Ravenloft Campaign

Você sempre quis relatar as aventuras do seu grupo para que todos pudessem apreciá-las? Esse é seu espaço!

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Mensagempor Ronassic em 04 Mai 2010, 02:56

Iniciei recentemente uma campanha de Ravenloft, jogamos apenas uma sessão, infelizmente não terei muito tempo agora para escrever como foi esse início, mas digo que foi muito bom, jogamos a madrugada toda e só paramos porque jogar Ravenloft de dia não tem graça e estávamos ao relento.

Estou precisando de conselhos quanto a forma que poderia levar o jogo, nenhum deles já jogou em Ravenloft antes, e um dos jogadores escolheu ser nativo, e os outros vieram de Forgotten Realms, ainda não foi preciso que eles rolassem nenhum teste de medo, horror ou loucura, pois meus excelentes jogadores interpretaram muito bem esses sentimentos nos momentos a que lhe cabiam, um deles parecia realmente amedrontado com a situação, já outro ainda com seu ímpeto de herói quiz peitar alguns monstrinhos e se não fosse impedido poderia ter matado não somente o grupo todo, mas como todos no estabelecimento onde se encontravam. E com isso teve que fazer um teste de poder e falhou, foi interessante a reação dele quando descobriu que podia ver no escuro total, mas havia ganho um par de pequenos cornos, detalhe, ele é um elfo. 3/4 do grupo são elfos, primeira vez que mestro pra tantos elfos assim em relação ao grupo.

Clique abaixo somente se você não é nem será um jogador dessa campanha:
Um outro teve a grande idéia de não pagar as 10 peças de ouro para viajar de uma cidade a outra por achar muito caro, mas entrou escondido numa das carruagens, e encontrou lá algumas "caixas grandes", ele descobriu que elas estavam vazias, somente uma tinha algo estranho, uma fumaça branca que começou a sair da caixa quando ele abriu-a. Logo descobriu que se tratava de um Dampiro, e não teve chance de fugir, pois falhou num teste de Dominação e foi Dampirizado.

Aí vai a pergunta fatídica:
Como fazê-los sentir um pouco de medo de verdade como num jogo de Call of Cthulhu?

Consegui uma trilha sonora sensacional, do grupo Midnight Syndicate, eles tem outros que inclusive alguns são oficiais para D&D, mas o qual me referi é "The 13th Hour". Confiram!
http://www.midnightsyndicate.com/music/ ... tsEdit.mp3
http://www.midnightsyndicate.com/music/ ... tsEdit.mp3
http://www.midnightsyndicate.com/music/ ... isEdit.mp3
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Mensagempor Cebolituz em 04 Mai 2010, 13:09

Ronassic escreveu:Como fazê-los sentir um pouco de medo de verdade como num jogo de Call of Cthulhu?


Minha dica é usar outro sistema que não seja D&D.

Porque por mais que os jogadores "interpretem" medo e etc, o sistema não lhe ajuda a passar isso, podendo haver desinteresse depois de um tempo. D&D te enchendo de poderes, te enchendo de possibilidades, você louco para usar aquele item forte ou aquele poder fodão e não consegue porque o mestre podou para o jogo ficar "aterrorizante". Ou então você tem que ficar enfiando criaturas 10 níveis mais fortes só para o jogador ficar extremamente temeroso e etc.

Eu tentei fazer o mesmo, mas minhas campanhas ficaram mais Van Helsing do que qualquer outra coisa. E eu acharia sacanagem demais ficar cortando coisas para adequar a isso. Seria mais fácil mudar de sistema se quiser menos poder e tal.
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Mensagempor Corvo da Tempestade em 04 Mai 2010, 13:43

Como fazê-los sentir um pouco de medo de verdade como num jogo de Call of Cthulhu?


Infelizmente fazer os PC's terem "medo de verdade" e um trabalho que chega as raias do impossível. Afinal eles (os PC's) não estão em perigo mortal...

