Manifesto Hardcore

[Armitage]

A) Você quer jogos que sejam "pensantes", ou seja, acima das massas ignorantes porque seu gosto é mais refinado (?)

Não. Eu quero que tenha jogos "pensantes" e "não pensantes" na mesma proporção. Infelizmente os "não pensantes" estão mais fortes do que nunca - e pior, estão mais fortes até na plataforma onde os "pensantes" eram a norma, o PC.

B) Você acha os jogos novos / populares ruins

Que jogos novos!?? Aonde?? Esses jogos "novos" que aí estão são "novos" apenas nas embalagens - o conteúdo é o mesmo desde Half-life 1 de 1998, é "correr e atirar em tudo que se move". Essa garotada tá jogando o mesmo jogo ha 12 anos e não sabe. Porque só olha os gráficos.

B) Você joga os jogos novos / populares

Quando realmente são novos, sim. Gosto de conhecer novas formas de explorar as fronteiras do hobbie. Como Mirrors Edge e Mount&Blade, só pra citar os mais recentes.

[NeverSleep]

Silva: você tentou mudar o estilo de jogo? Afinal você insistindo no mesmo estilo cedo ou tarde iria cair na mesmice.

[Armitage]

Never, eu sou o cara mais eclético que conheço. Jogo shooters, estratégias, RPGs, simuladores de veículos, jogo de luta, etc. O único gênero que não gosto é corrida.

[Lumine Miyavi]

Se você pensar, acaba sendo um reflexo da popularização de PCs como ferramenta de entretenimento do que uma virada do mercado em si...

[Armitage]

Se você pensar, acaba sendo um reflexo da popularização de PCs como ferramenta de entretenimento do que uma virada do mercado em si...

Pode ser. Não tinha pensado por esse ângulo.

[_Virtual_Adept_]

Para Lumine e Virtual Adept: não tem nada a ver com “qual estilo de jogo é mais legal”. Tem a ver com a massificação de um único estilo só pra fisgar a maior fatia de bolo do mercado, e a hyper-resistência em se afastar deste estilo por medo de não lucrar.

Mas massificação de um único estilo é coisa comum em qualquer mercado. Sejam os carros econômicos, os filmes com explosões, os jogos de tiro estilo Rambo ou as séries de comédia com saco de risada.

Se você quer algo diferente, você tem que se esforçar para buscar. O estilo de massa existe por um bom motivo: porque traz maiores lucros. Para sair do padrão, tem que procurar produtoras que buscam agradar públicos de nicho (menores investimentos, porém menos lucros).

Esse é um problema. O outro problema surge quando vemos que essa "fatia de bolo dominante", essa audiência, tem por característica primordial a preguiça de pensar. Não sei o impacto disso para as plataformas de videogames, mas para o PC, que sempre teve por características a criatividade, interatividade e pioneirismo, é revoltante.

Você não tem como julgar se a massa dominante tem preguiça de pensar ou não. O fato de haver um jogo com meia hora de preparo antes de jogar por dez minutos não faz dele um jogo mais inteligente.

O mero fato de jogar já é um desafio interessante, porque treina os reflexos e estratégia a curto prazo.

Achar que os desafios que você está acostumado são mais inteligentes que o desafio médio é algo meio clichê, mais ou menos como filmes do Woody Allen. Existem diversos tipos de diversão, e obviamente a diversão mais genérica vai envolver sentar, relaxar e se divertir.

Se você não se encaixa nessa proposta, então você é de um nicho, e deve procurar produtoras que lhe atendam.


Não adianta criticar a cultura mainstream. Ela existe para ser o mais genérica possível e atender o máximo de gostos. Não existe melhor forma de agradar gregos e troianos do que fazendo desafios aparentemente não pensantes.

[Armitage]

Ou seja, o mainstream se caracteriza por prover entreterimento casual e que não exije "investimento" por parte do consumidor.

O que na maioria das vezes resulta em uma experiência "rasa" (ou algo assim, não consegui um termo melhor).

[arghsupremo]

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[Lumine Miyavi]

Ou seja, o mainstream se caracteriza por prover entreterimento casual e que não exije "investimento" por parte do consumidor.

O que na maioria das vezes resulta em uma experiência "rasa" (ou algo assim, não consegui um termo melhor).

Seria verdade, se hardcore fosse sinônimo de bom. Mas não é.

[Eltor Macnol]

Silva, respire fundo antes de ler isso:

http://www.gamepro.com/article/news/215 ... -too-hard/

"The revelation that I've heard from more designers than anything else is this:

Games are too hard, they're too long, and they provide way too much stuff."

