[Pathfinder/Forgotten Realms] A Balada do Norte

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[Pathfinder/Forgotten Realms] A Balada do Norte

Mensagempor Tabris em 18 Jan 2010, 16:18

A Balada do Norte

Uma campanha de Forgotten Realms usando o Pathfinder RPG


O Mestre escreveu:Ae gente. Atendendo a pedidos (quase que exclusivamente de uma pessoa, mas blz) resolvi fazer um diário de campanha da minha nova mesa, testando o Pathfinder RPG como alternativa ao D&D 3.0 do qual meu grupo ainda não saiu. Sinceramente eu preferia estar usando Savage Worlds, True20 ou outro sistema mais simples, mas para a maior parte do meu grupo fantasia tem que ser "D&D", então cá estamos.

A campanha se passa no cenário de Forgotten Realms da época da 3ª Edição e é focada na região do Norte da Costa da Espada, que inclui cidades como Inverno Remoto, Luskan e o Vale do Vento Gélido.


Os Personagens

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Garu Grimtotem (Rafael "Bola")
Humano, Druída de Mielliki

Um druída sem passado que foi enviado como emissário de seu circulo para a Tribo do Pônei Celeste, onde conheceu e se tornou amigo de Calisto. Garu geralmente é a figura para aonde o grupo se volta a procura de sabedoria e conselhos.

Atila (Davi "Boladão")
Meio-Orc, Paladino de Lathander

Fruto de um estupro, Atila se voltou para O Senhor do Amanhecer em busca da esperança de um dia ser aceito pelas pessoas apesar de seu sangue orquico. Atila ainda nutre raiva por seu pai e o caça pelo norte enquanto espalha a luz de Lathander nas regiões gélidas

Calisto (Dilson "Foguinho")
Humano, Barbaro Uthgardt

Calisto é um poderoso guerreiro da Tribo do Pônei Celeste, quando o chefe de sua tribo foi acometido por uma doença misteriosa que eventualmente o matará sem deixar herdeiros vários guerreiros da Tribo do Pônei Celeste passaram a se aventurar, buscando se mostrarem dignos do trono pelo valor dos seus feitos. Calisto é um deles e busca encontrar e domar um Pônei Celeste (Pegasus), criatura que seria um sinal de autoridade e liderança. Calisto também busca matar Arrk, o Troll Mercenário que matou seu pai.

Midalin (Raphael "Apelido Censurado")
Elfo do Sol, Mago (Invocador)

Midalin é um pesquisador vindo da ilha de Encontro Eterno. Seu objetivo é encontrar um tomo mágico que fora perdido pelos elfos dourados durante as Guerras da Coroa, acabou se juntando ao grupo devido a inimizade que todos nutrem com a cidade de Luskan.

Edgar (Binho)
Humano, Ladino

Esse ladino obscuro apareceu subtamente para o grupo durante uma viagem de trenó, dizendo ter sido teletransportado para lá por um mago poderoso de Águas Profundas. Se essa história é verdade ninguem sabe.

Luke (Luke "Sem Criatividade")
Humano, Ranger de Mielliki

Esse arqueiro inigualável foi salvo das garras do Povo Gélido por Edgar e agora luta junto do grupo de aventureiros contra as forças que corrompem e destroem a natureza.
Editado pela última vez por Tabris em 06 Abr 2010, 15:03, em um total de 1 vez.
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[Pathfinder/Forgotten Realms] A Balada do Norte

Mensagempor Hentges em 19 Jan 2010, 09:47

Salve,

Eu sou um leitor freqüente de relatos de campanha. Espero que você consiga ir adiante com o seu. Aguardando detalhes a respeito do destino deste grupo.

