Enfim, resolvi saciar meu gosto por mestrar/rpg usando as vantagens da internet para algo que, ao vivo, não seria possível. Eu já realizei uma campanha assim via irpg(rpgonline), mas problemas com o programa e qualidade de jogadores, fora dificuldades de contato e um fórum centralizado atrapalharam... O que muda totalmente num fórum como a Spell.
Funciona de modo simples: todos os personagens de jogadores fazem parte de um mesmo e grande grupo, uma organização de grande atuação. Cada sessão de jogo são aventuras one-shot ou realizadas em pequenos arcos (de no máximo 3 sessões, mas em geral 1 a 2). Os personagens progridem, a trama(que obviamente se desenvolve através das várias "missões") tem continuidade e tudo segue como um rpg normal. Mas cada aventura é uma missão, e qualquer jogador/personagem pode participar. Em outras palavras, é como um grande grupo de jogadores onde a cada aventura uma pequena parcela participa(em tempo de jogo pode até mesmo ocorrer missões paralelas, como dois grupos em lugares diferentes num mesmo período de tempo).
Não é uma experiência, eu já mestrei um jogo assim de ação/espionagem com sucesso, que não vingou por outros problemas. Vai haver um controle de participação de modo a dar prioridade aos jogadores que jogaram menos(para que todos participem), e resumos das aventuras + informações e tópico para conversas(on e off) permitem que todos os jogadores e seus personagens saibam do que ocorreu mesmo quando seus personas não estiveram presentes. O número de vagas é portanto ilimitado; quanto maior o número de interessados(e frequência de jogo) eu vou colocar missões maiores(planejadas para grupos maiores).
O jogo vai usar o sistema runemaster, um sistema simples que criei. Vou colocar ele completo(conforme será utilizado nesse jogo) tão logo seja decidida a enquete(e eu crie o tópico para personagens e com mais detalhes).
Mas vamos a premissa do jogo:
Por detrás dos eventos políticos e sociais que moveram a história nos últimos séculos, sempre houveram segredos e forças invisíveis manipulando os resultados. Quer fossem grupos organizados, segredos de estado que nunca foram documentados ou ações extra-oficiais(como espionagem), parte da história é impossível de ser compreendida em sua plenitude. Mas dentre o crível e realista, e teorias conspiratórias absurdas, há uma ameaça real e oculta se estendendo sob a política internacional...
O jogo gira em torno de um grupo secreto sem nome oficial, apelidado pro muitos de "A Adaga", cujo principal objetivo é localizar e exterminar a, provavelmente maior, conspiração já existente: a Ordo Illuminati. Fundado pelo próprio(e arrependido) fundador da Illuminati, o grupo tenta apagar o próprio erro, um monstro invisível.
Mas algo está mudando. A expansão desenfreada do grupo e de seu arquinimigo(A Illuminati) nos últimos anos é apenas um sinal do que está por vir, da ponta do iceberg. Após décadas e décadas dos mesmos conflitos secretos em grandes nações, conflitos de poder e manipulações, algo no cenário mundial está mudando drasticamente. Eventos misteriosos vazando na mídia e uma estranha "epidemia" que tem gerado um aumento de natimortos assustador parecem estar de algum modo interligados com a Illuminati. A Illuminati, talvez num ato desesperado, veio cancelando alguns de seus projetos e sendo menos sutil em seus métodos. A Illuminati está com medo. Mas medo de quem, ou o quê?
"Banidos" é um cenário meu que gira completamente ao redor de teorias conspiratórias. O foco é suspense, mistério e paranóia, intercalados frequentemente por ação intensa e mais "survival". Há diferentes forças ocultas e grupos agindo na história; quer sejam os clichés "aliens", ou algo completamente diferente, eu prefiro não revelar ainda. Caberá aos jogadores conjecturarem e descobrirem os inimigos desse mundo obscuro por conta própria, dentro de jogo.
