CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 14 Set 2007, 12:46

Saudações,

Desde Maio narro uma campanha de CyberPunk 2.0.2.0. batizada de Blood Street Blues. Os PCs são Danny "El Brujo" Trejo, um Atravessador (Fixer), e Peter Petrelli, um Policial. Conforme a campanha for se desenvolvendo o passado deles será estabelecido. Por enqüanto basta saber que Ryan Reynolds, ex-líder dos Voodoo Boyz, foi preso por Petrelli graças a uma dica de Brujo.

Espero que os admiradores do gênero CyberPunk acompanhem o tópico e contribuam com opiniões e sugestões.

Os posts não tem nenhuma pretensão literária ou artística. Eles apenas servirão para organizar os fatos importantes de cada capítulo de uma forma mais interessante do que meros tópicos.

Já foram jogados 8 capítulos. Em breve todos serão postados aqui.

Gracias,
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Hentges
 
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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 14 Set 2007, 12:48

Blood Street Blues - Capítulo 01 - Uma Noite Sobre a Terra

Onde os personagens são confrontados com suas rotinas, estabelecem diferenças e encontram semelhanças.

CENA 01 – Novidades no Trabalho


O Oficial Peter Petrelli acorda no meio da tarde. Seu apartamento pequeno reflete os baixos salários pagos pelo Departamento de Polícia de Night City (NCPD). Antes de sair ele confere a submetralhadora, guardada em um fundo falso do guarda-roupas. Ainda que a alta criminalidade da cidade tenha tornado possível aos oficiais portarem armas quando estão fora de serviço, Petrelli prefere ter em casa a vantagem adicional que apenas uma automática oferece.

Caminhando pelas ruas de Little Italy ele percorre o bairro onde cresceu. Completaram-se dez anos desde que a Máfia foi expulsa do local, mas nada mudou sensivelmente. Dizem que a Cosa Nostra está se re-organizando, mas isso são boatos. Enquanto pensa neles, Petrelli observa o que parece ser um assalto a uma loja. Mas faltam vinte minutos para começar o seu horário. Melhor deixar de lado.

O Oficial chega à delegacia e imediatamente percebe uma confusão ocorrendo. Um grupo de cinco homens, todos com tatuagens tribais e ossos sintéticos atravessando o septo nasal, está aguardando para ser fichado. Ao perceberem a chegada de Petrelli começam a insultá-lo de todas as formas. São membros de uma gangue chamada Voodoo Boys. Seu líder, Ryan Reynolds, foi preso por Petrelli recentemente, o que provocou o desmantelamento do grupo e a submissão de seus integrantes a gangues mais fortes, como o SlaughterHouse. Sem se abalar, o policial se dirige à cafeteria.

Enquanto troca alguns cumprimentos e piadas com outros oficiais, Petrelli é convocado à sala do Sgt. William "Bill" Duke. Suas relações com o superior nunca foram boas. Desde a prisão de Reynolds as coisas pioraram sensivelmente. Responsável pela Patrulha, Duke informa ao Oficial que ele será deslocado de Little Italy para a ronda no Distrito NorthSide. O bairro vizinho é muito mais perigoso, mas foi lá que a prisão de Reynolds foi efetuada. Segundo Duke, é uma espécie de política de boa vizinhança. O NCPD mostra boa vontade ao deslocar o seu “tira-herói” para onde a população precisa mais dele. Para se ambientar, ele terá um novo parceiro. Byron Jones recém saiu da Academia, e conhece bem a região. No tom de voz do Sargento, uma ponta de sarcasmo transparece.

CENA 02 – Nadando com os Tubarões

Brujo precisa demarcar o seu território. Desde a prisão de Reynolds se criou um vácuo no Distrito NorthSide. O líder dos Voodoo Boys tinha as mãos em boa parte dos negócios sujos que aconteciam naquela parte decadente de Night City. Agora, é hora do Fixer tomar a sua parte antes que peixes maiores do que ele comecem a nadar nessas águas. A situação não o surpreende, é claro. Foi graças a uma dica sua que o Oficial Peter Petrelli efetuou a prisão de Reynolds. Brujo colocou um policial que lhe deve um favor em seu bolso e ainda se livrou de um concorrente. Negócios, apenas. Claro que o fato de sua ex-namorada ter saído de sua cama para acabar nos lençóis de Reynolds foi um incentivo a mais. Juanita Vargas mereceu a lição, pensa El Brujo.

No início da noite ele percorre as ruas do Distrito NorthSide sobre sua Harley-Davidson DarkWing. O som da motocicleta é parecido com o de uma automática 20mm, e isso é bom. Conversando rapidamente com um pequeno traficante membro do SlaughterHouse Brujo descobre que o líder da gangue, Killigree, está tendo uma noite difícil. O seu nervosismo aparente e a mão constantemente na arma dentro da jaqueta revelam, mais do que perigo, uma oportunidade de negócios. Ele dirige até O Fosso, um condomínio abandonado recentemente “requisitado” pela gangue, mas não consegue passar. Suborna um membro para que deixe um recado para Killigree e parte. É cedo, e ele tem um encontro de negócios.

CENA 03 – O Escapista

A euforia de Byron Jones por estar acompanhando a mais nova estrela da Delegacia de Polícia de Little Italy não comove o Official Petrelli. Nem a sua afirmação de que foi um dos melhores da sua turma. “Apenas fale quando eu mandar, apenas faça o que eu disser” é sua primeira dica para o novato.

A ronda pelo Distrito NorthSide é cheia de novidades para o veterano. Jones localiza locais suspeitos, como o Armazém Meratis, que estoca e distribui frutas, mas dizem que fornece armas para gangues locais; aponta os sinais de decadência do bairro, como os Apartamentos Taira, um local de classe média lentamente tomado pela ralé; explica que o The Range, uma galeria de tiro famosa, é comandada por um ex-Solo chamado Elaric Fail; e a Igreja Holy Angels, onde a comunidade italiana e irlandesa da região costuma depositar suas esperanças.

A primeira ocorrência se dá em uma LanHouse no Shopping Center UpTown, um conjunto de lojas a céu aberto que vem sofrendo com a atividade de gangues. Em frente à um loja se acumula uma pequena multidão. Após parar a viatura e tomar ciência da situação, Petrelli constata que o cadáver de um Netrunner está sendo disputado por dois amigos. Sem conseguir descobrir em que parte da Rede navegava a vítima, Petrelli controla a multidão e aguarda a chegada de um veículo para transportar o corpo. Nesse período descobre que o proprietário aluga pontos de conexão neural e oferece um banheiro para Netrunners desabrigados. Aparentemente, o falecido estava conectado há dois dias ininterruptamente.

CENA 04 – Sexo, Drogas, Armas...

A Taverna O’Flaherty é comandada por Daniel O’Flaherty, um ex-combatente de cinqüenta e poucos anos que, dizem, fez parte do Exército Republicado Irlandês (IRA). No dia-a-dia o local é tocado por Millie O’Keefe, que atua como bartender, relações públicas e negociante de informações. Para todos que entram na taverna pela primeira vez ela faz questão de dizer que o balcão é feito de carvalho verdadeiro. Recém contratado como segurança, O Celta é outra figura digna de nota. Um tipo imponente e de poucas palavras.

Millie revela a Brujo uma possível cliente, Dasha. A prostituta afirma precisar de uma arma para lidar com alguns “ratos de oitenta quilos” que tem dificultado sua vida e a dos clientes que recebe nos Apartamentos Taira. Não tem dinheiro, nem pode comprar uma arma legalmente, mas um de seus clientes é um veterano viciado que lhe paga com drogas de combate. Ela não sabe como passar a mercadoria adiante, mas aceita uma arma mais divisão de lucros na venda de drogas. Brujo aceita a oferta.

Sua próxima parada é no The Range. Ele conhece Elaric Fail, e mesmo nunca tendo feito negócios, sabe que ele está de posse de algumas armas que gostaria de passar adiante. A conversa dos dois se dá enquanto o ex-Solo destrói alvos com um fuzil de assalto Militech Ronin. Elaric não concorda em ceder uma arma em troca de futuros favores, e busca saber com que tipo de gente Brujo fará negócio. A compra de uma Colt AMT 2000 acaba sendo fechada por ED$ 700. Um preço 40% acima do mercado legal. Brujo deixa acordado ainda que conseguirá clientes para as demais armas frias em posse de Elaric.

CENA 05 – Encontro na Taverna

Brujo volta à Taverna O’Flaherty, mas não encontra Dasha. No local estão Byron Jones e Peter Petrelli, tomando a melhor cerveja quente de Night City em um momento de folga. Brujo deixa a arma com Millie, afirmando que Dasha entregará um pacote para ele em breve. No balcão, o Policial e o Fixer trocam algumas palavras. A bartender desconfia a respeito do quanto os dois se conhecem.

Aproveitando a tranqüilidade, Petrelli faz contato com a Cpt. Lisa Pondsmith. Secretamente eles mantêm uma relação amorosa, sustentada dessa forma com a concordância mútua. O Oficial acredita que seu desejo de promoção pode ser dificultado pelo Sgt. Duke caso venha à tona que passa algumas noites na cama da Capitã. Pondsmith, entretanto, responde friamente, e alega compromissos de trabalho para evitar um encontro.

Logo em seguida Jones e Petrelli são contatados para responder a uma chamada do Widmark. Aparentemente foi encontrado um cadáver em um apartamento. Após a saída dos policiais Brujo recebe uma ligação. Um contato chamado Alonso pede que ele compre uma serra elétrica e rume ao Widmark. Um cadáver com um belo braço cibernético está aguardando “remoção”.

CENA 06 – Um Homem Morto no Chão

Petrelli e Jones chegam no prédio decadente e são recebidos por uma mulher assustada. A proprietária do apartamento diz que teve a porta arrombada e, quando entrou, viu um cadáver retalhado na sua sala e a janela quebrada. Os policias confirmam o relato, e descobrem que os vizinhos ouviram uma briga no apartamento. Uma família de moradores de rua ao lado do prédio diz ter visto a saída de um homem pela escada de incêndio duas ou três horas antes. Sem muito mais para fazer, os policias deixam o local após a chegada da equipe de investigação e entregam um relatório de atividades.

Enquanto isso, no andar superior, Alonso espera por Brujo. O Fixer diz que não vai subir devido à presença da polícia no local. Alonso garante que os policiais estão ocupados no quarto andar, e que não foi ele quem os chamou. Desconfiado, Brujo parte para casa. Pretende dormir e iniciar a negociação das drogas de Dasha o quanto antes. Após voltar para o NCPD, Petrelli também tem como destino seu apartamento.
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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 17 Set 2007, 11:52

Blood Street Blues - Capítulo 02 - Sinais da Tormenta

Onde surgem indícios de um conflito no submundo, e a lealdade se torna um bem negociável

CENA 01 – Todos são suspeitos na NCPD


O dia de Peter Petrelli começa diante dos jornais. Dirigindo-se para o trabalho ele se depara com manchetes que dão conta de um ataque contra uma plataforma de extração de petróleo da Petrochem na baía de Night City. Um grupo eco-terrorista europeu chamado Soylent Green assumiu a responsabilidade pelo ato, que não fez vítimas fatais, mas causou prejuízos severos. A Petrochem, em comunicado oficial, alertou a população e as autoridades para o perigo de um vazamento na costa.

O assunto permaneceria entre os pensamentos do Policial por pouco tempo. Nos corredores da NCPD há um clima de tensão. Conversando com colegas, o oficial descobre que em alguns dias membros da corregedoria estarão presentes para iniciar uma devassa. O objetivo é acabar com as suspeitas de corrupção que pairam constantemente sobre a força policial de Night City.

Suspeitas, aliás, são jogadas sobre o colo de Petrelli em uma conversa reservada no vestiário. Após formular perguntas vagas a respeito da prisão de Ryan Reynolds e de uma eventual retaliação por parte de membros remanescentes dos Voodoo Boys, Aldo Rossi fala sobre sua desconfiança em relação ao Sargento Willian Duke. Há quinze anos na NCPD e até hoje realizando patrulhas solitárias, “cuidado de prédios e de faixas de pedestres”, Rossi desconfia que teve sua carreira brecada há quatro anos pelo superior. Uma infundada suspeita de estar recebendo propina da Máfia teria sido o bastante para afundar qualquer promoção. Ele recomenda que Petrelli, uma estrela ascendente na NCPD de Little Italy, tome cuidado com Duke. Revendo mentalmente seus últimos encontros com o superior, Petrelli concorda com a recomendação.

CENA 02 – Drogas sob os auspícios do Senhor

Night City é uma cidade violenta e brutal, mas abriga alguns santuários. Na opinião de Dasha, a Igreja Holy Angels é um desses locais. É nos bancos de madeira sintética que ela combina encontro com Brujo para entregar a encomenda que servirá como pagamento pela pistola que o Fixer lhe conseguiu.

Ao lado de uma fila de moradores de rua e párias que se amontoam para receber um prato de comida, a Prostituta entrega ao Fixer um pequeno envelope com 5g de um pó chamado Warp Drive. Segundo o cliente que paga com isso pelos seus serviços, um tipo de droga de combate. Preparando-se para sair, Brujo percebe uma discussão entre um dos homens da fila e o Padre Kevin, responsável pela igreja. A situação acabou se resolvendo quando o Padre, munido de um taser, paralisou o faminto antes que ele atacasse Brujo com uma faca.

Enquanto levam o atordoado homem para fora da igreja, Kevin faz algumas perguntas a respeito de Dasha. O religioso parece genuinamente se preocupar com a Prostituta. O Fixer garante que não é um dos clientes da moça, e que, da sua maneira, também tenta ajudá-la. Antes de partir Brujo é abordado por um homem em um terno puído buscando portadores de cartões de doação voluntária de órgãos. Sem dar atenção ao fato, afugenta o maltrapilho e parte.