Infelizmente² Ravenloft e D&D (especialmente a 4ª edição) é como Bacon e Sorvete. Os dois são bons, mas não juntos.
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Mensagempor Ronassic em 04 Mai 2010, 14:02

É porque vocês não conhecem alguns dos meus amigos, especialmente o Sandro e o Fernando, certa vez fomos acampar, e eles ficaram bolados com as estórias de terror que contamos em volta da fogueira, tanto que o Sandro ficou achando que tinha alguém correndo pela mata, e o Fernando pegou o facão e começou a gritar assim:

"O rapá! Sai daí! Eu tô te vendo! Vai sair não?"

E correu pra cima do vulto que ele viu e desceu o facão, só vimos o clarão da faísca e um barulho de lâmina chocando contra algo duro, e logo em seguida um grito de dor:

"Aaaaaaaaaaaaaaaaiiiiii!!!"

Era o Fernando gritando porque quase arrebentou a mão quando meteu o facão numa pedra grande que ele confundiu com algum maluco no mato.
Isso tudo porque eles ficaram impressionados e qualquer barulho ou sombra na mata parecia ameaçador aos olhos deles, e eu conheço mestres que não precisam estar dentro do castelo do drácula com seus jogadores para inserí-los dentro da trama.

Se acham que não é possível é porque nunca tiveram o prazer de conhecer um narrador assim, não falo de sistema de regras, não vou nem quero aprender um novo sistema, não tenho vontade nem tempo para investir nisso. Mas agradeço pelos conselhos. Se há alguma alma caridosa que me dê ao menos alguma indicação de que posso e vou conseguir, que isso não depende apenas de Dom, então ficarei mais seguro.
Afinal eles não começaram a jogar ontem, já jogam há mais de 15 anos, eu mesmo jogo há mais de 20, mas mesmo assim dá um frio na barriga quando vou iniciar uma campanha.
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Mensagempor Cebolituz em 04 Mai 2010, 14:37

A questão aqui não é "falta de dom" ou algo parecido. É simplesmente pelo fato de que o sistema de D&D, de fato, não favorece tal ambientação. É como achar que a ficha não influencia o caráter dos seus PJs. Você tendo uma gama enorme de poderes, ter medo de um simples esqueleto que você destrói com um golpe é simplesmente tosco.

E inventar desculpas em termos de background como "meu PJ não sabe a força que tem/tem um poder oculto" é simplesmente inverossímil e inumano (ou anime demais) para o meu gosto, além do fato de fugir totalmente da temática de horror (onde o mal sempre é mais poderoso que o bem).

Mas enfim, dei apenas a minha opinião e a justifiquei.
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Mensagempor Ronassic em 04 Mai 2010, 15:20

Obrigado Cebolituz, eu te entendo, e se eu pudesse até tentaria procurar outro sistema, mas infelizmente isso é algo que eu não tenho sequer condição de pensar, eu trabalho, estudo e nos finais de semana minha atenção é toda voltada a minha esposa e filha. Aprender um novo sistema por conta de regras que não ajudam não é uma opção para mim, eu nem mesmo usei quase regra alguma na primeira sessão, pois foi basicamente interpretação, o únicos momento que foi necessária alguma rolagem de dados pra valer, foi num combate meio frustado entre os jogadores que apanharam para 3 demônios inferiores, e eles estão no 8º lvl cada. Um é Ladino, o outro é um Ranger, e o último era um Bárbaro (digo era pq o jogador pediu para mudar a ficha depois da primeira sessão). E o único que não fugiu logo no início do combate foi o Ladino, por incrível que pareça, e nenhum deles fugiu porque obriguei-os a isso usando de regras como Teste de Medo, Horror ou Loucura, mas eles ficaram bastante intimidados com a interpretação do demônio que fiz, acharam por bem correr, e fizeram acertadamente. Já viu o filme ou leu Constantine? Os jogadores não são fodões como John Constantine, mas os demônios e diabos são terríveis, e estão loucos para arrancar a pele deles.

