OK, e qual o problema com isso?
O único problema do deus masculino é quando, além de ser masculino, ele é machista e violento (e para uma criança estas características não estão implícitas na classificação do sexo). A menos que a criança já tenha sido levada a acreditar que cada genero tem funções específicas na sociedade, dificilmente ele vai, inconscientemente, fazer a ligação "masculino -> quem tem a responsabilidade de proteger e sustentar" e deixar a figura feminima em segundo plano. No caso dele já ter sido orientado neste sentido (o que é cada vez mais raro, principalmente porque no lar, maior influência da criança, a mãe vem cada vez mais invadindo aquele nicho que antigamente era deixado apenas para o pai), então pode ser que o termo "papai do céu" sirva como um catalisador para ideais retrógrados, mas não é daí que eles vão surgir.
O máximo que tal atitude (de agradecimento) pode provocar, creio eu, seja a de fazer as crianças acreditarem que tem alguem que é responsável pelas coisas boas que acontecem na sua vida. Numa fase infantil acho que isso é melhor do que acreditar que são obras do acaso, já que pode passar um sentimento de aparo que vai fortalecer seu psicológico durante a fase em que ela aprende a criar relações interpessoais.
Claro, fica dificil defender a prática quando não se tem uma noção mais apurada de como ela era implementada. Faz toda diferença dizer "João, quer agradecer o papai do céu por alguma coisa?" e "João, se você continuar sendo um bom menino, se comportando e brincando com os amiguinhos, o papai do céu vai te dar um monte de coisas boas. O que ele te deu hoje?", ou variações.
Eltor Macnol escreveu:_Virtual_Adept_ escreveu:Não quis mencionar isso porque já era óbvio demais, Eltor.

Sim. Mas é preciso apontar da mesma forma, porque muita gente acha que se não está promovendo o deus de uma religião específica não tem problema nenhum.
Eu acho que esta é uma das horas em que sua sanha de acabar com toda e qualquer manifestação religiosa do planeta fez com que esquecesse
por quê isso vai ser benéfico. Acreditar que existe um deus, que não interfere em nada na tua vida e na tua forma de pensar (como seria, teoricamente, um deus neutro de religião) seria, axiomaticamente*, o mesmo que não acreditar em nenhum deus, já que essa prática não vai causar nenhuma mudança comportamental em você.
*Se duas teorias produzem os mesmos resultados, elas são equivalentes.