CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 21 Nov 2007, 16:31

Blood Street Blues - Capítulo 11 - A Diplomacia Beligerante

Onde acordos aproximam aliados, e o vento sopra o som da batalha.

CENA 01 – Brujo Interroga


Imobilizado e sangrando, o atirador da Máfia não representa um desafio para Brujo e seu cortador de charutos. De qualquer modo, o Atravessador decepa um de seus dedos, apenas para não deixar dúvidas a respeito de quais são as intenções para aquele encontro no beco. Antony Larks, entre balbucios e lamentos, vomita que opera sob ordens direta de Vinnie Ciccione, e que seus alvos são Brujo, Petrelli, Dasha e Sarah Chang. As duas últimas formam eliminadas, e Petrelli está a caminho do hospital. Resta ao Atravessador fazer alguma coisa. Deixando Larks desacordado, ele parte do local, enquanto ouve o som das ambulâncias cada vez mais próximas.

CENA 02 – Ante-sala

Ainda na calçada, nos arredores da Taverna O’Flaherty, Petrelli perde a consciência. Ele tem lembranças vagas a respeito dos paramédicos chegando e prestando os primeiros socorros. Sem uma noção do tempo transcorrido, desperta em uma pequena sala. Um médico, Dr. Herbert West, se apresenta. Identificando o jaleco do Centro Médico de Crise, onde esteve em outra ocasião em que foi baleado, Petrelli ouve que a extensão dos danos obriga a uma cirurgia complexa, com duração de cerca de 4 horas. Depois disso, uma cirurgia estética deve eliminar as cicatrizes. Mesmo atravessando um processo que pode resultar na sua expulsão, o Policial continua coberto pelo seguro da NCPD. Entretanto, a situação delicada obriga a concordância com alguns procedimentos especiais. Sob efeito da medicação ministrada antes da cirurgia, ele mal consegue identificar as linhas do contrato que assina.

CENA 03 – Alça de Mira

Padre Kevin permanece um mistério para Brujo. Por que um homem tão respeitado pela comunidade irlandesa e italiana – que forma o grosso da população do Distrito NorthSide e de Little Italy, respectivamente – estaria trabalhando em favor da Máfia? O resultado mais óbvio da suposta parceria era o assassinato de Dasha. Existiriam outras vítimas? Motivado por essas perguntas, Brujo observa à distância a Igreja Holy Angels.

Seu destino seguinte é um prédio comercial nos arredores do Armazém Meratti’s. O Atravessador chega sem dificuldades até o terraço, onde observa o movimento. Circundado por um grande pátio de automóveis e uma ampla entrada para entrega e saída de mercadorias, o local é uma fortaleza bem-guardada, com vigilância permanente. Ainda que o preço de frutas naturais atinja picos altíssimos em 2020, Brujo sabe que o negócio não declarado de Meratti – armas e munição – alcança valores ainda mais estratosféricos. Registrando tudo por meio de fotografias, o Atravessador solicita a LiveWire algumas plantas.

Por fim, ele visita a Taverna O’Flaherty. Como era esperado, Legião não se encontra. Ele/Ela foi atingida por um projétil no olho durante a troca de tiros do dia anterior. Segundo Millie, passa bem, e se recupera em uma clínica particular. Brujo considera que a habilidade que ele/ela demonstrou pode ser útil, e pega o endereço do local para uma futura visita.

CENA 04 – Palavras de Conciliação?

William “Bill” Duke se dirige ao Centro Médico de Crise movido pela curiosidade. Na noite anterior ele foi procurado por Danny Trejo, conhecido nas ruas como “El Brujo”. O estranho tentou lhe entregar um pacote, que ele não aceitou, e se disse amigo da prostituta morta na troca de tiros no Distrito NorthSide, Dasha. No relatório a respeito da noite em que afirma ter perdido sua arma, Petrelli disse que esteve com a prostituta.

Na conversa com Duke, Petrelli afirma que foi alvo da Máfia porque estava muito próximo de descobrir algo a respeito de Vinnie Ciccione. Ainda que não apresente provas, o Policial relaciona uma série de fatos recentes para convencer o Sargento de que está sendo vítima de uma conspiração que visa eliminá-lo. Dasha foi morta por ser um contato valioso, e Brujo é apenas um cafetão ciumento, afirma.

Duke deixa o local convencido de boa parte das afirmações de Petrelli, ainda que isso nada tenha a ver com o processo por expulsão levado adiante após a morte de dois seguranças na Torre Burleson. De qualquer modo, a possibilidade de alguma colaboração parece mais próxima.

Graças a um telefonema, Brujo repete na NCPD, em conversa com Duke, o mesmo tom adotado por Petrelli. O Atravessador, porém, apresenta uma versão nebulosa quando questionado a respeito de sua participação no tiroteio próximo à Taverna O’Flaherty, alimentando desconfianças.

CENA 05 – Tentativa de Fuga

A constante movimentação de enfermeiras e a diversidade de medicamentos ministrados após a cirurgia deixam Petrelli desconfortável. A existência de um documento assinado sem leitura prévia apenas contribui para exaltar as preocupações mal formuladas. Mesmo com o rosto coberto por faixas e sentindo dores, o Policial decide que ficou tempo demais no Centro Médico de Crise.

Após anunciar suas intenções para um oficial destacado para protegê-lo e uma enfermeira, ele toma o elevador. Desce alguns andares, percorre um caminho tortuoso de corredores e escadas de incêndio, mas acaba sendo encontrado por um segurança do hospital. A contragosto, retorna ao seu quarto. Não demora até que o Dr. Herbert West faça uma visita. Responsável pela cirurgia e pela recuperação de Petrelli, o médico afirma que o Policial poderá deixar o Centro Médico de Crise no dia seguinte, desde que consinta em manter seus ferimentos limpos e continuar tomando a medicação. Em dois dias ele deve ser submetido a uma cirurgia estética corretiva. Petrelli aceita as condições como uma vitória.

CENA 06 – Negociando com os Gypsy Jokers

O apartamento de Brujo finalmente está aliviado de parte das caixas que acomodam cerca de uma centena de armas e muita munição. O trabalho árduo de uma noite transportou o arsenal adquirido nos últimos dias. Saem as armas antigas ou indignas de confiança – adquiridas quando ele, Petrelli e Loa se passaram por membros dos Voodoo Boys – e permanece o moderno equipamento saqueado do Shopping UpTown pelo SlaughterHouse.

Trafegando durante a madrugada pelo quilômetro 62 da Interestadual 828, na direção sul, rumo à divisa com a Califórnia do Sul, Brujo vai ao encontro dos Gypsy Jokers. Não demora até ser abordado por uma dupla em uma motocicleta. Os sinais denotam o reconhecimento mútuo, e em minutos o Atravessador conduz o velho furgão por estradas empoeiradas através da região desolada que é o campo nesses dias.

