Criando um background rico

[Russel]

eu sou igual ao corvo: gosto de criar a historia do meu personagem durante a campanha

[Batousa]

Porque são recorrentes! Se a família ficar só no bg, é supérfluo.

Mas lumine se voce não souber se o cara tem familia, não tem como deixa-los recorrentes concorda?
Por isso não custa perguntar.

[Armitage]

Tinha um pinta na spell que tinha na assinatura algo como: "Mestre, converse com seus jogadores".

Eu não acho que precise de um background de 25 páginas a não ser pra jogar Mago, o que precisa é de uma boa conversa do mestre com os jogadores pra todo mundo entender o que cada um espera e o que cada um tem pra oferecer pro jogo funcionar.

Eu acho o máximo sentar com o jogador e ver que tipo de cena ele gostaria de ver o personagem dele passar, que tipo de reviravoltas ele tem pra oferecer como mudança no enredo e tal.

Ótimo ponto, Locke. Concordo plenamente.

Inclusive existem jogos que formalizam isso in-game. Um exemplo é o Freemarket e seu conceito de "memórias" - cada jogador tem que anotar na planilha 2 frases breves referentes ao passado contendo 3 dos seguintes elementos: local, pessoa, grupo, objeto ou ação, e o mestre é obrigado a criar as aventuras com base em um ou mais desses elementos. Freemarket é um ótimo exemplo onde o próprio sistema garante que o background dos personagens será utilizado de forma eficaz e sem "desperdício" ( = dispensa o uso dos "questionários" ).

(detalhes abaixo)

SPOILER: EXIBIR

Memórias.

Existe uma regra central ao jogo que diz o seguinte: o mestre deve criar aventuras baseadas nas "memórias" dos personagens. Sendo assim, não existem NPCs ou lugares pré-criados - tudo será criado em função das memórias dos personagens.

Cada personagem começa com 2 memórias - uma "curta" e outra "longa". Consistem em frases breves que o jogador anota na planliha, e que precisam envolver 3 dos seguintes elementos: local, pessoa, grupo, objeto, e ação. Elas precisam retratar fatos ou experiências importantes na vida do personagem, servindo de potenciais ganchos para aventuras. A memória "longa" é algo do passado (ex: "meu pai foi deportado devido à traição de sua facção"), enquanto a memória curta é algo que aconteceu ontem ("topei com uma louraaaaça à caminho do cineplexo!").

Depois que o jogo começa, os jogadores podem anotar livremente qualquer cena que presenciarem como "memórias curtas".. Ao final da sessão, eles escolhem 1 dessas "memórias curtas" para passar a "memória longa", e o restante é apagado. Além disso, o jogador pode escolher uma memória-longa para converter em experiências (skills), mas somente se esta tiver sido explorada durante o jogo. Isso representa o ciclo de recompensa do personagem, análogo ao "mata monstro > fica forte > mata mais monstro > fica mais forte", dos primeiros D&Ds. Só que aqui o ciclo é assim: "abordo algo que me interessa dentro do jogo/estória > fico mais forte > abordo outro algo que me interessa dentro do jogo/estória > fico mais forte ainda".

... e o que temos por trás disto? Simples: os jogadores criam memórias sobre coisas gostaria de ver/abordar durante o jogo. Daí o mestre cria aventuras com base nisso. E quando, dentro do mundo imaginário, seu personagem lida com seu passado através da memória, e escolhe apagá-la da ficha e convertê-la em experiencias (skill), ele está dizendo "Hey Mestre! Eu já joguei o suficiente este tema! Agora eu quero outra coisa!". E então o mestre aborda outro tema, enquanto seu personagem é recompensado com uma skill (ou seja, crescimento). No final, o jogador (e personagem) é premiado por criar ganchos de aventuras e desenvolvê-los.

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[Aluriel de Laurants]

Porque o default é.

Jogador: Meu personagem deixou a esposa e filhos para trás pra poder trazer tesouros e tirá-los da miséria.

Mestre: Mago do mau, capturou sua família, torturou-os e agora eles estão mortos.

Jogador: *resunga palavrões*

[arghsupremo]

Porque o default é.

Jogador: Meu personagem deixou a esposa e filhos para trás pra poder trazer tesouros e tirá-los da miséria.

Mestre: Mago do mau, capturou sua família, torturou-os e agora eles estão mortos.

Jogador: *resunga palavrões*

Me sentindo como um vilão de última categoria, mas... há coisas piores que morrer.

[Youkai X]

Como mestre sou mais adepto de questionários que de backgrounds realmente, pq a maioria dos jogadores (Aluriel é uma das exceções mesmo ) dificilmente escreve um background, e a partir do questionário dá pra ter noção de tudo aquilo que constitui o personagem. Também particularmente não gosto quando o personagem muda de personalidade ou afins do nada (não, não é a mesma coisa que um personagem se desenvolver em face das situações apresentadas na campanha) e falta de coerência nas ações, que poderia ser evitada se o jogador pensasse bem no conceito do personagem dele, e com isso é fácil responder questionários ou elaborar algum BG.

