Religião - Tópico permanente.

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Mensagempor andherson em 25 Jun 2010, 11:59

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Mensagempor Iuri em 25 Jun 2010, 13:06

andherson escreveu:Só compartilhando :)

http://www.elielvieira.org/2010/06/em-m ... -o-dr.html


Bah, o William Craig é muito bom argumentador. Aquele debate com o Atkins foi muito bom. Mas agora o cara quer defender que a ressurreição de cristo é provada cientificamente? Bom, vou ver direitinho mais tarde, mas fiquei realmente curioso com o tipo de argumento que ele possa ter dado.
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-- Máfia Firefly. Aqui na Spell, daqui a alguns meses! (dá tempo de rever os episódios!)
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Mensagempor Batousa em 08 Jul 2010, 17:33

BEm gente cenho postar um texto retirado da coluna de Hélio Schwartsman da folha de São Paulo

chama Virus Divino, e foi escrito com base em um livro, citado no texto e a decisão da corte européia de mandar retirar todos os crucifixos das salas de aulas das escolas públicas.

Vou colocar na spoiler pq é grande

Vírus divinos

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Na semana passada a Itália entrou com um recurso no Tribunal Europeu de Direitos Humanos para que esta corte reveja sua decisão de novembro passado de mandar retirar os crucifixos de todas as salas de aula de escolas públicas. Como o acórdão tem grandes chances de virar jurisprudência para toda a Europa, dez outros países (a maioria católicos e ortodoxos) manifestaram apoio a Roma.

Com o arrefecimento do comunismo, o embate ideológico se deslocou da economia para temas culturais. Frequentemente, questões de pouca ou nenhuma consequência prática provocam debates acalorados. A controvérsia em torno de crucifixos em tribunais e escolas é um caso paradigmático.

Para os novos iconoclastas, espaços públicos não devem ostentar nenhuma espécie de adorno religioso, sob pena de violar o princípio da laicidade do Estado, em maior ou menor grau consagrado nos países democráticos contemporâneos.

O raciocínio central é o de que membros de religiões não cristãs --e vale lembrar que mesmo algumas denominações protestantes denunciam o crucifixo como idolatria--, agnósticos e ateus podem sentir-se constrangidos com a exibição ostensiva de cruzes em espaços tão caracteristicamente republicanos nos quais sua presença é exigida por lei. Ninguém, afinal, pode alegar divergências religiosas para ausentar-se da escola ou de prestar um testemunho.

Já os tradicionalistas contra-atacam dizendo que a exposição dos crucifixos faz parte da identidade nacional de muitos países europeus e não corresponde em absoluto a uma tentativa de conversão. Ignorar o papel que o catolicismo desempenhou na formação da Itália, por exemplo, constituiria uma falsificação da história.

No mais, vários países têm cruzes incorporadas a suas bandeiras e possuem hinos nacionais que evocam Deus. Não cabe à Justiça, mas aos Parlamentos, e apenas se acharem que é o caso, modificá-los. Católicos pragmáticos sugeriram a realização de um plebiscito na Itália para decidir o futuro dos crucifixos. Escoram-se em pesquisas que apontam que 60% da população quer manter o Cristo agonizante nas salas de aula de seus filhos.

Ambos os argumentos encerram algumas verdades, mas também apresentam uma série de limites. Para começar, o princípio do laicismo nos espaços públicos é menos absoluto do que apregoam seus entusiastas. Nem mesmo a França, que sempre esteve na vanguarda do anticlericalismo, cogita de desfazer o Louvre (um museu estatal) das peças que de algum modo se relacionam com uma religião --o que deve corresponder a uns 90% do acervo. Qual juiz teria a coragem de mandar a Vênus de Milo a hasta pública para manter a "neutralidade" de um Estado que não pode sancionar os deuses pagãos?

Também não é muito exato afirmar que o crucifixo possui significações que transcendem a religião. Em termos objetivos a cruz é um método de execução bastante popular entre os séculos 6 a.C. e 4 d.C. Era utilizada por romanos, persas e egípcios.

Se alguém ousasse propor que as paredes de nossos tribunais fossem enfeitadas por forcas ou cadeiras elétricas provocaria indignados e justos protestos. Não é preciso recorrer a manuais de estética para constatar o mau gosto de uma iniciativa como essa. Se nós deixamos de ver a cruz como um instrumento de tortura, é apenas e justamente porque ela se tornou o símbolo maior do cristianismo, caráter que lhe é indissociável.

Acho importante destacar mais uma vez a desimportância dessa discussão. Para falar um português bem claro, tudo não passa de uma tremenda de uma bobagem. Eu, que sou ateu de carteirinha, jamais me senti constrangido por ter de entrar numa sala que dependure os pedaços de pau entrelaçados. Na verdade, não conheço ninguém que fique, mas admito, é claro, essa possibilidade.