E mesmo que eles fosse de 20º nível teriam problemas, pois as regras de D&D em Ravenloft são bastante alteradas, limitando bastante o poder dos jogadores, ao ponto de um Desejo ser a pior magia que você poderia querer utilizar. Já viu o filme Mestre dos Desejos? Então, seu desejo sempre será deturpado pelos Poderes Sobrios. Então não tem essa de ter que mudar de sistema, pois quanto a isso me sinto confortável, o que quero é dicas de interpretação para que os jogadores se sintam mais ambientados, pois eles nunca jogaram Ravenloft, e quero que entendam que a realidade nessa ambientação é bem diferente, um dos jogadores demorou a entender na primeira sessão, mas os outros entraram bem no clima.
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Mensagempor Hentges em 04 Mai 2010, 16:11

Eu não acredito que medo seja uma sensação possível em uma mesa de RPG (esse tópico está a um susto de mudar de área do fórum). Isso vindo de um mestre com clara preferência pelo Mundo das Trevas.

Acredito em ansiedade, desconforto, apreensão. Medo, não. Mais ou menos a mesma coisa que acontece quando se vira adulto e perde-se a capacidade de ter pesadelos com o horror/suspense de um filme (eu, pelo menos).

Minha sugestão para a sua campanha é a de sempre: "atmosfera". Como combates são inevitáveis em D&D, a melhor coisa a fazer é criar algo a partir de descrições que deixem os jogadores na ponta da cadeira. Quando os dados começarem a rolar, é inevitável que as estatísticas se sobreponham a todo o resto.

E números só dão medo em quem atrasou a declaração do Imposto de Renda.
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Mensagempor Ronassic em 04 Mai 2010, 16:50

Olá Hentges, eu quero aproveitar que a campanha está bem no início para dar o caminho certo para ela, pois já mestrei Ravenloft antes, mas numa outra temática, era apenas um final de semana no inferno, não uma campanha de longa duração como pretendo fazer.

Medo no sentido real com certeza beira o impossível (já que nada ao meu ver é totalmente impossível), pois assim vou afastar os jogadores da mesa, fazendo-os correr para foda de minha casa (se fosse o Sandro jogando eu até conseguiria), o que quero é exatamente isso que citou, que eles fiquem na ponta da cadeira, ansiosos, e apreensivos. Vou tentar focar mais na descrição evitando inclusive de monstrar imagens sem necessidade e simplesmente dizer: "Vocês estão vendo isso!"
Pra mim é coisa de mestre preguiçoso ou despretencioso. Quando pesquiso na internet guardo muitas fotos de coisas que acho interessante, mas é mais para absorver aquilo e tentar passar isso para os jogadores do que simplesmente virando a tela do computador ou imprimir algo e mostrar para eles.

A música ajuda a dar um clima, mas isso de longe é suficiente, o meu problema é querer fazer o melhor, não chego ao ponto de comprar velas e apagar as luzes, alguns jogadores até gostam, mas não muito curto isso, até porque as vezes precisamos ler e com tão pouca luz fica difícil.

Não sei se detalhamento exagerado ao nível Tolkeniano seria legal também, terei que saber dosar, para inclusive não dar importância demais ao cenário e deixar outras coisas de lado, uma coisa que acho interessante em jogos são eventos, não precisam ser catastróficos ou cataclismicos, um bando de ladrões varrendo a cidade já rendeu uma grande dia e nessa noite não caiu uma gota de sangue no chão, foi roleplay puro e nada enfadonho. A minha sorte é que os jogadores ajudam muito, não somente porque eles jogam há muitos anos, mas porque não prezam Hack & Slash, pois conheço jogadores que jogam há séculos e só curtem isso, e não me divirto muito tempo mestrando campanhas assim.

Se algum moderador achar por bem mudar o tópico de local não há problema, mas pretendo contar aqui o que ocorrer na minha campanha, e ter um feedback de vocês, e com isso talvez ela se torne melhor.
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Mensagempor Allefcapt em 06 Mai 2010, 13:13

Olá a todos,

Ronassic,
Velho geurreiro.... cuidado para seus jogadores não abandonem a campanha...
Uma trilha, uma noite escura, uma fogueira estranha e o espírito de um Troll podem enlouquecer alguns...

