Ok, ok. Vou explicar desde o começo, então.
As Leis de Newton tem exceções na física que ela se propõe a explicar, e mesmo assim ela está aí, nos segundos graus de toda a Terra. A Gravidade ter exceções na física quântica é tranquilo, porque ela não se propõe a explicar a mecânica quântica.
Em parte, você está certo aqui. Existe todo um Universo de exceções às Leis de Newton. Podemos colocar nessas exceções: referenciais em velocidade próximas à da luz, partículas subatômicas, dilatações temporais, contrações espaciais.
Mas para muitos desses supostos "pontos cegos" existem teorias que conseguem estender as Leis de Newton de forma que elas se enquadram. A primeira delas foi a Telatividade Restrita, que começou a explicar como corpos próximos à velocidade da luz se comportam. Usando as mesmas equações da Relatividade Restrita, você chega facilmente às Leis de Newton.
Mas a Relatividade Restrita trouxe mais uma série de problemas, como por exemplo: como a gravidade funcionaria num Universo em que não existe uma referência universal (como se acreditava que existisse na Física Clássica)? Então Einstein fez a Relatividade Geral: a gravidade surge, na verdade, de uma distorção do Espaço-Tempo provocado por massas gravitacionais (existem dois tipos de massa: a gravitacional e a inercial; a gravitacional diz quão forte é o campo gravitacional em torno dela; a inercial diz quanta força deve ser aplicada sobre ela para mudar o seu estado inercial; ambas as massas têm valores muito próximos).
A analogia é simples: o Universo é como um grande colchão, e as massas gravitacionais são como bolas de boliche nesse colchão. Se você deixar uma bolinha próxima à bola de boliche, ela vai se aproximando lentamente. Eu posso explicar isso com mais profundidade, se desejarem.
Mas... o pior veio: nem a Relatividade Geral e nem a Restrita explicava o comportamento de partículas subatômicas. E, por isso, uma nova área da física foi criada: a Física Quântica, que não lidava com valores absolutos, apenas com porcentagens e probabilidades. Foi por causa da Física Quântica que Einstein soltou a famosa frase "Deus não joga dados", porque ele acreditava que não poderia haver parte da realidade definida por aleatoriedades e probabilística.
Ele estava errado.
Por que é mais fácil manter um corpo em movimento que colocá-lo em movimento?
Agora que eu entendi melhor sua pergunta. Ela é, exatamente, "por que os corpos têm inércia?"
A resposta é simples: porque os corpos tendem a economizar o máximo de energia, sempre. O raio faz trajetórias tortuosas no céu porque está procurando um caminho com o menor número de obstáculos. A água percorre tragetórias tortuosas num chão rápido porque procura descer por onde economiza energia. Os planetas são redondos porque o formato esférico é o que consome menos energia.
Manter movimento não exige trabalho algum. Quando você tenta acelerar um corpo, você exerce trabalho sobre ele, ou seja: está aplicando uma energia sobre o mesmo. E é exatamente isso que o atrito também faz: aplicar trabalho resistente sobre o corpo.
Exercer trabalho, sem dúvidas, é bem mais fácil que não exercer trabalho nenhum, e por isso manter um corpo no estado inercial é mais simples que mudar o estado inercial dele.
Por que não há um atrito limite?
Atrito exerce trabalho sobre o corpo através de reações químicas, que consomem energia. Não há um "atrito limite" porque não existe limite para a energia que pode ser consumida.
Por que, mantidas todas as condições iguais mas mudando-se o percurso (mantendo-se constante a distância percorrida), há valores de atrito diferente?
Porque não existem reações químicas perfeitas. A quantidade de energia consumida numa reação química varia absurdamente.
Da wikipedia:
Wikipedia escreveu:A entropia (do grego εντροπία, entropía) é uma grandeza termodinâmica geralmente associada ao grau de desordem. Ela mede a parte da energia que não pode ser transformada em trabalho. É uma função de estado cujo valor cresce durante um processo natural em um sistema isolado.
E, como eu já expliquei, o atrito surge do trabalho provocado pelas reações químicas. Se o trabalho varia, o atrito varia. Simples assim.
E sua proposição, além de ser apenas uma proposição, está incorreta: o princípio da incerteza garante que não existe "corpo estático".
O princípio da incerteza... tão citado, tão pouco compreendido.
O princípio da incerteza diz que há restrições nas medições simultâneas de uma classe de pares observáveis (por exemplo: posição e velocidade).
Se você aumenta a precisão de um membro do par, diminui a do outro, e vice-versa. O princípio da incerteza não tem relação direta com movimentos aleatórios ou com essa definição de "corpo estático", sendo realmente válida para partículas do tamanho de moléculas ou menores.