Até,
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[Pathfinder/Forgotten Realms] A Balada do Norte

Mensagempor Madrüga em 19 Jan 2010, 10:40

Eu estou bastante curioso. Mais pelo sistema do que pela história, XD, mas quero ver.
Cigano, a palavra é FLUFF. FLUFF. Repita comigo. FLUFF

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[Pathfinder/Forgotten Realms] A Balada do Norte

Mensagempor Tabris em 21 Jan 2010, 03:40

A Balada do Norte
Capitulo 1 - Salteadores do Gelo Negro
Parte 1 – Uma jornada inesperada

Obs: Aventura pronta retirada da revista Dungeon #115



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Os druidas trouxeram a estranha criatura, corpo de carneiro no lugar das pernas e chifres do mesmo animal na testa humana, não parecia, mas era o líder daquele circulo druídico, sábio e ancestral. O que não entendia era como ele podia ter um filho tão humano como ele. Sentou-se na a grama e grama e deixou de lado o cajado, se virou para mim e sorriu de forma acolhedora: "Então é você que quer saber a história do meu filho e seus companheiros? Não parece um escriba, por que me procura?". Perplexo por ver tal criatura falando comigo como um homem cocei lentamente a barba e nervoso respondi: "Meus companheiros ouviram falar dos feitos deles em Tonnsborg, parece que libertaram um dos nossos da morte certa. Estamos interessados na história deles, bons feitos assim são raros aqui no norte". O mestre druida olhou para mim e fez uma expressão pensativa, começou a falar alguma coisa mas se interrompeu: "Mas quem... Veja, vamos logo com isso, tenho um ritual importante para completar, como sabe esse inverno tem sido muito arrebatador e muitos tem morrido na neve. Procuramos nos deuses da natureza respostas. Bom... por onde começar?"



Garu acompanhava Calisto, um amigo que fizera enquanto tinha ido pesquisar sobre os xamãs bárbaros na tribo do Pônei Celeste. Parece que Calisto havia ouvido falar de outro Uthgardt, um bárbaro de seu povo mas de outra tribo, que tinha informações sobre o tumulo de seu Ancestral-Deus Uthgar onde poderia encontrar uma relíquia de grande relevância que o ajudaria a ser apontado chefe de sua tribo. Garu o acompanhava quando lhe enviei uma mensagem avisando sobre uma companheira de nosso circulo que havia desaparecido em uma vila remota chamada Tonnsborg, nós nem sabíamos porque ela estava lá na verdade, foi demandado dela investigar a Floresta Oculta, que fica a uns bons dias de viagem dessa vila.

Mas a história não é sobre ela... Garu e Calisto foram para a cidade de Luskan, porto governado por magos tiranos, procurar informações sobre Estvan, o homem que o bárbaro procurava. Parece que lá foram muito mal recebidos e barrados fora da Torre Arcana dos magos que governam a cidade. Lá conheceram Midalin, um mago pesquisador de Encontro Eterno que havia sido enviado do paraíso élfico para procurar um tomo, a primeira pista estaria ali com os magos.

Eu não sei bem o que aconteceu depois, mas todos foram expulsos. Não só bastando serem expulsos viram os guardas torturar e brincar com o corpo sem vida de um mensageiro que morreram congelado na neve. Os Luskanos riam a plenos pulmões de um pedido de ajuda de uma vila distante e do mensageiro tolo demais para se vestir adequadamente para a neve. Como os três logo descobriram a vila não era outra se não Tonnsborg, onde a druida havia desaparecido. A carta era um pedido de ajuda desesperado, assinado pelos aterrorizados habitantes de Tonnsborg, atacados por escravagistas e saqueadores que vieram da neve. Calisto e Garu mudaram seu curso para lá, temendo por minha pupila. Midalin os acompanhou quando eles prometeram ajudá-lo com sua busca.

A viagem não era fácil, o inverno era muito rigoroso, tiveram que muito negociar para conseguir um trenó de cães para levá-los a Tonnsborg. A jornada foi fria e silenciosa, mas sem maiores preocupações. Tonnsborg entretanto parecia uma cidade fantasma, casas guarniçadas com escombro e gelo dividiam espaço com ruínas queimadas. Foi então que eles encontraram pela primeira vez os Goblins das Neves da companhia mercenária Crânio Quebrado.
Um goblin da neve

Essas são criaturas nojentas devo dizer. Sua pele é azulada como a de um cadáver, mas coberta por pelos brancos e oleosos. Suas vozes, diferente das de seus primos do sul são graves e assustadoras e esses lutavam fazia tempo, empunhando machados enferrujados manchados de sangue seco.
Os goblins vieram com seu lobo atroz de guarda mas os três souberam usar as casas vazias a seu favor e armaram uma emboscada fatal. Quando a batalha terminou outro incêndio havia começado. Meu filho e seus amigos mal sabiam o que tinha acontecido.

