Há cerca de 12 anos atrás, na arena de Draj, ex-escravos mineradores que agora foram condenados a lutar na arena, podendo conquistar sua liberdade ou morrer, acharam aquilo que parecia um milagre: um veio de volume considerável de um estranho cristal avermelhado.
Quando informados dessa descoberta, os donos da mina de Xolotl mobilizaram alguns dos escravos da mina para essa jazida inesperada e concederam grandes regalias aos 3 mineradores responsáveis por esta descoberta, não tendo mais tantas privações em suas rações, por exemplo. Mas estes não estavam contentes.
Pelo menos 2 dos escravos guardaram fragmento desses cristais consigo e prepararam um plano de fuga, tendo os cristais como garantia para poderem trocar por alguma viagem com caravanas no lado de fora. Mas o plano não chegou nem a ser iniciado.
Na noite de sua fuga, os escravos se suicidaram da forma mais brutal possível, um enfiando sua lança usada na arena garganta a baixo, só interrompendo o ato quando seus órgão vitais não mais funcionavam, e o outro bateu sua cabeça contra a parede até que sua massa cerebral escorresse. O mesmo aconteceu, no dia seguinte, com muito dos mineradores, arrancando os próprios olhos fora, ou jogando-se contra os leões, ou simplesmente prendendo a própria respiração até morrerem.
Essa chacina assustaria todos os moradores da cidade se vinhesse a público, por isso o caso foi levado diretamente ao conselho de psiônicos da cidade. Estes analisaram o fragmento e, apesar de não conseguirem entender por completo aquilo, descobriram que tratava-se de toda a dor, sofrimento e pânico sofrido pelos derrotados na arena, vindo de seus próprios sangue que escorriam em suas areias, e provavelmente até de tempos anteriores, durante as grandes guerras de Draj.
Não foi possível domar os poderes do cristal, inclusive aquele sábio que adentrou mais fundo nas consciências guardadas tomou-se em insanidade. Resolveram então por destruir os cristais, queimando-os. Nesse momento, os cristais se materializaram em um ser que não era nem mesmo um golem, nem um elemental, Mas que tinha consciência. E prometeu matar todos aqueles opressores em Draj, vingando os covardimente mortos ao longo desses séculos.
Os guardas do palácio tiveram algum trabalho para conter a criatura, nem ao menos conseguindo aproximarem-se da mesma, mas os sábios foram capaz de anular seus poderes e quebraram os cristais ao redor de sua cabeça, para que suas memórias fossem incompletas e confusas. A criatura agora tinha a inocência de uma criança, não conseguindo fazer muito mais do que aquilo que era mandada e foi levada até as minas de Xolotl, onde poderia trabalhar sem a necessidade de dormir ou comer. Ela é conhecida como Hunzu, numa língua morta de tribos nomades da região, que significa veia podre, derivado do nome ao quais os capatazes chamam ela, Jazida maldita.
Poucos tem a coragem de irritar Hunzu, não que este dê algum motivo para isso. Quando irritado, Hunzu pode ser bastante cruel, sem nem ao menos precisar tocar aquele que o irrita. Hunzu não raramente expele conhecimentos de coisas que aparentemente ele nunca viveu e também sobre encantamentos que nunca aprendeu, sendo ignorados pela maior parte dos outros escravos. Além disso, a personalidade de Hunzu não é tão estática, assim como sua voz. Sua voz é o resultado de um conjunto de pequenas vozes que saem sobre toda a extensão de seu corpo, dando um ar ameaçador e ecoante nestas. Algumas vezes, até mesmo vozes de mulheres e crianças compõem esse “coral”. A depender de seu humor estas vozes também mudam, mas normalmente, Hunzu só se comunica telepaticamente, tendo mais amizade com aqueles que não aprenderam comum, uma vez que apenas Hunzu pode conversar com eles. Hunzu ainda tem uma característica peculiar: Quando ferido e um de seus cristais é dilacerado, os fragmentos ainda orbitam em torno de Hunzu até que esse se recupere e do cristal pingam gotas de algo muito semelhante a sangue.