[Corvo da Tempestade]

Porque o default é.

Jogador: Meu personagem deixou a esposa e filhos para trás pra poder trazer tesouros e tirá-los da miséria.

Mestre: Mago do mau, capturou sua família, torturou-os e agora eles estão mortos.

Jogador: *resunga palavrões*

Ou, mais comum ainda.

A) O pesonagem ganhar 1000 po e sua família não ver um cp
B) O persoangem passar pela sua terra natal (no meio de uma campanha) passar a noite em uma taberna porque o mestre não aceitou o fato de você ir dormir com sua familia.

[Youkai X]

Aluriel e corvo: Mestres assim deveriam ser executados em praça pública por esquartejamento a cavalo. Depois se perguntam pq tem tantos jogadores que criam personagens rasos que só vivem pra cumprir quest, ganhar ouro e XP e não tem relacionamento algum a não ser porrar.

[Batousa]

Porque o default é.

Jogador: Meu personagem deixou a esposa e filhos para trás pra poder trazer tesouros e tirá-los da miséria.

Mestre: Mago do mau, capturou sua família, torturou-os e agora eles estão mortos.

Jogador: *resunga palavrões*

Ou, mais comum ainda.

A) O pesonagem ganhar 1000 po e sua família não ver um cp
B) O persoangem passar pela sua terra natal (no meio de uma campanha) passar a noite em uma taberna porque o mestre não aceitou o fato de você ir dormir com sua familia.

Po Corvo ai é sacanagem.
O cara sai em campanha, passa mo tempo andando, comendo mal e etc, e quando volta pra casa nem pode fazer uma graça com a dona maria?

Mas o que o Aluriel escreveu é fato, tem mestre que adora raptar a familia. Po, da pra fazer mais que isso.
Pensa no Jeremias, ele não raptou Maria Lúcia, ao contrario, pegou casou e fez um filho. João ficou putinho, chamou pra treta e morreu. Tem muita coisa alem do rapto e morte.

[Elven Paladin]

Aluriel e corvo: Mestres assim deveriam ser executados em praça pública por esquartejamento a cavalo. Depois se perguntam pq tem tantos jogadores que criam personagens rasos que só vivem pra cumprir quest, ganhar ouro e XP e não tem relacionamento algum a não ser porrar.

Traduzindo: Vocês estão se divertindo da forma errada.

[Batousa]

E existe o jeito certo de se divertir?

[Youkai X]

O jeito certo seria o jeito em que o narrador não se comporte como um babaca autocrático sádico e o em que os jogadores não frustrem o mestre que quer X e os jogadores Y. Se há exceções a isso (tipo um jogo em que a proposta é o mestre detonar os jogadores e desafiá-los pra valer ou sacaneá-los), se aplicaria ainda assim só a tais exceções.

[Vincer]

Ja vi que tem uma tendencia aqui, de deixarem os PJs com um passado mais leve e abrangente. Eu acredito que fui muito influenciado pelas aulas de cinema que tive. Na faculdade nos ensinavam a construir um personagem bem detalhado, o background é essencial para a formação do personagem no filme, tanto é que eles vem sempre com muita bagagem . Muitos são criados baseados em uma ou mais figuras históricas com ideais e etc, mesmo que isso fique nas entrelinhas do filme.

Não necessariamente, da minha parte. A verdade é que eu amo bgs detalhados, e confesso que gosto dos grandes-gigantes(que muita gente critica)... mas desisti de contar com eles. Se o jogador gosta, quer e faz, fenomenal: uso o máximo que puder, me sinto mais confortável/satisfeito...

Mas empurrar a obrigação de BG heavy em jogadores que não são chegados? Nope. O problema é: 90% dos jogadores não se interessam em detalhar muito BG.

Eu consigo 'educar' os jogadores a detalharem mais BG atraindo-os com o próprio jogo/sistema; Mas isso acaba acontecendo durante a partida. Eventualmente em jogos futuros eles começam a pensar diferente... mas quase não vejo isso. Tive poucos jogadores realmente dedicados/fixos, ou seja, com os quais narrei vários jogos... a maioria dos jogadores que já tive foram 1/2 campanhas no máximo, alta rotatividade, etc. Sofri muito daquele mal de jogos morrerem prematuros, jogadores que desapareciam, horários incompatíveis, etc, etc.

Então acabei abraçando a filosofia de 'ñ exigir BG'. A minoria acaba tendo de se adaptar a maioria: se a maioria dos jogadores não anima com bg então...

[MagoCego]

A tática que sempre funcionou para ter bons bgs (nem sempre, mas pelo menos surgia 1 bg bom...) era presentiar o cara com o melhor Bg com xp.

[Corvo da Tempestade]

Dando uma, perdoe-me pelo pleonasmo, Advogado do Diabo.

Você, como mestre, o que faria se recebesse um histórico detalhado (6 páginas, no mínimo) de um personagens e seu 4 irmão (histórico também de 6 págias). tendo ainda trabalho/namoro/etc pra resolver?