Após cerca de vinte minutos de poeira e buracos, Brujo chega a um descampado onde, iluminados por fogueiras e faróis, reúnem-se cerca de dez homens. Escancarando as portas do furgão, o Atravessador começa a descarregar caixas de armas, para deleite de Rampage Reynolds, líder dos Gypsy Jokers.

Brujo faz uma série de observações durante a conversa com Rampage: a pele fustigada do grupo, acostumado a transitar pelas estradas constantemente, grita CÂNCER sem parar; apesar da reputados pela sua agressividade, os Gypsy Jokers não parecem especialmente hábeis com armas; por outro lado, eles querem tanto as armas que mal fazem perguntas sobre o trabalho a fazer. Brujo convence Rampage de que Arturo Meratti é um rival que deve ser eliminado, deixando de lado o poder que o alvo tem.

Antes de partir, fica acertado que um grupo de 10 dos Gypsy Jokers irá operar sob as ordens de Brujo durante um dia, em troca das armas já entregues e mais ED$ 1.500.

CENA 07 – Preparativos, e um pequeno acidente

O dia seguinte é todo gasto com preparativos diversos. Depois de descobrir seu apartamento vasculhado, Petrelli procura Brujo, que lhe oferece o cartão da antiga residência de Dasha. O Policial decide rumar para lá, mesmo que a câmera escondida de Brujo tenha detectado a invasão do local, dias antes do assassinato da prostituta. Considerando esses fatos, Brujo também cogita a possibilidade de uma mudança.

Logo ao chegar em sua nova “casa”, Petrelli realiza, sem sucesso, uma troca de curativos. A falta de jeito acaba abrindo pontos e produzindo um grande sangramento. Aparentemente, o Policial se tornou incapaz de passar muito tempo longe dos serviços públicos de saúde.
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Mensagempor Hentges em 06 Dez 2007, 16:29

Blood Street Blues - Capítulo 12 - War, War, Total War

Onde um fim pode ser avistado, e um caminho de conseqüências imprevisíveis é esboçado.

CENA 01 – Legião recebe um visitante


O primeiro destino de Brujo naquela manhã seria o Savannah Suprimentos Médicos. No porão, Dr. Bob – um Estripadoc que opera clandestinamente – presta cuidados médicos a Legião. O/A Guarda-Costas chegou ao local após ser alvejado/a no olho direito. Por sorte, o projétil foi detido pelas partes de plástico e metal que compunham o substituto cibernético, impedindo que atingisse o cérebro e produzisse um dano fatal.

Brujo ouve com atenção as explicações do Dr. Bob, e após uma conversa breve com Legião, decide custear o tratamento e a reposição necessária. Ele/ela salvou a sua vida e a de Petrelli na luta que ocorreu nas proximidades da Taverna O’Flaherty. Antecipando que as suas habilidades podem ser necessárias na guerra que se aproxima, Brujo sugere ao Dr. Bob que amplie o tratamento de Legião através do uso de SpeedHeal, pago por ele. O Estripadoc informa que seu/sua paciente deve estar recuperada em cinco dias.

CENA 02 – Alvo ou Contato?

Faz seis dias que Brujo conversou com Lester Krupt, da Segurança Especializada, em busca de explosivos. Era chegado o momento de cobrar a entrega do pedido. Após chegar ao prédio que abriga o pequeno escritório da empresa, ele se surpreende com a porta fechada. As batidas não produzem resposta. Intrigado, o Atravessador confirma, questionando a secretária de um consultório dentário, que tanto o Sr. Krupt quanto sua secretária estiveram no local mais cedo.

O que teria ocorrido? Subitamente, parece que a paranóia de Petrelli começa a infectá-lo. Decido a não manter dúvidas a respeito do assunto, Brujo joga sua fala macia e alguns trocados na mesa do porteiro do prédio. Moacir se revela receptivo, e solta alguns detalhes a respeito de visitantes muito alinhados que o Sr. Krupt recebeu logo cedo. Assistindo a um vídeo captado pelas câmeras de segurança da entrada e do saguão do prédio, o Atravessador reconhece um dos dois visitantes. Ele esteve na troca de armas entre a Máfia e os Voodoo Boys, frustrada por Brujo, Petrelli, Loa e Juanita.

Cena 03 – Noite de Negociações – I

A noite de Brujo é gasta com diversas pequenas negociações. Algumas das armas recuperadas em Upper Marina são vendidas nas ruas, e o dinheiro é direcionado para o “aluguel” de um “container que não existe” no porto de Night City. Seu arsenal ficará mais seguro ali. Além disso, o Atravessador busca, sem sucesso, um canal alternativo que lhe permita ter acesso a explosivos.

CENA 04 – Trabalho de Observação

É claro que Arturo Meratti trabalha com a distribuição de frutas, um negócio extremamente lucrativo, considerando a dificuldade para encontrar exemplares de qualidade nesses idos de 2020. É claro, também, que Meratti negocia armas. Do contrário, não seria possível construir um império tão poderoso, nem erguer uma fortaleza de muros, sensores e guardas ao seu redor.

Enquanto pensa no assunto, Brujo observa a movimentação no Armazém Meratti’s. O trânsito de caminhões é constante, mas o local parece de difícil acesso. Arturo é o alvo preferencial de seus explosivos, e também o nome que o Atravessador passou para os Gypsy Jokers, que em breve estarão na cidade para agir sob o seu comando.

Brujo segue um dos caminhões do Meratti’s até um supermercado, mas não lhe ocorre uma idéia clara de como entrar no Armazém, nem se isso é uma boa idéia.

CENA 05 – O Destino de Lester Krupt

Voltando à Segurança Especializada, e depois de convencer Moacir a desligar as câmeras de segurança durante sua passagem, Brujo resolver arrombar a porta. O arrombador eletrônico faz o serviço rapidamente, e logo ao entrar o Atravessador sente o cheiro de sangue no ar. A secretária de Krupt está morta. Recebeu um tiro na cabeça e outro no coração. Brujo não duvida que esse tenha sido também o destino de Krupt. Ainda que as informações guardadas em arquivos do escritório possam ser valiosas, ele prefere evitar deixar pistas a respeito de sua presença.

Saindo rapidamente, após limpar as digitais da porta, ele conta para Moacir o que houve, e sugere que o porteiro esqueça de suas visitas ao local. Ao ser informado das mortes, o homem fica extremamente nervoso. Brujo lhe dá mais algum dinheiro, mas não fica seguro quanto ao conteúdo de sua conversa com a NCPD quando os crimes forem reportados.

CENA 06 – Noite de Negociações – II

Negociar armas com freqüência faz com os canais tradicionais esgotem sua capacidade de absorver equipamento. É o que Brujo descobre nessa noite. Se quiser continuar a fazer isso, precisará de novos mercados. O Distrito NorthSide, e seus arredores, está ficando muito pequeno. De qualquer modo, o dinheiro cobre algumas despesas imediatas, e permite que ele deixe uma equipe jovem de quatro Solos de prontidão para uma futura missão de uma noite.