Em mais de um cenário meu eu aplico o conceito de "Linha do Tempo" e esse não é diferente. Eu gero uma linha de eventos canônicos e mudanças do cenário, geralmente dividido em eras ou fases distintas, e junto com os jogadores(antes da campanha começar) decidimos qual a época que eles mais gostariam. Independente da época escolhida, tudo anterior a ela é o que está no canon planejado; mas tudo posterior depende de como a campanha progredir e os jogadores afetarem ela.
"Banidos" possui 5 eras/períodos, dos quais eu estou dispondo os primeiros 4. Cada período é um espaço abstrato de poucos anos ou mesmo meses; Uma série de eventos, alguns interligados, outros infelizes coincidências, estão prestes a culminar num evento histórico e de escala global impactante que vai abalar a humanidade. Evento esse que ainda pretendo deixar em mistério... de qualquer modo cada uma das épocas representa a proximidade desse evento. Quanto mais próximo dele, menos sutis serão as aventuras e a ação será mais e mais freqüente. Então entra uma questão de gosto.
Primeira Fase - Conspiração: é o período pouco após a constatação da misteriosa epidemia. O mundo secreto do cenário ainda não se sacudiu muito com seja lá o que está acontecendo de novo; missões isoladas envolvendo variadas organizações secretas, e aventuras mais sutis de suspense e investigação são mais comuns nessa fase. A ação existe, mas em freqüência menor ou mesmo facilmente evitável.
Segunda Fase - Guerra Secreta: o segundo passo em direção ao "gran finale" onde as coisas serão mais claras, é o período onde todo o submundo oculto está sacudido. Uma guerra generalizada e interesse de conflitos intensificam os atritos e conflitos armados. O aparente desenvolvimento de armas avançadas por algumas nações e grupos move os demais em ofensiva desesperada, ao passo que antigos grupos paranóicos, teóricos fantasiosos sobre conspirações mundiais, começam a insurgir e aumentar de forma exponencial frente a cada vez menos secreta guerra que vem ocorrendo. O mesmo nível de suspense e investigação da primeira fase, porém com ação muito mais freqüente e em muitos momentos inevitável. Provavelmente o nível de paranóia vai ser maior.
Terceira Fase - Insurgência: Não dá mais para esconder. Ataques publicados como "terroristas", incidentes sendo esclarecidos oficialmente como acidentes que não convencem ninguém, vídeos no youtube mostrando coisas estranhas... e a epidemia chega a um ponto assustador. O mundo inteiro está, clara e publicamente, desesperado. Teorias surgem as claras pela internet e jornais, os mais apocalipticos já afirmam que a humanidade está fadada a se extinguir frente a epidemia que impede a reprodução e propagação da espécie. Fanáticos religiosos já clamam pelas ruas afora teorias absurdas de fim dos tempos, grupos de paranóicos que acreditam em ets no egito já ficam de braços dados no topo de prédios esperando o surgimento dos visitantes do espaço. A ação é razoavelmente intensa, muitas aventuras serão menos sutis, requisitando menos daquele papo de identidades secretas, "sem testemunhas" e etc. Jornalistas e novos grupos se tornam um inimigo e ameaça constante, se entrometendo onde não devem, e certos erros cometidos como deixar vazar informações na mídia vão ter repercursão direta e importante no desenvolver geral da trama.
