Editado: Pelo menos é o que eu entendo de ônus da prova.
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Eu discordo. Muito."Não existem provas de que não existe nenhum deus, então para acreditar nisso é preciso de Fé".
Um exemplo de afirmação primordial, é gravidade existe. Pegamos um conceito existente, e atribuimos a ele um valor de verdade. Agora, o ônus da prova recai sobre a pessoa que afirmou que essa gravidade existiria. Vamos supor que nesse momento, uma outra pessoa questiona essa afirmação, dizendo que "não há evidências que a gravidade existe". A quem cabe o ônus da prova nessa situação? A resposta, o ônus ainda cabe a pessoa que afirmou a existência da gravidade. A segunda pessoa fez uma contra-afirmação.
Só complementando o GGW, em Direito não existe prova sobre fato negativo. Por óbvio, se é negativo, não tem como incumbir o sujeito que diz que NÃO FEZ ALGO a provar que realmente não fez.
Eltor Macnol escreveu:De ambos os lados é esperado que defendam seus pontos de vista com argumentos sólidos, sim. Mas aí voltamos àquilo que mencionei na minha resposta pra ti, Cigano:
"Defender seu ponto de vista é uma coisa, provar existência/inexistência de algo é outra."
Eltor Macnol escreveu:Mas eu não quero perder de vista aqui o ponto inicial: Iuri, tu diz queEu discordo. Muito."Não existem provas de que não existe nenhum deus, então para acreditar nisso é preciso de Fé".
Porque nessa frase você está confundindo o "não acreditar que existem" (ausência de crença) com o "afirmar que não existem". (Isso, sim, uma crença, mas que não cabe ser chamada de "Fé", exceto como um flamebait como o das pessoas que dizem que "ateísmo é uma religião" só pra provocar, e eu não creio que a tua intenção seja essa).
As crianças nascem, sim, ateias. Nenhuma criança nasce acreditando em Javé, Allah ou Odin. Temos uma predisposição natural a acreditar em entidades maiores que o indivíduo - não necessariamente sobrenaturais, veja bem - que faz parte da nossa evolução como seres sociais. Mas esse nicho só é preenchido por pensamentos especificamente religiosos graças aos pais ou outros adultos que a cercam.
A criança não nasce acreditando em um deus; o estado inicial do ser humano é a descrença em religiões até que alguma lhe seja apresentada, então não faz sentido algum esperar que uma pessoa que não acredita em nenhum deus PROVE que os deuses em que não acredita não existem.
"Defender seu ponto de vista é uma coisa, provar existência/inexistência de algo é outra."
banned_guardian escreveu:Cebolinha e Iuri:
Do ponto de vista da matéria que eu estudei (Antropologia Jurídica e outras mais), é o meio social que coloca toda a informação na cabeça do sujeito. O indivíduo por si só tem aquilo que chamam de "instinto de sobrevivência", ou seja, o Sistema Operacional que vem instalado em todos nós para a concretização do mínimo. Crianças criadas na ditadura são coniventes com o regime em que cresceram. Crianças criadas como fundamentalistas islâmicas, vão até a cova com a religião.
Porque pensar diferente quando o que se deseja é apenas que deixem as crianças desenvolverem senso crítico bastante para elas escolherem o que querem, terem contato com a religião que quiserem e seguirem o caminho que quiserem?
Da wikipedia: "Faith is trust, hope and belief in the goodness, trustworthiness or reliability of a person, concept or entity. It can also refer to beliefs that are not based on proof (e.g. faith that a child will grow up to be a good person)". Ou seja, se não tem provas para algo, e tu acredita naquilo, é porque tu tem fé. E não confundi, eu disse apenas que para acreditar que o troço não existe, ou tu tem provas, ou tem fé. Para não acreditar que existem não precisa de nenhum dos dois.
O conceito da tábua rasa é muuito antigo, mas eu tenho certeza de que hoje em dia, com os avanços da genética, ele não é considerado mais tão verdadeiro. Creio que as teorias atuais falam mais na ativação de certos genes pela influencia externa, que aí sim trazem a tona aspectos da personalidade que estavam sempre aí, mas que não fazem parte do sistema operacional básico.
Por exemplo, um Ateu chega pra um Cristão e diz: "Deus não existe!" Quem tem que provar oque?
Aqui vem um problema considerável (e de novo eu vou ter que invocar um argumento semântico) é que a palavra Fé tem "n" significados. Achar que seu filho irá crescer para ser uma pessoa decente ou que o Sol nascerá só se encaixa como "Fé" se você alargar muito a definição do termo, de forma que eu asseguro que um Cristão não vai concordar que a sua crença no bondade divina é igual/equivalente à confiança que eu tenho que você é uma pessoa, e não um "bot" ou que eu tenho que El-Shaddai será um bom jogo.
Um ateu forte pode afirmar que certos tipos de divindades são impossíveis (geralmente por serem logicamente incoerentes), mas não tem como negar todas elas.
Banned_Guardian escreveu:Cebolinha e Iuri:
Do ponto de vista da matéria que eu estudei (Antropologia Jurídica e outras mais), é o meio social que coloca toda a informação na cabeça do sujeito. O indivíduo por si só tem aquilo que chamam de "instinto de sobrevivência", ou seja, o Sistema Operacional que vem instalado em todos nós para a concretização do mínimo. Crianças criadas na ditadura são coniventes com o regime em que cresceram. Crianças criadas como fundamentalistas islâmicas, vão até a cova com a religião.
Porque pensar diferente quando o que se deseja é apenas que deixem as crianças desenvolverem senso crítico bastante para elas escolherem o que querem, terem contato com a religião que quiserem e seguirem o caminho que quiserem?
E tô vendo muita discussão cíclica em torno de semântica. Essa de fé, religiosidade, a própria "doutrinação" que coloquei (de forma até infeliz) tão dando voltas por serem bem abertas a interpretação.
só cresce o número de ateus no mundo.
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