Os três viajantes ajudaram aqueles que restavam a apagar o fogo e descobriram o que havia acontecido. Os goblins do gelo não vieram sozinhos, vieram em vários trenós puxados por lobos atrozes. Vieram liderados por homens pálidos de cabelos brancos, os olhos esquerdos de cada um eram totalmente azuis, saindo dele uma fumaça como a que sai da respiração de alguém que está com muito frio. Esse grupo havia saqueado a vila e levado muitos como escravos, inclusive Synia, minha pupila e Estvan o barbaro que Calisto procurava. Rapidamente os três se prepararam para seguir os enormes rastros da caravana de trenós. Se aventurando sozinhos na silenciosa imensidão branca.
Editado pela última vez por Tabris em 06 Abr 2010, 15:04, em um total de 2 vezes.
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Mensagempor Tabris em 21 Jan 2010, 04:05

Por trás do escudo

Minhas experiências pessoais como mestre


Episódio 1 - Voltando as raizes


É... aqui to eu mestrando d20 denovo. E eu achava que só ia mestrar M&M e Savage Worlds até a 7ª Edição de D&D sair. Verdade é que estão faltando players no meu grupo e não adianta nada mestrar um sistema que só metade deles jogam. Também é verdade que eu gosto muito de fantasia medieval, mas que D&D nunca foi lá meu sistema favorito, só o sistema que meus companheiros de grupo consideram o unico para fantasia medieval. No inicio eu tinha a sensação clara de que "ficaria muito melhor mestrando no Savage Worlds" mas até que eu to gostando e me animando. Acho que eu estava equivocado em decidir mestrar só sistemas mais simples e rapidos. Claro, as vezes é tedioso demorar 2 horas para fazer um combate, mas eles tem lá seu apelo.

É bom lembrar que eu devo jogar RPG a uns 10 ou 11 anos e que eu fui mestre na minha primeira sessão, então teóricamente devia ser um mestre bem experiente, certo? Errado! Eu mestrei uma campanha curta e depois fiquei anos só mestrando eventuais jogos de vampiro, sem contar que eu parei de jogar por periodos extensos em que meus jogadores continuaram jogando, então na pratica quase todos são mais experientes do que eu. A meu favor eu tenho o meu acesso a livros e foruns que meus jogadores não tem ou não querem ter e meu recente vicio por podcasts rpgisticos. Então de certa forma essa é a minha primeira campanha de verdade e eu já esbarrei em alguns problemas.

Começando, meu grupo nunca saiu da 3e, nem pela 3.5 eles passaram. Como eu acho que a 3.5 melhorou bastante o jogo eu nunca gostei muito disso e espero "consertar" isso com o Pathfinder.
Mais que isso meu grupo tem umas regras da casa esquisitas. Primeiro, para rolar atributos agente joga 4d6 da forma normal do D&D 3e mas jogados 18 dados no lugar de 6. Jogamos três conjuntos de 6, como se fossem 3 fichas e o jogador escolhe a melhor. Eu achava isso desequilibrado e resolvi introduzir um sistema de compra por pontos. Erro brutal meu. A tabela maluca que eu inventei e os 35 pontos que dei garante atributos altissimos, tem personagem com três 16s e um 18 na ficha. Pensando bem o sistema que meu grupo usa não é apelão, o resultado muda muito pouco do valor normal. Meu sistema que acabou ficando overpower, mas não vou fazer eles rolarem denovo, então vou correr atrás de uma forma de tornar os combates mais desafiadores (Me sugeriram por PV máximo nos monstros e aumentar o numero deles).

Outra regra da casa do meu grupo é que quando vc rola dado de vida ele só vale se cair mais da metade do valor do dado (Por exemplo, ao joga 1d6 só vale se for 4, 5 ou 6). Isso fazia os personagens ficarem resistentes demais e desequilibrada muito. Resolvi então tirar essa regra e como dizemos aqui "O que caiu ficou". Os jogadores não gostaram muito mais também não reclamaram então acho que tá funcionando bem.

Claro, lidar com modificações no que o grupo está acostumado é um saco, ainda mais pq tenho jogadores que cobram muito manter tudo igual e etc. Para falar a verdade tem um PRC que eu tenho que proibir por ser overpower e até agora não tomei a iniciativa de falar com o jogador que ele não vai poder pega-la por causa desses pequenos conflitos.

