Poema Ébrio
De bar em bar cambaleio
Nada diferente de um arruaceiro.
Em uma mão a garrafa de Gim,
Na outra um talo de alecrim.
Na beira da praia sob o sol,
Ou quem sabe no pequeno atol.
Bebo minha gelada Cerveja,
Afim de que o amanhã frio esteja.
Na boca, o cigarro apagado,
No coração, um amor acabado,
No copo, uma tristeza morta,
Na vista... Uma rua torta.
No frio balcão do bar peço,
Quem sabe até me despeço,
Uma dose de Vodka pura.
Límpido veneno, amarga cura.
Na mesa de madeira com velas e cera,
Esperando o futuro de que minha vida será.
Bebo de minha fina taça o Vinho tinto,
Enquanto sobre meus sentimentos minto.
Na mão, um isqueiro flamejando.
No peito, uma dor aumentando.
Sobre pés, apenas pés a mais.
Na vista... ”Horizonte, porque te vais?”
No recanto quente da lareira,
Escuto o estalar da madeira.
Ali no meu copo de Conhaque,
Tento disfarçar o sotaque.
Na festa me encontro sóbrio,
Mas meu comportamento é ébrio.
Entre drinks e água, tomo Martini,
Meu dinheiro se vai, talvez até sublime.
No rosto, a dor me consome.
Na boca, o gosto de ferro,
No desejo, dizer que ainda te quero,
Na vista... O chão disforme.
Sobre água e lagrimas me debruço,
Tentando acabar com o meu soluço.
Minha tentação pela limpa Pinga
No meio da arenosa catinga.
No copo duas pedras de gelo,
Oh! Whisky. Como quero tê-lo.
Scotch, Irish, Tennesse, não importa.
Já que meu fígado não mais te comporta.