Quarta Fase - Noites Finais: O desespero. O mundo contemporâneo abalado de forma aberrante, a notificação oficial de que, aparentemente, todos os humanos já foram infectados pela epidemia(meses seguidos com taxas de 100% de natimortos ou abortos, ou seja, sem novos bebês). Mudanças climáticas incompreensíveis e aparelhos científicos detectando sinais errados ou falhando e o recente começo de uma grande tempestade pela Europa(e que segue avançando por sobre o globo) que após semanas ainda não terminou vira o estopim final do pânico generalizado. Pessoas tentam fugir da tal tempestade como se fosse um perigo mortal, aeroportos congestionados com emigrantes repentinos, grupos fanáticos atacando policiais e queimando instituições públicas... Já se fala abertamente por toda a mídia do que os sociólogos classificaram como uma síndrome de pânico em massa em escala mundial, e a certeza de que seja lá o que esteja acontecendo terá consequências marcantes para todo o futuro já alarmam as pessoas. O suspense, mistério e investigação ainda existem, como sempre, onipresentes em quases todas as aventuras; mas a "guerra secreta" está em tal estado de avanço que "A Adaga" não vai perder tempo ou recursos em missões menores e sondando suspeitas fracas, ao invés disso melhor é investir ainda mais fortemente contra a Illuminati, que na quarta fase é assumida(na linha do tempo canônica, e claro que pode ser um engano/teoria errada por parte da "Adaga") pelo grupo dos personagens jogadores como maquinadora central de todos esses eventos.
Na linha do tempo canônica o grupo da Adaga não sucede em descobrir muitas coisas a tempo, e só começa a ter algum progresso na quarta fase. Mas isso é a linha do tempo canônica, e os jogadores obviamente têm potencial de serem mais competentes do que os pdms da linha canônica foram e mudar completamente a velocidade com o qual cada fase avança, o modo como avançam e se é que avançarão. Cada sucesso e falha, e as decisões tomadas pelos jogadores vão afetar de modo TREMENDO o desenrolar dos eventos. Eu vou estar simulando os avanços e retrocessos de diferentes grupos do cenário através de um sistema, entre outras coisas, usando pontos; e cada ação dos jogadores, em cada aventura, vão afetar direta e intensamente esses avanços e portanto o desfecho da trama toda.
Eventualmente as fases vão avançar, mas não posso afirmar nada. As fases só avançam conforme algumas situações chave ocorrerem. Na linha do tempo canônica elas acontecem com um intervalo cada vez menor entre sí, fazendo cada período ser mais curto que o anterior, mas isso é o canon; Dependendo das escolhas e ações de vocês talvez esses eventos sejam evitados e postergados indefinidamente ou repetidas vezes, o que faria a eventual progressão da "guerra secreta" nunca ocorrer. Se isso bom? Qual das opções é a mais divertida? Eu não faço idéia. Não cabe a mim descobrir, e sim vocês.
Como eu sei que conspirações não são lá o tema mais favorito dos rpgs, e como paranóia pode ser frustrante, eu obviamente considerei que muitos podem preferir outro gênero. Violência e cenas tensas podem ser comuns, o terror(pelo menos psicológico) é esperado, e as regras um tanto fatais também podem afastar alguns. Então, se não houver interessados o suficiente no tema eu posso facilmente trazer para Spell Cliffhanger, um cenário meu de espionagem/ação nada realista e com uma boa dose de humor, que eu já mestrei nesse mesmo esquema de grupos diversificados/vagas ilimitadas. É um cenário que eu adoro e um dos que mais me diverti em mesa(e um predileto de alguns jogadores meus, dentre os cenários que já joguei com eles), então é um acerto garantido(para quem gosta do gênero. E muitas balas. E explosões. Já falei em tiros?). Também estou aberto a sugestões caso queiram outros temas, e apesar de adorar bolar(e aplicar) cenários amarrados de minha autoria, eu não tenho nada contra narrar uma campanha a partir de uma premissa qualquer, desenvolvendo detalhes e pano de fundo conforme necessário; então o tema pode ser discutido.
O fato é: eu quero mestrar. Dei as opções. Se interessados, opinem.
Sistema:Runemaster(simples, usa apenas d6, gerenciamento de recursos e interpretações afetando diretamente resultados)
Vagas:Sei lá. Pelo visto quem quiser tá dentro, duvido que o número de interessados seja demais para administrar.
Plataforma: O sistema é simples, e com um site de rolagem de dados dá para mestrar até via MSN. Ou pelo chat oficial da spell.
Perguntem o que quiser, não há pressa para votar/decidir.