Por Ataualpa Pereira
Duas, três, escuras janelas.
A noite, devagar, passa...
se vão as luzes amarelas
e tudo perde sua graça.
Ruas e mais ruas paralelas:
as putas vão ali à caça,
surradas, feias, porém belas...
me cospem, riem por pirraça.
Despejo algo na garganta,
até findar a garrafa
e então o porre tudo abafa.
Tropeço, vomito a janta,
sem pão ou vinho na boca
pareço uma cidade oca.
01-2010