[OGL] Tormenta - o que você gosta e o que você odeia

[Lumine Miyavi]

Sem contar o Rufus, forçado a carregar a bola de idiota todo livro depois do capítulo de introdução.

[Eltor Macnol]

Quando o suplemento Panteão veio de brinde numa DB, eu gostei bastante dele. Estava conhecendo o RPG na época e ele servia muito bem como uma introdução ao assunto. Tinha alguns deuses muito bidimensionais (e até monodimensionais), mas como algo bem básico e bem introdutório, funcionava muito bem.

[Lune]

Eu também gostava do Panteão. Tinha muita mulher seminua coisa interessante sobre os deuses. O problema veio quando outros livros do cenário mostraram como os deuses apresentados no panteão agiam...

[Tower Keeper]

Comentando a respeito do Panteão,Elton Macnol disse:

Tinha alguns deuses muito bimensionais(e até monodimensionais)

Sendo assim Elton,peço-lhe que desse nome aos bois(Ou melhor,aos deuses),com os bi e os mono dimensionais em listas separadas.
A propósito,gostaria de saber como você definiria um deus tridimensional.Se possível,utilize como exemplo as divindades de Forgotten Realms,pois são as que eu conheço melhor.

[Lune]

Deuses Americanos, do Neil Gaiman, é um excelente romance em que os deuses são personagens complexos e interessantes, sem perder nada de sua identidade. Em Forgotten Realms, o que eu acho interessante é o fato de vários deuses já terem sido mortais, e ocasionalmente agirem como tal. Os ciúmes entre Timora e Beshaba e a rivalidade entre Shar e Selune são bons exemplos de falhas humanas como forma de tornar deuses mais interessantes. Mas meu favorito é Kelemvor, o único deus da Morte que eu conheço que não cai no clichê de morte = mortos vivos = malvado. Comparado a ele, os deuses de Tormenta seguem seus clichês tão à risca que chega a ser engraçado.

[Youkai X]

Raven Queen da 4E também segue essa linha do Kelemvor, Lune

Pra um deus paladinesco da justiça, o Khalmyr mais parece o deus do TOC.

[Tower Keeper]

Timora,Selune,Beshaba e Shar.Gostei muito da sua seleção,Lune! Também concordo que Kelemvor é um deus da morte que foge aos clichês do gênero,e por isso mesmo,memorável. Quanto ao livro do Neil Gaiman,eu ainda não o li,mas espero fazê-lo em futuro próximo.
Ao Youkai X,me diga: TOC (o "probleminha") do Khalmir,por acaso seria o Transtorno Obsessivo Compulsivo?

[Youkai X]

Sim, esse mesmo!

[Lune]

Então eu diria que o problema dos deuses de Tormenta não é o conceito, mas sim o fato de que eles não têm nada além do conceito. Diga "Khalmyr é o Deus da Ordem e da Justiça" e pronto, você já sabe tudo que há pra se saber sobre o cara.

[juma]

Quanto ao livro do Neil Gaiman,eu ainda não o li,mas espero fazê-lo em futuro próximo.

Meio off-topic, mas caso você saiba ler em inglês, tente comprar a versão pocket book importada. Não sei quanto deve estar agora, mas a minha saiu por pouco mais de R$20,00 há uns 3 meses atrás. A versão brasileira está esgotada há um bom tempo, a Conrad parece não se importar com isso e ainda custava mais de cinquenta reais!

[Tower Keeper]

Lune disse:

(...) o problema dos deuses de Tormenta não é o conceito,e sim o fato de que eles não tem nada além do conceito.

E quanto aos deuses da Justiça de Forgotten Realms? (Leia-se Torm e Tyr) Eles por acaso são melhores? Se a resposta for afirmativa,gostaria que entrasse em maiores detalhes.
Comentário off-topic sobre o preço da edição brasileira do livro do Neil Gaiman:Cruz em credo!Que facada! Uma coisa dessas deveria ser proibida por lei! E depois tem gente que ainda reclama,dizendo que o brasileiro lê pouco! Taí uma boa pista dos motivos...

[Dragão de Bronze]

E quanto aos deuses da Justiça de Forgotten Realms? (Leia-se Torm e Tyr) Eles por acaso são melhores? Se a resposta for afirmativa,gostaria que entrasse em detalhes.

Apenas um parêntese, já que não entendo nada de Forgotten Realms: mesmo que não fossem, não importa. Não se justifica um erro com outro.

[Kasuya]

eu pessoalmente adoro o conceito do Mestre Arsenal, embora a ilustração que geralmente o acompanha não seja do meu gosto.

Tou contigo e não abro! De onde eles tiraram que seria legal um medabot super-crescido como sumo-sacerdote do deus da guerra? O conceito do cara que, simplesmente tem TODOS os itens mágicos do livro do mestre é bem interessante, mas, putz, ele TINHA QUE SER UM MEDABOT DE MARRETA???

