17
Registrado em: 31 Out 2007, 12:08
Localização: Barueri - SP

Diário de Tristan

Mensagempor Sampaio em 06 Fev 2008, 15:25

Apoiado!

Ma suspeito que esteja perto do fim. parece que a aventura não vai mais continuar.
Spell: não somos bonzinhos, somos sinceros!
http://www.spellrpg.com.br/portal/index ... &Itemid=72

Perguntem qualquer coisa lá:
http://www.formspring.me/Pedrohfsampaio
Avatar do usuário
Sampaio
 
Mensagens: 2578
Registrado em: 19 Ago 2007, 21:57
Localização: Perdido

Anterior

Voltar para Diários de Campanha

Quem está online

Usuários navegando neste fórum: Nenhum usuário registrado e 8 visitantes

cron