Desenho lindooo!!! Retratou a pequena em sua inocência. O resto da famia, sai quando? rsrs
Aqui vamos, com mais uma parte.
Boa leitura, abraços!
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Parte XIII
Ambos desmontavam do cavalo inquieto. A mulher, caminhava em direção a caverna, ignorando o frio e o grasnar das aves noturnas, seu filho se mantinha próximo ao cavalo, segurando na rédea com uma mão e a espada com a outra, tinha os nervos tensos e olhos atentos. Nunca gostara de estar ali, e não agradava estar ali com a sua senhora, Skuld.
A mulher, envolto numa grossa manta azul se aproximava da abertura da caverna, olhando em seu interior com olhos felinos. Uma lufada de vento frio e fétido saiu da caverna, fazendo a mulher desviar o rosto por um breve momento. Ao voltar-se para a entrada, lá estava à velha, nua, rindo, encarando a rainha nos olhos.
- O que fazes aqui Dama-de-gelo? E você Gralha-que-tudo-quer, por que não se aproxima dessas garbosas e fogosas damas? - cuspiu a bruxa, insinuando seu sexo e corpo nú para o belo Sleipnir, que evitava encarar a mulher nos olhos.
- Meu filho nada quer com vos, bruxa, veio apenas para me acompanhar. - disse autoritária Skuld, ficando entre a velha e seu filho.
- E então, o que tu queres minha garbosa megera? - gemeu a velha, fingindo uma vênia demasiada longa, se aproximando da mulher. - Vejo em teus olhos de tempestade que tu não vieste por ti, não é mesmo meretriz? - a mulher encarava Skuld nos olhos, a cheirando, passando a língua próxima de seu rosto, porém, sem causar a menor reação na altiva senhora.
- Meu marido fora envenenado bruxa, vim a cá, rogar pelo teu auxilio, já que me é obscuro o trato das ervas para esse mal, pois desconheço o veneno. - a orgulhosa mulher mudara o tom de sua voz, parecia implorar, gesto que fazia a velha gozar e contorcer de prazer.
A velha circundou Skuld, saltando em uma só perna, rindo, então num movimento rápido como uma serpente, ela agarrou os longos e negros cabelos da rainha, a puxando vigorosamente até próximo de seu rosto.
- Tu me imploras meretriz, e eu gozo com tua situação. Porém, no que depender de minha pessoa, Aquele-que-cavalga-a-tempestade encontrará o fim dos condenados, vomitando sangue numa cama e com os ossos frágeis, afinal o grande Konungr me negou por três vezes, e agora eu o negarei por três vezes, o condenarei a Sombra dos fracos e a morte dos covardes!
A velha soltara Skuld repentinamente, a fazendo encontrar o chão.
Antes da rainha se reerguer, ela estava caminhando de volta ao seu buraco na terra.
- Esperai bruxa! - gritou Skuld - Não podes abandonar teu senhor quando ele necessita de ti!
- Meu senhor? - riu a velha - Meu único senhor é o chão que eu piso, meretriz!
Soltando o broche de sua manta, Skuld revelou o torso nu, com uma saia velha, e uma adaga presa ao pescoço, que ela logo desembainhou.
- Vim aqui para te levar até meu senhor, bruxa, e é o que farei.
A velha riu, saltando sobre as pernas de Skuld a derrubando mais uma vez. Antes de ela poder reagir, a velha estava sobre seu braço, o mordendo, arrancando um pedaço de carne, fazendo a rainha soltar a arma.
Logo a bruxa estava acocorada sobre a rainha, segurando em seu pescoço, afundando suas negras unhas em sua alva pele.
- Tu és mais tola do que eu jamais imaginei, porém, agradeço-te, por me dar teus olhos.
Lentamente, tendo a rainha dominada sobre seus pés, a velha arranhava as unhas pelo rosto da sua vitima.
Seus olhos refletiam nos olhos de Skuld, que apesar da dor e da situação, não demonstrava desespero.
A rainha com um apertão segurou a mão que vagava por seu rosto, torcendo o braço da velha com vigor, até o ouvir estralar, e arrancar um grito da bruxa. Girando o corpo ela derrubou a velha, engatilhando em seguida até a sua adaga.
A velha saltou sobre a rainha, encravando suas unhas em sua face esquerda. As unhas romperam a pele, parando nos ossos. Mais uma vez Skuld gritou, e a bruxa riu, apesar da dor do braço deslocado.
Sem sinal de misericórdia, a bruxa puxou a mão que segurava a rainha, rasgando o caminho através da face esquerda de Skuld, deixando uma cicatriz até o fim dos seus dias.
Skuld girou batendo o cotovelo contra a bruxa, a fazendo se afastar.
A altiva mulher manteve-se curvada no chão, com a mão sobre a face sangrando, preocupada com o sangue que saia de seu olho esquerdo.
Mais uma vez a bruxa saltou contra Skuld, porem o balançar de espada entre ela e a mulher a fez parar. Apesar do medo perceptível em Sleipnir, ele não deixaria que a bruxa ferisse mais sua mãe.
A velha ria, acuada como uma fera, andando de um lado para o outro, sendo acompanhada pela ponta da lamina do moreno.
- Tu és mais corajoso que aparentaras Gralha, mas tua coragem minguará, teus ossos fraquejarão, tuas vistas se perderão, tua lâmina ira partir e teu escudo esfacelar. Atrairá o ferro e a morte, a praga e a fome. Morrerá paralisado sobre uma cama, em meio a fezes e ratos, gofando pus, estando eternamente perdido na Sombra além!
A velha saltava e rodopiava, cuspia e fazia gestos obscenos enquanto amaldiçoava Sleipnir, que lentamente via sua força abandonar-lhe e sua visão ficar turva.
Como uma leoa Skuld ergueu-se, segurando a velha bruxa pelos cabelos, os cortando agilmente com a adaga, tão rente à cabeça da velha que ferira seu couro fétido.
A velha cambaleou atônita ao acontecido, sem acreditar, se encolhendo contra uma das grossas raízes na entrada de sua gruta.
- Agora velha meretriz, espero que esteja disposta a concordar em ir ajudar teu Konungr. - disse a mulher, com uma mão sobre a face esquerda e segurando o cabelo da bruxa com a outra.
(...)