CENA 07 – Millie O’Keefe é morta

Dirigindo-se até a Taverna O’Flaherty para almoçar, Brujo avista de longe a movimentação. Diversas pessoas cercam a entrada do local, enquanto uma ambulância recolhe uma mulher e dois policias da Patrulha da NCPD tentam manter os curiosos afastados. Não demora até que o Atravessador confirme suas piores suspeitas. Millie O’Keefe foi alvejada por um atirador em uma motocicleta. Em estado grave, foi transferida para o Centro Médico de Crise.

Nas dependências do hospital, recebe a notícia de que Millie não resistiu aos múltiplos ferimentos. Mesmo não tendo dúvidas de que a responsabilidade recaia sobre a Máfia, Brujo acredita que pode descobrir mais a respeito se conseguir um dos projéteis alojados no corpo de sua amiga. Compartilhando a dor de Brujo, quem sabe pela lembrança de uma situação semelhante, o Dr. Goldman concorda em auxiliá-lo.

CENA 08 – A Próxima Vítima

A notícia faz com que Brujo busque contato com Petrelli. O Policial está no apartamento de Dasha, buscando se recuperar do ferimento no rosto. Dividindo relatos dos acontecimentos recentes, ambos concordam que a Máfia está realizando algum tipo de atividade coordenada. Petrelli avisa que deixará o apartamento, entrando em contato assim que possível. Antes de se despedir, lembra Brujo de alguém de quem ele havia esquecido: Alonso.

O Atravessador sobe na DarkWing e acelera até o Widmark. Chegando ao local, não avista nada suspeito, mas decide buscar entrada pelas escadas de incêndio. A tentativa, porém, revela as parcas habilidades esportivas de Brujo, que acaba no chão após subir em uma caçamba de lixo para alcançar os degraus. Apesar da dor, o fato lhe permite perceber a aproximação de alguém. Simulando uma contusão mais séria, o Atravessador permite que o estranho se aproxime. Quando não resta dúvida a respeito do motivo de sua presença no beco, Brujo se ergue de arma em punho e o atinge na coxa direita, para buscar proteção em seguida atrás da caçamba.

O atirador encontra abrigo atrás de um monte de lixo. Após uma troca de tiros, Brujo percebe que a proteção de seu alvo não vai deter o projétil de 12mm da Colt 2000. Atingido por um segundo disparo, o homem da Máfia tomba. Brujo se aproxima para revistar o corpo, encontrando um cartão com apenas um número de telefone. Quando de prepara para deixar o beco, percebe a aproximação de outro homem armado. A submetralhadora cospe dezenas de projéteis, e Brujo apenas se salva buscando proteção atrás do cadáver no chão. Respondendo ao fogo, o Atravessador acompanha a fuga do segundo atirador. Antes de partir, risca Alonso de sua lista de contatos.

CENA 09 – A paranóia chega em casa

Brujo faz uma incursão silenciosa ao seu apartamento, esperando uma emboscada em cada esquina, um atirador em cada canto. O que ele não esperava era um assassino no prédio ao lado. Quando se preparava para deixar o local, disparos estilhaçam a janela e destroem parte da parede da sala. Buscando abrigo, o Atravessador supõe que esta na mira de alguém com um fuzil de assalto. A rajada seguinte confirma a suspeita, abrindo buracos na parede e uma brecha para sua fuga. Brujo desce até a saída da lavanderia do prédio, utilizando uma porta lateral. Às escondidas, observa o atirador se movimentando na janela em busca de um alvo, e percebe sua comunicação com outro homem, postado em um carro.

O Atravessador tenta uma fuga a pé, mas acaba avistado. Mais esperto que o condutor do carro, porém, consegue despistá-lo, fazendo o motorista acreditar que tomou a direção de uma grande avenida. A situação lhe permite subir no prédio vizinho ao seu, onde escuta o atirador desmontando sua arma. Sem hesitar, Brujo arromba a porta e atinge a sua cabeça com um único disparo sem misericórdia. 3x2, canalhas!

Tomando a sacola com o fuzil e alguns poucos pertences pessoais, além da Harley-Davidson DarkWing, o Atravessador toma a direção da rodovia que leva ao sul de Night City.

CENA 10 – Um exército toma forma

Todo o contato feito com os Gypsy Jokers foi realizado por Millie. A única pista de Brujo era a clareira onde se deu o encontro com Rampage Reynolds e seus homens. Trafegando pela rodovia esburacada e depois, por estradas vicinais, ele chega ao local. As marcas das fogueiras acesas para a reunião de quatro dias antes ainda estão ali, mas não há pista que possa levar ao grupo. Brujo contata Daniel O’Flaherty. Ainda abalado pela morte de Millie, o proprietário da taverna que leva seu nome apenas informa que o Padre Kevin esteve no local à sua procura. A respeito dos Gypsy Jokers ele nada sabe.

Decidido a não perder o investimento feito nos Jokers, e ciente da necessidade fundamental de seu auxílio, Brujo passa a noite em uma pensão de beira de estrada. Na manhã seguinte, o soturno proprietário diz nada saber a respeito dos Nômades, apenas que é melhor se manter afastado deles. Entretanto, avisa que o grupo é visto com freqüência nas imediações.

Após uma manhã de paciência e charutos, Brujo localiza um dos Jokers. Utilizando a potência da DarkWing, ampliada pelos controles neurais, o Atravessador o alcança velozmente. A tarefa de reconhecimento é rápida o bastante para evitar um golpe de corrente, ou um tiro.

Conduzido pelo motoqueiro, Brujo atravessa extensos campos controlados por corporações, até chegar a uma pequena fazenda. Na propriedade despedaçada, com ares de longo abandono, ele é levado à presença de Rampage Reynolds. O clima é tenso. Ao contrário do grupo de homens, dessa vez há crianças e mulheres com olhares desconfiados. Reynolds explica, através de palavras vagas, que o grupo fora emboscado, e que nem todos sobreviveram. Apesar disso, o acordo continua firme. Brujo informa que espera por eles na noite seguinte, no porto de Night City.

Depois da despedida, Brujo volta a Night City, hospeda-se em um hotel qualquer, e planeja seus próximos passos.

CENA 11 – Enquanto isso, o Sr. Petrelli...

O rosto de Peter Petrelli não será mais o mesmo. A informação chegou por meio de um atendente do posto de. Ferido por um projétil de 11mm, e com as cicatrizes agravadas pela cirurgia de remoção, o Policial esperava realizar uma intervenção corretiva nos próximos dias, no Centro Médico de Crise. Entretanto, a conversa com Brujo dissipou essas intenções. Se Lester Krupt, Millie O’Keefe e Alonso estavam mortos, não seria surpresa se ele e o Atravessador se tornassem alvos. Era preciso encontrar um local seguro para lamber as feridas.

A Máfia estaria esperando em seu apartamento, e uma nova busca no quarto de Dasha não poderia ser descartada. Carregando apenas alguns objetos pessoais, pagando EstripaDocs para auxiliar na sua recuperação e passando a noite em locais diferentes, o Policial rapidamente consumiu suas reservas. Sentindo-se melhor após alguns dias, ele decide que é hora de reencontrar Brujo.