"Conventional gaming wisdom thus far has been "bigger, better, MORE!" It's something affirmed by the vocal minority on forums, and by the vast majority of critics that praise games for ambition and scale. The problem is, in reality its almost completely wrong. The vast majority of gamers don't need more. They don't have the time or the inclination to invest enormous amounts of time and effort with a game."

"As a general rule, less than five percent of a game's audience plays a title through to completion. I've had several studios tell me that their general observation is that "more than 90 percent" of a games audience will play it for "just four or five hours.""

[Armitage]

E cada vez mais pessoas se conscientizam disso.

..it reveals just how badly many first-person shooters are starting to suck. It's a game that magnifies the preexisting trend of developing to the lowest common denominator.

Homefront is a modern (by which I mean "oppressively linear and highly scripted") FPS stripped of all pretense; glaring flaws remain out in the open, unhidden by the clever craftsmanship that saves similarly structured games like Medal of Honor. Homefront is the logical conclusion of the rapidly tiring Call of Duty-clone formula: The drama is more overly dramatic, the scripting more opaque and easily broken, the idea-swiping more blatant, the storyline more absurd, and the expectations of player ability lower than ever. Had developer Kaos Studios tossed in some jokes, Homefront would be a slightly more subtle parody than Epic Games' Duty Calls. Instead, it's an FPS meant for a budding Idiocracy.

But how can we blame the creators? They're just players in the profit-maximization game, and you probably know the old adage: Don't hate the player. This is the FPS we keep buying, the design we continue to accept as the status quo. This game, where enemies are either wholly unaware of your existence or laser-focused on your every exposed pixel, and blatantly spawn ad infinitum until a script tells them to stop. This is what the FPS has been reduced to.

http://xbox360.gamespy.com/xbox-360/hom ... 407p1.html

[Lumine Miyavi]

E cadê a novidade nisso? =\

[henrique]

Estava lendo o tópico e acho que um fator importante foi deixado de lado na discussão: multiplayer.

Concordo que já faz um tempo que os jogos FPS's não trazem novidades e se tornaram "no-brainers", porém acredito que a filosofia está um pouco diferenciada...hoje a campanha SP de um FPS muitas vezes não é mais que um tutorial extenso que ensina o básico dos aspectos do jogo, sendo até comum encontrar pessoas que sequer exploraram o jogo solo. Sei também que isso não é desculpa para o SP ser uma bela porcaria, como tem acontecido.

Olhando agora sobre o aspecto de multiplayer, acredito que os games têm evoluído sim. Já temos mais opções que os clássicos deathmatch (todos vs. todos) e teamplay (todos/2 vs. todos/2). Muitos jogos já contam com sistemas de evolução do personagem (primitivo, basicamente matar mais para conseguir equipamentos melhores para matar mais) e achievments on-line, sem contar uso de veículos e comunicação fácil in-game.

Em relação ao TS, com base no que coloquei acima, vejo hoje o próprio FPS on-line virando uma espécie de tatical shooter...afinal você (seu time, esquadrão etc) tem que decidir em tempo real e coordenar as ações imediatamente para conseguir vencer. O que na minha opinião é mais interessante por se assemelhar mais à situação real, mas conforme disse, isso é minha opinião.

[Kear]

Em relação ao TS, com base no que coloquei acima, vejo hoje o próprio FPS on-line virando uma espécie de tatical shooter...afinal você (seu time, esquadrão etc) tem que decidir em tempo real e coordenar as ações imediatamente para conseguir vencer. O que na minha opinião é mais interessante por se assemelhar mais à situação real, mas conforme disse, isso é minha opinião.

Isso seria verdade se os jogadores realmente gastassem algum tempo tentando coordenar ações, mas com o gameplay "drop-in" "drop-out" de hoje em dia o negócio é pegar frag, a não ser que você leve o jogo pra nível competitivo, e nem todo mundo consegue fazer isso.

[henrique]

Isso seria verdade se os jogadores realmente gastassem algum tempo tentando coordenar ações, mas com o gameplay "drop-in" "drop-out" de hoje em dia o negócio é pegar frag, a não ser que você leve o jogo pra nível competitivo, e nem todo mundo consegue fazer isso.

Concordo. Porém, recentemente tenho jogado um FPS cooperativo chamado Left 4 Dead 2 (não sei se alguém aqui conhece) em um servidor modificado onde sem coordenar ações fica impossível chegar até o final dos mapas.

Mas infelizmente este é mais um contra-exemplo do que regra geral...