Fora isso até que a coisa tá indo bem, só falta eu fazer o dever de casa e dar uam lida melhor no Pathfinder, pq da forma que tá eu to mestrando metade-Pathfinder e metade-3e. Eu não esperava que voltar a mestrar sistema tão crunch, ainda mais D&D, podia ser tão divertido.
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Mensagempor Hentges em 21 Jan 2010, 15:54

Salve,

Curti o texto e a história. Eu sou veterano do tempo de AD&D, com poucas sessões na 3a edição de D&D. Então, nem todas as suas observações a respeito do sistema fazem sentido para mim.

De qualquer modo, continuarei por aqui.
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Mensagempor Tabris em 23 Jan 2010, 03:17

A Balada do Norte
Capitulo 1 - Salteadores do Gelo Negro
Parte 2 – A Terra do Gelo Negro

Obs: Aventura pronta retirada da revista Dungeon #115



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Maryolshka, a Rusalka



Já fazia algumas horas desde Tonnsborg quando o grupo encontrou um rio. Por sorte a água era rasa, mesmo que o fluxo fosse rápido, então se prepararam para atravessar, checaram os cachorros e a bagagem, mas quando o druida pisou na água fria uma imagem se formou a sua frente. Era uma bela mulher, seus cabelos eram verdes como algas, sua pele de uma palidez sombria, mas estranhamente atraente. A beleza de seu corpo nu era incrível, mas também não era humana. Era exótica, distante, sobrenatural. Ela se levantou com majestade e de sua boca saiu uma voz poderosa, como as águas de uma catarata batendo nas rochas abaixo. “Vós entrais em meu rio. Pagai com sangue ou teu companheiro jamais chegará ao outro lado.”

Calisto imediatamente ficou nervoso e gritou, Garu atacou sem sucesso a fada do rio, que não revidou, apenas soltou sua voz em uma canção. A música era bela e a atraente e por um momento Midalin e Garu hesitaram. Batalhando brevemente as ilusões e mentiras eles viram através da malicia da canção, mas ao olharem envolta viram Calisto que em transe andava a passos lentos na direção do rio e de Maryolshka, a fada feiticeira do rio.

Um poderoso grito quebrou a canção da fada sanguinária. Era uma palavra de poder élfica, uma flecha esverdeada se formou diante de Midalin e zuniu conforme voou, acertando em cheio o ventre da feiticeira do rio. O grito agudo da fada quebrou o transe de Calisto que já estava perto o bastante para dar o golpe fatal. O corpo belo e inerte caiu e foi levado pela correnteza, não havia sangue, apenas a água fria do rio e Calisto com sua poderosa espada firme em mãos.


Um anão enfrenta uma aranha do gelo como as que os aventureiros encontraram



A viagem era longa e eles já estavam ficando exaustos, os cães cansados latiam enquanto lutavam para puxar o trenó mais um pouco. Mais a frente eles viram uma estranha formação. Era um circulo quase perfeito de não mais que 30 metros de diâmetro de árvores frondosas com as copas cheias de folhas verdes cobertas de neve, naquela imensidão branca com esparsas árvores congeladas e retorcidas aquilo era muito estranho. O grupo encontro um homem aparentemente normal, tremendo sob o frio do norte, usando roupas bem mais leves do que os aventureiros. Seria um louco? Eles não sabiam. O homem se apresentou como Edgar de Águas Profundas e disse que tinha sido transportado para lá por um mago vingativo, não explicou o porquê de tal hostilidade e a história não parecia fácil de acreditar. Eles deram a ele algumas roupas que tinham conseguido em Tonnsborg e enquanto se vestiam ouviram gritos que pediam ajuda dentro do circulo de arvores. Edgar foi o primeiro a adentrar naquela formação densa, talvez para se esquentar com o movimento mais do que por desejo de salvar alguém. Ele subiu pelo tronco de uma arvore e adentrou sorrateiramente, saltando entre as árvores com agilidade felina. Sua figura logo sumiu entre as arvores e os outros seguiram atrás dele incertos.

