[OGL] Tormenta - o que você gosta e o que você odeia

[crudebuster]

Um extenso discurso pra dizer que a liberdade de criação deve ser respeitada, mesmo contradizendo a lógica oferecida pela própria obra.

Porque eu me importo com falta de coerência, e se esse é o melhor argumento depois de ter que ser relembrado que é um mundo de magia, que tem deuses, etc, acho sinceramente que dava pra ser melhor do que o que é apresentado pelos autores.

Talvez isso não tenha ficado claro mesmo. Divergimos muito, foi uma salva de balas de canhão contra o Mateus que bancou o Neo aqui passando liso e devolvendo fogo bravamente.

As especulações aqui são mais interessantes que a fantasia deles. Sério, eles podem nem ter tido tempo pra pensar nisso mesmo, não atrai público, como a Darklady apontou.

Justo agora que eu ia trollar pra valer, er, digo, ofender com palavrões cabeludos, não, não, ah sim, agora que eu ia disparar verborragia sem sentido, não, putz, tá difícil...

Ah, bom, hum, eu vou escrever um conto, postar e dar o assunto por encerrado. Até que outro ponto me inspire na mesma medida. Há tempos não me sinto assim, caras. Estou me amarrando nessa Spell.

[Matheus Borges Ziderich]

Há a lenda na net que o plano original seria que a Tormenta seria uma consequencia da utilização ampla de magia de Arton atraindo o plano de Arkanum (aquele do Sistema Daemon) para o cenário.

Isso se deve ao fato de que no Tormenta3E, o Del Debbio preencheu algunz espaços vazios com essas bizzarrices, e mandou o livro pra gráfica sem consultar o Trio.

[AKImeru]

Isso se deve ao fato de que no Tormenta3E, o Del Debbio preencheu algunz espaços vazios com essas bizzarrices, e mandou o livro pra gráfica sem consultar o Trio.

Me explique como isso é mais bizarro do que os Iefeu.

[Kinn]

Acho então que vamos concordar em discordar...

Aristides Ledesma Alonso escreveu:
Dada a ênfase aristotélica na dependência maior da mímese ao seu princípio de organização, a verossimilhança interna acaba por se impor como critério fundamental para a produção literária ou artística, onde tudo é verossímil ou possível, mesmo aquilo que possa vir a ser considerado como inverossímil, desde que devidamente determinado, representado ou simulado como possível ou admissível por aqueles que interagem com a obra artística e suas possíveis leituras.

Eu grifei o ponto que acho importante. Na minha mesa eu também faço dúzias de explicações de vão contra as leis naturais - mas dentro da coerência interna do mundo, funciona (ou ao menos tento fazer funcionar). Se a explicação for intervenção direta e divina do deus a cada gestação é uma explicação viável sim. O problema é que é dito que eles não interferem no mundo material e mesmo sendo essa uma intervenção mínima ainda é uma in factum.

No meu cenário os deuses que são tão imperfeitos quanto os mortais interferem com todo gosto no mundo o tempo todo quando lhes convêem. Só tomam cuidado porque existem as panelinhas deuses coligados e ofender um pode significar ter de enfrentar a turma toda da panelinha contrária, o que faz e fez nas mesas a intervenções serem comedidas.

Os deuses gregos, para citar um exemplo clássico também desciam e iam atrás dos próprios interesses a lot. Mas como eles quiseram dizer que a regra do mundo é de não interferência, deveriam tomar cuidado para não gerar esses problemas, pois na verdade eles vivem interferindo, exceto quando realmente deveriam interferir...

[Matheus Borges Ziderich]

Em qual livro afirma que os Minotauros são Leais e Neutros?

Até onde eu sei, em lugar nenhum. Esse papo de Leal e Neutro é minha visão das coisas, por conta de fichas já apresentadas, como o Artorius (clérigo minotauro da trilogia) e Abelardus (preview do GT).

Isso se deve ao fato de que no Tormenta3E, o Del Debbio preencheu algunz espaços vazios com essas bizzarrices, e mandou o livro pra gráfica sem consultar o Trio.

Me explique como isso é mais bizarro do que os Iefeu.

Cara, misturar Arkanun e Tormenta? Dez vezes o que tá no Área de Tormenta, que mais bem acabado e original

[_Virtual_Adept_]

Qual a tendência do Tauron, Matheus?

[Matheus Borges Ziderich]

Leal e Neutro também.

[crudebuster]

Panteão, página 101 diz que é Leal e Neutro. Parabéns, post 7777 é seu.

[Emil]

Acho então que vamos concordar em discordar...

Aristides Ledesma Alonso escreveu:
Dada a ênfase aristotélica na dependência maior da mímese ao seu princípio de organização, a verossimilhança interna acaba por se impor como critério fundamental para a produção literária ou artística, onde tudo é verossímil ou possível, mesmo aquilo que possa vir a ser considerado como inverossímil, desde que devidamente determinado, representado ou simulado como possível ou admissível por aqueles que interagem com a obra artística e suas possíveis leituras.

Eu grifei o ponto que acho importante. Na minha mesa eu também faço dúzias de explicações de vão contra as leis naturais - mas dentro da coerência interna do mundo, funciona (ou ao menos tento fazer funcionar). Se a explicação for intervenção direta e divina do deus a cada gestação é uma explicação viável sim. O problema é que é dito que eles não interferem no mundo material e mesmo sendo essa uma intervenção mínima ainda é uma in factum.

