Madrüga escreveu:
Se é preciso o suporte da tradição nos primeiros passos, quando você vai começar a escrever de verdade?
E outra, quando você vai perceber que os outros não têm a obrigação de "ficar craque nas trovas" para escrever poesia?
Bom, eu gosto do que eu escrevo... E aliás tenho agradado públicos distintos com meus versos. Tanto leigos quanto outros poetas. Mas de fato eu ainda estou nos primeiros passos do metro, não consigo fazer um repente de improviso e bem artiulado. Mas creio que já domino o suficiente para criar meus próprios contraines para além da metrificação clássica, seguindo para isso uma orientação do OULIPO que para mim é o que há de mais inovador na poesia contemporânea. Alias, o senhor conhece o OULIPO? Se não conhece eu recomendo muito!
Madrüga escreveu:Mas você concorda que você não tem o direito de se meter no desenvolvimento artístico dos outros? Que não há só um caminho a seguir?
Minhas críticas aos poemas que leio aqui ou em outro lugar raramente estão ligadas ao metro propriamente dito. Costumo criticar tendo como parâmetros elementos mais gerais da poesia como é o caso da criatividade, tema, ritmo, forma e da sonoridade. Não venho aqui apontando o dedo em riste e mandando: metrifique! E sim costumo fazer uma crítica apontando em que pontos poderia ser melhorado o poema.
Questiono o que o autor pretendia com as inovações e transgressões que fez à norma culta e a linguagem em prosa. Eu entendo o poema como uma forma de transgressão à norma da prosa. Onde o poeta torce a linguagem para dizer coisas que não poderiam ser ditas na linguagem corrente, ou se pudessem não seriam ditas com a mesma intensidade.
Para mim é poema quando um texto está melhor expresso em linguagem poética do que poderia ser expresso em prosa corrente.