O primeiro cenário da história

por **_Virtual_Adept_** em 23 Nov 2010, 18:21

Verossimilhança é sinônimo de lógica interna.

por **Armitage** em 23 Nov 2010, 19:01

_Virtual_Adept_ escreveu:Verossimilhança é sinônimo de lógica interna.

Mas a verossimilhança é interna à obra

Em literatura sim (ex: Kafka). Mas acho que não no contexto que estamos falando. Senão o tal negro de armadura samurai, chamado Pierre Bogdanóvski, carregando uma espada celta com um escudo de hoplita seria verossímil, quando não é. Mas ele é "internamente lógico" a Sigil.

Ex: quando alguem diz "Tekumel é verossímil" é porque vê nele aspectos muito parecidos com a vida real. Sua parte linguistica parece se basear em teorias reais, as línguagens parecem ser linguagens mesmo - com vocábulos, gramática, concordância, e tudo mais. O mesmo vale pra Kingdoms of Kalamar e os aspectos que o Madruga citou.

Em contrapartida Dark Sun, Planescape e Ravenloft não têm nada de verossímil, a meu ver - mas ainda assim possuem SIM lógica interna.

Ou seja, na análise de cenários de rpg, acho que verossimilhança não é interna à obra como em literatura. O "parecer real" aí é referente à nossa realidade. De outra forma todo cenário será verossimil, se analisado sob a ótica de um personagem inserido neste.

Mas eu posso estar redondamente enganado, e falado um monte de besteiras. Aliás, já nem sei o que estou falando. :bwaha:

Editado: melhorei o raciocínio.

por **Léderon** em 23 Nov 2010, 19:11

O problema é usar elementos tão gritantes e disparatados de culturas reais, que todo mundo conhece muito bem por estereótipos, pôr tudo junto e achar que ninguém vai levantar a sobrancelha.

Por isso tento nunca basear cenários em "pseudo-culturas". Só pego um eixo, se precisar, e desfacelo ele até parecer uma coisa original. Ou morro tentando.

por **Armitage** em 23 Nov 2010, 19:16

Léderon escreveu:O problema é usar elementos tão gritantes e disparatados de culturas reais, que todo mundo conhece muito bem por estereótipos, pôr tudo junto e achar que ninguém vai levantar a sobrancelha.

Por isso tento nunca basear cenários em "pseudo-culturas".

Sim, esse é o Forgotten Realms way, que eu detesto com todas as forças. Mas ele tem uma vantagem: é de fácil assimilação.

Diferente de Tekumel onde você precisa "estudar" o cenário pra jogar, e inclusive aprender um idioma alienígena. E aí a learning-curve fica tão alta, que e o cenário fica mais interessante de se ler do que jogar.

por **AKImeru** em 23 Nov 2010, 19:18

Em SIgil, existem portais para diferentes lugares. Ver o Samurai Russo não é tão dificil de se imaginar.

Na Criação em Exalted. As coisas são assim porque são legais. Não há nada de deconstrutivo. São apenas coisas legais.

por **Lanzi** em 23 Nov 2010, 19:20

Cara. Eu adorei este cenário.

Para os que disseram que ele é clichê e injogável. Eu gostaria de saber porquê.

Astecas caçando armas a laser em dungeons não soa mais ridículo do que raças malucas matando raças malucas atrás de itens malucos em quests sem sentido.

Até porque é só questão de acostumar-se com o "ridículo".

por **AKImeru** em 23 Nov 2010, 19:22

Vocês podem falar o que quiser, mas injogavel?

O cenário é basicamente a premissa de 0D&D enrolada em conteudo de fluff. É bem jogavel.

por **Léderon** em 23 Nov 2010, 19:26

Silva escreveu:Sim, esse é o Forgotten Realms way, que eu detesto com todas as forças. Mas ele tem uma vantagem: é de fácil assimilação.

Não, FR não tem samurais franco-russos com escudos gregos e espadas irlandesas. Eu tava me referindo a esse tipo de mistura escalafobética.

Diferente de Tekumel onde você precisa "estudar" o cenário pra jogar, e inclusive aprender um idioma alienígena. E aí a learning-curve fica tão alta, que e o cenário fica mais interessante de se ler do que jogar.

Ok, isso não torna o cenário injogável, mas impraticável se seguido à risca.

por **Lanzi** em 23 Nov 2010, 19:38

Diferente de Tekumel onde você precisa "estudar" o cenário pra jogar, e inclusive aprender um idioma alienígena. E aí a learning-curve fica tão alta, que e o cenário fica mais interessante de se ler do que jogar.

Não sei quanto a vocês, mas isso me deixa muito mais empolgado.

por **AKImeru** em 23 Nov 2010, 19:39

Não é como se eu pudesse ignorar o idioma não?

Não?

por **Youkai X** em 23 Nov 2010, 19:41

Vou ler o cenário até o fim de semana pra postar o que achei do tal cenário.

por **Agnelo** em 23 Nov 2010, 19:55

O mundo de Barker era tão complexo e poderoso que era uma maldição para a maioria dos jogadores utilizarem. GMs não poderiam realmente adaptar o mundo para se adequar a seu estilo de jogo sem perder o gostinho único de Tekumel. Na verdade, dizia-se que a única pessoa que poderia mestrar Petal Throne corretamente era o próprio Barker.

Isso é do artigo que o Silva linkou. Isso pode ser uma linda peça de museu, uma curiosidade sobre a história do RPG, mas não vejo motivos pra chamar isso de um bom RPG.

por **Youkai X** em 23 Nov 2010, 20:51

Eu sempre disse que o cenário parecia bem interessante, mas não que era jogável ou bem apresentado (e não é jogável ou bem apresentado).

por **Lord_Metatron** em 23 Nov 2010, 22:54

Sobre Exalted:

Sim, nós associamos imediatamente palavras como Sakura, ou títulos floreados como Mestre do Lótus da Montanha da Aurora à indivíduos baixinhos, de pele rbanca, cabelos negros lisos e olhinhos puxados. Na Criação, essa associação não existe. Os branquelos de olhos puxados e cabelo lambido vêm do Oeste, e usam uma estrutura linguística mais próximo do Galego Português, ou então um Japonês bem esquisito, cheio de sotaque.

Esse é o ponto. Sim, você associou a loira a uma língua mais germânica e a espadas retas. Normal no nosso mundo. No deles, não tem nada a ver uma coisa com a outra. Agora, se aparecesse um nativo do Sul, com uma cultura mais semelhante oas árabes (Grosso modo) manejando uma katana, você poderia começar a achar estranho. Porque aí sim seria um atentado contra o mundo deles.

Sem falar em numerosos outros elementos, como o Creation-Defining Parlance, o fato de a Criação ser "globalizada" e o fato de que tropes como "Because It's Magic" e "Because the Gods Said So" são parte elementar do cenário. A proposta inicial do cenário é essa, pegar tropes e clichês rpgísticos, e leva-los ao extremo, ou subverte-los, ou ainda desconstrui-los. Exalted nunca deve ser visto como um cenário que tenta ser verossímil, no sentido de proximidade com nossa realidade. Muito pelo contrário.

Claro, ultimamente tem um problema muito grande, de os fãs começarem a levar Exalted a sério demais, querendo compara-lo a um Tekumel, por exemplo, quando a proposta é justamente o inverso.

Enfim.

por **Lumine Miyavi** em 23 Nov 2010, 22:58

Agora, se aparecesse um nativo do Sul, com uma cultura mais semelhante oas árabes (Grosso modo) manejando uma katana, você poderia começar a achar estranho.

Ou poderia ser o Agnelo. :hum: