Olá, meus amores!
Este tópico vem caradepaumente na esteira do Phil ter manifestado sua vontade de reformular o e8.
Noite passada eu fiquei pensando num negócio que já tratei por msn um pouco com o Phil e um pouco com o Madruga, e agora trago aqui pra enchouriçar a paciência de vocês também. Então, sem mais delongas, vamos ao assunto:
Qual é, na minha opinião, a grande sacada da 4e? Tornar as classes equilibradas através da simples pergunta: tá, no nosso sistema, qual é a função da classe x?
Então, fica aqui a dica número um: quando a gente for remexer nas classes, essa tem que ser a pergunta: no nosso sistema, pra que ela serve? Mas eu estava pensando nisso quando de repente me fiz a pergunta: e o nosso sistema, pra que que ele serve?
Claro, como ele é tributário do D&D, ele é um sistema voltado pra combate capa e espada. Mas que tal pegar um sistema cujo desafio principal é o combate, e transformar num sistema em que o combate é um dos tipos de desafios, mas que haja possibilidade pra que ele não seja o desafio imprescindível? Eu gosto da ideia, mas como fazer isso? O que me ocorreu foi designar um papel claro também para as perícias. Aí comecei a pensar nas possibilidades, e as que me ocorreram foram as seguintes:
a) fazer com que algumas classes sejam mais voltadas ao combate e outras mais voltadas a outros desafios. O equilíbrio ficaria no geral, e cada jogador brilharia no seu momento específico. O problema é que uma sessão, ou mesmo uma aventura mais baseada em combate (ou mais baseada em outros desafios), alienaria uns jogadores e concentraria o foco em outros.
b) manter o equilíbrio deixando claro o papel das classes no combate e fora dele. O que é interessante, mas me parece criar o problema de engessar demais a classe e as possibilidades para jogadores e mestres. Foi quando eu pensei em:
c) fazer com que as funções dentro do combate sejam claras, e as foras de combate também, mas que sejam independentes. Como assim, Emil? Bom, vamos pegar o exemplo da 4e novamente. Dentro do combate, existem 4 papéis fundamentais: o cara que mete uma caralhada de dano em um inimigo de cada vez, o cara que espalha o dano e controla a multidão, o cara que chama os inimigos pra darem porrada em si e o cara que cura e buffa o grupo. (aliás, temos que ver se nós queremos isso aí mesmo ou se queremos outra coisa). E se a gente levasse essa filosofia pra fora do combate, e estabelecesse uns papéis fora dele? Vou dar uns exemplos, não precisam ser esses:
o cara que lida bem com outras pessoas, o cara que lida bem com itens e coisas, o cara que lida bem com o ambiente e o cara que lida bem com lendas e histórias.
A desvantagem é que o sistema pode ficar um pouco mais complexo. A vantagem é que os jogadores têm mais possibilidade de criação fora das mesmas coisas que todo sistema de fantasia medieval sempre tem. O exemplo que eu dei no msn foi: porra, estou cansado de jogar com ranger. Gosto da ideia de jogar com arco e flecha, mas não guento mais ficar andando no mato. Que que eu faço? Vem jogar e8, amigo! Você escolhe uma das classes que usam ataques de longe para agredir os inimigos. Assim, você tem aquele bônus daóra na hora de usar o arco e flecha. Mas é isso, a classe não te diz mais que você também ganha bônus nas perícias de explorar mato, ela só te diz o que você faz dentro do combate. O que você quer que o seu arqueiro faça? Você quer que ele saiba tudo da alta roda, saiba quem é quem no mundinho da corte, conheça o jogo político e os costumes da nobreza? Então você vai lá nos papéis que lidam bem com as pessoas e escolhe "nobre", cujos focos são em diplomacia, etiqueta e blefar, e param! Seu arqueiro-nobre está pronto!
Ah, Emil, seu chato, eu gostava de jogar com o ranger clássico! Não tem problema! Você pode pegar a classe arqueiro, pegar o papel de explorador do mato, e voilá, você tem o ranger pronto!
Então, o que vocês acham? Ficou clara a explicação? É viável? Amarra demais? Solta demais? Críticas, pu favô!