Nessa seção, não pude contar com a participação do jogador responsável pelo personagem Peter Petrelli. Para não perder o encontro, decidi que Petrelli dedicaria seus dias a curar os ferimentos produzidos no Capítulo 10 - Dobram os Sinos.
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Mensagempor Hentges em 16 Jan 2008, 13:43

Blood Street Blues – Capítulo 13 – All Hell Broke Loose

Onde a vingança é consumada, e o prato servido arde como o Inferno.

CENA 01 – Preparativos


Há qualquer coisa perigosa no ar. Brujo sente isso. Petrelli também. É uma agitação sutil, algo quase tênue o bastante para passar despercebido. Mas está lá, em todo o lugar, correndo entre os prédios de concreto e as torres de vidro. Do asfalto quente ao céu cinzento, um prenúncio de tragédia parece sitiar Night City.

Brujo e Petrelli passam o dia buscando o equipamento para a operação desta noite, quando vão liderar os Gypsy Jokers e um grupo de solos durante o assalto ao Armazém Meratti’s. No caminho, constatam uma intensa atividade de gangues na região do Distrito NorthSide, especialmente por membros do Voodoo Boys e SlaughterHouse. O fato não os afeta ou impressiona. Enquanto o atravessador pensa que Juanita Vargas pode estar por trás disso, o policial imagina que tudo tenha a ver com o plano da Arasaka para tomar o controle do NCPD.

Aparelhos de comunicação, detonadores, explosivos e um arrombador eletrônico são reunidos em questão de horas. A hora da festa se aproxima, e os convidados estão chegando.

CENA 02 – Vandal Hearts

Os Gypsy Jokers chegam primeiro. Homens surrados pelo ambiente hostil que forma o território selvagem entre as megalópoles do futuro, com a pele torturada pelo sol e a poeira, em carros tão fortes e mal-tratados quanto eles próprios. Dez homens, liderados por Rampage Reynolds. Os solos chegam em seguida, obviamente alterados por drogas ou bebida, em motos cromadas e com armas à mostra. Crianças com poder demais.

O plano de Brujo e Petrelli é apresentado rapidamente, e aos olhos de Reynolds, suas lacunas irão se converter em risco para os seus homens. Captando a tensão nas palavras do nômade, ocorre a Brujo a possibilidade de invadir o Armazém Meratti’s utilizando um de seus próprios veículos. O atravessador recorda do supermercado onde observou a realização de uma entrega.

CENA 03 – O Princípio de uma Invasão

O Zandei é uma pequena rede de hipermercados com uma loja no Distrito NorthSide, e um dos muitos destinos dos gêneros alimentícios estocados pelo Armazém Meratti’s. Brujo sabe que um caminhão da empresa costuma passar as noites no local após ser descarregado, retornando em seguida ao seu ponto de origem. O atravessador pretende subverter essa lógica, utilizando o veículo para invadir o Meratti’s durante a madrugada.

Saltando um muro com pouco mais de três metros, Brujo e Petrelli chegam ao pátio de veículos. Um estacionamento, nos fundos do prédio, que dá para o setor de armazenagem do hipermercado. Dois guardas conversam despreocupadamente, enquanto realizam a ronda. Buscando abrigo nas sombras, os invasores se separam, à espera de uma oportunidade para atacar. Brujo alerta que os seguranças usam uniformes da mesma empresa que faz a guarda do Meratti’s. As vestes podem ser úteis, e devem ser preservadas.

Petrelli dá cabo do primeiro segurança com uma gravata. As aulas de Aikido no NCPD provaram o seu valor. Atraído involuntariamente por Brujo, que se escondia sob os caminhões, o outro guarda ignora que seu companheiro já se encontra inconsciente. Petrelli e Brujo o cercam, mas não são rápidos e coordenados o bastante no momento do ataque. O policial se aproxima, mas erra o soco, permitindo que seu adversário saque a arma e dispare. A distância, felizmente, possibilita que ele desvie a arma antes do gatilho ser acionado. Brujo, porém, teme atingir seu companheiro, engajado em combate corpo-a-corpo. Avançando, o atravessador liquida o guarda com a simplicidade desconcertante de um cruzado na ponta do queixo.

Adentrando o depósito graças ao cartão magnético de um dos guardas, os invasores avistam um terceiro segurança, de telefone em punho, certamente alertado pelo som do disparo no estacionamento. Sem hesitar, Petrelli saca a pistola e atira. O projétil vence a distância do cano até o cérebro do alvo quase instantaneamente. Vidro e osso não resistem aos 12mm de chumbo viajando em velocidade supersônica.

Imobilizando os guardas desacordados, Petrelli e Brujo deixam o Zandei no caminhão do Armazém Meratti’s, levando uniformes e cartões de identificação para apoiar sua verdadeira missão nesta noite.

CENA 04 – Os Portões

Com óculos espelhados e um palito entre os dentes, Brujo tenta emular da melhor forma possível o que imagina ser o comportamento típico de um caminhoneiro. Mas sua condição revela alguns pontos muito especiais. O veículo leva, por exemplo, uma carga de quinze homens armados – Petrelli, os solos e os Gypsy Jokers – e explosivos.

Estendendo a planilha eletrônica do caminhão e da carga, cuidadosamente surrupiados durante a invasão ao Zandei, Brujo espera que o segurança faça a conferência dos dados. Em nenhum momento o homem tira a mão do coldre, o que não é o suficiente para fazer o atravessador suar.

Mesmo desconfiado da chegada no início da madrugada, ele autoriza a entrada de Brujo. O acionamento do motor aplaca o nervosismo dos homens levados no baú. Ao cruzar os portões, todos percebem em seu íntimo a irreversibilidade do futuro que se desenha.

CENA 05 – Inspeção

Petrelli deixa o baú discretamente. É acompanhado por Garrett, o líder dos solos contratados. Vestem uniformes dos guardas do Zandei, o que lhes permite circular sem maiores problemas, desde que não sejam abordados diretamente. Brujo, enquanto isso, se dirige ao vestiário dos funcionários, nas proximidades do pátio de caminhões. Deseja avaliar a segurança do local antes que a ação comece.

Garrett, porém, não se revela uma boa companhia. Alterado pelas drogas e nervoso com a situação, ele parece disposto a atirar na primeira dupla de seguranças que cruzar seu caminho. Petrelli consegue, através de um tom de voz imperativo, convencê-lo a não fazer nada. A inspeção dos dois, porém, não pode seguir. O solo é uma bomba relógio. Petrelli conta as duplas de guardas, e Brujo faz o mesmo. Calculam que o Meratti’s é protegido por cerca de vinte homens, armados com pistolas e vestindo blindagem leve.

CENA 06 - Ignição

Decidindo por uma mudança de abordagem, Brujo de aproxima de um dos galpões onde são estocados gêneros alimentícios sob refrigeração. Mesmo utilizando o arrombador eletrônico, ele demora mais do que o previsto, fazendo com que uma dupla de seguranças aviste sua entrada indevida. Deixando os explosivos próximos a cilindros de hidrogênio e buscando abrigo, ele aguarda a entrada dos guardas. Pelo comunicador, avisa Petrelli que está cercado.