Garu, Calisto e Midalin ao ouvirem barulho de batalha aceleram o passo e encontraram Edgar enfrentando estranhas aranhas, eram brancas com presas azuis ávidas por morder Edgar, duas entre elas eram ainda maiores, quase tão grandes quanto um Halfling. Ao fundo viram o que parecia ser a toca das aranhas. Uma formação de rochas suspeita, se erguendo até quase passar as árvores e nela presos muitas criaturas, lobos, cavalos e até homens e goblins, que gritavam por socorro e pediam que fugissem.

Com grande agilidade Edgar as evitava e contra-atacava e logos seus companheiros vieram ajudá-lo. Garu foi mordido por uma das aranhas e sentiu o veneno viajar por seu corpo, frio em suas veias, fazendo cada músculo pelo qual passava dormente e dificultando o movimento. Mas Garu e seus companheiros lugaram habilmente e com certa dificuldade derrotaram as arranhas e libertaram os prisioneiros. Dentro da formação rochosa haviam muitos ossos espalhados, assim como carcaças, corpos e pedaços de corpos que o frio preservara em formas sinistras de agonia e dor. Eu meio aos corpos havia um elfo e dele Midalin tirou botas mágicas, botas leves que tornavam os pés ágeis e rápidos, elas acabaram ficando com Garu que passara então a ser mais acrobático. O grupo seguiu mais uma vez seu caminho, buscando encontrar a caravana inimiga antes que fosse tarde demais


Os quatro sabiam que estavam se aproximando mais e mais da caravana que perseguiam, os rastros eram cada vez mais frescos quando eles vieram algo que nunca imaginavam ver. Bruscamente a terra se elevava diante deles, formando paredes irregulares de gelo, mas o mais estranho não era isso, mas sim a cor do gelo, enegrecido como um vidro pintado negro. Ao subirem a parede de gelo descobriram que dali em diante a imensidão branca dava lugar a uma campo liso de gelo negro que se estendia até onde se podia ver em tons cinzentos. Também puderam ver ao longe a caravana, tentando esquecer a estranheza da região seguiram sorrateiramente a espera da noite quando atacariam de surpresa.

O que não sabiam é que eram esperados. Alguém havia saído pouco depois da batalha com os goblins em Tonnsborg, atrasou-os pondo fogo na vila e fugiu para avisar a caravana. Eles atacaram, mas assim que se aproximaram Lyotar, o líder da caravana empregou uma cruel tática. Pegou os reféns capturados e prendendo-os por uma corda fez um verdadeiro escudo humano contra os heróis e atrás deles atiravam com arcos e bestas contra os heróis. Enquanto isso pediu que Angmesh, o covarde que queimara a vila, fugisse para avisar seus superiores.

“Evedon Atunurar!” gritou Midalin e uma luz laranja saiu de suas mãos, por pouco atravessou o espaço entre dois reféns e atingiu a neve atrás, explodindo em uma poderosa bola de fogo. Os goblins e Lyotar foram pegos de surpresa e muitos dos goblins caíram ali mesmo. Os que sobraram soltaram os lobos atrozes que puxavam os trenós restantes. Os heróis não se deixaram abalar e rapidamente Edgar e Calisto investiram contra os goblins, saltando ferozmente por cima do escuro humano e caindo com golpes ferozes.

Um membro do povo gélido de Auril
Enfrentando lobos e goblins Calisto e Edgar chegaram até Lyotar e puderam vê-lo de perto. Não parecia ser humano, pelo menos não mais. Seus cabelos eram longos e brancos, sua pele pálida e seu olho esquerdo, totalmente azul, soltava uma fumaça branca, como a que as vezes sai do gelo ou do hálito de alguém no frio. Não era mais um homem, mas um do povo gélido abençoado e amaldiçoado por Auril, a deusa do gelo e do frio. O homem o encarou e do olho esquerdo saíram ventos e nevoa fria que queimavam sua pele como adagas de gelo entrando em seu corpo. Calisto não se deixou abalar e atacou furioso, bradando um grito de guerra dos Uthgardt.

Enquanto isso lobos atrozes saltaram sobre Midalin e Garu, suas presas os atingiram e os feriram mas não tombaram. Garu se concentrou e seu corpo mudou, pelos negros cresceram em seu corpo, suas mãos viraram patas e seus quadris e colunas se curvaram em uma forma quadrúpede, era um feroz lobo negro, poderoso mas menos do que os lobos cinzentos de povo gélido. Midalin também tinha se preparado e contra-atacou com um feitiço, projeteis de energia prateada saíram da ponta dos seus dedos e giraram brevemente no ar antes de atingir em cheio o lobo atroz, que cuspiu sangue.