CENA 03 – CyberPsicose nas ruas

Petrelli e Jones circulam pelas ruas do Distrito NorthSide protegidos pelos vidros blindados da viatura policial. O novato faz duas observações a respeito dos arredores. Uma delas diz respeito ao número cada vez maior de moradores de rua. Tornou-se corriqueiro nessa região apartar desabrigados brigando por espaço sob as marquises. A outra dá conta do aumento de pichações envolvendo o SlaughterHouse e seu símbolo, uma faca de açougueiro em vermelho.

Não demora muito para que a dupla de policiais se depare com um membro da gangue, reconhecido pela sua jaqueta preta e vermelha, pichando uma parede. Sirenes ligadas, a viatura avança. Quando os faróis o iluminam, a surpresa. Ao lado da marca, um cadáver ensangüentado. Não apenas para marcar o território, o símbolo do SlaughterHouse também assinava uma morte.

Petrelli e Jones deixam a viatura e abordam o provável assassino com armas em punho. Ao invés de temer a possibilidade de ser alvejado por projéteis de 12mm, ele ataca. Ignora o tiro de aviso de Jones e salta sobre ele, estripadores à mostra, sendo parado por um disparo preciso que explode seu crânio.

E a noite estava apenas começando...

CENA 04 – O trabalho sujo de Alonso

Fazendo uma piada com tom de voz sério, Brujo afirma que não costuma carregar uma serra elétrica o tempo todo. É sua resposta a uma nova ligação de Alonso. O Técnico amador diz que isso não importa. Mais importante do que o braço cibernético do cadáver que ele arrastou até seu apartamento na noite anterior, é o que está no olho. E nas fotos desse olho.

Chegando ao Widmark Brujo percebe o nervosismo de Alonso. Sem meios para extrair o braço, ele concentrou seu trabalho no olho cibernético do cadáver. Nele descobriu fotos de Killigree, líder do SlaughterHouse, tirada durante uma conversa que, aparentemente, resultou em discussão. Após isso, apenas imagens borradas. Os cortes profundos no peito do cadáver, porém, deixavam pouca margem para conclusões além do óbvio: Killigree fora fotografado pouco antes de fatiar o desconhecido. No bolso do braço Alonso encontrou um cartão magnético de uma empresa chamada Balboa Aeronautics. O Técnico não conseguiu desbloqueá-lo.

Brujo pega o cartão, empunha a serra elétrica e começa a “fatiar o bolo”. Meia hora depois o cadáver está transformado em um mero conjunto de peças de reposição. Três sacos de lixo o envolvem e pronto: os esgotos de Night City têm um novo morador. Segundo Alonso, nada deve ser encontrado: os mendigos do beco ao lado são especialmente vorazes. Mas isso não o tranqüiliza. Ele apenas concorda em deixar que Brujo leve o braço e o olho cibernético em troca da promessa de pagamento por eles. O Fixer concorda. Caso seu plano dê certo, as fotos de Killigree são muito mais valiosas.

Para Alonso resta limpar o quarto onde encontrou o cadáver e responder a uma vizinha idosa que diabos de barulho de serra é aquele durante a madrugada.

CENA 05 – A Máfia requisita um soldado

Após encerrar uma noite de trabalho que, após o início turbulento, se mostrou mais tranqüila do que o esperado, Peter Petrelli recebe uma ligação de Brujo. O Fixer quer informações a respeito de uma empresa chamada Balboa Aeronautics. O Policial pouco pôde fazer a respeito. Sua breve pesquisa revela que a empresa já esteve sob suspeita de estar relacionada à Máfia. De qualquer modo, nenhuma investigação está em andamento.

Enquanto volta para casa pensando em formas mais seguras de manter contato com seu informante, Petrelli é abordado por uma limusine. Inicialmente resistente, ele acaba entrando no veículo. Três homens esperam por ele. Dois deles obviamente seguranças. O terceiro é Vinnie Ciccione. Um mafioso, o Policial sabe. A conversa que se desenrola no veículo é gravada por Petrelli, e versa sobre segurança, morte e lealdade.

Segundo Ciccione “seus companheiros” são a última resistência contra a selvageria que tomou conta do bairro vizinho, o Distrito NorthSide. Ele crê que Petrelli preze pela segurança dos moradores de Little Italy, onde ambos cresceram, e mais do que isso, acredita que o oficial esteja disposto em agarrar qualquer oportunidade para subir na carreira que surjam em seu caminho. É isso que ele tem a oferecer.

Mostrando-se especialmente bem informado a respeito de assuntos internos da NCPD em Little Italy, Ciccione obtém a anuência de Petrelli quando oferece informações que podem levar à prisão de Killigree, líder do SlaughterHouse. Segundo o Mafioso, um conflito aberto entre as organizações vitimaria muitos inocentes, o que seria prejudicial a todos. Além disso, a gangue “é formada por selvagens” que teriam vitimado um de seus “associados” na noite anterior. Desmontá-la a partir da captura de seu líder é um trabalho que Petrelli já fez quando prendeu Reynolds, então líder dos Voodoo Boys.

Aceitando os termos de Ciccione, Petrelli sai do carro avisado de que em breve receberá apoio para facilitar seu trabalho. Como prova de boa vontade, um dos seguranças entrega um envelope contendo ED$ 2.500 ao Policial.

CENA 06 – Negociando no escuro

Brujo gosta de armas. Não especialmente de atirar com elas, já que ele poucas vezes anda armado. Ele prefere vender armas. Vender segurança, em outras palavras. Aparentemente, ele não é o único nesse negócio. Através de seus contatos ele chega até a Segurança Especializada. Uma empresa responsável pela intermediação entre quem precisa alugar músculos e quem os tem para oferecer.

O objetivo da conversa, porém, era outro: Warp Drive. A droga de combate continuava no bolso do Fixer, que pouco foi capaz de fazer até então para passá-la adiante. Uma rápida conversa com Elaric Fail, dono da galeria de tiro The Range com passado militar, mostrou-se extremamente infrutífera. Drogas não eram de sua alçada, e ele não queria mais o Fixer em sua propriedade fazendo perguntas a respeito. Restava, portanto, Lester Krupt, o dono da Segurança Especializada.

Recebido em um escritório de ares suspeitos pouco após uma sessão de Dança Cerebral que provocou o excesso de salivação em Krupt, Brujo cometeu um erro. Sob os olhos do/da segurança Legião, uma mulher de dois metros de altura, quilos de músculos e voz grave, o Fixer iniciou uma negociação a respeito de um produto que pouco conhecia. Krupt percebeu a lacuna, e fez ofertas que desagradaram a Brujo. Uma troca de contatos, uma despedida fria, e a droga continuava no seu bolso.

CENA 07 – Olhando para o subsolo

A Capitã Lisa Pondsmith está preocupada. Em alguns dias membros da Corregedoria, destacados pela Secretaria Municipal de Segurança, devem iniciar uma devassa na unidade da NCPD de Little Italy. Ela não está receosa propriamente com os casos de corrupção, que devem aparecer, mas com o barulho que deve ser feito a respeito disso.

Desde que a Arasaka passou a adotar uma postura mais agressiva no Conselho Municipal, as conversas a respeito da privatização dos serviços municipais de segurança têm crescido. Pondsmith teme que a Corregedoria possa estar sendo manipulada para “produzir” casos e noticiá-los, abalando a credibilidade já debilitada da NCPD.

É sobre isso que ela conversa com Petrelli em seu apartamento, nos intervalos de uma movimentada sessão de sexo. O Policial aproveita para lhe mostrar as fotos de Killigree e do cadáver sem identificação que recebeu de Brujo em um encontro na Taverna O´Flaherty. Na ocasião o Fixer também passou ao Policial o cartão da Balboa Aeronautics encontrado no braço cibernético do cadáver, mas essa informação ela mantém em segredo. Pondsmith afirma que as fotos não provam nada, mas podem ser um indício interessante. Ela sugere que Petrelli leve a investigação adiante com urgência depois que ele revela, novamente graças a informações de Brujo, qual é a localização do cadáver.

Em companhia de um detetive da NCPD chamado Jack Vincennes o Policial Petrelli encontra o cadáver ensacado sob a tampa de um bueiro. Cortado em pedaços e com os primeiros sinais de putrefação, ele revira o estômago. Mais interessante do que reações fisiológicas, porém, é a constante observação de um desconhecido na entrada do beco onde o corpo foi localizado. Petrelli não o reconhece, e não o alcança, tendo que se contentar com a mera curiosidade a respeito.

De qualquer forma, o contato com o detetive Vincennes é positivo, e eles concordam em compartilhar informações a respeito do andamento das investigações.

CENA 08 – Killigree tem um convite para você

A resposta ao bilhete deixado para Killigree dias atrás vem através de Millie, na Taverna O´Flaherty. Um membro do SlaughterHouse esteve no local solicitando a presença de Brujo no Fosso. No horário combinado, ele chega ao local. O antigo condomínio residêncial de classe média parece um inferno murado. Gritos, disparos, fogueiras e violência. A pequena terra sem-lei de Killigree e seus soldados.

Parando sua motocicleta diante da casa indicada, Brujo percebe um homem de joelhos em meio a uma roda de membros da gangue. Com diversas marcas de cortes, ele é incitado por Killigree a levantar-se. Por um instante, Brujo acredita que Alonso foi pego, que as fotos foram descobertas, que sua negociação com um policial acabou revelada, e que ele vai morrer ali, nas mãos daqueles selvagens com garras de titânio. Em instantes, porém, a situação se esclarece. Um ritual de passagem para que mais um membro seja admitido e receba seu implante de metal.

Com Brujo, Killigree é direto. Ele quer dominar o submundo. Para isso, ele precisa de um intermediário. Drogas e armas ele pode conseguir por outros meios. Um negociante é o que ele quer. Alguém que o represente. Alguém capaz de suplantar a aura de ameaça que paira sobre todos os membros do SlaughterHouse. Alguém como Brujo, capaz conviver com o fato de que a jaqueta da gangue que lhe é ofertada como presente contém uma perfuração nas costas. E que seu ex-dono, agora morto aos pés de Killigre, foi assassinado por pedir por favor, ao invés de atacar.

Brujo pensa, e aceita. Ele pode fazer isso. Antes de partir com seu presente ensangüentado, uma surpresa. Juanita Vargas, sua ex-amante, a mulher que o traiu, envolve o corpo sinuoso no de Killigree. E sorri. O líder do SlaughterHouse afirma conhecer a história conjunta do dois, e não se importar com isso. Brujo engole seco e diz sentir o mesmo. E parte. Por essa noite foi o bastante.

CENA 09 – Zona de guerra no UpTown

Que o Shopping UpTown está se tornando um local perigoso, ninguém tem dúvidas. Que eventualmente gangues se encontram e resolvem diferenças na praça de alimentação do empreendimento a céu aberto, é fato consumado. Que eventualmente um cadáver é recolhido, ok. Isso acontece em toda a cidade e todos os dias. Mas quando Petrelli e Jones viram pessoas correndo, fumaça e o barulho de armas automáticas, logo perceberam que a agitação estava além da conta.

Invadindo os corredores e desviando de pessoas em pânico, a viatura logo foi alvo de uma submetralhadora. Projéteis são contidos pelo vidro blindado. Petrelli apenas coloca a pistola para fora e despacha o atacante com um disparo. Para não restar dúvida, passa sobre o corpo com as quatro rodas.

Seguindo um pouco mais os policiais encontraram o foco da movimentação. Membros do SlaughterHouse atiravam em todas as direções enquanto dois furgões eram abastecidos com o conteúdo de uma loja de armas. Antes que pudessem fazer algo, uma granada é lançada sob a viatura. Petrelli salta a tempo, mas Jones não tem a mesma sorte. O impacto faz com que a carroceria vire completamente, deixando o veículo com as rodas para cima.

O Policial troca tiros com membros da gangue enquanto pede ajuda. Acaba alvejado no braço, não sem antes explodir a cabeça de mais dois membros do SlaughterHouse. Os furgões partem acelerados. Sangrando e se esforçando para manter a consciência, Petrelli ouve o lamento de Jones dentro do carro. Tomara que a ajuda chegue rápido...
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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 19 Set 2007, 09:46

Blood Street Blues - Capítulo 03 - Coisas Belas e Sujas

Onde gestos sutis adquirem grandes proporções, e o óbvio pode estar sendo ignorado

CENA 01 – Trabalhando nas Ruas


O dia de Brujo começa com uma série de visitas. É hora de fazer negócios enquanto não surge alguma oportunidade realmente grande. Visitas breves fazem dinheiro e mercadoria trocar de mãos, e em instantes a roda do mercado negro está em movimento. O braço e o olho cibernéticos do cadáver encontrado por Alonso rendem alguns milhares de Eurodólares, deixando o Técnico feliz e o bolso de Brujo um pouco mais estufado.

Na conversa com Alonso é mencionado o fato de que o cadáver ainda não foi identificado. Brujo lembra do favor solicitado a Petrelli e faz uma anotação mental para cobrar isso do Policial mais tarde. O assunto, porém, desperta a atenção do Atravessador para outro tópico. O que teria realmente acontecido naquela noite? Um cadáver retalhado foi encontrado no quinto andar do Widmark, e em seu olho estavam registradas fotos de Killigree, líder do SlaughterHouse. No quarto andar policiais descobriram o corpo de um membro da gangue com ferimentos parecidos. Uma família de sem-teto viu alguém fugir pela escada de incêndio do prédio logo após o crime, e vizinhos não ouviram a porta ser arrombada, mas asseguraram que uma discussão entre dois homens ocorreu no local. A visita ao apartamento onde Alonso achou o corpo não esclarece a questão. É como se uma peça ainda faltasse...