A busca dos guardas é interrompida por batidas na entrada do galpão. Um deles se aproxima de Brujo, ainda oculto nas sombras, enquanto o outro se dirige à porta. Ao abri-la, é instantaneamente morto por Petrelli. O tiro abafado pelo silenciador faz que com que o único ruído produzido seja o baque do corpo no chão. O outro segurança busca abrigo, enquanto alerta os demais da presença de estranhos armados. Aproveitando-se de sua posição, Brujo atira. Desprevenido, o alvo não pode reagir. O som do disparo é ouvido pelo grupo sob o comando de Reynolds. A senha foi dada. É chegado o momento de encharcar o Armazém Meratti’s com sangue.

CENA 07 – Fire in the Hole

Saindo rapidamente do baú e atirando em todas as direções, os homens liderados por Rampage Reynolds são toda a distração que Brujo e Petrelli necessitam. Entrincheirados atrás dos veículos do pátio, eles respondem com fogo automático à primeira investida da segurança, enquanto o atravessador e o policial partem para o segundo armazém refrigerado.

Depois de vencer a tranca, a dupla é surpreendida pela configuração do local. Ao invés da estrutura central para refrigeração de gêneros alimentícios, há uma espécie de elevador grande o bastante para transportar um caminhão até o subsolo. Petrelli e Brujo suspeitam ter encontrado o depósito de armas de Arturo Meratti. Avançando através de um amplo túnel repleto de marcas de pneus e indicações para o trânsito de veículos pesados, encontram um enorme depósito subterrâneo repleto de todo o tipo de tecnologia bélica portátil. Petrelli suspira, enquanto Brujo começa a instalar o último explosivo próximo a uma grande carga de munições. Antes de partir, recolhem algumas granadas.

Quando se preparam para subir as escadas que levam ao armazém, ouvem a aproximação de tropas armadas, destacadas para proteger o conteúdo já descoberto do subterrâneo. Em um ato perfeitamente sincronizado, Petrelli e Brujo arremessam as cargas de fragmentação, fazendo com que as explosões transformem o local em um paraíso de carne moída.

Ao avançar na direção do combate armado, percebem que o grupo de Reynolds foi cercado. As últimas granadas fazem a segurança em pedaços e destroem o muro que os separa da rua. Atrasando os guardas com a detonação dos explosivos no caminhão que os transportou para dentro do Meratti’s, Brujo garante a fuga dos seis aliados sobreviventes. Em seguida, o detonador colocado junto à munição no subsolo transforma o local em uma gigantesca cratera com odor de cordite. A última detonação ocorre no primeiro armazém refrigerado. Catalisada pela presença de hidrogênio, a explosão cria uma bola de fogo que varre do mapa uma área de quase mil metros quadrados.

Nesse meio tempo, os invasores dispersam. Brujo e Petrelli rumam para fora de Night City. O próximo capítulo será assistido em frente à tela, com cerveja e charutos.
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Mensagempor Hentges em 14 Fev 2008, 15:19

Blood Street Blues – Capítulo 14 – Le Coup de Grâce

Onde o nome do conspirador se revela, mas ainda resta muita a ser dito sobre a conspiração.

CENA 01 – Notícias, e um recado


Petrelli e Brujo despertam na pequena pousada que serviu de abrigo ao atravessador dias antes, quando da negociação que resultou na participação dos Gypsy Jokers no assalto da noite anterior. Descansados, e com algum prazer, eles acompanham o noticiário de Night City a respeito das explosões nos Armazéns Meratti’s:

- A primeiras informações são desencontradas. Fala-se de atentado terrorista, invasão criminosa mal-sucedida e explosão na tubulação subterrânea que alimenta os refrigeradores do Armazém.
- Algumas fontes dizem que se tratou de uma vingança levada adiante por agentes de Máfia de Night City, reforçando o rumor nunca comprovado de que Meratti é um negociante de armas.
- A intensa troca de tiros que se ouviu no local pouco antes da explosão apontaria para a invasão criminosa. Suspeita-se que a ação esteja envolvida com o súbito aumento do registro de ataques de gangues no Distrito NorthSide.
- O NCPD ainda não informou a respeito da quantidade nem a identidade das vítimas. Calcula-se que tenham sido em torno de 25, considerando o número de funcionários trabalhando naquela noite, conforme informação oficial do Armazém Meratti’s.
- Além de uma nota de condolência, Arturo Meratti não se manifestou a respeito do ocorrido.
- O NCPD disse que tem algumas linhas de investigação, mas não revelou detalhes.

Enquanto se dedica a – sem sucesso – colher mais informações, Brujo não percebe que Petrelli se distrai com uma mensagem em seu computador de mão. Trata-se de um conjunto de fotos e um vídeo. As imagens apresentam Vinnie Ciccione em diversas situações, ora em companhia de notórios membros da Máfia de Night City, ora junto a executivos da Arasaka. No vídeo, uma mensagem transmitida por um avatar digital:

Olá,

Meu nome é Ichiro Suzuki. Sou executivo sênior da Arasaka para Assuntos Locais. Entre as minhas funções está estabelecer a estratégia da empresa que represento junto às autoridades de Night City, bem como fazer com que a Arasaka disponha do melhor cenário possível para desempenhar suas operações.

As informações que acompanham essa gravação dizem respeito a alguém cuja ação, direta ou indiretamente, tem afetado sua vida nas últimas semanas. Talvez o pouco que forneço agora possa auxiliá-lo, talvez, venha a confundi-lo.

Você e seu associado sobreviveram a inúmeras situações complexas recentemente. A sagacidade que permitiu essa pequena façanha também deve tê-lo levado a desconfiar da autenticidade desse material. Não me surpreende se pensar dessa forma. Tudo que posso fazer a esse respeito é oferecer dados concretos, que apenas podem ser entregues pessoalmente.

Se você e seu associado estiverem dispostos a conquistar os mecanismos que podem ser a chave para a solução de todos os seus problemas recentes, irão encontrar um aliado pessoal, Sakuya Ado, na Ilha Isadora, em Lake Park, amanhã. Ele chegará em um AV-4 neutro, pontualmente, às 2h, não aguardando mais do que dois minutos. Em seguida, vocês serão transportados até o Escritório Central da Arasaka, para um encontro pessoal.

Estarei esperando. Adeus!

CENA 02 – De volta a Night City

Uma armadilha, pensam os dois. Mas também uma oportunidade para esclarecer alguns dos acontecimentos recentes que ambos viveram. E também a chance de atirar em todas as direções – Arasaka, Máfia, SlaughterHouse, Voodoo Boys, Meratti, Juanita, Ciccione – com a garantia de acertar alguém que mereça.