Calisto e Lyotar se embrenhavam em uma luta feroz, o bárbaro gritava e girava poderosamente a grande espada, e logo Lyotar soube que não podia vencer o bárbaro do Pônei Celeste. Lyotar fez uma breve prece a Auril e gritando o nome de sua deusa investiu contra o bárbaro. Sem pena Calisto se esquivou e com um golpe em arco acertou um golpe profundo no rosto do guerreiro de Auril, o olho azul dançou no ar e caiu na neve. Lyotar o seguiu, agonizando. Calisto havia vencido.

Edgar tinha voltado ao trenó e seguia Angmesh e os goblins restantes tão rápido quanto podia. Logo Calisto correu tão rápido quanto podia e saltou no trenó junto a Edgar. Angmesh forçou-se ao máximo, mas conseguiu saltar sobre o trenó junto a Edgar que gritava para os cachorros seguirem mais rápido.
Era uma luta feroz entre dois animais, um era grande e rápido, o outro era veloz e astuto. O lobo atroz tentava abocanhar o negro, Garu vestindo o corpo de um lupino, com sua enorme boca.Garu entretanto,era mais rápido e desviava, esperando o momento certo. Suas presas e garras abriam feridas nos flancos do grande lobo cinzento que não conseguia acerta-lo. Garu saltou, girou e esquivou enquanto feria o lobo, o sangue pintava a neve de vermelho, primeiro eram algumas gotas, mas a mancha foi crescendo e crescendo conforme Garu fazia mais e mais ferimentos. Depois de muitos golpes o lobo tombou, já havia perdido muito sangue. Garu, exausto parou por um segundo, o gosto de sangue na sua boca lhe causava uma sensação de deja-vu, mas ele não sabia por que. Virou-se a tempo de ver Midalin muito ferido lançar uma grande esfera de energia prateada que finalmente derrubou o outro lobo.

Angmesh tentava se livrar de seus perseguidores, mas não era possível, seu trenó era pesado demais. Calisto saltou de um trenó para outro, com exatidão, os machados dos goblins perfuraram seu corpo, estavam preparadas para sua queda. O sangue jorrou e os goblins riram alto. Calisto apenas encarou um deles e com um golpe de sua espada lançou a criatura para fora do trenó sangrando. Edgar foi o próximo a saltar, seu salto foi melhor calculado, entre os machados dos goblins, que já não riam mais.

Um por um os goblins foram caindo, no final só restavam Edgar, Calisto e Angmesh. Calisto mesmo em sua fúria não matou Angmesh, apenas o derrubou do trenó, que já estava quase parando pela falta de um guia. Ao covarde Angmesh Calisto não deu o prazer da morte, o bárbaro arrancou o olho místico do filho de Auril e o abandonou sangrando no deserto gélido. Um covarde injusto não poderia morrer por sua lamina.


A viagem tinha sido longa, mas eles já vislumbravam seu objetivo. Por sobre a neve negra se erguia uma fortaleza de preto e cinza, era a Cidadela Gélida aonde os últimos camponeses de Tonnsborg estavam, era o objetivo da jornada deles. Os quatro seguiram lentamente, esperando que ainda contassem com o elemento surpresa.

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Mensagempor Hentges em 26 Jan 2010, 16:07

Excelente como o anterior. Comentários a respeito do sistema e regras após essa sessão?
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Mensagempor zazs em 06 Fev 2010, 18:39

caramba rapaz! to gostando muito hehehe... gostei do barbaro... quando dexo o goblin morrer... continue postando... li tudo hoj e to na espera pra proxima parte...

quanto a sua regras caseiras... eu tbm fazia isso com meus amigos só q deixava eles jogarem apenas 12 vezes ´[2 d 6] e quanto aos pv em vez de só valer acima da metade... eu e meus amigos fazemos... que o minimo é a metade, c tirara 2 nun d8 ele sobe pra 4... e com o passar do tempo... minimo metade nem é tão "apelativo" heheh... visto q os monstros do livro do monstro tem sempre metade dos dados...
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Mensagempor Tabris em 07 Fev 2010, 17:44