Abraços,
"É o seu navio que faz o porto.
Lance ferros com sabedoria"

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Mensagempor Ronassic em 06 Mai 2010, 14:18

Pois é, eu lembro, eles ficaram realmente com medo, o Fernando nem quiz mais jogar. :)
Terça agora será agitado, depois do trabalho terá futebol que deve acabar lá pras 20:40h e em seguida vou ter que fazer um teleporte pra chegar em casa pra poder mestrar Ravenloft, será que dará tempo?
Será que os poderes sombrios irão permitir?
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Mensagempor Benatti em 06 Mai 2010, 14:38

Realmente, existem sistemas muito mais adequados pra rpg de horror pessoal... mas... we love D&D :pidao:

Ravenloft deu certo porque conseguiu unir o útil ao agradável e independente do sistema uma narração bem trabalhada é essencial pra uma boa aventura de horror. Falo por experiência própria que comecei a narrar Vampíro da mesma forma que narrava D&D... agora faço o contrário, dá muito mais certo.

Iä! Iä! Shubb-Niggurath! Bola de fogo no Cthulhu! :cthulhu:
"Commala come-come, and the journey is not yet done."
(Twitter) (DeviantArt [negligenciado]) (Contos)
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Mensagempor Obi-Edu em 09 Mai 2010, 11:56

Uma das coisas que sempre admirei em jogar RPG, é a capacidade do Mestre/Narrador em fazer vc sentir-se no "cenário".

Jogo há mais de 10 anos, com o mesmo grupo de amigos e cada um de nós se tornou digamos, especialista em um sistema/ modo de jogo.

Enquanto nosso mestre de D&D, Diogo, começou com os livros básicos da 3 edição nosso primeiro contato com o jogo foi com um sistema mais fácil 3D&T. Depois do básico dos livros, em Greyhawk, passamos para Forgotten onde estamos até hoje e do qual não pretendemos sair tão cedo, mesmo tendo jogado um pouco da 4ª edição.

Estamos em pleno vapor em um campanha em Reinos de Ferro, mestrado pelo Henrique e que digamos é um excelente cenário, pena que pouco explorado pela grande maioria dos jogadores de RPG medieval. Pelas mãos do Henrique, já jogamos Matrix com o Gurps, passamos pela experiência do D&D original, Refrão e até pelo RPG Quest, tudo em nome de conhecer algo novo.

E pelas minhas mãos como tenho um lado mais para o sombrio e desconhecido, nos aventuramos em Mago a Ascenção, 3ª edição, um dos melhores cenários na minha opinião e pelos retalhos de Ravenloft.

Desde o meu primeiro contato com o cenário, e uma pena terem descontinuado a série, vimos ilimitadas possibilidades de tornar Ravenloft, algo a mais que um simples jogo. Torna-lo uma experiência de sensações incomuns aos tradicionais jogos medievais, sentir na pele do jogador e nos olhos do jogador, o seu contato com o desconhecido, onde seus poderes muitas vezes não serão capazes de salvá-lo do horror que está prestes a se revelar.


Abraços
" A Força é poderosa comigo jovem padawn. Observe e aprenda..."
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Mensagempor Ronassic em 13 Mai 2010, 18:34

Interessante o seu relato Obi, também adoro Ravenloft, no meu primeiro contato me tornei fã do cenário, até fiz um site na época que teve bastante visitação, pena o trabalho me consumir muito tempo e tive que abandonar o projeto, mas quem sabe retorno um dia, o Abaddon do antigo site Ravenloft.com.br me propôs uma parceria em traduções, mas nunca tive muito tempo livre para isso, somente agora eu consegui me organizar melhor e talvez tente novamente, mas sozinho não sei se conseguiria, e hoje a comunidade está mais propensa a colaborar do que nunca, mas não posso me basear somente nessa possibilidade.

Bem... Terça ocorreu a segunda sessão da minha pretensa campanha de Ravenloft, começou tarde e por conta disso não deu para prosseguir muito, mas isso não chegou a ser um problema, o problema maior foi a falta da maioria dos jogadores, em protesto, decidi fazer o jogo assim mesmo se o Thiago assim concordasse, e o legal é que ele concordou! :b

Já mestrei solo outras vezes, mas Ravenloft é um cenário que precisa de mais cuidado em relação a isso, pois a Terra das Brumas é um local perigoso, vejam o caso de Rudolph Van Richten...