Depois do encontro Brujo vai até a Taverna O’Flaherty. Millie, que esteve fora por alguns dias retornou. Ela lhe entrega um bilhete assinado por Killigree solicitando um encontro, e aproveita para repreendê-lo por transformá-la em garota de recados do SlaughterHouse. O Celta, que também andava sumido, está presente. Um grande hematoma no rosto parecer ter contribuído para um sensível declínio de seu senso de humor.

CENA 02 – A Casa da Cura

Peter Petrelli desperta em um amplo salão de cores claras, onde camas são separadas por lençóis esverdeados, garantindo um mínimo de privacidade. A sensação em seu braço é de desconforto, mas não há dor. As lembranças a respeito do que aconteceu na noite anterior após a troca de tiros com os membros do SlaughterHouse é vaga, provavelmente resultado da perda de sangue seguida de cirurgia para remoção do projétil alojado em seu corpo.

Uma enfermeira acaba afastando as dúvidas do Policial. Ele está no Centro Médico de Crise, onde costumam receber tratamento os oficiais feridos em ação. A cirurgia a que foi submetido foi um sucesso. Seu companheiro, o oficial Byron Jones, não teve tanta sorte. A gravidade da lesão obrigou à remoção da perna direita, imediatamente substituída por uma prótese cibernética. A enfermeira garante que Petrelli não precisa se preocupar. O tratamento que está recebendo, com o acréscimo da droga SpeedHeal, deve deixá-lo em forma dentro de poucos dias.

Após ouvir com atenção, o Policial é abordado pelo paciente ao lado, que com uma bengala afasta o lençol que separa as camas. Seu nome é Harry Fitzgerald. Diz que tem sobrenome de presidente, ainda que ele não lembre qual. Todos o tratam por Fitz, de qualquer modo. Ele afirma que esteve no Hospital da Universidade de Medicina, mas eles acabaram cortando-o mais do que deviam. Acabou perdendo um rim. Acha que foi roubado. Assim que sair do hospital pretende processar todos os malditos.

A conversa chama pouca atenção de Petrelli, que resolve caminhar um pouco. Antes que consiga deixar o local, porém, é abordado pelo Dr. Gopal Krishnan, o cirurgião responsável pelo seu tratamento. Em sua companhia está Fate Yashida, a assessora de comunicação do prefeito de Night City, Mbole Ebunike. Ela informa que Petrelli será transferido para um quarto particular naquele momento.

CENA 03 – Uma tarefa indigesta

O encontro com Killigree ocorre por volta da meia-noite sob um viaduto no Centro Velho da cidade, uma região tão degradada quanto o Distrito NorthSide. Depois de passar lentamente pelo local para garantir sua segurança, Brujo chega ao ponto combinado. Não demora até que sua atenção seja despertada pelos faróis de um carro. Do veículo sai Killigree. A alguns metros, pessoas observam o encontro, todos membros do SlaughterHouse, aparentemente.

Como de costume, Killigree é direto. O SlaughterHouse vai dispersar por um tempo. O ataque ao UpTown chamou muita atenção, especialmente da NCPD. É momento de evitar o confronto com a polícia. Mas o Distrito NorthSide precisa permanecer sob o controle da gangue nesse período. E nesse ponto começa o trabalho de Brujo. Das gangues locais, apenas uma não foi absorvida ou dizimada pelo SlaughterHouse: os Voodoo Boys. Seu líder, Ryan Reynolds, está preso. Killigree quer que Brujo encontre-se com ele e negocie a co-existência pacífica entre as gangues. Os Voodoo Boys tomam conta do Distrito NorthSide, e quando o SlaughterHouse se reunir, eles serão respeitados.

Brujo sua frio. Reynolds está preso graças a uma dica sua para Peter Petrelli. Ele não esperava ter que reencontrar seu rival, e não consegue imaginar o que pode acontecer nessa situação. Apesar disso, por não ter opção diante de quem já trata por “chefe”, diz sim para Killigree.

CENA 04 – Breaking News

O quarto de hospital para o qual Petrelli foi transferido é maior do que seu apartamento. E melhor. Muito melhor. Contemplando uma sala de estar com eletrônicos de ponta e as paredes mais brancas que já viu, o Policial adormece. Ele recobra a consciência enquanto uma enfermeira faz a conferência dos dados fornecidos pelo equipamento de monitoramento. No corredor uma algazarra destoa do ambiente tranqüilo do quarto. Não demora até que um grupo numeroso e heterogêneo adentre o recinto. Acompanhado de assessores e repórteres com câmeras e luzes, o prefeito de Night City se coloca ao lado da cama de Peter Petrelli. Levemente aturdido pelo inesperado, o Policial testemunha um discurso veemente de Mbole Ebunike a respeito da importância da força policial da cidade e da existência de oficiais heróicos, que colocam suas vidas em risco diariamente. Em seguida, jornalistas fazem perguntas sobre a troca de tiros contra membros do SlaughterHouse no shopping UpTown, abordam a prisão de Ryan Reynolds e, por fim, questionam o bravo paciente a respeito da proposta de privatização da NCPD levada adiante pela Arasaka. Petrelli se diz contra a idéia, para visível regozijo do prefeito, que retoma a palavra para lançar uma carga de acusações contra “o dinheiro estrangeiro buscando ferir a autonomia de Night City”.

Pouco depois, o circo se desfaz tão rapidamente quanto foi erguido. Antes de partir o prefeito agradece as palavras de Petrelli, e dá a entender que uma promoção espera por ele. Se precisar de algo, pode contar com a Srta. Yashida. Ebunike deseja rápida recuperação e parte. Intimamente, o Policial desenvolve um pensamento pueril: tomara que não o tirem do quarto novo.

CENA 05 – Choque de Realidades

A visão de repórteres e câmeras no corredor faz com que Brujo se porte reservadamente. As flores sintéticas ajudam a transformá-lo em apenas mais uma visita com amigos poderosos no andar particular do Centro Médico de Crise. Já dentro do quarto, ele e Petrelli trocam comentários ácidos a respeito do gosto para flores de um e a súbita fama do outro.

Brujo questiona o Policial a respeito de novidades sobre o cartão da Balboa Aeronautics encontrado no cadáver do Widmark. Os dados contidos ali podem ser importantes e valiosos. Nenhum avanço foi realizado, porém. Quando solicita informações a respeito de quem é o advogado de Ryan Reynolds e onde ele está preso enquanto aguarda julgamento, Brujo se irrita.

“Que Reynolds”, pergunta Petrelli, levemente embriagado pela súbita notoriedade. “O Reynolds que eu prendi para ti”, responde o Atravessador, de imediato. Diante do reconhecimento do favor devido, que em parte garante as atenções que recebe nesse momento, Petrelli concorda em dar alguns telefonemas. A condição é que Brujo desapareça e não volte ao hospital, especialmente nesses tempos de atenção da mídia sobre si.

CENA 06 – Um Recado Discreto

Depois de esperar um dia inteiro pelo telefonema de Petrelli, para sua profunda irritação, Brujo recebe o endereço de Dusty Wright, um advogado conhecido por assumir casos envolvendo membros de gangues. O Atravessador passou a manhã na The Range treinando a pontaria. A presença de Reynolds e dos Voodoo Boys, ainda que distante, aguçou seu senso de sobrevivência.

Depois de uma rápida conversa por interfone, quando demonstra conhecer o caso de Reynolds e insinuar que pode ajudar, Brujo entra. No elevador, encontra um garoto sentado brincando com um videogame portátil. Ele pergunta se Brujo é bandido, já que usa bigodes.

Já dentro do apartamento de Wright, Brujo dá um breve recado que espera ser entregue a Reynolds por seu advogado. As palavras de Killigree a respeito dos Voodoo Boys são em grande parte reproduzidas. Uma troca, e nada mais. Mesmo sem entender o conteúdo, Wright promete transmitir a mensagem.

De volta ao elevador, Brujo encontra o garoto sentando no mesmo local. A curiosidade o faz perguntar por que ele simplesmente não vai para casa. A resposta tem o gosto de uma piada amarga. “Quando minha mãe recebe amigos dela lá em casa eu tenho que ficar aqui no elevador”.

CENA 07 – Dia de Visitas

Trazendo algumas flores naturais, Vinnie Ciccione chega ao Centro Médico de Crise acompanhado de um segurança. Ele entrega a Petrelli uma pasta contendo informações a respeito do SlaughterHouse, e não demora a perguntar sua opinião a respeito da visita do prefeito no dia anterior. O mafioso afirma que uma eventual promoção do Policial pode ser boa para ambos, e fica satisfeito ao ouvir que os planos conjuntos para o SlaughterHouse permanecem intactos. Petrelli, inclusive, manifesta um forte desejo de retaliação após ter sido alvejado por membros da gangue.

Chegando mais tarde, a capitã Lisa Pondsmith não abre mão de comentar a respeito das “admiradoras bem rápidas” de Petrelli, que já fizeram chegar dois vasos de flores ao seu quarto. Sua visita, em companhia do sargento Duke, tem propósito essencialmente protocolar. Eles também tem informações a respeito da bem-sucedida cirurgia de instalação de Jones, que veja só, não está se recuperando com SpeedHeal, ao contrário de seu colega, que caiu nas graças do prefeito. Duke faz questão de, ao narrar o fato, chamar o oficial de marionete de Ebunike em sua guerra particular contra a Arasaka.

Pondsmith acaba expulsando o subalterno do quarto, mas escolhe outras palavras para fazer um alerta similar ao seu amante. Ebunike foi eleito com apoio das corporações de Night City, mas sua reeleição recente parece ter tido o efeito de produzir novas aspirações, a ponto de atacar a corporação mais poderosa do mundo.

No dia seguinte Petrelli é liberado do Centro Médico de Crise, levando alguns medicamentos para troca de curativos, que pode ser feita em casa. Ele mantém uma rápida conversa com Byron Jones, que ficará hospitalizado mais alguns dias. O Policial parte para casa, de volta às ruas.
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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 21 Set 2007, 10:03

Blood Street Blues - Capítulo 04 - A Tênue Fronteira

Onde boas intenções atraem tragédias, e a infâmia aspira bondade

CENA 01: Uma Nova Vida


Chegando em casa depois de três dias hospitalizado, Peter Petrelli não demora a perceber que algo havia mudado. Uma vizinha, que pouco ou nada falara com o Policial até aquele dia, o cumprimentou enquanto segurava um pacote de compras. – Eu vi o senhor aquele dia com o prefeito. Que bom que se recuperou. É bom ter alguém como o senhor por aqui. Antes de se despedir, ela lembraria que uma jornalista do Canal 54 estivera no prédio fazendo perguntas. Petrelli faz pouco caso do fato, começando a se habituar à manifestação de interesse da mídia.

No final do mesmo dia ele jantou com o Detetive Jack Vincennes. A conversa tratou especialmente do cadáver sem nome encontrado em um beco ao lado do Hotel Widmark. Assassinado e despedaçado, o corpo pertencia a Frederico Mancinelli, um executivo da Balboa Aeronautics, que foi enterrado no cemitério da Igreja Holy Angels. Em uma época em que morrer é barato, o descanso na terra é sinal de muito dinheiro, segundo Vincennes. O Detetive acrescenta que o corpo provavelmente tinha cibernéticos, pilhados antes do cadáver ser encontrado pela polícia. Faltavam o braço direito e o olho esquerdo. Felizmente o assunto não estragou o apetite dos oficiais, acostumados à violência de Night City.

Preparado para a conversa, Petrelli apresentou ao Detetive as mesmas fotos de Killigree no Widmark que já havia compartilhado com a Capitã Pondsmith. Segundo seus contatos, aquelas imagens teriam sido registradas pelo olho cibernético de Mancinelli pouco antes de sua morte. O indício ganha força quando analisados os ferimentos fatais: cortes e perfurações que casam com o tipo de cibernético idolatrado pelos integrantes do SlaughterHouse.

Ao final do encontro, Vincennes sugere que ele e Petrelli em breve serão colegas.

CENA 02: Pedido de Ajuda

O dia de Brujo geralmente começa perto do meio-dia, com gosto de uísque barato e charutos. Hoje não seria diferente. A partir disso, é momento de fazer ligações, estabelecer relações, e tentar ganhar algum dinheiro. Suas andanças o levam a travar contato com Alonso, no Widmark, e, mas tarde, com Millie O´Keefe, na Taverna O´Flaherty.

Esta acaba lhe fazendo um pedido. Um amigo precisa de ajuda: um local reservado para ficar em segurança por cerca de uma semana. Brujo chega a arrombar um apartamento de seu próprio prédio, mas acaba se decidindo, com a ajuda de Alonso e algum dinheiro, pelo quarto do Widmark onde foi encontrado o corpo de Frederico Mancinelli.

Em conversa posterior com Millie, ela acaba revelando que quem precisava de ajuda era O Celta. Ele participou da operação que destruiu uma plataforma de petróleo da Petrochem na costa de Night City junto com o grupo eco-terrorista chamado de Soylent Green. Apesar do sucesso da ação, O Celta acabou ferido e obrigado a despistar a Petrochem enquanto aguarda um momento seguro para deixar a cidade.

Por iniciativa própria Brujo busca um substituto para a Taverna O´Flaherty na Segurança Especializada.

CENA 03: Glórias Revividas

A chegada de Petrelli até a unidade da NCPD em Little Italy lembra, em diversos aspectos, o seu primeiro dia de trabalho após a prisão de Ryan Reynolds. Tapinhas nas costas, brincadeiras e um clima leve que difere enormemente da rotina dura dos oficiais de Night City. A defesa da corporação feita ao lado do prefeito Ebunike é lembrada e celebrada por muitos.

