ProxAlestorm escreveu:Primeiramente, nao ajo como homofóbico, mesmo porque tenho amigos gays, e os considero independente de SUAS escolhas. Segundo Deus é um deus de amor, mas é um deus de justiça. Terceiro eu não tenho direito de julgar os outros, cabendo essa função apenas a Deus. A respeito do pior cego, eu concordo e assino embaixo.
Só uma dica: não tire conclusões precipitadas sobre uma pessoa que você não conhece, afinal isso também é um tipo de preconceito.
BULLSHIT."Eu não sou racista -- tenho amigos negros, e até os deixo usar o banheiro da minha casa!"
Teu "deus de justiça" (um mito de pastores da Idade do Bronze...) nunca fez minha vida mais justa. Pelo contrário. Estudei em colégio religioso e, lá na primeira metade dos anos oitenta, tivemos um desses médiuns de saia (vocês chamam de "padres") nos explicando, na 3a. ou 4a. série, como a homossexualidade era algo "errado" e que "traria uma vida repleta de pecado e desgosto a quem praticasse tal infâmia. Tivemos, noutro ano, outra dessas drag queens de vestido cafona e sem grana para uma peruca, nos alertando que "essa novela, "A Próxima Vítima", mostra os gays como pessoas normais e de bom caráter. A Globo mente! Não são normais."
Graças ao teu deus de "amor" e "compaixão", eu tive uma adolescência de merda, em que eu me detestava e não tinha coragem para reclamar das provocações e xingamentos
diários porque, de acordo com essa cultura de "perdão e amor" em que eu havia sido educado, esses agressores ignorantes estavam "certos".
E mesmo depois que eu mudei para um colégio secular onde se dava atenção a
fatos baseados em realidade, e não no papagaiamento de preconceitos machistas de supersticiosos da Idade do Bronze, que eu fui capaz de me aceitar e
ser eu. Porque antes eu não conseguia, porque tinha uma parte de mim que "devia" permanecer sufocada, sem jamais transperecer, jamais sair, quase o retrato do Dorian Gray, que devia permanecer secreto, e guardar um segredo assim, por
anos, te
corrói por dentro.
E graças a essa cultura "correta", muito em concordância com o teu "deus de amor", mesmo eu me aceitando e tendo ótimos amigos que também aceitavam, não era bolinho. Mesmo saindo à noite em lugares especificamente gays, precisávamos aguentar os cuzões que passavam de carro lá na frente só para nos insultar e atirar coisas.
Mas claro que isso por certo foram casos isolados, sem coisa alguma a ver com a condenação "não violenta", apenas "filosófica e por razões estéticas" da homossexualidade. De modo algum.
É aquela coisa -- são os religiosos moderados que sustentam a base sobre a qual se formam os extremistas. E nem vem com o papinho
muquirana de "ah, mas não são cristãos/islâmicos/hare krishna
verdadeiros". Até onde eu vejo, todos usam a mesma logomarca (o cara pregado na cruz), então, para todos os efeitos,
fazem parte da mesma empresa. E se você não é parte da solução, francamente, é parte do problema.
Pra ti o que está em jogo é tua liberdade para discriminar e ser preconceituoso sem condenação social; para mim, por outro lado, tem
MUITO mais em jogo.
Mas pela lógica do teu "deus de amor", é aceitável que eu viva uma vida de merda, sendo tratado como aberração e cidadão de segunda categoria só para que tu possa continuar se achando dono da razão quando condena pessoas que fazem algo que concerne
apenas a elas. É teu discurso contra a
qualidade de vida de outras pessoas. Pode parecer pouco para você -- mas eu estive, a vida toda, do
outro lado do soco, e, acredite, não é pouco, não mesmo.