Fiquei devendo o que aconteceu na primeira sessão, e não vou conseguir escrever agora tudo que ocorreu nela, vou dividir em algumas partes, segue:



Nesta sessão participaram os seguintes jogadores:
Thiago Camargo: Elfo Selvagem chamado Zagor Verdelion, vindo de Faerûn, mais precisamente das Selvas de Chult.
Fernando Rocha: Elfo Ranger chamado Lorith Telien, vindo de Floresta Alta em Faerûn.
Rodrigo Lacerda: Humano Ladino chamado Burt Cobain, Nativo de Ravenloft, nascido em Port-a-Lucine, capital de Dementlieu.

O Início

1366 CV - O Ano do Cajado (Forgotten Realms)
750 CB - (Ravenloft)

Lorith e Zagor são elfos com muitas diferenças raciais entre si, pois Lorith é um elfo das florestas, raça também chamada de Elfos Silvestres, ou em sua lígua Or-Tel'Quessir, já Zagor é descendente dos Sy-Tel'Quessir, mais conhecidos como Elfos Verdes, ou Elfos Selvagens, mas os dois possuem um espírito livre e bondoso, eles já se conhecem há muitos anos, e são quase como irmãos, juntos já passaram por muitas situações ruins, mas nenhuma delas se compara ao que vou lhes contar agora.

Numa noite escura e chuvosa, Lorith e Zagor percorriam o rastro de orcs que haviam atacado a vila Wayfarn localizada próxima à cidade de Brost, foram roubadas várias toras de madeira, os rastros eram claros o suficiente para um humano destreinado seguir sem qualquer dificuldade, mesmo com a chuva fina que caia desde a madrugada anterior.

Eles seguiram os rastros por muitas horas através da floresta, antes que o sol raiasse, eles notaram que estavam sendo cercados por densas névoas que se moviam rapidamente embaçando a visão completamente e antes que pudessem tomar qualquer atitude estavam totalmente engolfados pelas estranhas brumas.

Eles aguardaram o dia raiar e notaram que o sol não nascia, acharam aquilo muito estranho e começaram a caminhar quase que às cegas, até que as névoas cederam, e eles não pareciam estar mais no mesmo lugar, pelo menos não estavam mais na floresta, apesar de não terem caminhado muito.

Foi um grande assombro para os dois quando perceberam que após as névoas cederem, estavam no meio de uma vila e bem ao lado de uma fonte, era uma vila humana e tinha um aspecto sinistro, eles não conseguiam entender como podia existir uma vila bem ali, pois nunca ouviram falar de tal comunidade. Havia uma placa na fonte com os dizerem: Cosanta na Cathrach.

Logo notaram pessoas saindo de suas casas e uma delas veio em sua direção e parecia não estar surpresa com a presença deles, tinha até um sorriso macabro nos lábios, ele veio e falou na língua comum, mas com um sotaque estranho e antigo. E ele disse:
“Sejam bem vindos, forasteiros!”

Lorith tocou o cabo de sua espada e disse: - “Quem é você, homem? E onde estamos?”

E ele respondeu num tom amargo: - “Vocês estão na Terra das Brumas, e aqui não é seguro, a noite já caiu, o toque de recolher já soou, vocês precisam encontrar abrigo, podem ir para a estalagem e se tiverem como pagar terão onde descansar por esta noite.”

Zagor olhou perplexo para Lorith, e disse: - “Esses humanos são loucos, o sol está pra nascer, não dê ouvidos a ele, vamos sair desse lugar!”. E Lorith respondeu: - “Zagor, eu sinto em meus ossos que esse lugar não é o mesmo que nós conhecemos, sinto um vazio muito grande em minha alma, como se não sentisse mais a presença de meu deus Solonor, você não sente o mesmo?”.

Zagor somente agora percebia que a estranha sensação que ele notara era sentida por Lorith também e concordou com a cabeça meio vacilante pensando em seu deus, Rallathil. O homem apontou em direção a um estabelecimento ali perto e disse rapidamente: -“Ali fica a estalagem, se prezam por suas vidas, vão agora!” E voltou correndo para sua casa.