O dia corre e as suspeitas se confirmam. Peter Petrelli é o mais novo detetive da Divisão Anti-Crime da NCPD, alocado na Unidade de Combate a Gangues, respondendo diretamente à Capitã Lisa Pondsmith.

Após ser apresentado para alguns novos colegas, entre eles Jack Vincennes, receber um novo distintivo e descobrir que vai ter que aprimorar seus conhecimentos em diversas áreas, Petrelli é incumbido de sua primeira missão: descobrir o que aconteceu com o SlaughterHouse. Segundo informações de diversos oficiais, a gangue praticamente desapareceu do Distrito NorthSide após atacar o Shopping UpTown. Cientes de que esse é um movimento estudado, a Unidade de Combate a Gangues precisa descobrir o que isso significa. Essa é a tarefa de seu mais novo integrante.

CENA 04: O Submundo negocia

Se Brujo não esperava ter que reencontrar Ryan Reynolds tão cedo após tê-lo entregue em uma bandeja de prata para Petrelli, isso não significa que vai ser pego em desvantagem. Armado do mais áspero sarcasmo, o encontro arranjado pelo advogado do prisioneiro ocorre nas dependências da Corte de Justiça Criminal, um prédio que reúne uma unidade da NCPD, tribunal, celas e instituto forense.

Dusty Wright deixa os rivais a sós para um embate de palavras onde nenhum parece capaz de ceder. Brujo fala em nome do SlaughterHouse e de seu ódio pelo rival. Busca um acordo que garanta que os integrantes remanescentes dos Voodoo Boys tomarão conta do Distrito NorthSide durante a ausência da gangue que representa. Em troca, oferece a certeza de que receberão o respeito e não serão dizimados como os demais grupos da região.

Ryan Reynolds igualmente é movido pelo ódio àquele que o denunciou e o colocou na prisão, à espera de julgamento. Porém, a possibilidade de que possa vir a ser libertado e, quem sabe, voltar a liderar seus homens, parece motivar uma resposta que soa favorável aos ouvidos de Brujo.

Instruído por Reynolds, depois de deixar a Corte de Justiça Criminal Dusty Wright afirma que Brujo deve procurar por uma tenente dos Voodoo Boys no Totentanz. Seu nome é Loa. O local, famoso pela violência resultante de um público predominantemente formado por membros de gangues, não inspira confiança no Atravessador. Ele vai precisar de alguém que vigie sua retaguarda.

CENA 05: Uma jornalista no sapato

Ao voltar para casa, Petrelli descobre que era aguardado por uma mulher. Sarah Chang mostra sua identificação como repórter do Canal 54 e pede uma entrevista, que acontece em um bar muito freqüentado por policias em Little Italy, o Mancini’s.

A conversa trata de amenidades no princípio. Após receber cumprimentos pela promoção e responder à questões que já haviam sido formuladas por outros jornalistas durante sua internação no Centro Médico de Crise, Petrelli descobre a verdadeira curiosidade que move Sarah Chang.

Ela afirma ter conseguido imagens das câmeras de segurança do hospital, e através delas descobriu que Petrelli recebeu a visita de Vinnie Ciccione, que várias vezes foi associado à atividades da Máfia em Night City. O Policial se defende afirmando que sua visita jamais foi condenada, e que nada do que fez configura crime. A jornalista replica apresentando fotos que flagram o momento em que Petrelli recebe o pacote com dinheiro de um dos seguranças de Ciccione. Antes que consiga responder, Chang encerra a entrevista deixando claro que vai continuar a trabalhar no caso.

Enquanto se pergunta como ela teve acesso àquele conteúdo, Petrelli suspeita que sua carreira de Detetive pode ser sepultada a qualquer momento.

CENA 06: Costurando uma colcha de retalhos

Brujo e Petrelli se encontram na casa do Atravessador, ainda que o Policial resista inicialmente à idéia, especialmente devido ao seu problema envolvendo o suborno que aceitou. Na ocasião, ambos dividem algumas informações a respeito de suas atividades, com foco no interesse comum: atividades do SlaughterHouse e a morte de Frederico Mancinelli. Brujo acredita que possa descobrir mais no Totentanz, mas Petrelli teme ser identificado como policial em um local utilizado predominantemente por gangues.

Com indefinições a respeito do futuro próximo, eles se despedem.
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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 24 Set 2007, 14:23

Blood Street Blues - Capítulo 05 - Ponto Culminante

Onde alguns contornos da paisagem adquirem formas definidas, e novas silhuetas são divisadas.

CENA 01 – Ciccione visita o Distrito NorthSide


A Taverna O’Flaherty definitivamente se transformou no centro de operações de Brujo. Familiarizado com os clientes, à vontade no ambiente, e com o consentimento de Millie O’Keefe, encarregada principal do cotidiano do negócio, o Atravessador aos poucos consolida sua reputação de negociador confiável no local.

Aparentemente, seu nome também começa a ser conhecido além do Distrito NorthSide, já que foi convidado a sentar-se junto a Vinnie Ciccione, que pouco antes travara diálogo com Arturo Meratti. O conteúdo da conversa dos dois permaneceu reservado, já que se deu em italiano, mas Brujo fez algumas suposições. Meratti administra uma distribuidora de frutas, e secretamente, dizem, negocia armas. O que faria um conhecido mafioso com um contrabandista de armas, se não fechando algum negócio?

Com isso em mente, Brujo manteve um diálogo repleto de evasivas e indiretas. Ciccione apenas recuou quando a questão das armas foi mencionada diretamente por seu interlocutor. A presença do mafioso na região, de qualquer modo, constituiu um dado interessante.

Ao voltar para casa, Brujo se deparou com uma pequena multidão ao lado de um veículo. O motorista fora baleado. Após vasculhar o cadáver discretamente, o Atravessador reconheceu o morto. Era um viciado que costumava comprar drogas de um membro do SlaughterHouse que agia nas imediações. Segundo alguns presentes, o atirador seria um dos Voodoo Boyz.

CENA 02 – Estudo, e uma pista

Pressionado pela sua primeira tarefa como investigador, Peter Petrelli resolve mergulhar nas informações contidas no dossiê que recebeu de Vinnie Ciccione a respeito do SlaughterHouse. Sua primeira observação se refere à fonte dos dados. Parece óbvio ao Detetive que parte daquilo foi recolhido dentro dos arquivos da NCPD. Ciccione tem alguém dentro do Departamento de Polícia de Night City. Mais alguém. Quem?

A impressão seguinte é mais vaga. A apresentação das informações, sua maneira de organização e profundidade parece trabalho profissional, e não apenas a compilação de relatos de informantes. Além disso, parte do documento expande pontos que não são de conhecimento sequer da NCPD. Entre eles, o nome e endereço de um antigo parceiro que Killigree continuou visitando após haver assumido a liderança do SlaughterHouse, Stephen Richards.

CENA 03 – Juanita, meu amor

Reencontrar Juanita Vargas nunca é simples. Aparentando indiferença diante da mulher que o trocou pelo maior rival, que mais tarde ele entregaria à Polícia, Brujo não consegue deixar de manifestar em pensamento o ódio que sente.

Afirmando estar agindo em nome de Killigree, Juanita pede um breve relato do encontro do “motoqueiro” com Ryan Reynolds. Para ela parece indiferente tratar com o ex-amante a respeito do destino de outro, mesmo que a mando de um terceiro.

Após narrar o encontro, Brujo ouve um alerta que não constitui propriamente uma novidade. O Totentanz é perigoso, e um encontro no local pode significar uma emboscada. Juanita se oferece para acompanhá-lo, “pelos velhos tempos”, e sugere que ele encontre mais alguém que seja capaz de ajudá-los.

Brujo cogita se o oficial Peter Petrelli gostaria de testar sua reputação de tira-herói em um bar de gangues...

CENA 04 – NCPD contra o Crime

O endereço de Stephen Richards leva a um prédio decadente no Centro da Cidade. Fazendo valer a voz de sua autoridade, o Detetive adentra por corredores mal conservados. Chega a um apartamento onde é recebido à porta por uma senhora idosa de traços hispânicos chamada Ágata. Ela responde que nenhum Stephen Richards mora no local. Antes que o Detetive parta, porém, Ágata recorda que um rapaz com esse nome morou no apartamento antes dela. Ele teria se mudado para um cubo nos fundos do andar térreo.

O Detetive vai até o local, e constata que o cubo está vazio. Usando o cabo da arma, arromba a caixa de correio, vazia. Decidido a armar uma tocaia, vence a base de chutes a resistência oferecida pela porta. Roupas femininas e masculinas em mochilas, e algumas ampolas suspeitas são os únicos objetos relevantes. Com a pistola em punho, encapuzado, e sentado no único móvel visível do apartamento de nove metros quadrados, Petrelli aguarda.

Sua espera é curta. Lentamente a porta se abre. Imediatamente, o Detetive reconhece um patrulheiro uniformizado da NCPD. Petrelli não oferece resistência, mas antes que consiga explicar a situação, é confundido com um invasor, algemado e agredido várias vezes.

Quando o engano é esclarecido, um oficial embaraçado responde ao enfurecido Detetive que apenas respondeu a uma chamada dos moradores. Petrelli informa que uma investigação importantíssima foi arruinada pela precipitação do patrulheiro. Um dos inquilinos satiriza a situação, já que com tantos criminosos nas ruas, ele testemunha um policial tentando prender o outro. Quando se vira para responder à provocação, Petrelli reconhece uma pessoa.

Entre os moradores, está Juanita Vargas. Algumas informações sobre ela estavam no dossiê de Ciccione. Esteve associada com Ryan Reynolds, e agora integra o SlaughterHouse. O Detetive constata que sua ficha está limpa, e que mora com sua avó, Ágata. As ampolas encontradas no cubo, depois do analisador de drogas, se revelam: Warp Drive, uma substância desenvolvida para uso militar, supostamente retirada de circulação devido aos fortes efeitos colaterais e alto índice de dependência.

CENA 05 – A Igreja aponta um caminho

Decidido a conseguir mais drogas com Dasha, Brujo vai encontrá-la no local onde a prostituta tem passado mais tempo, a Igreja Holy Angels. Lá ele se depara com uma celebração. Ao contrário dos mendigos que se amontoam na fila da sopa, aparentemente alguém de muitas posses está sendo celebrado. Uma pessoa muito boa e generosa, responsável por seguidas e vultosas doações: Frederico Mancinelli.

Atenção de Brujo é despertada pelo nome. Foi ele quem tirou fotos de Killigree pouco antes de ser morto no Widmark. Foi Mancinelli que ele desmembrou para que Alonso atirasse seus pedaços no esgoto. Após sorrir diante do fato de ter sido responsável pelo caixão fechado da cerimônia de dias atrás, ele se dirige a um dos distintos senhores que acompanham a celebração. Diz-se amigo do falecido em outros tempos, e gostaria de expressar condolências enviando uma coroa de flores ao endereço da pobre e bela viúva.

Sem desconfiar de nada, o cavalheiro lhe fornece o endereço e confirma que a morte ocorreu devido ao um terrível acidente automobilístico. Brujo lamenta, e parte. Antes que possa encontrar Juanita e rumarem ao Totentanz, uma última tarefa. Scratch, um membro do SlaughterHouse responsável por deixar-lhe recados na Taverna O’Flaherty, quer uma arma. Desde que a gangue dispersou, ele está sem dinheiro. Decidiu assaltar o Armazém Coreano. Brujo não acredita na história de que as velhotas que cuidam do local tem ligações com a Yakuza. Nem que o último assaltante apareceu fatiado uma semana depois de levar alguns trocados. Tanto que ele entrega a arma para Scratch sem alertá-lo. Por que refrear o ânimo do garoto?

CENA 06 – Você está limpo, Petrelli?

A ligação de Fate Yashida contém um convite irrecusável e um interesse mal disfarçado. Jantar no La Croix, o restaurante mais badalado de Night City, para comemorar a promoção de Petrelli.

O Detetive chega primeiro, e logo percebe que o isolamento imposto pelos mais abastados pode se manifestar rapidamente. Nem mesmo os garçons lhe dão a chance de fazer um pedido. Sentindo-se deslocado, o nervosismo de Petrelli apenas contribui para ampliar um comportamento pouco condizente com o ambiente refinado, comportamento esse que ele tem dificuldade para identificar.

O transtorno adquire novas feições com a chegada de Yashida. A assessora de comunicação do prefeito é direta. Ebunike foi fundamental para a promoção de Petrelli. O Detetive pode ter um papel importante na luta do prefeito contra a Arasaka, desde que ele reúna as qualidades necessárias para isso. A principal delas é não comprometer sua imagem, nem a do prefeito.

Acuado, Petrelli diz que está sendo pressionado por Sarah Chang, do Canal de Notícias 54. Ela estaria confundindo uma investigação com um recebimento de suborno. Yashida responde afirmando que buscará neutralizar a jornalista e desviar a atenção de seus superiores.

Antes de partir e encontrar Brujo, Petrelli recebe um recado misterioso de um ocupante de outra mesa. O estranho se aproxima, o cumprimenta, e diz: “Não confie e Ciccione. Ele é um agente duplo. Você está sendo usado”. Antes que o motivo da abordagem se revele, ele volta ao encontro de seus amigos, acena, e sorri. Após e retorno de Yashida, um aturdido Petrelli alega compromissos profissionais para deixar o La Croix.

CENA 07 – O Totentanz, um Prelúdio

No topo da velha Torre Burleson, fica o Totentanz. O local é violento, e o trânsito de ambulâncias daqui para o Centro Médico de Crise é rotineiro ao longo da madrugada. Petrelli fica no carro, em frente ao prédio. Brujo e Juanita se preparam para encontrar Loa, tenente dos Voodoo Boyz.