Também a reação dos religiosos me parece despropositada. Se a Corte mantiver sua posição de que as cruzes ferem os direitos das minorias não cristãs e mandar retirá-las das escolas e tribunais, isso em nada diminuirá o papel da religião para os fiéis. É preciso muita paranoia para ver aí uma golpe contra Deus, o qual, de resto, se tem apenas um fração poderes que os crentes lhe atribuem, seria plenamente capaz de defender-se sozinho.

A insistência na manutenção me remete a um livro que acabo de ler. Trata-se de "The God Virus", de Darrel Rey, psicólogo e estudioso das religiões, que percorreu uma trajetória suave até o ateísmo. Criado num ambiente fundamentalista, ele se tornou mestre em estudos religiosos por um seminário metodista. Foi aos poucos se afastando da igreja. Com 30 anos, havia se tornado agnóstico e, aos 40, já era ateu.

"The God Virus" não é uma obra excepcional, mas traz alguns "insights" interessantes. A estrutura é até bem simples. Rey abraça a tese de Richard Dawkins de que existem complexos de unidades culturais (os memes) que são capazes de reproduzir-se, mutar, evoluir e morrer exatamente como seres vivos e a aplica à religião, com especial cuidado com as relações interpessoais sob a batuta divina.

Num resumo grosseiro, como diz o título, o autor equipara deuses a vírus. E é o próprio Rey quem lembra que nem todos os vírus são patológicos. Nós podemos viver relativamente bem com vários deles, embora existam alguns tipos extremamente parasitários.

Há vários pontos do livro que seria interessante destacar, mas me limito ao papel dos vetores. Religiões precisam de um veículo para infectar as mentes dos humanos que reproduzem e executam suas ideias. E eles existem aos borbotões. São os próprios pais que introduzem seus filhos nos mistérios de sua crença. Os mais eficientes desses vetores, entretanto, são os sacerdotes, pastores, padres, rabinos imãs etc. Eles, mais do que os fiéis ordinários, se dedicam a converter pessoas e preservar a "pureza" do DNA religioso, para que não seja conspurcado por mutações que possam descaracterizá-la.

Vale lembrar que isso já ocorreu. O cristianismo, por exemplo, se apropriou de genes de outros credos e teve tanto sucesso que acabou por matar muitas das fés das quais emprestou elementos. Um exemplo simples é o mitraísmo, do qual foi retirado o mito do nascimento virginal. O culto a Mitra, que era tão popular entre os legionários romanos, pereceu esmagado pela conversão do império àquela forma exótica e não tribal de judaísmo que ficou conhecida como cristianismo.

Uma observação curiosa (e de alto poder explicativo) do autor diz respeito aos escândalos de abusos sexuais por padres católicos. Vetores exigem um alto investimento do vírus para ser criados. Eles precisam ser treinados, o que exige tempo e consome recursos. Uma vez formados, devem ser mantidos e protegidos, exceto em algumas poucas situações em que o vetor se torna mais poderoso morto do que vivo, hipótese em que os chamamos de santos e mártires.

De um modo geral, porém, vetores são mais valiosos do que fiéis comuns. E isso explica o fato de a igreja não ter pensado duas vezes antes de criar toda uma rede de proteção e acobertamento para os padres que abusavam da garotada, ainda que, nominalmente, a religião exista para garantir a salvação do praticante.

E é justamente aí que reside o que, a meu ver, é o ponto central da obra de Rey. As religiões, como prevê o modelo dos memes, existem apenas para manter vivo, ativo e tão puro quanto possível o DNA de seu Deus. Todo o resto é adorno. E cada milímetro de espaço religioso (no qual o vírus possa reproduzir-se) vale a pena. Daí a insistência na manutenção dos crucifixos.

E, já que voltamos a esses aparelhos de tortura que tanto mobilizam as almas das pessoas, creio que precisamos buscar a solução para o problema fora da lógica da propagação viral. Diante da aporia entre religiosos e secularistas, deveria prevalecer a regra da boa educação: se nem todos que estão obrigados a comparecer às escolas públicas e aos tribunais são cristãos, é impolido impor-lhes essa imagem. Paredes nuas não são, afinal, tão feias assim.
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Mensagempor ferdineidos em 13 Jul 2010, 12:09

Vi hoje e achei interessante.




Esse segundo é comédia mesmo.

"Entre todas as tiranias, a tirania exercida para o bem de suas vítimas é a mais opressiva.Talvez seja melhor viver sob o olhar de nobres usurpadores do que de intrometidos moralistas onipotentes."
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Mensagempor Madrüga em 14 Jul 2010, 17:13

Português invade Igreja Universal com retroescavadeira.

Ele disse que a igreja se aproveitou dele e sugou todos os seus bens.
Cigano, a palavra é FLUFF. FLUFF. Repita comigo. FLUFF

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Mensagempor Lumine Miyavi em 14 Jul 2010, 18:09

No post, Macedo diz ainda que o homem "estourou a porta automática do principal acesso à igreja e a câmera de segurança", além de destruir praticamente todas as poltronas do templo.