Além do quê, velocidade de corpos e atrito são assuntos da Física macroscópica. O princípio da incerteza é assunto da Física Quântica, e, a menos que a Gravitação Quântica em Loop ou a teoria das Supercordas sejam comprovadas, as regras de uma não se aplicam à outra.
E existe corpo estático, SIM! Não existe uma referência universal para dizer que dado corpo está completamente parado, logicamente. Mas se você adotar dada referência, pode dizer que o corpo está parado ou em movimento.
Exemplo: minha camisa está estática em relação a mim, mas o Sol está em movimento em relação à Terra. Para saber se um corpo está em movimento, parado, acelerado ou em movimento retardado, você SEMPRE deve primeiro dizer qual referencial está adotando.
No caso de um corpo em atrito com o solo, o referencial é o solo.
E quanto a movimento aleatório de partículas... só leia isso:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_brownianoVeja que o artigo não cita o princípio da incerteza.

Puxa, eu pensava que a Entropia não dependia do processo, e sim das quantidades finais e iniciais de energia... mas enfim, é a vida.
Já explicado acima.
Uma vez em que existe atrito não apenas entre corpos no estado sólido, mas também nos estados líquido e gasoso, o princípio da incerteza cai como uma luva no assunto.
Agora que você já sabe o que o princípio da incerteza quer dizer, e que ele não pode explicar o atrito de corpos macroscópicos, como vai poder repetir tal impropério?
Enfim, você concorda que não existe corpo estático... e não, não tem nada implícito: atrito surge justamente do movimento relativo entre duas massas. Se a resultante de forças é nula (desconsiderando-se o atrito), o atrito é nulo.
O atrito não é nulo. A resultante das forças é nula, o que é bem diferente.
Quando você exerce força sobre uma mesa e ela não sai do lugar, tem outra força envolvida aí, agindo em sentido oposto, para impedir que ela se mova... e o nome dessa força é... ATRITO ESTÁTICO!
Sim. A Força Resultante é igual à soma de forças que estão agindo sobre o corpo (no caso, a sua própria força e a força de atrito).
Em termos mais simples:
F
r = F
luminus + F
atComo a Força Resultante é nula, então
0 = F
luminus + F
atou
F
luminus = -F
atOu seja: a Força de Atrito, nesse caso, é igual à Força que você está aplicando, mas em sentido oposto.
Então... não, a Força de Atrito não é nula quando o corpo está estático, a menos que não haja nenhuma outra força agindo nele (um corpo parado numa mesa perfeitamente horizontal, sem ninguém tocar nele, por exemplo).
Não. A entropia afirma que, após uma reação química, a desordem sempre aumenta, ou, no caso de reações reversíveis, pode permanecer a mesma. "Perfeição" é estranho ao conceito de reações químicas.
Explicado acima.
Como você mesmo disse: não há como prever a posição e a velocidade de uma molécula para um dado instante: ou um, ou outro. Gases são assim: moléculas em constante (e aleatório) movimento. O atrito no caso é semelhante ao estudo das colisões: você sabe como era antes e como ficou depois, mas não sabe como as coisas ocorrem DURANTE a colisão.
Não, não é semelhante coisa nenhuma. Já falei e repito: a Física Quântica não explica movimento de corpos macroscópicos.
E o princípio da incerteza não se aplica somente a partículas subatômicas.
Estranho, porque todos os meus livros dizem que se aplicam somente a partículas subatômicas.
Devaneio de sua parte, se considerar a atuação (existência) do atrito. Nenhum movimento conserva-se na presença do atrito, exceto quando uma outra força o impele.
A física tende a abstrair o que não é importante para o problema e utilizar apenas o que importa.
Se nos preocuparmos com cada variável, com cada reação química causadora de atrito, com cada poeira batendo, jamais chegaremos a conclusão alguma. São variáveis demais.
Por isso disse que é possível um corpo se mover em relação a outro sem atuação de forças: porque, se você abstrair tudo o que é pouco importante, o corpo pode estar lá, em movimento, sem nenhuma força agindo sobre ele, e a física não "quebraria" por isso.
E sim, existem corpos que não necessariamente sofrem ação de atrito. Galáxias, por exemplo.
Hehehe, e o que é que isso tem a ver com a minha afirmação? Eu por acaso disse que toda a energia é aproveitada em alguma coisa?
Explicado acima.
Essa foi uma frase tola, ainda mais se você considerar que é a única pessoa que responde ao que eu escrevo.
Bem... você mesmo disse que entrou no tópico só para participar, e aí está: um post imenso explicando conceitos de física, sem no entando ser necessários para um tópico de religião.