Enquanto sobem pelo elevador panorâmico e vislumbram a imagem desolada de uma metrópole CyberPunk à noite, o casal ouve a música brutal sendo tocada cada vez mais alto. É como ir para o inferno, só que para cima.
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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 26 Set 2007, 15:53

Blood Street Blues - Capítulo 06 - A Primeira Fagulha

Onde diversas provações se impõem, e alguns ciclos se aproximam do fim.

CENA 01 – Encontros e Desencontros


Petrelli aguarda do lado de fora da Torre Burleson. Receoso de entrar no Totentanz desde a exposição que recebeu na mídia, que o identificou como um tira-herói, o policial se contenta em observar o trânsito da região. Os contrastes são gritantes. Homens de negócio buscando no Burleson um hotel de preço acessível próximo ao Centro Corporativo cruzam com punks a caminho do Totentanz.

A escória, porém, parece atenta aos noticiários, e não demora até que um punk reconheça o policial. Petrelli rapidamente neutralizou a memória do indivíduo através de uma fratura de caráter permanente na região do pulso. O ímpeto do marginal, porém, apenas seria neutralizado após ele e alguns companheiros recém arranjados serem expostos à visão perturbadora que apenas uma submetralhadora pesada é capaz de produzir.

Brujo, enquanto isso, é acompanhado por Juanita. Loa os espera no Totentanz, e o cheiro de uma armadilha apenas não é maior do que o odor produzido pelo suor de centenas de pessoas em frente ao palco. Uma banda qualquer comete atrocidades musicais, e o público troca amabilidades aos socos.

A conversa com Loa é breve. A música não permite o diálogo. Melhor procurar um local reservado. Sugestão que Brujo acata apenas diante da ameaça de cancelamento da negociação. O Atravessador sente as coisas piorarem, mas não deseja parecer fraco diante de Juanita durante a execução de uma tarefa solicitada por Killigree.

Depois de atravessarem o público e contornarem o palco, Brujo, Juanita, Loa e um membro não identificado dos Voodoo Boyz passam por um segurança. Caminhando na direção da sala reservada para a conversa, Juanita sussurra – o Voodoo está armado. Um toque no celular programado e Petrelli fica sabendo que as coisas vão mal no Totentanz.

CENA 02 – Invasão e Interrogatório

Contornar a Torre Burleson não chega a ser um problema. O que não quer dizer, porém, que seja um problema resolvido com discrição. Quando se prepara para saltar uma cerca, Petrelli é abordado por um segurança armado. Seu distintivo vem acompanhado por uma frase que começa a dar sinais de desgaste – você está atrapalhando uma investigação sigilosa. Mesmo acreditando que a invasão de propriedade não é um procedimento correto, o segurança consente em “esquecer” o encontro.

Chegando ao pátio onde é feita a entrega de víveres ao hotel, Petrelli estilhaça o vidro de um caminhão e rouba o uniforme lá encontrado. O alarme do veículo dispara, atraindo a segurança, que é evitada com malícia e furtividade. Em instantes ele está no elevador de serviço, a caminho do Totentanz. Ao chegar no último andar, com o uniforme de entregas, é recebido com estranheza pelos seguranças da entrada. Após descer um andar, adentra o local por um depósito, e logo está circulando por corredores à procura de Brujo.

O Atravessador, porém, tem preocupações mais imediatas. Loa se despede do Voodoo Boy, deixando-o com seus dois convidados em uma pequena sala. De arma em punho, ele questiona o Atravessador a respeito da natureza do acordo proposto em nome do SlaughterHouse. O diálogo não produz resultados, e o interrogador reconhece que está ali a mando de Reynolds. Antes que ele possa agir, Brujo vira uma mesa sobre ele e parte em sua direção, buscando neutralizá-lo rapidamente. O ataque dá certo, e logo interrogado e interrogador invertem suas posições, enquanto Juanita vigia a porta.

Munido de um cortador de charutos, Brujo pouco se importa com o que seu algoz, agora vítima, tem a dizer. Entre gritos motivados pela dor causada durante a extração de seus dedos, o Voodoo Boy apenas consegue dizer que é Loa quem tem as respostas. Seguro de que o som da banda abafa suas atividades, o Atravessador desfere seguidos golpes em seu interlocutor, reduzindo gritos à suplicas, depois a murmúrios, e por fim, ao silêncio.

À porta, Juanita avisa: há um policial no corredor.

CENA 03 – Fuga e Complicações

Brujo explica que o policial, o mesmo que interrogou Juanita no dia anterior, é seu aliado. Petrelli é chamado para a sala, e parece não se importar com a cena testemunhada. O uniforme que roubara acaba servindo para que o Atravessador atenue as manchas de sangue em seu terno. Quando os dois e Juanita deixam a sala, se deparam com Loa, que provavelmente não esperava que os acontecimentos resultassem em algo tão distante de suas previsões.

Antes que consiga fugir, ela é detida por Petrelli, que o faz com violência o bastante para colocá-la em estado de choque. Assim ela é levada por Brujo até o elevador utilizado pelo Policial em sua entrada furtiva.

A fuga segue sem maiores problemas, até que Petrelli escuta, na sala ao lado do saguão do elevador de serviço, duas vozes. Comentam o vidro quebrado do caminhão de entrega, e estão no caminho para a fuga do trio. Petrelli avança, e é abordado pelos seguranças, que imediatamente buscam suas armas. Antes que possam agir, são baleados e mortos por disparos certeiros. Juanita lança para Brujo um olhar que grita problemas.

Sem nenhum outro obstáculo em sua escapada, Brujo, Petrelli e Juanita carregam Loa até o carro do Policial, enquanto o Atravessador observa a intensa movimentação de seguranças em frente ao hotel da Torre Burleson.

CENA 04 – Interrogatório e Problemas

Loa é levada até o apartamento de Brujo, onde sofre diversas ameaças enquanto o Atravessador preserva no gelo os dedos do Voodoo Boy. Sob pressão, revela que em duas noites haverá um encontro entre ela e um membro da Máfia. Ele vai entregar armas em troca de lealdade. Os Voodoo Boys pretendem utilizar o equipamento para assegurar sua posição no Distrito NorthSide e resistir ao SlaughterHouse. O contato de Loa na Máfia é Vinnie Ciccione.

Petrelli e Brujo ficam atordoados diante da revelação. Juanita declara imediatamente que eles devem usar Loa para se apropriar das armas e usá-las contra a Máfia. É obvio que os Voodoo Boys serão uma ferramenta para enfraquecer o SlaughterHouse antes que a Máfia se expanda na direção do Distrito NorthSide.

O Policial e o Atravessador não chegam a um acordo, mas resolvem que Loa permanecerá sob os cuidados de Juanita, que afirma ter condições de mantê-la escondida. No carro, a caminho do prédio onde mora, Juanita sugere a Petrelli que suas ações naquela noite podem gerar muitas perguntas que ele não gostaria de responder. Quem sabe, diz ela, a melhor resposta seria outra grande prisão. Alguém reconhecidamente perigoso. Alguém como Killigree, líder do SlaughterHouse. Ela afirma saber onde ele está escondido, e parece disposta a entregá-lo. Ainda abalado pelos acontecimentos, o Policial vê no acordo uma tábua de salvação.

CENA 05 – Resoluções e Planos

Depois de deixar Loa e Juanita no apartamento da última, mesmo prédio onde esteve à procura de Stephen Richards, Petrelli volta ao encontre de Brujo. Juntos, arranjam um encontro com Dasha. A prostituta concorda em admitir que esteve toda a noite com o Policial. Em seguida, Petrelli se livra de seu carro – basta deixá-lo destrancado – e entrega a arma que matou os seguranças para Brujo.

No dia seguinte os dois se encontram, e considerando as informações atuais e os acontecimentos últimos, não conseguem perceber quem está em pior situação. Precisam decidir o que fazer em relação ao SlaughterHouse e Killigree, e como reagir ao acordo entre a Máfia e os Voodoo Boyz.

Eu posso virar “o chefão”, e ele pode ficar famoso, pensa Brujo. Ainda que não existam garantias de que reste algo para chefiar se um conflito aberto for deflagrado, e que fama pode não ser, necessariamente, um benefício.
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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 01 Out 2007, 14:43

Blood Street Blues - Capítulo 07 - Expiação

Onde surgem oportunidades para altivez, e o paciente abismo espreita

CENA 01 – Prenúncio do Fim?


Após o encontro com Brujo, a manhã de Petrelli corre célere, enquanto seu mundo lentamente começa a explodir. Logo ao chegar na NCPD, ele se depara com um recado da Capitã Lisa Pondsmith: ela o aguarda.

Rapidamente o Detetive redige um relatório que dá conta da perda de sua arma, viatura e equipamento. O resultado se parece com uma peça tragicômica. A pressa, o nervosismo, e o excesso de meias-verdades não permite linhas diferentes.

A breve conversa com a Capitã não é tranqüilizadora. Uma ocorrência atendida na Torre Burleson por oficiais da Patrulha apontaram uma série de problemas possivelmente envolvendo Petrelli. Pondsmith alerta para o fato de que um membro da Corregedoria se interessou pelo caso e o assumiu. Por uma questão de hierarquia, ela não pode intervir, mas recomenda que o Detetive conte a verdade, caso pretenda receber um tratamento justo.

Aturdido, Petrelli refaz o relatório e parte para ser interrogado pelo corregedor. A verdade, porém, mesmo recebendo uma segunda oportunidade, não aflora.

CENA 02 – Interlúdio

O almoço de Brujo na Taverna O’Flaherty é tranqüilo, quase monótono. Ele percebe que Legião opera como segurança no local, e acha graça quando Millie revela não saber como tratá-la/tratá-lo.

Uma ligação para Vinnie Ciccione resulta em um recado anotado por um subalterno qualquer, e alguma expectativa. Brujo desconfia da negociação entre o mafioso e Meratti, e supõe que em breve os efeitos dessa aproximação devem se fazer sentir.

Antes de deixar o local, descobre que Scratch, a quem forneceu uma arma para assaltar o Armazém Coreano, foi encontrado retalhado nas ruas do Distrito NorthSide. A informação, porém, passa praticamente despercebida pelo Atravessador.

CENA 03 – Contra a Parede

O Tenente Marius Henker é um homem de poucos amigos. Provavelmente a lacuna social se deva ao fato de que ele passa muito tempo absorvido pelo trabalho. Seu trabalho é investigar os próprios colegas. Isso costuma deixar as pessoas inquietas, especialmente quando seus objetos de investigação estão pouco habituados à posição de análise a que são submetidos.

Quando Petrelli o acusa, portanto, de ser o tipo que afasta bons policiais do trabalho, o homenzinho se limita a enumerar a série de incongruência entre as atividades narradas pelo Detetive e as descobertas feitas por oficiais da Patrulha na Torre Burleson, a saber:

Apesar de afirmar que esteve no hotel legalmente, a única identificação positiva se deu por parte de um segurança, que afirmou ter interrompido uma tentativa de invasão empreendida pelo Detetive. No pátio de serviço foram encontradas digitais do Policial em um caminhão de entregas com o vidro despedaçado. No Totentanz, um uniforme, cuja falta foi percebida pelo condutor do veículo anteriormente citado, foi encontrado junto a um cadáver. Dois seguranças do local também foram encontrados mortos. Ainda que o teste de balística não tenha seu resultado divulgado, o tipo de ferimento confere com aquele produzido por pistola Armalite .44, do tipo utilizado pelo Detetive.

Sistematicamente, Henker aponta falhas, lacunas, omissões e imprecisões, finalizando com a suspensão de Petrelli por tempo indeterminado, até o fim das investigações.

Ao sair da NCPD, o Policial recebe uma ligação de Fate Yashida. A assessoria de comunicação do prefeito Ebunike afirma que esteve em contato com o editor da Sarah Chang. Aparentemente, as suspeitas da jornalista do Canal 54 tem sido alimentadas por uma fonte anônima. A matéria vai ser esfriada pelo editor, mas Yashida sugere que Petrelli procure a jornalista e lhe aponte outra linha de investigação em troca de alguma paz. Silenciosamente, amaldiçoando a si mesmo e ao mundo, ele desliga.

CENA 04 – O Trio Ternura

Brujo, Petrelli e Juanita se encontram na Igreja Holy Angels. Ao invés de mirra, incenso e ouro, trazem consigo ambição, ódio e suspeita. A conversa resulta em um plano de ação para a próxima noite, quando membros do Voodoo Boyz devem receber de integrantes da Máfia um carregamento de armas.

Reservadamente, Juanita informa Petrelli que Killigree está escondido no Slammer, um bar onde ele fez reputação de lutador na Arena antes de integrar o SlaughterHouse. De posse do endereço, o Detetive lembra de um amigo.

CENA 05 – Preparativos

Armas, proteção e um sistema de vigilância improvisado. Isso passa pela cabeça de Brujo enquanto ele conduz a Harley Darkwing pelas ruas do Distrito NorthSide com Petrelli em sua garupa.

Dois tópicos são rapidamente resolvidos. O último depende de alguma astúcia. Ela se manifesta através de conversa com um funcionário do prédio de estacionamentos onde deve ocorrer a negociação da Máfia com os Voodoo Boyz. Em cinco minutos, Brujo se torna o melhor amigo de Juarez. O servente lista uma a uma suas reclamações da chefia. Entre outras coisas, fala de encontros noturnos, tiroteios, e um patrão que paga mal: Arturo Meratti.

Com algumas promessas vazias, Brujo convence o pobre Juarez a posicionar uma câmera de vigilância previamente programada para enviar por e-mail fotografias de qualquer movimento realizado no pavimento superior, onde deve ocorrer o encontro, na noite seguinte.

