Bahamute escreveu:Principalmente pelo citado fato de ser um plano como aquele que o noturno usa quando se teleporta.
Por ser uma dimensão ligada aos sonhos (seria um mundo onirico, ou algo mais tangivel?), ele seria, de alguma forma, um plano paralelo completo? Como são os reinos divinos em D&D?
Ou algo mais limitado, como o plano etéreo de D&D (uma cópia quase idêntica ao mundo natural)?
Não, de modo algum seria completo e formado. Precisamos ter cuidado com as "certezas", até porque falta de certeza é um dos nossos bastiões.
Não entenda "sonhos" literalmente nesse caso; aqui é mais como aquela dimensão em que os mitos colocam as pessoas que dormem. Se elas REALMENTE vão lá, é outra coisa. Eu disse mais como o "tempo do sonho" mítico dos aborígines, um período de criação do mundo.
Eu acho que seria uma coisa mais limitada, como o plano etéreo de D&D ou a Umbra rasa do WoD.
Bahamute escreveu:E, uma ultima pergunta, seria para lá que a alma dos mortos migrariam? Ou isso é algo que não existe (ou não é relevante) ao cenário?
Não existe. Pode haver almas perdidas nesse plano astral, mas não se sabe para onde elas realmente vão... e se vão.
Youkai X escreveu:Basicamente esse mundo onírico é muito indefinido e misterioso, de onde não dá pra saber com total certeza o que tem ou que realmente ocorre por lá. Ninguém tem certeza plena pra onde as almas das pessoas vão (se é mesmo que elas existem). Possivelmente siga o esquema de que a mente das pessoas, a consciência coletiva desses povos, é que moldem a geografia desse plano onírico, mas sem que elas saibam ou percebam, mas nem isso poderia ser definido. A única certeza disso é a incerteza e a fé que seu povo tem (no caso, povo X vê que alcançou algum tipo de paraíso duramente vigiado ou um inferno medonho, povo Y enxerga apenas um vazio púrpura que corrói a pessoa com apatia, e por aí vai). Pelo menos é como eu vejo.
É basicamente isso.
Emil escreveu:Eu só tenho medo de isso mexer na incerteza sobre as religiões do cenário. Teoricamente, as religiões que exploram o plano onírico como parte de seus dogmas e preceitos teriam um elemento da realidade garantido pelo cenário, o que possibilita mais sua exploração por mestres, jogadores e até nós, os criadores. E tudo isso me parece levar, meio sem querer, para algumas religiões estarem mais certas sobre o funcionamento do mundo do que outras, coisa que mata a graça do cenário. (Só pra fazer uma comparação tosquinha com cenários que vocês podem achar familiares: os goblins adoram o deus Blé, que é uma corruptela do deus Blergh dos orcs, que na verdade é o Grimm, nome oficial que o cenário dá ao deus da morte, que é como os humanos chamam, e a religião deles é a que está certa, porque o mundo foi criado pelos deuses dos humanos, e os deuses em que os humanos acreditam é que estão em guerra, e todas as outras espécies são meros acessórios. Tá, eu não acho que esse tipo de coisa exagerada pode acontecer com as TSagr, mas é um pequeno problema quando todos os povos começam a ter acesso ao mesmo tipo de coisa.)
Mas o lance, Emi, é ser uma área inexplorada, uma geografia incerta, impossível de mapear. Algumas culturas podem ter referências a esse mundo espiritual no
corpus religioso, mas em níveis variados; algumas podem nem saber que é possível viajar, outros podem ter proibido tentativas de viagem astral, outros podem ir com freqüências (mas com resultados variados). A rigor, isso nem é tão diferente das religiões normais e seus ritos espirituais.
Emil escreveu:Por outro lado, é um aspecto muito interessante. Eu acho meio estranho ser usado pra viagens, mas eu não gostava inicialmente dos pássaros pra transporte do Ninho e agora já acho uma ótima idéia. Temos só que ruminar um pouco. Eu acho que uma das grandes vantagens é melhorar a comunicação dentro do jogo. Nós eliminamos um idioma geral (e eu continuo achando: isso é excelente), e em campanhas em que é necessário viajar a diversos lugares do mundo, os jogadores estão em maus lençóis. A comunicação no plano onírico pode ficar por contas de signos não verbais, o que é um agente facilitador pra personagens de diversas nações. Vocês me acompanham?
Melhora a comunicação e as viagens; histórias podem ser contadas lá dentro, por causa das disparidades espaço-temporais. Eu não sei sobre viagens CORPORAIS, mas elas podem ser extremamente perigosas, sei lá.
Eu gosto da idéia de impossibilidade de comunicação verbal, mas é bem complicado. Facilita de um lado, mas piora de outro.