O seu grifo não ajuda o seu raciocínio, e parte do seu argumento é falseado porque se baseia numa premissa falsa. O devidamente determinado pode ser aquilo que é simplesmente dado. A título de exemplo: em Memórias Póstumas de Brás Cubas, temos um morto escrevendo, e a obra parte daí. Não há maiores explicações, sejam elas científicas, sobrenaturais, etc. Em Tormenta, Minotauros cruzam com fêmeas de outras raças e o resultado é ou minotauro, ou uma fêmea da raça da mãe. Isso é dado pelo cenário, sem maiores explicações, e está certo, joga quem quer. Isso é o devidamente determinado. A coerência deverá ser construída a partir daí, e a explicação de como a procriação funciona para o bom aproveitamento do cenário é desnecessária.

O resto do seu raciocínio é falso porque você assume o exemplo que você mesmo deu como verdadeiro. A não ser que alguém levante uma citação que comprove que Tauron intervenha em cada gestação diretamente, você está errado. Mais uma vez: eu não digo que não há problemas de coerência interna em Tormenta. Provavelmente os há, e aos montes. Mas a maneira pela qual os minotauros se reproduzem não é um problema, é um dado do cenário, é assim e pronto, partimos daí porque o como não é importante. Continuar discutindo este ponto é se abraçar a um navio que já afundou. Se há tantas incoerências assim com o cenário, pule para a próxima, a discussão será mais construtiva a partir daí. Se só há esses pontinhos -- que nem detalhes são -- pra quem já desgosta continuar desgostando, isso me faz pensar se o cenário é tão ruim quanto é pintado pela minoria vocal que habita este tópico. Portanto, pergunto:

-- A questão da não interferência, como funciona realmente? Alguém já postou aqui no tópico citação por escrito da resolução ferrenha dos deuses de não intervirem diretamente no plano material?

[crudebuster]

Acho que se Machado de Assis fosse vivo em nossos tempos de Internet, até hoje estariam perguntando-lhe se Capitu traiu Bentinho, entupindo sua caixa de emails e inundando fóruns com discussões inflamadas.

Quem sabe, quando o Trevisan ou algum deles virar imortal...

[AKImeru]

Acho que se Machado de Assis fosse vivo em nossos tempos de Internet, até hoje estariam perguntando-lhe se Capitu traiu Bentinho, entupindo sua caixa de emails e inundando fóruns com discussões inflamadas.

Quem sabe, quando o Trevisan ou algum deles virar imortal...

[crudebuster]

Sim, porque pelo argumento do Emil, nenhuma discussão que tenha como base alguma resolução de um fato fictício na obra que é Tormenta pode considerá-la inconsistente, fraca, mal-escrita ou pobre. É a natureza de seus fatos, mote de seus enredos e conclusões, ponto final.

Por isso a comparação com imortais de fardão. Acho que vou dar uma olhada nos romances de Tormenta pra ver se acho mais coisas assim. É possível que haja mesmo alguma genialidade neles, não é mesmo?

[Madrüga]

Sim, porque pelo argumento do Emil, nenhuma discussão que tenha como base alguma resolução de um fato fictício na obra que é Tormenta pode considerá-la inconsistente, fraca, mal-escrita ou pobre. É a natureza de seus fatos, mote de seus enredos e conclusões, ponto final.

Acho que você não entendeu direito. O Emi quis dizer que, se existe uma PREMISSA, o cenário não pode ser acusado de incoerente se ele se mantém fiel a essa premissa. Não adianta ficar discutindo a genética dos minotauros: Tormenta é um cenário com interferência divina forte, e ele diz que os minotauros se reproduzem desse jeito porque o deus deles quer assim. Então, é inútil se perguntar se isso é biologicamente possível.

[Kinn]

O que não me impede de achar tosco, num cenário onde temos tantas criaturas com fluffy místico, colocar um nascimento assim justamente para uma cujo fluffy é se valer pelos seus dotes físicos naturais e ser completamente aparte de coisas sobrenaturais. Mas pra mim já chega deste ponto. Podemos passar pra outro, como voltar a questão da intervenção dos deuses no cenário: ela ocorre ou não?

Ensinar a escrita é uma intervenção? Acho que poderíamos separar em intervenções diretas e divinas (que usam de meios sobrenaturais para afetar o mundo - e talvez esta seja a proibida) da intervenção indireta (ensinar a escrita estaria nesse campo, junto com dar poderes para seus clérigos, que querendo ou não é intervenção, mas bem distante da de afetar o rumo das coisas tão prontamente).

[crudebuster]

Olha, eu acho que entendi, pois ele não reclama só desse argumento, ele expõe essa fraqueza em todos os demais pontos que utilizam-se da mesma abordagem.

Existe uma premissa, por exemplo, que diz que não há minotauros magos, outra que diz que eles jamais permitiriam que escravos os ajudassem a atacar, outra ainda, famosa, que cita o medo de altura como principal motivo pelo qual não ousavam trespassar as Montanhas Uivantes.

Mas aí houve o retcon que negou e circundou esses dogmas. E então? Mantém-se o argumento de que o autor é a única autoridade que tem o poder de mudar o fato estabelecido?