CENA 06 – Reencontro e Despedida

Byron Jones vive em um apartamento suntuoso, ainda que pequeno. Resultado do zelo paterno, que aquiesceu diante da insistência do filho em integrar a NCPD quando poderia assumir um lugar nas empresas da família, mas não permitiu que o primogênito vivesse abaixo de condições de qualidade consideradas mínimas.

A conversa entre Jones e Petrelli gira em torno dos dias que compartilharam na Patrulha, e dos recentes problemas que vêm massacrando a carreira do Detetive. Diante de um pedido de ajuda para prender Killigree, Jones não hesita, ainda que seja incapaz de conter certa apreensão.

Juntos, eles se dirigem ao Slammer, um local tão ou mais perigoso que o Totentanz, pois a Arena local é utilizada por gangues para disputa “pacífica”, e, eventualmente, contendas mortais.

Dentro do bar, a dupla descobre que Killigree já lutou ali antes, mas que depois do primeiro combate passou a ser anunciado como JaKill. Não demora até que o líder do SlaughterHouse adentre a Arena e, em instantes, dê cabo de um adversário vastamente inferior.

Celebrado por todos, e com os movimentos seguidos por Petrelli, ele fica poucos instantes no bar. Entre as pessoas do local, ele caminha com a segurança de um animal em seu covil, situação que Petrelli interpreta como a certeza de que sua presença não fora detectada.

Chegar ao segundo andar não constitui um problema. O segurança da porta é rapidamente seduzido por uma mulher paga por Petrelli para tirá-lo de seu posto. Após subir um lance de escadas e descobrir o quarto onde Killigree repousa, o Detetive e seu companheiro invadem o recinto de armas em punho. Jones, de menos sorte, é recebido com um projétil que lhe estoura o cérebro e mata instantaneamente. Atordoado pela resistência inesperada e pela morte do amigo, Petrelli acaba dominado.

CENA 07 – Dois Homens Entram, Um Homem Sai

Pressionado por Killigree e seus estripadores, Petrelli entrega que chegou ao local graças à dica de Juanita. O líder do SlaughterHouse não parece surpreso com a revelação. Antes que seja desacordado por um golpe na cabeça, Petrelli é obrigado a inventar algo que leve Juanita ao Slammer. Killigree não desconfia, porém, que é Brujo quem recebe a ligação.

Confrontado com a nítida possibilidade de que o Detetive esteja em uma grande enrascada, Brujo e Juanita partem na direção do Slammer. Ao chegar ao local, ouvem pelo sistema de som: “JaKill e um amigo farão agora uma luta de exibição”. O código para combates até a morte foi dado. Os urros da multidão que se espreme ao redor das paredes de vidro blindado despertam Petrelli, no centro da Arena.

A entrada de Killigree / JaKill é ovacionada. Distendendo e recolhendo as garras, ele circula Petrelli como se bastasse desejar, e o combate terminaria. Aproveitando a confusão, Brujo corre até o segundo andar do Slammer. Não pode ajudar o companheiro, mas pode descobrir informações a respeito dos planos do SlaughterHouse. O corpo de Jones, mergulhado no próprio sangue, indica o caminho.

Enquanto isso, sobre a parede de vidro, Juanita arremessa uma monolâmina. De posse da arma, Petrelli avança sobre Killigree. O golpe certeiro atinge sua garganta e atordoa o adversário, que até então tinha a vitória como certa. Desajeitado pela fúria, ele ataca sem precisão, expondo as próprias entranhas ao golpe definitivo. Caído de joelhos, Killigree ainda teria o crânio perfurado por um misto de metal monofilamentado e ódio.

O Slammer se torna uma tumba silenciosa, exceção ao regozijo de Brujo. Sem serem perturbados, os três deixam o local.

CENA 08 – Troca de Perspectivas

Acuada pelas ameaças de Brujo, Loa não oferece resistência à imposição de que acompanhe a ele e Petrelli na troca com a Máfia. Depois de um dia de descanso e preparativos, onde o Detetive pode se recuperar do combate da noite anterior, ambos parte na direção do estacionamento de Arturo Meratti.

Funcionários cientes da negociação não interrompem o quarteto vestindo as cores dos Voodoo Boyz. A espera, porém, é desconfortável. A barulho de motor, e um aviso de Juanita, escondida no andar inferior, são o sinal de que a Máfia está no local.

A troca se dá sem percalços. Um dos negociadores da Máfia, por um instante, repousa o olhar sobre Petrelli. Trata-se de um dos seguranças de Vinnie Ciccione. A combinação de um disfarce improvisado e o pensamento rápido de Brujo, que rapidamente distrai a curiosidade de seu interlocutor, salvam o grupo de um troca de tiros que certamente teria vítimas fatais.

Saindo do estacionamento com uma van carregada de armas, o trio abandona Loa à própria sorte, livre de qualquer compromisso. Brujo procura instrumentos de localização e explosivos, enquanto Petrelli conduz o veículo e Juanita Vargas traça planos em silêncio.

20 pistolas, 25 submetralhadoras, e 05 fuzis, além de muita munição. A situação tensa no submundo de NightCity acaba de ganhar um novo e perturbador elemento.
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Mensagempor Hentges em 03 Out 2007, 10:08

Blood Street Blues - Capítulo 08 - Senda de Sangue

Onde mais corpos são contados, e interesses escusos vêm à tona.

CENA 01 – Ponto de Entrega


Lentamente o furgão conduzido por Peter Petrelli se desloca pela madrugada de Night City. Seu destino inicial seria uma garagem pouco utilizada em um prédio vizinho à residência de Brujo. As circunstâncias, porém, encaminham em outra direção. Juanita Vargas lembra aos dois companheiros da troca de tiros entre membros do SlaughterHouse e a NCPD no Shopping UpTown semanas atrás.

Foi a ocasião em que Byron Jones se feriu, companheiro que Petrelli dias antes viu ser morto por Killigree. Segundo Juanita, após o assalto, o SlaughterHouse dispersou. Em tese, não teriam tido tempo para se livrarem das armas. A carga roubada, portanto, poderia ainda estar no Fosso, ponto de encontro da gangue, atualmente abandonado.

Decididos a somar seu equipamento àquele que poderia estar no covil do SlaughterHouse, o trio parte em direção ao Fosso. O portão improvisado não resiste às investidas do furgão. Com os faróis desligados, Petrelli conduz o veículo seguindo as orientações de Juanita e Brujo. Este último teme uma emboscada, mas o olho cibernético do Detetive confirma que as sombras furtivas não passam de mendigos se escondendo, certamente ignorantes a respeito de a quem pertence àquele local.

Após algumas horas de busca, todos desistem. A hipótese de Juanita estava incorreta, e Petrelli e Brujo não concordam em deixar as armas no local. A comparsa parte com o furgão vazio, enquanto os dois cuidam de levar as caixas com armas para o novo apartamento do Atravessador, transformando o pequeno conjugado em uma casa de pólvora.

CENA 02 – Tempo de Reflexão

Que tipo de anotação, plano ou pretensão teria o líder de uma gangue que fez sua trajetória deixando um rastro de violência e morte? Com essa pergunta em mente, Brujo mergulhou nos arquivos de Killigree, recolhidos de seu quarto no Slammer.

Os textos, espalhados por folhas com organização impossível de decifrar, apenas revelam pensamentos esparsos. Duas informações, porém, foram rapidamente captadas pelos olhos atentos do Atravessador. A identificação dos três tenentes do SlaughterHouse: Snip, Pug e Shark; com a localização de um possível esconderijo em armazéns abandonados em Upper Marina. E um nome bem conhecido: Dasha. Segundo as suspeitas de Killigree, levantadas após encontros com membros da Máfia que buscavam negociar sua posição dentro do Distrito NorthSide, a organização deveria ter algum informante no bairro. É bem possível que a prostituta, em suas freqüentes visitas à Igreja Holy Angels, estivesse depositando sua fé não em Deus, mas na Cosa Nostra.

CENA 03 – Velhas Suspeitas

Peter Petrelli recebe de sua ex-amante uma ligação que tem caráter definitivo em muitos aspectos. A capitã Lisa Pondsmith menciona que a recomendação de expulsão do Detetive acabara de ser encaminhada pela Corregedoria. Durante a investigação subseqüente, ele perderá todos os privilégios da profissão, inclusive seu acesso aos arquivos da polícia. Ainda acreditando que Petrelli é inocente das acusações de assassinato na Torre Burleson, Pondsmisth avisa que irá segurar o processo por algumas horas, tempo para que o acusado vasculhe os dados em busca de algo que contribua para sua defesa.

Talvez assumindo que a defesa seria inútil diante das acusações que se acumulam, talvez abraçando de forma inconsciente a ilegalidade de muitas de suas atitudes recentes, Petrelli usa o tempo que lhe resta para pesquisar a origem das armas recebidas da Máfia quando ele, Brujo e Loa se passaram por integrantes dos Voodoo Boyz.

Os dados tomam forma, e uma antiga suspeita se solidifica. A partir dos números de série mal apagados de algumas armas, Petrelli descobre sua origem: um carregamento apreendido pela NCPD a caminho da destruição. Um assalto conduzido supostamente por agentes da Máfia. Quatro policiais mortos e um ferido. O sobrevivente: William “Bill” Duke.

A pedra do sapato de Petrelli é o homem da Máfia dentro do Night City Police Department. O tempo de retribuição deve ter início.

CENA 04 – Vítima Dasha

Os escritos de Killigree deixam Brujo intrigado, especialmente no que diz respeito a Dasha. Movido por um senso misto de paternal e comercial, ele resolve procurar a prostituta na Igreja Holy Angels, depois de não tê-la encontrado na Taverna O’Flaherty.

Na conversa com Dasha não há espaço para rodeios. Brujo afirma saber que ela é uma informante da Máfia. A reação da mulher não deixa dúvidas. Dasha explica que a única forma de manter-se segura sem um “cafetão” foi fazendo um acordo: informações a respeito do Distrito NorthSide, o SlaughterHouse em especial, em troca de proteção. Segunda ela, esse pacto foi selado quase ao mesmo tempo em que Brujo lhe entregou uma arma pelas drogas fornecidas por um cliente com contatos militares.

O Atravessador recomenda que ela tome cuidado, pois está inserida em um cenário muito perigoso, e que em breve deve se tornar ainda mais explosivo. Em parte, ele antecipa os problemas que irá enfrentar em seguida.

CENA 05 – Um Acordo à beira do Abismo

“Pelas informações que eu tenho, Petrelli, você não é mais um policial”. Com essas palavras, Sarah Chang traça uma linha imaginária no chão. De um lado está o Detetive, implicado em uma série de acusações, envolvido com parceiros pouco confiáveis e promessas vazias. Do outro está ela, e todo o poder de fogo que uma manchete do Canal 54 pode ter. A Jornalista não demora a apresentar sua proposta.

“Você me deixa acompanhá-lo por alguns dias, contar a história de um policial lutando para não ser manchado pelo submundo onde opera, e eu entrego o nome da minha fonte. O nome de quem enviou suas fotos recebendo propina e visitas suspeitas no hospital. O nome de quem quer te ferrar”.

À beira do abismo, sem o seu distintivo, um mero assassino, Petrelli concorda. Secretamente, suspeita que o nome que Sarah Chang pode revelar é o de quem ele já suspeita: William “Bill” Duke. Seus pensamentos são interrompidos por Brujo, sugerindo que problemas são algo que nunca param de surgir.

CENA 06 – A Traição de Juanita

Após deixar a Igreja Holy Angles, Brujo se encaminha para Upper Marina. O bairro já foi abrigo de fábricas e palco de intensa atividade portuária. Quando as empresas buscaram os subúrbios de Night City e o trabalho escasseou, a sujeira e a escória encontraram o ambiente ideal para florescer.

Observando os arredores sobre a Harley DarkWing, o Atravessador busca as referências visuais citadas por Killigree em suas anotações. Seu objetivo é descobrir onde se abrigam os membros do SlaughterHouse que, supõe Brujo, estão com as armas roubadas no assalto ao Shopping UpTown.

Em um golpe de sorte, ele se depara com o furgão no qual partiu Juanita na noite anterior. O veículo que ela deveria fazer desaparecer cruza o caminho de Brujo. Seguindo-o à distância, não demora até que perceba o destino: o Distrito NorthSide. Suas suspeitas são apenas duas. Juanita nos traiu, e os tenentes do SlaughterHouse estão em busca das armas escondidas no Fosso; ou, Juanita nos traiu, e os tenentes do SlaughterHouse estão em busca das armas escondidas em minha casa.

A segunda possibilidade o desagrada especialmente. Acionando o celular instalado na motocicleta, avisa Petrelli de que problemas esperam por eles em seu apartamento.

CENA 07 – O Rastro das Balas

Acelerando a DarkWing, Brujo chega ao prédio onde reside já ciente de que em breve receberá visitas armadas e inamistosas. Em pensamento, abençoa o fato de ter trocado de apartamento e instalado uma câmera na residência anterior, dois andares acima da atual.

Acionando o computador enquanto confere a munição da pistola, o Atravessador tem uma imagem nítida do apartamento antigo. Dá janela, observa o furgão estacionando, de onde saem três homens. Não demora até que a micro-câmera capte suas imagens. Nesse momento Petrelli chega ao prédio, e começa a subir as escadas.

Nervoso, Brujo tenta uma emboscada, mas por imperícia e ansiedade atira antes da hora, apenas para denunciar sua presença. Ignorantes a respeito da presença de Petrelli, os três SlaughterHouse tentam cercar o Atravessador pelo elevador. Antecipando o movimento, Brujo se vê em posição vantajosa quando pega um dos invasores pelas costas. A execução é sumária.

