Poemas antigos

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Poemas antigos

Mensagempor Tabris em 03 Jan 2008, 03:32

Resolvi postar aqui alguns poemas antigos de minha autoria, todos escritos em 2005, exceto Soldado Desconhecido que é de 2006. Só avisando que desde lá as coisas mudaram um pouco e embora eu não escreva a muito tempo eu creio que se escrevesse sairia bem melhor.
Mas devo avisa que continuo sabendo absolutamente nada sobre métrica.

A poesia é a minha morfina
L. F. Pereira

De que adianta a poesia,
A frase exata,
O verso bem-escrito?
Se a poesia não conserta erros,
Não me faz completo,
Ela não muda sinas.

Escrever é um fardo,
É um ópio,
É um vicio,
Não é melhor que heroína.
A poesia é a minha morfina,
Esconde as dores do que não posso consertar,
Entorpece e da um conforto,
Uma ilusão que não faz melhorar.

E mesmo assim eu ainda escrevo,
E o verso vicia,
E me aprisiona,
Me lembra de coisas que não posso ter,
Coisas nobres que não posso sentir,
Coisas boas que não posso ser.
Mas as expressa ao mundo,
E mostra o que não posso dizer,
Uma atração bizarra aos que desejam ler.
A poesia é a minha morfina,
Entorpece a sina de todo o meu viver.





Renegação
L.F. Pereira

E dizem todos sobre os que se assemelham,
É belo dentro, é belo em espirito.
Mas logo falam,
És imperfeito,
A ti só quero,
Um tanto perto.

Mesmo que neguem,
É pele e carne,
É forma bela,
Que elas desejam.

E a solidão renegam
Pois não são se entregam.
Os justos abnegam,
Por fornicação, imagem e só.

E um dia notam o derradeiro escrito,
O grito aflito de desilusão
E então falsamente,
Bradam alegremente,
Do romantismo são.

Mas ainda renegam,
Os que como eu são.
Preferem a forma bela,
E no fim nos entregam,
A isolação.





Lagrimas de Daeron
L.F. Pereira

Vezes demais eu já olhei para trás,
Tento buscar onde eu errei,
Como se luta com hoste do Um?
Quando o mundo por certo já o escolheu?
Meu rouxinol, eu sei já perdi,
Minha esperança já quebrei.
E Doriath já cantar a tristeza,
A um reles mortal dão a filha do Rei,
Mas ninguém lembra do menestrel,
Canções entoou a seu rouxinol,
Mas olha para trás só vê desespero,
A que ele amava alguém já levou.
Mas como enfrentar o maior dos mortais?
Que trouxe do Inferno de Ferro uma jóia de luz,
Na missão impossível aos demais.

Como que luta um elfo normal,
Contra o desejo do Único e Altíssimo?
Como que vive se não a cantar,
A mais bela dos filhos de Iluvatar.
Cujas veias correm com sangue do leste,
Cuja face é tão bela qual o brilho da arvores,
Qual todas as estrelas que Varda já ergueu,
E o canto é tão limpo como o do rouxinol,
Que no céu chora o que o bardo perdeu.

Como pode minha lira algo feliz entoar?
Se meu destino é o eterno chorar.
Se todos os grandes em glória e poder,
Já ajudaram ele a me vencer.

Como pode um elfo lutar,
Contra um mal de Morgoth ou Iluvatar?
Contra a tristeza que é como o grande mar,
Que nos divide de onde queremos chegar?


Obs: Poema acima é sobre uma parte do livro O Silmarillion de J.R.R. Tolkien
Obs 2: Varios erros, eu acabei por tentar esticar demais o poema e criei uma "parte morta" que é bem pior q o resto.




Sobre o Farol na Costa do Nascente
L.F. Pereira

Na noite escura as estrelas eu conto,
E olho em volta tentando encontrar,
Sobre uma torre distante,
Com farol brilhante,
Com a luz eu busco um barco no mar,
Pois dos mares distantes,
Que quando olho adiante,
Não posso vislumbrar.
E sob as estrelas distantes,
Que tremeluzem cintilantes,
Só posso chorar.