Eles se entreolharam e meio a contragosto seguiram o conselho do homem, a estalagem estava fechada, e eles bateram forte na porta, alguém abriu uma portinhola, e olho com certo desprezo fitaram-os, e fechou novamente a portinhola, por alguns segundos não ouviram barulho algum, mas em seguida Zagor pensou ter ouvido algum bater de asas logo atrás deles, mas não olhou para trás.

Então com um barulho forte a porta se abriu e um senhor de meia idade mandou-os entrar dizendo: -“Andem, não fiquem aí parados, entrem logo elfos dos infernos!”. Eles entraram e a porta foi fechada bruscamente, aquele senhor trancou muito bem a porta e em seguida olhou para eles e disse: ‘”Vocês estão protegidos agora, não se preocupem, o mal não consegue entrar aqui!”



Fim da primeira parte da primeira sessão ocorrida em: 03/04/2010 entre às 03h e 06:30h de sábado.
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Mensagempor Ronassic em 23 Jun 2010, 18:03

Não consegui parar para escrever a segunda parte da primeira sessão, e aproveitei que tive que escrever o que ocorreu na 4ª sessão que ocorreu ontem (22/06/2010) para um jogador que não foi, então alterei algumas coisas no texto para que virasse um relato do novo membro do grupo, um Paladino - e notem bem - em Ravenloft!!!

Foi assim, eu, Jacques Ties Tat'Coult, estava caçando um vampiro em especial desde meu mundo, já matei vários asseclas dele enquanto estive em Ravenloft e recentemente matei dois vampiros de elite com a ajuda de um grupo de heróis. E sei de quase todas as suas fraquezas, como estacas, água benta e coisas do tipo, mas o campo de batalha é muitas vezes um lugar caótico e nem tudo vai como eu tento prever, essas criaturas são extremamente inteligentes e muito mais pacientes do que eu, preciso tomar cuidado sempre, muito mais agora, pois há mais pessoas envolvidas que podem sofrer com alguma atitude impensada minha, e elas não têm idéia ainda do mal que os assombra.

Descobri que neste lugar de trevas e brumas há outros tipos de vampiros, inclusive alguns que não são necessariamente malignos, como os Dampiros, que são o resultado de um nascimento trágico através da morte de sua mãe na hora do parto por um vampiro, esses seres são raros, e costumam caçar o responsável pela morte de sua mãe, se o bebê sobreviver, ele se tornará um Dampiro, que tem algumas "vantagens" de ser um meio-vampiro, ele não terá todas as suas fraquezas, como morrer se exposto por algum tempo à luz do sol, mas terá muitas de suas forças e habilidades, mas infelizmente continua necessitando de sangue.

Numa de minhas investigações recentes descobri que há um vampiro ancestral chamado Lorde Byron que tem uma mansão no Domínio de Dementlieu, e descobri isso graças a um grupo de ciganos mais conhecidos como os Vistani, que encontrei pelo caminho, e eles ainda me disseram que era possível que um pequeno grupo tenha ficado para trás e estivesse em perigo, resolvi ir atrás de uma cria vampírica que eu havia prometido a mim mesmo destruir, e infelizmente não conseguiu chegar nele a tempo de evitar a morte de uma pessoa, que por uma coincidência fatídica, era membro do grupo que está sendo perseguido por Lorde Byron, eles saíram às pressas da cidade, quase perdi-os de vista, não tive tempo hábil para comprar todos os mantimentos e equipamentos que necessitaria nessa empreitada, mas consegui alcançar a carroça deles antes do anoitecer para evitar outra tragédia, ao alcançá-los me identifiquei e pedi educadamente que parassem, pois tinha uma coisa importante para conversar com eles.

Eles pararam, um homem de estatura baixa e aparência bastante estranha com tatuagens pelo corpo veio de encontro a mim, falei em linguagem comum e ele me entendeu perfeitamente apesar de parecer um elfo selvagem totalmente isolado da civilização, expliquei sem rodeios que o rapaz morto deveria ser enterrado da maneira certa, com a cabeça separada de seu corpo, do contrário, ele poderia se tornar num vampiro, me propus a fazer o ritual e enterrá-lo, ele disse que iria conversar com os outros, e entrou na carroça e ouvi-o gritando por alguém, logo saíram e vi pela primeira vez aquele homem que agora sei que carrega uma terrível maldição, ele é um Dampiro de sangue fraco.

