_Virtual_Adept_ escreveu:O problema é que colocar Deus como um ente masculino deixa o homem como um reflexo do divino e a mulher não.
Absurdo. Como tu chegou nessa conclusão?
Para pensar isso, a criança teria que pensar que:
1) O genero da pessoa tem relação de ida e volta ("se e somente se") com o papel da pessoa no mundo (ou, de forma mais simplificada, na sociedade);
2) Dois ou mais generos diferentes não podem compartilhar características intrínsecas (como neste caso, a relação com o divino). Ou seja, se o homem é, a mulher não pode ser.
Ambos pensamentos não têm como serem originados desta prática de agradecimento. Mas, se por um lado a criança tem essas ideias na cabeça, qualquer referencia externa vai irremediavelmente levar a preconceitos.
Além do mais, é muito comum a referência à Virgem Maria como "mamãe do céu" (que também é bastante mencionada pelo católicos), dando uma contraparte feminina a figura divina, o que deve eliminar todo efeito colateral que você teme, mesmo que minha assertativa anterior seja falha.

Eltor Macnol escreveu:Iuri, te coloca no lugar de um ateu descobrindo que seu filho está sendo indocrinado para o pensamento religioso na escola - sem a sua autorização ou conhecimento - e tu vai entender por quê eu classifico isso como um problema. Perceba que essa história toda não seria problema algum se fosse em escolas privadas com alguma dedicação confessional explícita, e não em escolas públicas pagas pelos nossos impostos.
A parte negritada é um verdadeiro problema. Mas não se aplica ao caso aqui porque a tal oração não tem o efeito de indocrinar ninguém (pelo menos no significado que eu conheço de indocrinar, que é o de passar códigos morais "prontos" e desestimular o pensamento crítico)
Eltor Macnol escreveu:Quanto à tua análise sobre o efeito psicológico em uma criança, não tenho muito embasamento pra falar sobre o assunto, mas acho que tu classificou apenas como duas alternativas (ou as coisas são resultado de ações divinas ou são do acaso), ignorando a que eu, leigo que sou, acharia a mais saudável pra uma criança aprender: as coisas boas que acontecem na sua vida são, geralmente, resultado das suas próprias atitudes.
Exceto que esse pensamento é meio dificil de ser completamente absorvido por uma criança, já que dificilmente suas atitudes são a força motriz por trás do monte de presentes, passeios, etc etc que os pais corujas adoram dar para seus filhotes. Sendo assim, não adianta ensinar uma coisa se a teoria não bate com as observações. Quando a criança tiver que tomar decisões próprias mais relevantes do que "brincar no balanço ou na gangorra?", daí sim essa alternativa viria a ser verdade. Mesmo assim, tal ideia é passada às crianças, na figura do Papai Noel. E eu acho que a maioria das crianças valoriza mais as coisas dada pelo papai noel do que as dadas pelo papai do céu. Eu pelo menos era assim

Se os pais não quiserem que o filho desenvolva religiosidade, sim, é um problema.
De acordo com a legislação atual, isso é verdade. Mas eu particularmente enojo essa ideia de que "o pai é quem sabe o que é melhor para seu filho, e o governo -através da educação pública- tem que ficar longe da criança". O que tem de pai retardado passando valores ridiculos para os filhos é incrivel. Isso é assunto pra outro tópico, mas algo interessente de lembrar ja que estamos no assunto.
"não vamos fazer agradecimentos por que não existe um deus, ele é só uma desculpa que os adultos usam quando querem justificar algo, então vamos só pegar esse momento e contemplar o universo sem a presença de uma entidade superior".
Você está confundindo "não acreditar que exista nenhum deus" e "acreditar que não exista nenhum deus". O que você quer é fazer justamente o que você critica que eles façam, só que com a sua crença ao invés da deles. Agora, se você tirar a parte doutrinária de sua frase, e deixar algo como "vamos só pegar esse momento e contemplar o universo sem nos preocupar com a presença de uma entidade superior", então sim, acredito fortemente que não faria diferença nenhuma.
E como nota pessoal: acho o ateísmo um movimento muito babaca (lembrando que sou agnóstico). Parece que mais do que promover o pensamento crítico, o pessoal faz é mimimi com qualquer referencia a deuses.