Sou mais um que faz Letras; português e alemão, pendendo mais para o alemão que para o português. Fora estudar, e escrever contos de vez em nunca, e jogar RPG mais raramente ainda - todos do meu grupo fazem faculdade em estados diferentes, então só nos encontramos nas férias, isso quando ninguém tem nada para fazer, tipo estágio, pesquisa ou vagabundear na casa de outros amigos - fora isso, ainda estou tentando dar umas aulas e alemão para complementar a renda e pegar experiência. Minha namorada e o pessoal da república serão minhas cobaias...
Mas, apesar de ter escolhido Letras, não foi para escrever melhor nem nada do tipo; aliás, acho bem estranho quando algumas pessoas nas aulas que freqüento dizem que entraram nas Letras para escrever melhor/aprender a escrever, já que nenhum grande escritor precisou disso. Já entrei sabendo que era um curso que não iria formar escritores, mas críticos.
De como comecei a escrever é, na verdade, uma história até que bem engraçada. Quando eu tinha cerca de sete ou oito anos, fui visitar um festival cigano e pedi para um cigano ler minha sorte no tarô. Como eu era muito novo, ele disse que ainda não podia tirar as cartas para mim, e acabou lendo minha mão (sem cobrar, pelo menos...), e dizendo que eu tinha mãos de escritor. Na época nem liguei muito - e continuo não ligando. mas quando eu tinha uns quatorze anos comecei a reescrever alguns livros dos quais eu gostava, como
Os Três Mosqueteiros e a
Odisséia, tentando fazê-lo em no máximo dez páginas. Mostrei a minha
Odisséia para minha professora de Português e ela disse que eu escrevia bem e deveria continuar. Como eu já a respeitava bastante naquele tempo - e hoje mais ainda, e, o que é mais legal, nós conversamos de igual para igual sobre nossa área - acabei começando a escrever algumas outras coisinhas.
Infelizmente perdi tudo o que eu tinha escrito naquela época, já que os textos eram manuscritos ou datilografados. Acabei perdendo nas mudanças - junto com as edições especiais de "Sérgio Aragonés destrói a DC" e "Sérgio Aragonés massacra a Marvel", além de algumas belezuras como "Asilo Arkham"...

"Não, não são plantas, apenas fingem sê-lo. Mas nem por isso vocês devem menosprezá-las. Pois é precisamente a circunstância de elas pretenderem sê-lo e darem o melhor de si nesse sentido o que as torna merecedoras de todo o nosso apreço."
Jonathan Leverkühn, em Doutor Fausto, de Thomas Mann.