Petrelli vai ao encontro de William Duke. O sargento está mais amistoso desde a conversa que tiveram no Centro Médico de Crise. Isso faz com que Petrelli abra o jogo em relação à boa parte do conteúdo da mensagem supostamente enviada pela Arasaka. Duke responde com uma informação alarmante. Um dos “membros de gangue” responsável por ataques aleatórios na região do Distrito NorthSide era um mercenário com histórico de atividades sob ordens da megacorporação japonesa. Se a Arasaka já está colocando um exército “invisível” nas ruas, a guerra não pode mais ser detida. Em vista disso, Duke se oferece para auxiliar Petrelli no encontro da noite seguinte.

Brujo, enquanto isso, entra em contato com Daniel O’Flaherty, quando os dois têm a chance de lamentar a morte de Millie O’Keeffe, e deixar claro que o dono da Taverna não tem ressentimentos em relação ao atravessador. Deixando o local, Brujo percebe a insistente observação de três membros dos Voodoo Boys. A situação o leva a interpelar o grupo. De arma em punho, ele rende o que parece ser o líder do trio, fazendo com que os demais se afastem, observando a cena à distância. O atravessador é surpreendido pela calma do homem sob a mira de sua pistola. Sugerindo que Brujo deixe as ruas que agora são dos Voodoo Boys, ele mal pisca diante das ameaças de morte.

Essa história, unida com as informações recebidas por Petrelli durante o encontro com Duke, evidenciam os planos da Arasaka. Resta confirmar o papel de Vinnie Ciccione no grande esquema.

CENA 03 – Trânsito Selvagem

Decididos a confirmar quem são os homens vestindo uniformes dos Voodoo Boys e do SlaughterHouse nas ruas do Distrito NorthSide, Brujo e Petrelli trafegam no furgão utilizado para transportar armas até os Gypsy Jokers. A caçada, porém, os expõem, e é Brujo quem avisa que estão sendo seguidos por duas motocicletas.

Nem mesmo o uso de controle neurais permite que o atravessador suplante a agilidade e a aceleração de seus perseguidores. Dirigindo-se até a parte de trás do veículo, Petrelli escancara as portas empunhando um fuzil. O primeiro disparo atinge uma das motocicletas, mas não derruba o condutor, apenas fazendo com que ele reduza a velocidade. A resposta alveja sua perna direita, mas os projéteis são contidos pela calça blindada. Coordenando o movimento com Brujo, que desacelera e alinha o furgão, Petrelli dispara novamente. Dessa vez, o projétil de 7.62mm atravessa o capacete e mata o alvo instantaneamente. Com uma guinada rápida, Brujo inverte os papéis e inicia perseguição ao segundo condutor. A velocidade da motocicleta, porém, não permite aproximação. Posicionado atrás do veículo parado, Petrelli atira. E erra. O segundo disparo, porém, após alguns segundos de pontaria – visando tirar melhor proveito da precisão da arma – atinge o pneu traseiro do alvo. O condutor perde o controle e se choca com violência contra o asfalto. Antes que possa recuperar os sentidos, é recolhido por Brujo e Petrelli e levado até um local ermo.

CENA 04 – Respostas

Refinando sua já tradicional técnica de interrogatório, Brujo extrai alguns dedos do cativo antes de fazer a primeira pergunta. – Quem está no comando? Quem está no comando? O esbravejo por trás dos bigodes, o sangue espirrando, a pistola pesada no coldre de Petrelli. Um conjunto de estímulos completamente irresistível.

Revelando-se um homem da Arasaka por baixo do uniforme dos Voodoo Boys, o atirador afirma cumprir ordens de Vinnie Ciccione. É o suficiente. A pistola ruge. Petrelli e Brujo partem, e mais um cadáver fica para trás.

A chegada à Igreja Holy Angels nada tem a ver com a necessidade de confissão dos inúmeros pecados recentes. O policial e o atravessador buscam o padre Kevin, e o encontro se dá após uma investida que intimida freiras e arrasta o religioso para fora de seu templo às súplicas.

Kevin está visivelmente arrependido, mas implora que compreendam a necessidade de um patrono como a Máfia. A realização do trabalho beneficente em um local tão perigoso quanto o Distrito NorthSide seria impossível sem esse recurso. O argumento, porém, não arrefece o desejo de sangue dos interrogadores. Pressionado, ele revela que em cinco dias deve ocorrer a cerimônia em homenagem aos vinte anos do falecimento de Clarice Bonnano, esposa de Joseph Bonnano, líder da Máfia de Night City. Em oito anos, essa celebração nunca deixou de ocorrer. Percebendo a oportunidade que isso significa, Petrelli e Brujo liberam o padre, fazendo-o recordar da importância do segredo a respeito daquele diálogo.

CENA 05 – Breves Preparativos

No dia que antecipa o encontro com o representante da Arasaka, Petrelli e Brujo tomam algumas precauções. A principal delas é garantir reforço. Duke não se converte em uma opção completamente confiável, já que ainda está preso às amarras do NCPD, das quais Petrelli já se libertou. Legião, por sua vez, parece ter a experiência e o destemor necessários para a missão. Em dívida pelo pagamento da reconstrução de seu olho cibernético, ele/ela aceita participar.

A investida seguinte é no escritório do falecido Lester Krupt. Brujo imagina que o local, lacrado pelo NCPD, possa conter informações importantes sobre o trânsito de mercadorias ilegais na região do Distrito NorthSide e imediações. Para sua decepção, os investigadores que estiveram no local levaram os computadores, restando a Brujo se contentar com algumas pastas de arquivos e anotações superficiais.

CENA 06 – Madrugada no Parque

Lake Park é uma imensa área verde ao sul do Centro Corporativo. Semelhanças entre as duas regiões, porém, não existem. Estacionando o furgão em um ponto coberto por árvores, a duzentos metros da pequena ponte que leva até a diminuta Ilha Isadora, Petrelli, Brujo e Legião averiguam as redondezas. Prostituição, tráfico e mendicidade é tudo o que encontram. Nenhuma ameaça direta, apenas a insegurança provocada pela espera em um local tão precário.

No horário combinado, duas horas da manhã, um AV-4 sem identificação pouca na Ilha Isadora. Utilizando seu olho cibernético para realizar uma análise à distância, Petrelli identifica a presença de blindagem, mas não confirma a existência de armas de fogo no casco do veículo. Cautelosos, ele e Brujo se aproximam, enquanto Legião permanece de prontidão na mata, com um fuzil de assalto.

Quando terminam de cruzar a ponte, as portas se abrem. Um soldado, armado com fuzil e vestindo uma armadura de combate Metal Gear sai primeiro. Observa os dois e as imediações através do visor. Em seguida, Sakuya Ado, um japonês mirrado, deixa o veículo. Uma conversa rápida se desenvolve. Petrelli e Brujo não gostam da idéia de serem levados ao escritório central da Arasaka, mas o interlocutor se mantém irredutível quanto às suas ordens.