Interessante o fato da IURD ter uma segurança melhor que muita empresa, mas tudo bem. É o poder da fé.
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Mensagempor Fëanor em 14 Jul 2010, 18:12

Bom, pelo menos a retroescavadeira a igreja não pegou. :linguinha:
"Tomorrow will take us away
Far from home
No one will ever know our names
But the bards' songs will remain"


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Mensagempor cigano em 14 Jul 2010, 18:14

Lumine Miyavi escreveu:
No post, Macedo diz ainda que o homem "estourou a porta automática do principal acesso à igreja e a câmera de segurança", além de destruir praticamente todas as poltronas do templo.


Interessante o fato da IURD ter uma segurança melhor que muita empresa, mas tudo bem. É o poder da fé.


Proteção divina Lulu, nunca viu isso?
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Mensagempor Emil em 14 Jul 2010, 18:32

Mudando de assunto, texto interessante sobre a proibição da burqa e do niqab na França:

http://bilhetesdeparis.blogspot.com/201 ... tismo.html
ImagemImagemImagem

Lutai primeiro pela alimentação e pelo vestuário,
e em seguida o reino de Deus virá por si mesmo.

Hegel, 1807
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Mensagempor Eltor Macnol em 14 Jul 2010, 19:13

Melhor trecho do texto, pra mim:

Confesso que ao ver uma mulher totalmente escondida sob um manto preto tenho pena dela por ter interiorizado a mentalidade misógina da religião muçulmana. Mas e a misoginia da religião judaica que relega a mulher a um papel subalterno? Não foi o judaísmo que criou Eva, o agente da tentação de Adão? E a misoginia da igreja católica que afastou as mulheres de toda participação na hierarquia da igreja e que impede as mulheres de dirigirem uma missa? A misoginia precisa ser combatida com pedagogia e não com leis restritivas. As mulheres devem se libertar pela razão, pelos estudos, pela argumentação. Proibir o véu é proibir a proibição de mostrar o corpo feminino ao olhar masculino.
Não seria mais fácil fazer pedagogia para libertar as mulheres do jugo machista de todas as religiões mostrando que o véu já é ele mesmo uma proibição ao olhar masculino? Esse mesmo machismo original de todos os mitos e interditos que veem na mulher e no seu corpo a origem de todo mal? O corpo da mulher causa medo aos homens e por isso é preciso escondê-lo. Para quem se interessa pelo assunto recomendo o excelente livro “La psychanalyse à l'épreuve de l'Islam”, do psicanalista Fethi Benslama.


Essa iniciativa da França eu acho tão idiota quanto tentar erradicar a pneumonia criando uma lei que proíbe tossir.
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Mensagempor Elven Paladin em 14 Jul 2010, 23:02

A proibição do nicab em locais públicos ocorre por motivos análogos à proibição de pessoas entrarem de capacetes em bancos, loterias e tudo mais: Como você vai identificar a pessoa que estava utilizando um capacete caso ela seja a responsável por um assalto ou qualquer outro crime?
"Eu não sou católica, mas considero os princípios cristãos - que tem suas raízes no pensamento grego e que, no transcorrer dos séculos, alimentaram todas as nossas civilizações européias - como algo que uma pessoa não pode renunciar sem se aviltar" Simone Weil

When you decide to grant power to government, start by thinking "What powers would I allow the government to have over me if I knew that my worst enemy in the world was going to be in charge of this government?" - Hastings & Rosenberg.
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Mensagempor Lanzi em 14 Jul 2010, 23:31

Cara... acho que esse neg'ocio de "provado cientificamente" uma balela sem fim...
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Mensagempor Sampaio em 15 Jul 2010, 00:58

Se for usado só como argumento da autoridade é mesmo, se for bem exposto o pq e como, não.
O problema é ser dogmático da ciência, o que, aliás, é um paradoxo (mas existem e muitos).
Spell: não somos bonzinhos, somos sinceros!
http://www.spellrpg.com.br/portal/index ... &Itemid=72

Perguntem qualquer coisa lá:
http://www.formspring.me/Pedrohfsampaio
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Mensagempor Cyrano em 15 Jul 2010, 09:02

Creio que, de fato, há uma questão de segurança. Mas a França tá é dando uma migué pra proibir uma expressão religiosa mesmo...
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Mensagempor Lanzi em 15 Jul 2010, 11:18

'E um paradoxo porque d'a ao "comprovado cientificamente" a ideia de inquestionabilidade (que 'e justamente o dogmatismo que voc^e falou). Acho que quando algu'em diz que algo 'e comprovado cientificamente, devemos duplicar nossos esfor'cos pra contestar essa afirma'c~ao.

E outra. 'E bem vis'ivel a raz~ao de tantos esfor'cos por parte dos te'ologos em encontrar provas "cientificas" pra exist^encia de Deus. N~ao foi isso que Dawkins pediu? As evid^encias cient'ificas n~ao s~ao, para os neo-ateus, a 'unica forma de se obter um conhecimento a respeito de Deus?

Culpa deles.
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