Olho para o mar,
Minha amada não esta lá,
Minha amada não virá.

Antes pudesse Cronus me retornar,
Antes pudesse convencer e mudar,
Antes pudesse mais cedo notar,
Pois em mares distantes ela foi navegar,
Não olha para trás,
Lá deseja ficar.
Minha dor e desejo não a farão voltar,
Minhas preces e gracejos não a trarão de lá,
Só me resta chorar,
Só me resta esperar.

Olho para o mar,
Minha amada não esta lá,
Minha amada não virá.

Quantos mares de sofrimento,
Quantos mares de tormento,
Virão me arrebatar?
Maiores que esse grande mar,
Que me impede d’ela encontrar,
Que me impede d’a felicidade gozar,
E de toda a felicidade que a ela posso dar.

Olho para o mar,
Minha amada não está lá,
Minha amada não virá.

Tão distante em outra costa minha amada agora está,
Nem meu pranto nem meu canto,
Nem o choro e o desencanto,
Irão trazer ela de lá,
Se ela assim não desejar.
Sobre a luz da torre e em frente,
Dos tenebrosos mares torrentes,
Não a trarão para me encontrar,
E sobre a torre a costa rente,
Espero com esperança veemente,
Sua mente mudar,
Conto e penso de repente em tudo que poderia lhe dar,
Mas surge logo em minha mente,
Dor poderosa e crescente,
Que me faz lembrar novamente,
Minha esperança pode morrer no mar.

Olho para o mar,
Minha amada não está lá,
Minha amada não virá.

Olho ao distante poente,
Em choro vem um pedido valente,
Ao qual Deus nenhum responderá,
Se ela assim não desejar,
Mesmo que tudo que tenho daria,
E até mesmo morreria,
Para ver minha amada voltar,
E que essa dor remanescente,
Parta para longe da gente,
E traga um amor crescente,
Grande como o grande mar,
O qual aprenderemos a adorar.





Soldado Desconhecido
L. F. Pereira

O andar simétrico dos destacamentos talvez fosse belo,
Não fosse ele banhado de sangue o poeira,
Não fosse acompanhado por gritos e sons,
De braços cortados,
Intestinos arrancados,
De sussurros agonizantes,
De cinzas e pó.

E eu de perna quebrada,
Pulmão esmagado,
E sorriso de sinistro de escárnio,
Pergunto-me por que.

Do que valem as medalhas,
Pedaços de metal.
Do que vale a glória,
Levada embora em um rio rubro,
Já não vale nada,
Não é nada nem jamais será.

Talvez se o túnel escuro não surgisse,
Se a luz dançante eu não seguisse,
Essas coisas fizessem sentido,
Talvez se a minha morte tivesse sido por justiça,
Se tivesse sido por esperança,
Crença, filosofia ou religião.

Mas foi por nada,
Linha preta maldita,
Traço riscado no mapa,
Cercas de espinhos que separam nações,
Mas não separam homens,
Não separam crenças,
Não separam corações.

E se a chance fosse outra?
Eu talvez fosse mais sensato.
Talvez fosse capaz de ver não as vozes dos lideres,
E os olhos de ódio dos loucos,
Mas a voz caridosa dos sábios,
Os olhos serenos dos poucos,
Poucos esses que me pareciam loucos,
Mas apenas no pouco que eu via.

Além do túnel não existem marcas,
Além do túnel não existem linhas,
Além do túnel não existem bordas.
Nem nações,
Nem mortes sem razão,
Nem guerras sem sentido,
Nem mortes sem aviso,
Nem pecado sem perdão.

E que em outra vida me lavem os pecados,
Como as águas do rubras de sangue do rio,
Lavam meu ferimentos,
Lavam meu sofrimento,
Libertam-me a ressurreição.
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Poemas antigos

Mensagempor Dahak em 07 Jan 2008, 18:35

Amigo, que tal editar o tópico de forma que cada um contenha apenas um poema?
Isso facilita a leitura, uma vez que as idéias não se perdem entre um e outro poema e atrai mais leitores.

Fica a dica ;)


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