A negociação é interrompida pelo disparo de fuzis. Uma rajada atinge Ado antes que o solo possa protegê-lo. Petrelli identifica a luta de Legião contra pelos menos cinco alvos, enquanto Brujo atira na direção da fonte dos disparos. A troca de tiros se intensifica depois que o policial e o atravessador se protegem dentro do AV-4, enquanto o solo responde ao fogo. Da mata, Legião corre na direção do veículo. Uma rajada atinge seu ombro, levando-o/a ao chão. Brujo vai ao seu encontro com a cobertura das rajadas disparadas pelo solo, enquanto Petrelli tenta, sem sucesso, ativar o AV-4.

Brujo sente os projéteis zunindo ao seu redor quando chegar até Legião. Carregando-o/a, recebe ajuda de Petrelli assim que termina de atravessar a ponte. Nesse momento, uma nova rajada atinge Legião, que não resiste aos múltiplos ferimentos. Com o solo nos controles, o AV-4 alça vôo sob fogo cerrado. As avarias provocadas pelos múltiplos disparos, porém não permitem que o veículo avance muito, com o piloto sendo obrigado a realizar um pouso forçado um quilômetro adiante, ainda dentro dos limites do Lake Park.
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CyberPunk 2.0.2.0. - Blood Street Blues

Mensagempor Hentges em 27 Fev 2008, 09:38

Blood Street Blues – Capítulo 15 – O Fim

Onde se encerra esta pequena história a respeito de violência, corrupção e moral.

CENA 01 – Fuga do Parque


Após pousar o AV-4 em uma clareira ao norte de Lake Park, Brujo e Petrelli avançam, buscando deixar o local o mais rápido possível. São acompanhados por Seamus, solo que fazia a segurança de Sakuya Ado no malfadado encontro em Ilha Isadora. Enquanto ele busca contatar o centro de operações da Arasaka para solicitar resgate, o atravessador e o policial vasculham a escuridão para saber se não estão sendo perseguidos. Fachos de luz confirmam a suspeita. Seamus não tem melhores notícias. Já existe uma equipe da corporação nas imediações. Seus possíveis salvadores são seus prováveis assassinos.

Posicionando-se para emboscar a van que se aproxima, o trio não tem dúvidas de que enfrentará forte resistência. O primeiro disparo é de Brujo. A pistola pesada perfura o pára-brisa, mas não atinge o condutor. Alertados, os três ocupantes deixam o veículo sob o fogo dos fuzis de Seamus e Petrelli. Confiantes na proteção oferecida pela Metal Gear, avançam na direção de Seamus, que efetua a maior quantidade de disparos. Petrelli aproveita a situação para surpreender um dos soldados e disparar à queima-roupa no pescoço. Brujo, ciente de que sua pistola não venceria a blindagem dos soldados, se aproxima, sorrateiro, da van.

Enquanto Seamus mantém os dois solos remanescentes ocupados, Petrelli recolhe granadas de gás encontradas na van. De posso de um fuzil automático, Brujo se posiciona para disparar. O atravessador, porém, revela a falta de habilidade no manejo da arma, e a longa rajada apenas serve para denunciar sua posição. Alertados sobre a presença de mais dois alvos, os solos da Arasaka respondem ao fogo. Brujo é atingido no rosto, caindo inconsciente e às portas da morte. Testemunhando a cena, Petrelli combina granadas de gás e disparos de fuzil para sobrepujar os solos. Era o fim da luta, mas o saldo não podia ser considerado positivo.

CENA 02 – Negociação Arriscada

Chegar ao prédio da Arasaka no Centro Corporativo pouco faz para acalmar Petrelli, mesmo diante da certeza que essa pode ser a única chance de salvar a vida de Brujo. O policial espera que, mesmo diante das circunstâncias adversas, o contato de Ichiro Suzuki seja bom o bastante. Enquanto o atravessador passa por uma avaliação inicial, Petrelli dirige-se ao 63º andar.

Ichiro Suzuki, um oriental extremamente simpático aparentando cerca de 50 anos, o recebe em uma sala ampla. Escoltado por um segurança, ele informa que “o homem conhecido como Vinnie Ciccione” é seu subordinado. Trata-se de um operativo da Arasaka “plantado” na Máfia desde o fim da guerra entre as corporações e o crime organizado, dez anos atrás. Infelizmente, Ciccione confundiu suas funções e passou a agir segundo interesses que contrariam os planos da Arasaka. Precisa ser neutralizado, portanto.

Suzuki aparenta conhecer o histórico recente de Petrelli o bastante para deixar claro que a recompensa pela eliminação da base de poder de Ciccione seria uma posição de destaque na nova configuração das forças policiais de Night City sob o comando da Arasaka. O policial aceita a tarefa, escudando sua moral com inúmeras desculpas: a vida de Brujo depende do tratamento que – nesse momento – apenas a corporação pode fornecer, Ciccione é um câncer que o ameaça há tempo e, por fim, em seu íntimo, o policial acredita ser um inocente diante da possibilidade de livrar-se de falsas acusações e retomar seu trabalho.

CENA 03 – Depósito de Fé

Dali a três dias a Máfia se reuniria na Igreja Holy Angels para a cerimônia em homenagem aos 20 anos de falecimento de Clarice Bonnano, esposa de Joseph Bonnano, chefe da organização. Petrelli precisa de Brujo para o serviço, e ele levará o dobro do tempo se recuperando, pelo menos. Seria preciso adiar a celebração em uma semana. Por conta dessa necessidade, o policial gentilmente conduz o padre Kevin até o confessionário para uma conversa reservada. Intimidando o pároco com violência, afirma que se a cerimônia não for adiada pelo tempo necessário, a igreja vai arder. Em pânico, mas ciente das conseqüências de negociar a data com Bonnano, Kevin suplica. O deus de Petrelli, porém, não conhece misericórdia. Renovando ameaças, deixa o templo certo de que sua mensagem encontrou um fiel.

O encontro seguinte é com o sargento William “Bill” Duke. Desde a conversa que tiveram no Centro Médico de Crise, as desconfianças mútuas ficaram para trás. A ponto de Petrelli confiar ao superior parte do conteúdo da conversa com Suzuki. Sem apresentar detalhes, ele afirma que um contato na Arasaka solicitou um serviço que ele não está disposto a realizar. Interessado, o sargento revela que o NCPD de Little Italy tem duas confissões assinadas. Homens que se passaram por membros de gangue sob ordens da Arasaka. Infelizmente, isso não o suficiente para incriminar a corporação. Petrelli precisa fazer com que Suzuki admita sua participação e da empresa que representa nas atividades que resultaram em crimes diversos.

CENA 04 – Interlúdio

Nos dias seguintes, Petrelli mantém sua rotina de não ficar muito tempo em nenhum local. A necessidade paranóica de ocultação, porém, devora todas as suas últimas reservas financeiras, a ponto de ele solicitar recursos para o seu contato “invisível” na Arasaka. O retorno é negativo, pois “as promessas de premiação dependem do cumprimento de acordos”.