Alertado pelo disparo, Petrelli avança com cuidado, a ponto de observar um atirador posicionado no corredor. Dois projéteis certeiros não dão chance de reação. A resposta vem do terceiro atirador, que sai do apartamento fazendo rugir uma metralhadora pesada. Os buracos no gesso não intimidam o Policial, que responde destruindo a mandíbula do atacante com mais um disparo preciso.

Encerrada a troca de tiros e com os corpos já revistados, Brujo chama a polícia, que demora meia-hora para chegar. Tempo para que Petrelli desapareça. Oficiais da NCPD fazem perguntas aos moradores, e querem saber do apartamento invadido. Ninguém viu nada, mas o antigo morador ainda reside no prédio, em outro andar. Escutando a conversa às escondidas, Brujo se amaldiçoa pela atenção indesejada que atraiu.

CENA 08 – Contato no Curto Circuito

Bar freqüentado no Netrunners, o Curto Circuito é administrado por LiveWire, que na década passada integrou um grupo de mercenários de grande reputação em NightCity.

É com ele que Brujo e Petrelli falam quando pedem toda a informação disponível a respeito de seu próximo alvo: o sargento William “Bill” Duke.
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Mensagempor Allefcapt em 07 Out 2007, 03:27

Olà todos,

HENTGES,
Boa narrativa.
A aventura me parece recheada de mistérios e boas cenas de interpretação.

Gostei da descrição do tiroteio.

Um abração,
"É o seu navio que faz o porto.
Lance ferros com sabedoria"

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Mensagempor Hentges em 08 Out 2007, 09:51

Salve,

Obrigado pela "intervenção".

Na verdade, interpretação é o ponto mais fraco dessa campanha. Os jogadores são um tanto minimalistas, ou diretos demais, nesse ponto. Aos poucos as coisas estão melhorando, mas no início tive dificuldade para que eles fossem além do "meu personagem faz isso", "meu personagem faz aquilo".

Como eu tenho imenso prazer escrevendo esses resumos, acabo colorindo um pouco as descrições. Digamos que 91% do que está aí realmente aconteceu da forma como está narrado.

Obrigado pela leitura,
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Mensagempor Evil em 19 Out 2007, 14:03

Vou ressucitar um tópico abandonado há um mês mas tudo bem.

Me amarro eu CyberPunk. Camarada li sua narrativa e vc tá de parabéns.
Uma dúvida vc fala sobre uma droga chamada Warp Drive.
vc joga eve-online ?
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Mensagempor Hentges em 22 Out 2007, 09:54

Olá, Evil

Obrigado pela leitura. Mais tarde vou postar Atos de Vingança, o nono capítulo de Blood Street Blues, onde alguns acontecimentos muito interessantes se desenrolaram. Continue lendo.

A respeito de Warp Drive, ela saiu de um site excelente a respeito de CyberPunk 2.0.2.0., aqui:
http://cyberpunk.liber-mundi.org/drogue.php?lng=us

Eve-online? Não sei o que é.

Gracias,
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Mensagempor Hentges em 23 Out 2007, 12:18

Blood Street Blues - Capítulo 09 – Atos de Vingança

Onde o revanchismo se exacerba, e os alvos multiplicam-se.

CENA 01 – Queima de Arquivo


Quanto pode custar os serviços de alguém como LiveWire? Brujo e Petrelli discutem essa questão brevemente, enquanto se dirigem à Taverna O’Flaherty. O local está muito tranqüilo, como tem ocorrido com freqüência nas últimas semanas. A paz é perturbada, porém, quando Millie O’Keffe, atravessa o salão, visivelmente apressada. Brujo percebe que algo está errado quando interpela a bartender: Dasha foi alvo de um atirador. Ela passa bem, mas está inconsciente e precisa de cuidados.

Millie, Petrelli e Brujo se dirigem a um pequeno depósito nos fundos da Taverna. Entre objetos empoeirados e sob fraca iluminação, conversam a respeito dos acontecimentos recentes no Distrito NorthSide. Millie relata que Dasha chegou em estado de choque, falando sem parar. Havia sido alvejada nas imediações da Igreja Holy Angels, e abriu o jogo a respeito de sua aproximação com membros da Máfia.

Millie diz ao Policial e ao Atravessador que realizou então alguns raciocínios óbvios. Ela viu o SlaughterHouse desaparecer, e acompanhou o tímido retorno dos Voodoo Boys nesse período, algo súbita e misteriosamente interrompido. Ela também sabe que Petrelli, Brujo e Juanita Vargas estavam se encontrando. E que houve uma intensa troca de tiros no prédio onde Brujo mora. E que Petrelli está sendo expulso da NCPD. Concluir, a partir disso, que algo está errado, não é difícil.

Para Millie revelam parte dos acontecimentos recentes, inclusive a respeito da quantidade de armas de que se apropriaram, ainda que mantenham em segredo as circunstâncias. Todos concordam que uma guerra se avizinha. Se a Máfia enviou atiradores atrás de um antigo contato como Dasha, é sinal de que podem estar limpando caminho para uma ação de extermínio mais ampla. Brujo e Petrelli são alvos potenciais. As armas que possuem são uma garantia, mas sem quem as empunhem, pouco significam.

Millie conhece quem pode ajudar. Ela e O Celta fizeram contato com o grupo eco-terrorista intitulado Soylent Green. Eles foram responsáveis pelo ataque às instalações da Petrochem em Night City. Foi por isso que O Celta deixou a cidade. O guarda-costas precisou de alguns músculos de aluguel para parte do trabalho, e os encontrou em um grupo de Nômades. Eles se organizam além das fronteiras da cidade, e podem fornecer o contingente necessário para uma luta. Millie se propõe a fazer alguns contatos e organizar um encontro.

CENA 02 – LiveWire propõe uma troca

Negociar com alguém que tem um cabo conectado à têmpora, e parece falar ao mesmo tempo em que dá comandos a um computador, é novidade para Brujo. Mas é assim que as coisas funcionam no Curto Circuito. LiveWire, proprietário do local e hacker “das antigas”, coloca um preço para as informações a respeito do Sargento William “Bill” Duke”: ED$ 3.000. O valor inflado, porém, encaminha Brujo na busca por uma alternativa. O Netrunner propõe receber o cartão de identificação de Petrelli, que lhe dá acesso aos bancos de dados da NCPD, como pagamento. Brujo recua, e coloca a decisão nas mãos do Detetive, que no mesmo exato instante, está tendo uma conversa extremamente desagradável.

CENA 03 – Petrelli nos Jornais, novamente

Quem é aquele imbecil, me encarando e sorrindo, em frente à minha casa, se pergunta Peter Petrelli, quando deixa seu apartamento. Encostado em um automóvel, um homem de aspecto distinto não desvia os olhos quando o Detetive se aproxima. Petrelli pede os documentos do homem, e este lhe entrega a carteira e um jornal. As manchetes falam por si.

- Policias dizem que Petrelli manchou a reputação da NCPD.
- Segue investigação de crimes do tira-herói Peter Petrelli. Expulsão à vista!
- NCPD de Little Italy tem casos de corrupção.
- Prefeitura minimiza relação de Ebunike e Petrelli.
- Petrelli e assessora do prefeito teriam caso amoroso.
- Gastos da prefeitura no tratamento de Petrelli: ED$ 20.000.

Diante do permanente sorriso de sarcasmo, e de uma colocação afiada – “sabe como é, eu queria ver como um policial corrupto se parece” – Petrelli arremessa os documentos do desconhecido além de um muro, e parte.

CENA 04 – T.N.T.

Existe uma forma simples de resolver problemas. Você cola um bloco de C-6 nele, aperta um botão, e assiste o mundo ir para o Inferno. É com isso em mente que Brujo começa sua pesquisa, visando conseguir explosivo plástico o bastante para apagar da existência um desafeto, no caso, Arturo Meratti. O Atravessador acredita que ele tem contato com Ciccione. E se a Máfia está atirando em seus amigos, ele vai enfiar explosivo no rabo dos amigos da Máfia.

A busca o leva até a galeria The Range, mas Elaric Fail, que já o havia expulsado por tentar negociar drogas no local, volta a fazê-lo. Ele não quer saber de explosivos, nem nada do gênero. As atenções de Brujo se voltam, então, a Lester Krupt e a Segurança Especializada. Krupt afirma que pode conversar com algumas pessoas e conseguir o produto, mas isso leva alguns dias. Os negociadores se despendem na expectativa de um novo encontro.

CENA 05 – O Dossiê Duke

Ciente da conversa entre Brujo e LiveWire, Petrelli ruma ao Curto Circuito. Fechado, o local parece apenas uma lanhouse comum, com cabos à espera de conectores neurais. O leve zumbido de máquinas e néon é a única trilha sonora da negociação.

LiveWire deseja de Petrelli o cartão de identificação que permite acesso ao banco de dados da NCPD. O Detetive sabe que o passe perdeu validade desde o início do processo de expulsão, mas o Netrunner não parece se importar. Compreendendo seu funcionamento, ele pode fazer cair algumas das barreiras que compõem a segurança de dados oficiais. Petrelli resiste, paranóico. Imagina que isso possa vir a ser mais um trunfo na mão de um inimigo invisível. A alternativa, ED$ 3.000, porém, está muito além de suas possibilidades.

Depois de entregar o cartão e receber um chip de dados, ele se conecta a um dos terminais do Curto Circuito e começa a absorver os dados levantados por LiveWire.

- William “Bill” Duke tem 36 anos, sendo parte da força policial de Night City há 15 anos.
- Ele teve notas medianas durante seu período de academia. Isso fez com que iniciasse a carreira em posições subalternas.
- Sua carreira começou a mudar após a participação em uma ação da SWAT. Ele ficou ferido na ocasião, mas seu desempenho foi elogiado e lhe valeu uma promoção.
- Meses depois, sem recuperar-se completamente, ele realizou uma cirurgia cibernética para reposição do braço ferido.
- Ele foi promovido a sargento e chefe da Patrulha da NCPD em Little Italy há cinco anos.
- Em relatórios preenchidos por subordinados de Duke, os termos “confiável”, “exigente”, “ríspido” e “eficiente” foram os que apareceram com maior freqüência como definidores do caráter do sargento.
- Ele não é considerado especialmente violento para os padrões da NCPD, e nunca respondeu a qualquer processo interno por agressão ou maus-tratos contra prisioneiros.
- Há um ano ele comandou um destacamento de policiais que transportava armas para uma zona de destruição nos limites da cidade. O grupo foi emboscado, e ele, o único sobrevivente, foi ferido superficialmente.
- A atuação de Duke não foi questionada oficialmente, mas alguns rumores a respeito de seu envolvimento no assalto surgiram, para silenciar em seguida.
- Em alguns e-mails pessoais rastreados, ele comenta da insatisfação que sente no cargo atual, e seu desejo de integrar a SWAT.
- Ele também menciona a admiração por um oficial da Patrulha sob seu comando: Peter Petrelli.

Ao final do processo, o Detetive está confuso. Tudo indica que suas suspeitas estavam erradas. Duke é um tira honesto e mau-humorado. Como se houvessem dúvidas, LiveWire se aproxima: “não sei o que você quer com esse cara, mas ele me pareceu decente”. Levando suas indagações embora, Petrelli ruma para uma conversa com Dasha, na Taverna O’Faherty.

CENA 06 – O que Dasha tem a dizer

Enquanto Brujo busca fazer dinheiro passando adiante algumas das armas que estão em seu poder, Petrelli conversa com Dasha, já recuperada do ferimento no ombro e livre dos efeitos dos sedativos.

Petrelli busca reconstruir o momento em que a Prostituta foi atacada, mas tem pouco sucesso. Ela afirma apenas que foi alvejada nas imediações da Igreja Holy Angels por um homem que normalmente estava lá para receber suas informações a respeito do SlaughterHouse e a atividades de gangues no Distrito NorthSide.

Ela relata ainda que não possui nenhuma forma de contatar esses homens. Ela simplesmente ia até a Igreja quando julgava possuir alguma informação relevante, e não demorava até que um deles aparecesse. Como que ainda se agarrando a antigas certezas, Petrelli mostra uma foto do Sargento William “Bill” Duke. Dasha afirma que nunca viu aquele homem.

Mais tarde, em conversa com Brujo e Millie, Dasha concorda em dar a chave de sua casa para o Atravessador. É mais seguro permanecer na Taverna, e Brujo suspeita que uma visita aos Apartamentos Taira possam revelar informações importantes.

CENA 07 – Um amigo dá notícias

Enquanto come algo, Brujo é avisado por Legião que alguém quer vê-lo à porta. Pensando em uma emboscada, e fazendo par às idéias paranóicas de Petrelli, ele lamenta não estar armado.

A surpresa no lado de fora da Taverna, contudo, é positiva. Trata-se de Juarez. Eles entram, e o homem conta que acabou de perder o emprego, e resolveu pedir ajudar. A demissão teria sido causada por ele ter se recusado a ajudar três homens bem vestidos, de aparência distinta, que estiveram no dia anterior na garagem onde ele trabalhava. O negócio, de propriedade de Arturo Meratti, foi palco da troca onde Brujo e Petrelli passaram por membros dos Voodoo Boys. Os homens estariam fazendo perguntas a respeito daquela noite.

Aparentemente, pensa Brujo, a Máfia está com outros atiradores circulando. Depois de dar algum dinheiro para Juarez, eles se despedem.

CENA 08 – A Morte de Sarah Chang

A voz de Sarah Chang ao telefone revela forte tensão. Ela está sendo seguida, e deseja um encontro com Petrelli na estação de metrô no Centro da Cidade. O local é um formigueiro humano, mas através de contatos telefônicos, o Detetive avista a Jornalista. Tentando vencer a barreira de corpos com pressa, ele se aproxima lentamente. Sarah, porém, leva as mãos às costas, com uma expressão de dor no rosto, e cai. Em instantes uma multidão se forma ao redor do corpo. Petrelli vence a distância com cotoveladas e encontrões, mas nada pode fazer. Respirando lentamente, sem conseguir falar, a Jornalista apenas consegue alcança um cartão residencial. Nas suas costas, o ferrão de um lança-agulhas, provavelmente envenenado. Sarah Chang está morta.

