Esse papo todo de a melhor parte do rpg é muito pessoal. Com certeza todos gostamos de tudo que foi dito aqui, mas cada um tem sua parte predileta.
Eu, pessoalmente, adoro criar histórias instigantes. E meus momentos prediletos é quando os jogadores tiram uma sacada surpreendente e agem de modo inesperado, me surpreendendo.
Inclusive está aí algo interessante. Eu separo os jogadores de rpg em, basicamente, duas categorias. Obviamente nada é preto no branco, entao tem que fique em algum lugar entre ambas, mas basicamente é:
Jogadores-jogadores
e
Jogadores-narradores
(bem óbvio nao?)
Basicamente, há aqueles que preferem a sensacao de criar um personagem e dar vida a ele. Que se realizam com seus sucessos e vitórias. Que se preocupam com esses personagens.
E há quem se satisfaz mais com uma história em sí, a coesao dela, como os fatos transcorreram, do que se importar com um personagem em sí.
Parece constatar o óbvio, e é, mas quase ninguém para pra pensar nisso. A maioria dos jogadores de rpg fica na categoria jogadores mesmo. E eles nao deveriam narrar. Sabe aquele narrador que adora criar pdms, e os coloca influenciando na narrativa? Sao jogadores tentando narrar.
Enfim, cada um é cada um. Mas o que poderíamos convir que é a melhor parte do rpg seria: a criacao do personagem (o que nao é preencher a ficha, que em geral é a parte mais macante desse processo) e a construcao da narrativa. Sua predilecao por um mais do que outro explicaria a definicao (categorias) de que falei.
Quanto ao que o Arekusu dizia...
Eu tenho um jogador exatamente como voce Arekusu. A gente já conversou centenas de vezes, por horas a fio, sobre interpretacao, até que ponto nós refletimos nos nosso personagens e etc.
E com toda a sinceridade? Isso nao é um problema. Nao exatamente.
Eu tenho um jogador que todo personagem dele tem muito dele próprio. Isso é um problema? De modo algum. Ele se diverte desse modo, e é isso que importa. Agora, se fazer isso te incomoda, aí sim se torna um problema.
A solucao mais óbvia é tentar fazer algo totalmente diferente de voce. No princípio vai ser bem difícil, mas se o que voce realmente quer é fazer personagens diferentes, vai fundo. A gente pega o jeito apenas na base do erro e acerto. Entao tente fazer algo radical, para enfrentar essa dificuldade de frente.
Esse é só o comeco. Na verdade o rpg é uma atividade em grupo, e o sucesso nao depende apenas de voce. O narrador também tem de dar espaco a persoangens diferentes. Se voce sente dificuldades, falta de espaco para essa interpretacao, nao adianta tentar mudar sua postura sem que o grupo mude, só vai haver frustracao. O melhor é sentar com o narrador, e talvez com o grupo todo, e conversar, ver se tentam algo diferente.




Bons tempos aqueles em que você podia por um satã travesti num desenho de criança.