Eles aceitaram após eu revelar que sabia do problema que estavam enfrentando e que estava disposto a ajudá-los se eles concordassem em aceitar minha companhia e a de meu valoroso amigo. Então o levei até o bosque que se localizava ali perto e executei rapidamente o ritual que consiste em separar a cabeça do corpo e encher sua boca com hóstias sagradas e depois o enterrei em covas separadas para evitar problemas, tomei o cuidado para que ninguém me visse fazendo isso, não queimei o corpo em respeito aos seus amigos.


Seguimos juntos para o norte com objetivo de chegar a Port-a-Lucine, para tentar pegar um navio para o sul até Sithicus, não entendi o real objetivo disso, mas não me incomodei, apesar de saber que o Mar das Mágoas é bastante perigoso e que talvez eu não seria bem vindo em Sithicus. Cavalgamos por dois dias, meu valoroso companheiro estava saudável como sempre, mas muito ansioso por prosseguir, estranhei isso, pois ele costuma ser preguiçoso, na verdade notei que estava agindo diferente desde que chegamos neste maldito lugar, irei investigar mais sobre isso assim que tiver tempo.

Antes de chegar à cidade notamos um celeiro pegando fogo perto de uma fazendo, eu já estava indo ajudar um homem que tentava em vão apagar sozinho com um balde d’água, quando senti que algo estava errado, meu cavalo deu uma empinada e não queria prosseguir, sem pensar voltei e disse para seguirmos adiante, normalmente eu não faria isto, mas este lugar me faz desconfiar de qualquer um, tenho de estar alerta sempre, principalmente quando me deito a noite, parecia mesmo ser uma armadilha, logo em seguida que voltei até o grupo o fazendeiro largou o balde no chão e ficou olhando para nós com um olhar vazio, quase que num transe.

Chegamos Chateaufaux e logo notamos o caos instaurado no lugar, um burburinho muito grande se formava, e vimos qual era o motivo, a fonte da cidade havia se tornado em sangue, um sábio estava tentando resolver sem sucesso a situação, o elfo selvagem saltou em sua direção e eles começaram a conversar, após algumas perguntas descobrimos que um grupo de ciganos havia passado pela manhã pela cidade e foram expulsos pelo prefeito. Deduzi que seria a mesma caravana de Vistanis que encontrei na noite anterior, e provavelmente a matrona amaldiçoou Chateaufaux, segui então com meu veloz amigo na direção que eles tomaram e consegui alcançá-los nos limites da cidade e com muita conversa e promessa de poderem passar pela cidade sem problema futuros, convenci-a a me dizer como quebrar a maldição.

O prefeito deveria ir até a fonte e derramar seu sangue na água e proferir umas palavras de arrependimento. Voltou o mais depressa que pude e fui até a prefeitura, foi fácil demais ter uma audiência com o prefeito, pois ele estava desesperado com a situação, aceitou prontamente fazer o ritual de arrependimento, fomos até a fonte e tudo ocorreu como o esperado, nós fomos consagrados como salvadores da cidade, o prefeito me agradeceu pela resolução da situação, mas deixei claro a ele que esse tipo de atitude não deveria ocorrer novamente, e que isso lhe sirva de lição.

Fui de encontro com o grupo e notei que Zagor ainda conversava com o sábio elfo chamado Ezriel que parecia ser outro forasteiro vindo de Faerûn, ele comentou que estava nessa cidade estudando sobre formas de sair da Terra das Brumas, e ao questioná-lo, não obtive a resposta que gostaria de ouvir, ele disse que as únicas opções seriam totalmente inviáveis, mas não revelou quais seriam e isso me deixou muito perturbado, pois ao alcançar meu objetivo pretendo sair desse lugar funesto.

