Espero que você saiba que simbolismo, romantismo, gregos, romanos, repentistas, cantores de rap, cantores populares e muito mais gente usou e abusou do metro para criar obras maravilhosas que estão na boca das pessoas até hoje.
Mas eu não espero que você conheça o que veio depois do pós-modernismo, que a poesia não vive só desses herdeiros. Sugestão: conheça o trabalho fenomenal do OULIPO.
Engraçado que, em momento nenhum, eu disse que a métrica é inútil. Mas que ela é hipervalorizada, ah, isso é.
Estou falando de pessoas e não de escolas. Qualquer um que comece a escrever hoje ganharia muito se puder ter o suporte da tradição para lhe ajudar nos primeiros passos. Eu que aprendi ao acaso achei tudo mais difícil do que se tivesse aprendido com alguma receita. É muito mais fácil escrever uma trovinha em redondilha que escrever um poema em verso livre. E quando você fica craque nas trovas, escrever verso livre é um deleite ainda maior. Sem contar que é uma liberdade tamanha poder escolher entre escrever com ou sem metro do que ficar preso na ignorância de só saber escrever de uma forma.
Tá, e daí? Estou falando contra a estagnação, e não contra a métrica.
Há uma diferença.
É por isso que digo, comparações toscas não levam a nada. Gente, é muito simples, não se trata de parnasianismo. Aliás, o que diabo isso tem a ver com os parnasianos? O metro ja existia antes deles.
Corrija-me se estiver errado, mas não eram os parnasianos que só faziam poema com receitinha?