De posse do cartão com identificação do Bay Bridge Hotel, Petrelli entra no apartamento de Chang. Vasculha o local a respeito de algo que indique quem era a fonte da jornalista. Antes que sua pesquisa se complete, ele ouve o barulho de um arrombador eletrônico quebrando o código da porta. Levando a mão até a pistola, o Detetive busca proteção.
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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 06 Nov 2007, 16:51

Blood Street Blues - Capítulo 10 - Dobram os Sinos

Onde o confronto tem início, e o sangue brota nas ruas.

CENA 01 – Pequenas Invasões


O quarto de Dasha, nos Apartamentos Taira, não tem nada de relevante. Algumas roupas e a desordem natural. Entre as parcas posses da Prostituta, Brujo encontra ED$ 400 e um notebook. Um cartão do First City Bank, em nome de Christhian Ruggells, chama a atenção do Atravessador. Recolhendo os pertences, e instalando uma micro-câmera antes de deixar o local, Brujo parte para a Taverna O’Flaherty.

Enquanto isso, Peter Petrelli aguarda. Com a velha Beretta nas mãos, basta que o invasor adentre o apartamento de Sarah Chang para que seja emboscado. Contrariando suas expectativas, o desconhecido espera diante da porta e, subitamente, parte na direção dos elevadores. Petrelli se pergunta se foi identificado de alguma forma. Talvez um cyberótico com visão termográfica. Entre especulações, o Policial inicia uma retirada paranóica.

Depois de subir dois andares, chamar o elevador e fazer com que ele descesse parando em todos os pavimentos enquanto o acompanhava pela escada de incêndio, Petrelli observa durante algum tempo o pátio em frente ao Bay Bridge Hotel. Temendo uma emboscada, o Policial finalmente realizou sua fuga pela garagem.

CENA 02 – Conversas ao pé do ouvido

Em rápida conversa com Dasha, Brujo lhe entrega o dinheiro encontrado em seu apartamento. Menciona o cartão, mas a prostituta pouco pode responder para ajudar. Aceitou guardar o item durante um tempo, mas nada sabe a seu respeito. Segundo ela, Ruggells era um cliente respeitador e, aparentemente, de posses. Brujo resolve manter o cartão, procedendo da mesma forma em relação ao laptop.

Antes de deixar a Taverna, Brujo é abordado por Millie O’Keefe. Ela conseguiu fazer contato com o grupo de nômades que ajudou O Celta durante a operação Soylent Green. Ao que tudo indica, o seu líder está envolvido em algum tipo de disputa com a Biotechnica. Millie adianta que ele pode ajudar, e que provavelmente armas e munição para apoiar sua luta serão o preço por esse auxílio.

CENA 03 - Perseguição

Conduzindo a Harley-Davidson DarkWing pelas ruas do Distrito Northside, Brujo faz contato com Alonso. O Técnico é a melhor opção para quebrar o código de proteção do laptop de Dasha. Quando a ligação se completa, porém, o Atravessador percebe que está sendo seguido. A possibilidade de ser um alvo fácil sobre a motocicleta faz com que cometa um erro. O deslize leva ao choque com um veículo, que não o derruba – o que seria fatal em uma avenida movimentada –, mas permite a aproximação do sedã.

Recuperado do susto, e aproveitando a agilidade da motocicleta, Brujo consegue despistar seus perseguidores. Aproveitando o conhecimento superior do Distrito NorthSide, ele localiza o veículo misterioso e furtivamente acompanha seu trânsito. Depois de passar diante da Taverna O’Flaherty e do apartamento de Brujo, o condutor estaciona junto à Igreja Holy Angels. Nesse momento, a DarkWing ruge na direção de Little Italy.

CENA 04 – Quebra de Código

Brujo e Petrelli chegam juntos ao apartamento de Alonso. O Técnico fica pouco confortável quando descobre que está recebendo um Policial – as atividades ilegais no cubículo já excederam em muito qualquer possibilidade de explicação -, mas relaxa diante do aceno de Brujo com uma modesta oferta financeira.

Concentrado em seu trabalho, o jovem Técnico informa Brujo que o cartão em nome de Christhian Ruggells não tem muita utilidade sozinho. Ele dá acesso a uma caixa-forte, e não a uma conta, do First City Bank. Seu portador ainda precisa comprovar identidade, através de um exame de retina ou DNA. Mas existe um complicador adicional. Uma nota em um jornal eletrônico dá conta que Christhian Ruggells foi morto, vítima de atropelamento, em frente à sua casa, no Centro Velho.

O laptop de Dasha revela pouca coisa mais interessante do que uma lista de clientes. O computador pessoal de Sarah Chang, entre reportagens antigas e anotações, apresenta algumas considerações mais interessantes.

Os textos informam que ela foi procurada por um contato anônimo oferecendo uma matéria a respeito de um policial corrupto da NCPD. Por curiosidade, ela aceitou receber o conteúdo, mesmo que isso representasse risco. Alguém cobraria um favor em breve.

Mais tarde descobriu, através de uma investigação que foi além dos dados recebidos, quem estava por trás de seu contato. O homem no comando do tabuleiro era um proeminente “executivo” da Máfia, sob comando direto do “capo” Joseph Bonnano: Vinnie Ciccione.

A pergunta que se impôs: por que um agente da Máfia alimentaria um policial com informações que poderiam voltar-se contra si próprio? O objetivo mais claro do contato com a jornalista parecia ser prejudicar esse policial, e indiretamente, a NCPD e a Prefeitura de Night City, e, dessa forma, fortalecer a Máfia. Mas a relação custo-benefício desse movimento não parece favorável. Muito risco para pouco lucro. Ou haveria algo a mais nisso tudo?

Aprofundando sua pesquisa e fazendo contatos que os documentos não revelam, Chang descobriu que Vinnie Ciccione não existia quinze anos atrás, pelo menos até onde foi possível averiguar. Coincidência ou não, ele é conhecido nos círculos da Máfia há pouco menos de uma década.

A peça central do quebra-cabeça, que une todas as demais, continua ausente.

CENA 05 – Arsenal em Upper Marina

Petrelli desconfia que o Padre Kevin, responsável pela Igreja Holy Angels, tenha algo a ver com os movimentos da Máfia no Distrito NorthSide. O religioso, não se pode negar, conhece boa parte dos moradores da região e de Little Italy, e pode ser uma fonte de informações valiosas. A conversa que o Detetive projeta, porém, pouco tem a ver com uma confissão. Seu Deus é vingativo, e cospe projéteis de 12mm.

Da mesma forma, o Detetive desenvolveu um ódio abissal por Juanita Vargas. É isso que o motiva, enquanto na garupa da DarkWing de Brujo, a sugerir que procurem por ela em Upper Marina. O Atravessador chegou a fazer esse caminho dias antes, mas foi interrompido pela aparição dos três tenentes do SlaughterHouse, posteriormente abatidos.

Trafegando em silêncio pela região degradada, Petrelli usa seu cyberótico para varrer a escuridão em busca de movimentos suspeitos, enquanto Brujo permanece atento aos pontos de localização que o permitam chegar ao armazém correto, conforme as anotações de Killigree.

A cerca de trezentos metros do local, Petrelli visualiza um homem, provavelmente um mendigo, carregando dois fuzis de assalto. Avançando mais, se deparam com uma pequena multidão trafegando em frente ao armazém, que é o seu objetivo. Moradores de rua com armas de fogo discutem e trocam empurrões. Aparentemente, alguém descobriu que as armas roubadas pelo SlaughterHouse do Shopping UpTonw estavam ali. A disputa por elas já começou, e o estopim não demora a acender.

Brujo manobra para sair da possível linha de tiro, mas quando o primeiro disparo é ouvido, seguidos de gritos, agitação e mais disparos, a distância ainda não é suficiente. Atingido nas costas por uma bala perdida, Petrelli apenas não é ferido graças à proteção da jaqueta blindada.

Passados alguns minutos, Petrelli e Brujo retornam. Os disparos fizeram a multidão dispersar, e alguns corpos ficaram para trás. Dentro do armazém, o Policial identifica um homem armado, entrincheirado. Ele grita que as armas são suas, e dispara um fuzil de assalto para assinar com pólvora os seus argumentos.

Buscando uma entrada alternativa, encontram uma porta lateral. A incursão não é tão silenciosa quanto o necessário, alertando seu alvo. Abaixado entre caixas, em meio à escuridão e distante cerca de trinta metros, o homem é um alvo difícil, mesmo para Petrelli. Brujo resolve o problema de forma prosaica. Arremessando um pedaço de metal, provoca a distração necessária que o faz se erguer atirando. Sem hesitar, Petrelli aproveita a brecha e o atinge no ombro, levando o desconhecido ao chão. Antes que este se recupere e alcance o fuzil, Petrelli vence a distância e o chuta com violência, levando-o a inconsciência.

Uma avaliação rápida confirma as armas roubadas do Shopping UpTown. Em instantes Brujo e Petrelli carregam um dos furgões com o que foi deixado para trás e partem. Cresce o arsenal.

CENA 06 – Assunto de Polícia

Brujo acorda com a porta sendo esmurrada. Alguém que se identifica como oficial Summers solicita que o morador abra. Desviando de uma caixa cheia de submetralhadoras e afastando um fuzil com o pé, o Atravessador recebe seu visitante. No corredor, é claro, onde é mais seguro.

O oficial Summers é acompanhado por um detetive, Johnston. Estão buscando informações a respeito da troca de tiros no prédio, dias antes. Aparentemente, nada sabem a respeito do envolvimento de Petrelli e Brujo nas mortes. A frieza do Atravessador sedimenta essa certeza.

Enquanto isso, Petrelli descobre que Fate Yashida não tem tempo para lhe falar. A assessora de comunicação do prefeito Mbole Ebunike explica o motivo. A Arasaka acaba de apresentar oficialmente ao Conselho Municipal de Night City a proposta que visa privatizar os serviços de polícia da cidade, eliminando a NCPD, ou lhe dando um caráter completamente diferente.

Intimamente, Petrelli se pergunta se alguém, além dele, acha que Vinnie Ciccione se comporta como um funcionário da Arasaka.

CENA 07 – A Mídia escolhe o seu lado

Na Taverna O’Flaherty, depois de ouvir de Millie que o encontro com os Gypsy Jokers pode acontecer em breve, mas sem sua participação direta, Brujo e Petrelli assistem mais notícias a respeito da violência em Night City e a proposta de privatização da NCPD feita pela Arasaka. Aparentemente, a mídia já tem um lado.

Depois de apresentar imagens do resultado da troca de tiros na noite anterior em Upper Marina, onde quatro pessoas morreram, o telejornal do Canal 54 aponta os crescentes números da violência em Night City. Em seguida, uma rápida matéria enfoca o problema de corrupção na NCPD, citando o caso de Peter Petrelli. Imagens da Arasaka apresentando a sua proposta ao Conselho Municipal, com declarações seguras a respeito do benefício da iniciativa, pontuam o texto. No fim da reportagem, o prefeito Ebunike surge, um tanto nervoso e desconjuntado, afirmando que a Prefeitura não vai aceitar essa intervenção, e que em breve uma contraproposta para o problema da violência na cidade será apresentada.

CENA 08 – Declaração de Guerra

Não encontrando Dasha em seu quarto, Brujo descobre que ela, já recuperada do atentado, resolveu sair por um instante. O Atravessador a encontra em uma esquina, fumando, meio que absorvida por pensamentos profundos. Sem conversar, ambos fumam lado a lado. Enquanto fita Brujo, Dasha reflete que existe alguma cumplicidade entre os marginais, afinal de contas. É o seu último pensamento, antes de um projétil atingir o seu ombro e a arremessar para a escuridão.

Mesmo tendo visto o atirador, Brujo não foi rápido o bastante para tirar a Prostituta do caminho da bala. Buscando proteção atrás de um dataterm, ele dispara em resposta. O projétil atravessa a porta do carro e perfura a perna do motorista, impedindo sua fuga. Alertado pelos disparos, Petrelli se aproxima, buscando proteção atrás de veículos. Em pânico, a multidão dispersa e o trânsito pára diante da sinfonia do chumbo.

Brujo e Petrelli disparam contra os dois atiradores, mas a distância e a proteção oferecida pelos obstáculos torna o combate uma série de sucessivos projéteis mal dirigidos, enquanto todos esperam um deslize e uma brecha.

O primeiro erro é cometido por Petrelli, que se expõe demais e recebe como prêmio um disparo no rosto. Brujo vê o Policial caído, e teme pelo pior. Às portas da inconsciência, ele pinta a calçada de vermelho. Nesse instante, Legião sai da Taverna atirando. Ele/Ela alveja um dos atacantes, explodindo seu crânio e espalhando pedaços de cérebro pelo carro. Tomando a submetralhadora do Policial, Legião avança na direção do carro, enquanto faz disparos curtos. Brujo entende o sinal, e cerca o veículo, pegando com vida o último atirador, que se entrega.

Sem forças para deixar o local, Petrelli apenas espera pelas sirenes que se aproximam. Brujo, enquanto isso, arrasta o atirador sobrevivente para um beco a poucas centenas de metros do local do tiroteio. Segurando o cortador de charutos enquanto toma um dos dedos do interrogado, ele pronuncia as palavras que formam uma pergunta e uma sentença.

“Muito bem, cabrón, quem te mandou?”
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Hentges
 
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