CENA 05 – Burn your local Church

Se o que a Arasaka precisa é que a Máfia deixe de existir, é isso que a Arasaka vai ter. O raciocínio é concebido por Petrelli e Brujo, este último exultante por deixar o centro de atendimento de urgência da empresa logo após oito dias e uma breve conversa com Ichiro Suzuki, onde os termos principais do acordo com Petrelli foram recordados.

De posse do equipamento deixado pela corporação em uma rodoviária, os dois planejam o fim da Máfia de Night City. Adquirindo uma grande quantidade de flores naturais e grandes vasos, acomodam cargas de explosivos. Disfarçado, Brujo faz a entrega na Igreja Holy Angels algumas horas antes da cerimônia em homenagem a Clarice Bonnano. Os vasos são posicionados próximos as primeiras filas de bancos.

No telhado de um prédio próximo, em companhia do detonador e um fuzil de assalto, Petrelli aguarda. Aos poucos, carros luxuosos deixam homens distintos em frente ao templo. Pelo menos vinte seguranças se espalham pelas imediações. O policial testemunha a calorosa recepção que Joseph Bonnano recebe do padre Kevin. E também confirma a presença de Vinnie Ciccione.

A detonação ocorre meia-hora após o início da celebração. Seguranças correm na direção das portas da igreja. Nesse momento, Petrelli arremessa a primeira granada. Os poucos presentes que tentavam fugir do fogo e da fumaça são engolfados pela explosão. O segundo alvo são os carros, destruídos em uma explosão em cadeia que enche o céu de fumaça negra. Certo de que os explosivos deram conta das primeiras fileiras, onde estava a cúpula da Máfia, Petrelli se posiciona com o fuzil. Não demora a localizar Ciccione, que está parcialmente protegido pela multidão aos gritos na frente do templo destruído. A cobertura, porém, não esconde sua cabeça, alvo mais do que suficiente para um atirador experimentado a 60 metros de distância. Ciccione is no more.

CENA 06 – Enganados

Dois dias se passam sem que a Arasaka faça contato com Brujo e Petrelli. O nervosismo de ambos cresce, na medida em que se vêem sem dinheiro e aliados. Buscando um encontro que possa permitir uma confissão de Suzuki, conseguem apenas uma reunião informal com Moss, o contato até então sem nome que lhes entregou armas para a última operação.

Ele parece pouco receptivo aos pedidos dos dois, que defendem já ter cumprido sua parte do acordo. Segundo Moss, a aquisição do NCPD ainda deve levar algum tempo, mesmo diante da posição favorável do Conselho Municipal. Após os entraves burocráticos serem superados, ambos receberão aquilo que lhes é devido. Diante do visível desespero de Petrelli e Brujo, Moss faz um novo pedido. Todo o processo que citou pode ser acelerado se dois membros do grupo que estuda a transição do controle do NCPD da Prefeitura para a Arasaka forem eliminados: William Duke e Lisa Pondsmith.

CENA 07 – O Destino de Duke e Pondsmith

Se morrer é o preço para impedir a privatização do NCPD e pegar a Arasaka, o sargento Duke está disposto ao sacrifício. Claro que a morte não precisa ser real. Basta ser realista. Para confundir a imprensa e as autoridades, é preciso tempo antes da identificação dos cadáveres. E isso se consegue através de incineração. Duke sugere que ele e Pondsmith sejam vítimas de um atentado à bomba. Enquanto ele se compromete a convencer a capitã da necessidade de participar da farsa, Petrelli e Brujo se encarregam de conseguir dois cadáveres no NCPD. O tempo é curto, e a operação exige diligência.

O conhecimento que Petrelli detém a respeito dos procedimentos do NCPD e o auxílio de Duke permite que cumpram a primeira parte da tarefa com tranqüilidade. O restante é igualmente simples. Conduzindo uma ambulância, Petrelli e Brujo se posicionam próximo do Conselho Municipal. Naquela noite se realiza o encontro derradeiro para tratar da questão NCPD – Arasaka. Aproveitando a pouca movimentação no estacionamento, o policial e o atravessador carregam os cadáveres até o carro em que Duke e Pondsmith chegaram. Após instalar um pequeno explosivo, deixam o local. Cerca de 20 minutos após o encerramento da reunião, detonam o dispositivo. A capitã e o sargento “estão mortos”.

CENA 08 – Encontro Derradeiro

Diante das muito noticiadas mortes de Lisa Pondsmith e William Duke, Ichiro Suzuki concorda em encontrar Petrelli e Brujo para negociar suas reivindicações. Os dois são pegos por um AV-4 com três homens em um estacionamento, e conduzidos até uma fábrica abandonada em Upper Marina. Lá, em outro AV-4, está Suzuki e mais dois homens. Cercados pelos seguranças, os três retomam pontos da sua última conversa.

Exultante com o sucesso de Petrelli e Brujo, o homem da Arasaka concorda em ceder a Petrelli um posto na futura polícia privada de Night City. Brujo será o homem da empresa nas ruas, já que o submundo apresenta uma série de possibilidades de negócio que não podem ser ignoradas. Todo o diálogo é registrado pelo olho cibernético de Petrelli, que reúne mais informações do que o necessário para atender às expectativas de Duke.

No momento da despedida, porém, a surpresa: Suzuki conhece as capacidades do dispositivo tecnológico que substitui o olho do policial. Estendendo a mão, ele exige que o chip de dados lhe seja entregue. Enquanto avalia a movimentação dos guardas, aparentemente desarmados, o policial nega ter realizado a gravação. Diante da resistência, Suzuki ordena que os guardas o dominem.

Agindo com rapidez, Petrelli domina um dos guardas com tamanha violência que quebra o seu braço. Ao mesmo tempo, toma sua arma do coldre e atinge dois alvos. Os guardas restantes respondem ao fogo, mas apenas atingem o companheiro que serve de escudo ao policial. Mais dois disparos, e mais duas mortes. Antes que Suzuki consiga fugir, Brujo usa a arma de um dos cadáveres para atingir sua perna.

Carregado até o AV-4, o executivo da Arasaka é conduzido ao NCPD, onde Pondsmith e Duke esperam por ele.

Epílogo

Durante algum tempo, Ichiro Suzuki confiou no poder da Arasaka para contornar a situação. Mas as gravações de Petrelli e os testemunhos de homens presos pelo NCPD foram o bastante para que ele percebesse que não tinha saída. Muita sujeira veio à tona. O bastante para que o processo de aquisição do Departamento de Polícia de Night City fosse congelado por tempo indeterminado.

A Arasaka continua sendo uma força poderosa em Night City, mas recolheu suas garras para lamber as feridas, pelo menos por enquanto.

Petrelli, que durante muito tempo viveu além da linha da lei, teve as acusações contra ele retiradas, e foi promovido.

Brujo, que sempre esteve à margem da lei, se tornou consultor do NCPD na Unidade de Combate a Gangues.

Petrelli e Brujo formam uma das principais armas no combate ao crime que assola as ruas encharcadas de sangue em Night City.

Ninguém sabe dizer por quanto tempo isso vai funcionar.

Fim!
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