A noite chegou e logo notaram que as pessoas entraram para suas casas, vocês ficaram conversando ainda um tempo, quando seu cavalo com seu faro notou que havia alguém com cheiro que o deixou perturbado e o alertou. Você olhou para a direção que ele parecia ter se afastado e notou que alguém entrou para um beco, e logo você subiu em seu cavalo e alertou os outros, dois deles se adiantaram e correram na direção que você indicou, tentei impedir que caíssem numa outra possível armadilha, mas eles não lhe deram ouvidos, eles conseguiram alcançar quem entrou pelo beco e eles descobriram que era apenas um humano, lacaio de Lorde Byron e que ele parecia só estar vigiando-nos.

Eles deixaram ele seguir com vida mas mandaram enviar uma mensagem para o Lorde, que estão preparados para ele, que podia vir pessoalmente ao invés de mandar seus asseclas, não demorou muito dois vampiros vieram ao encontro de nós e nos atacaram, o combate foi terrível, alguns quase tombaram, e os vampiros vendo que estavam numa situação desfavorável se tornaram em forma de névoa e desceram para os esgotos, então gritei em fúria: - Vocês não vão fugir dessa vez seres malditos!

Arranquei as grades e entrei nos esgotos atrás deles, um dos membros do grupo que era um elfo selvagem veio junto comigo, eu agradeci em segredo a qualquer bondoso deus que tenha tocado seu coração por vir em meu auxílio. Conseguimos seguir as névoas até uma câmara que continha (como eu havia imaginado) dois caixões, e ao entrarmos vimos que as névoas haviam acabado de entrar neles.

Prontamente tirei algumas cabeças de alho de minha algibeira e joguei dentro dos caixões, as névoas saíram rapidamente e foram em direção à saída, mas pelo que entendi esse era o plano deles desde o início, de atrair algumas presas para seu covil nos deixando sem saída, mas ainda estando em menor número eu acreditava que teríamos uma chance de derrotá-los sem me preocupar com os outros.

Foi o que aconteceu, até este momento o combate estava desigual, então saquei minhas estacas, entreguei uma para o elfo e gritei para que tentasse acertar o coração das criaturas, tentamos fincar as estacas, mas não tivemos sucesso, eu só estava acertando alguns golpes naquelas criaturas por conta da minha espada sagrada, os vampiros eram muito ágeis. Então o elfo num momento de desespero se engalfinhou com um deles e para minha surpresa o imobilizou e prontamente fiquei a estaca no ser que ficou paralisado instantaneamente.

Fiquei descuidado nesse momento, e tomei vários golpes do outro vampiro pelas costas e se eu não tivesse me curado momentos atrás, teria tombado com certeza. Quando o vampiro que estava imobilizado parou de se contorcer, o elfo partiu para cima do segundo e conseguiu imobilizá-lo também, numa manobra que achei muito audaciosa pelo perigo que ele estava correndo ao fazer isso, mas sem pensar duas vezes fiquei outra estaca no coração da besta e finalmente cortei suas cabeças medonhas com minha espada abençoada. Encontramos alguns pertences dos vampiros naquela câmara e levamos os corpos para cima para destruir de vez os corpos com fogo.

E este encontro terminou assim. Creio que alguns deles acharam que sou um tanto suicida, mas até certo ponto foi uma ação pensada, eu havia guardado para o final algumas surpresinhas que facilitariam destruir aquele mal, eu tinha estacas, alhos e uma força interior que me impulsionava, e não podia deixar passar a chance de livrar pessoas inocentes daquelas criaturas das trevas, afinal eles já estavam bem perto da morte final, graças aos meus novos amigos!
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Re: Ravenloft Campaign

Mensagempor shoguhiguhashi em 25 Mar 2011, 08:19

cara eu estou a começar uma campanha em raven tb, mas ao contrario fiz todo meu grupo ser de nativos, principlamentes de humanos, e mesmo jogadno de dia, estou conseguindo o clima atraves da trilha sonora, estou usando o som de uma banda chamada Nox Arcana, da uma procurada na net e vc vai se surpreender, os discos Necronomicon e Transilvania parecem terem sido feitos pra ravenloft.

Vlw.
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