A Balada do Norte
Capitulo 1 - Salteadores do Gelo Negro
Parte 3 – A Cidadela Gélida

Obs: Aventura pronta retirada da revista Dungeon #115



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Um mapa da cidadela gélida





O forte se erguia branco-acinzentado na imensidão negra, os quatro se entre olharam enquanto seguiam na direção de seu objetivo, não sabiam se eram esperados ou não então se aproximaram furtivamente, lembrando do aviso do membro do povo gélido: “Não toquem nas paredes”. Ao chegarem aos portões viram melhor as janelas, nada mais que grandes buracos na parede de gelo, convidativa demais para os ladrões e invasores, muito suspeitas, mas altas demais para que pessoas normais subissem sem encostar-se à parede. Mas eles não eram normal.
Calisto correu e saltou a uma altura sobre-humana, entrando pela janela, o anel de seus ancestrais brilhou no seu dedo, mas ninguém, nem mesmo ele, notou a magia o havia ajudado. Adiante o bárbaro viu três de seus inimigos surpresos descansando, os três rapidamente se armaram, um guerreiro habilidoso, uma arqueira precisa e um sacerdote zeloso de Auril, suas peles pálidas e seus olhos esquerdos enevoados pela benção-maldição da Rainha do Inverno. Calisto gritou pelos outros e avançou contra o sacerdote com sua fúria guiando sua espada.
Edgar, entretanto não deseja ajudar Calisto, ele tinha outros planos, saltando auxiliado por magia similar ele subiu no telhado, feliz por nada ter acontecido. Enquanto isso Garu, na forma de uma águia, e Midalin, que tomava o ar com sua magia, vieram ajudar Garu.
A batalha foi sangrenta, furiosa, gloriosa. Como tantas outras mais, no final os bárbaros e o elfos haviam matado seus inimigos com certa facilidade. Edgar por outro lado tinha suas mãos cheias, chegando por uma janela na sala principal ele se deparou com um destacamento de goblins mercenários que eram auxiliados por criaturas mortas-vivas erguidas por alguma magia terrível. Elas guardavam os prisioneiros e usando arco e espada o ladino se esquivou habilmente enquanto feria os goblins. O inimigo em maior numero se preparavam para cercá-lo. Edgar deixou escapar o sorriso como o do mal jogador de cartas com uma boa mão e cortou as cordas que prendiam os escravos. A multidão correu para todas as direções e quando os goblins olharam de novo ele não estava mais lá.
Chegando da sala acima o resto do grupo não entendeu o que acontecia e apenas massacrou os orcs e zumbis que ameaçavam os prisioneiros. Enfim haviam libertado os homens de Tonnsborg, ou assim achavam.
Havia algo ainda pior e alguns homens e mulheres, incluindo Sylvia, a druida do circulo de Garu haviam sido levados para os aposentos pessoais do senhor daquela fortaleza. Lestvar, O Xamã Negro e de lá só voltavam corpos.
Os homens se preparavam para voltar, Edgar e Midalin decidiram ficar com eles para ajudá-los. Mas dois dos prisioneiros resolveram se unir a Garu e Calisto, eram Atila, um homem manchado pelo sangue profano dos orcs que lutava em nome de Lathander para se redimir e Luke um habilidoso arqueiro que estava entre os capturados, também se uniram rapidamente ao cão de guerra de Atila, que estava nos estábulos vazios, pronto para ser dado de comida aos lobos quando eles voltassem.




Lestvar, o Xamã Negro





Os goblins não eram páreo para eles e eram apenas um pequeno atraso conforme eles abriam caminho para o santuário principal. Com a oposição vencida eles se aproximaram da porta de madeira bem trabalhada. Garu, indo a frente, abriu a porta e foi surpreendido. Ventos congelantes passaram pelo portão queimando sua pele de frio. Logo depois uma enorme explosão aconteceu no centro da sala, atingindo a todos com poderoso fogo mágico. O Xamã Negro, acompanhado de seu Lobo das Estepes os esperavam.
Garu estava bastante ferido e parou para fechar seus ferimentos com magia enquanto o grupo avançou contra o lobo e seu mestre. Dentro da sala muitos corpos mortos eram acorrentados a um nefasto altar de Auril, Sylvia estava lá, a ultima viva, o próximo alvo para o ritual. As espadas de Atila e Calisto avançaram sobre o lobo, que feroz esquivava e contra-atacava, seu hálito congelado causando calafrios nos dois. De longe Luke atirava suas flechas, que acertavam, mas causavam pouco ferimento por si só.
Garu se ergueu e se lançou contra o xamã, mas ficou confuso ao ver que não havia apenas um, mas cinco xamãs, ele sabia que era uma ilusão, mas não fazia idéia de qual era o real. Tentava acertar o mago, mas sempre acertava uma cópia.
Atila e Calisto enfrentavam tentando flanquea-lo o lobo e quase foram derrubados por sua poderosa mordida, mas enfrentar os dois e se esquivar das flechas de Luke era muito. Calisto e Atila o acertaram nas costelas e Luke acertou a flecha final no pescoço, derrubando a poderosa criatura.
O grupo se voltou contra o mago, que nervoso não sabia o que fazer. As ilusões iam desaparecendo e era difícil conjurar magias. O máximo que conseguiu foi disparar um raio de energia negativa que fez Luke ficar exausto e quase cair em batalha, mas não foi o bastante. Garu o acertou por trás quando ele menos esperava com a o punho de sua espada. O mago caiu inconsciente.
Alguma coisa no ar pareceu mudar, mas no momento eles não sabiam o que era. Libertaram Sylvia, que assustada e ferida, tanto em corpo como em mente, falava sobre rituais profanos e o desejo de Lestvar de conseguir um poder ainda maior de Auril. O grupo decidiu voltar, carregando com eles um prisioneiro.
No caminho, entretanto a discussão sobre o que fazer com o prisioneiro havia irrompido. Calisto queria que ele fosse julgado por seu povo, Atila que fosse morto de uma vez. A discussão piorou quando Atila ofendeu a tribo de Calisto e um desafio de honra foi feito. Calisto contra Atila em um duelo de armas.
Ambos lutaram bravamente, espada batia contra espada, armadura e escudo. Gritos de raiva quebravam o silêncio dos companheiros de aventura estupefatos. Mas a verdade é que um Paladino é treinado para enfrentar o mal, não seus companheiros. Calisto acertou a têmpora de Atila com a lateral da espada e ele caiu. O destino do prisioneiro tinha sido decidido em um duelo de honra, ele seria julgado em Tonnsborg, por aqueles que tinham sido suas vitimas.
Os heróis descansaram por conta do taverneiro e comeram até não poder mais, Atila, desonrado, saiu mais cedo. Calisto falou com Stevan, que falou sobre uma cordilheira de montanhas onde os Pegasi habitavam próximos a Evereska. Calisto, desejando domar um Pegaso para mostrar sua autoridade a sua tribo falou com o resto do grupo, que concordou em seguir com eles até o circulo druidico de Garu, que ficava no caminho e de lá atrás da criatura que Calisto procurava.

Continua com O Segredo da Floresta Distante
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Mensagempor zazs em 25 Fev 2010, 19:14

Rapaz... to na espera aki, pela proxima parte!
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Mensagempor Allefcapt em 05 Mar 2010, 13:30

Olá a todos,

Aguardo também.
Gostei do gancho de levar um prisioneiro com o grupo.
Sempre uma cilada para os jogadores que precisam duplicar sua atenção.

Abraços,
"É o seu navio que faz o porto.
Lance ferros com sabedoria"

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Mensagempor Tabris em 25 Mar 2010, 17:34

Essa campanha está atualmente parada pq está díficil de reunir os jogadores. Mas ainda vou tentar postar as sessões que não estão aqui.
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Mensagempor Gun_Hazard em 12 Jul 2010, 10:52

Olá Tabris.

Recentemente fiz o mesmo, mas no meu caso foi só umas aventuras soltas e descompromissadas de 'matar-monstros' em Forgottem usando o Pathfinder.

Assim como você não pude testar o sistema 'puro' pois acrescentei uma gama de house-rules para aproveitar o embalo das novidades.

Se puder e ainda lembrar poste mais coisas como fez no post 'Por trás do Escudo', queria ter sua opinião sobre o que deu certo mecanicamente falando e o que você não gostou.
Se não puder ajudar, Atrapalhe, O Importante é participar!Imagem

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