Quanto à questão dos deuses de Tormenta, com certeza eles são bem clichês. Chega a ser irritante. O deus do caos é a versão distorcida que todo mundo vê um malkaviano em vampiro. O Khalmyr é um palada "lawful stupid", o deus do sol é.... UM SOL (???) e por aí vai.... Além disso, não sei enquanto a vocês, mas, pra mim, é uma liustração mais tosca que a outra.... Até hoje eu me pergunto se a deusa da magia foi baseada na Niele em vez do contrário...

Mas tipo, deixar eles mais complexos é possível, mas, como todoa história complexa, seria necessário textos enormes sobre os deuses e sobre seus feitos, históricos, defeitos, etc... Mas acho que isso não é bem possível, já que o mundo de Tormanta foi feito inicialmente para 3D&T, ou seja, jogadores que têm preguiça de parar para ler um livro de RPG decente por ser um livro relativamente grande (não, sem essa de "3D&T para iniciantes", não aguento mais essa discussão).

Mesmo com o livro de enfoque aos deuses, eles provavelmente tinham idéia de fazer pouca coisa, deixando muitos deuses mono ou bidimensionais... Claro, não que eu ache que não dê para fazer algo pelo menos um pouco mais complexo com um livrinho, maaaaass.... Não fui eu que fiz, não é? Eu pelo menos tentaria...

Eu também gostava do Panteão. Tinha muita mulher seminua coisa interessante sobre os deuses. O problema veio quando outros livros do cenário mostraram como os deuses apresentados no panteão agiam...

Segundo o próprio Cassaro, eles colocavam isso para ajudar nas vendas. A fórmula dele nunca muda: mais marketing, menos material. Parece política...

Mas meu favorito é Kelemvor, o único deus da Morte que eu conheço que não cai no clichê de morte = mortos vivos = malvado.

Cara, eu francamente nunca tive interesse em Forgotten Realms e nunca li. Mas isso me despertou o interesse. Você poderia falar um pouco sobre esse deus da morte que foge ao clichê? Estou curioso. ^^

E depois tem gente que ainda reclama,dizendo que o brasileiro lê pouco! Taí uma boa pista dos motivos...

É uma questão de mercado, cara. Se muitos lessem livros, muitas empresas veriam como é lucrativo vender livros, muitas editoras apareceriam, aumentaria a concorrência e, com isso, aumento em pesquisas de diminuição de custo (também conhecido como investimento em P&D), ocasionando no barateamento dos livros. Ou seja, não é que o brasileiro não leia porque os livros são caros, os livros são caros porque o brasileiro não lê.
Como vende pouco, eles precisam lucrar o máximo possível com uma única venda. Por isso livros são tão caros.

Claro que isso vem mudando em partes. Tem havido um certo aumento de leitores de pequenos livros de texto puro, o que barateou esse tipo de livro. Mas vá comprar um livro didático ou de RPG ou um bom livro grande... Parece que eles ficam cada vez mais caros! (o que, para mim, não adiantou de nada esse aumento).

mesmo que não fossem, não importa. Não se justifica um erro com outro.

[2]

[Gladius Dei]

Cara, eu francamente nunca tive interesse em Forgotten Realms e nunca li. Mas isso me despertou o interesse. Você poderia falar um pouco sobre esse deus da morte que foge ao clichê? Estou curioso. ^^

Bom, não fui eu quem falou, mas eu gosto de FR (apesar de todas as suas falhas), e acho que posso ajudar a responder.

O atual deus da morte de Forgotten, Kelemvor, é Leal e Neutro. É de uma visão da morte de que ela é um processo natural e inescapável para o equilíbrio da existência. Ela não é um mistério ou algo a se temer: apenas um fato. Ela não é uma punição ou uma benção, apenas uma transição da vida material para a vida plenamente espiritual para qual todos os seres acabam por ir, e deve ser concedida e administrada de acordo. Como ela é um processo natural e inescapável, criaturas que a evitam são transgressoras, e os clérigos de Kelemvor são um grupo notoriamente anti-mortos-vivos (além de ter a obrigação de impedir que os mortos voltem à vida como mortos-vivos, presidir funerais, servirem como juízes na administração de bens para os familiares do morto ou para a igreja caso não tenha descendente, etc).

Antes de Kelemvor, houveram outros deuses da morte, que variaram desde Jergal (atualmente um "mentor" para Kelemvor, uma entidade da morte de aparência alienígena que fazia com que a morte fosse algo misterioso para as pessoas comuns, cuja visão de mortos vivos era de que eles eram "úteis" e poderiam ocorrer em certas ocasiões, embora não fosse uma divindade plenamente maligna e ainda fosse o guardião da morte final mesmo para os mortos-vivos) até Myrkul (mortal que havia recebido os domínios da morte de Jergal porque esse estava "entediado"... ativamente ordenava à seus seguidores distribuirem a morte para que as pessoas temessem o poder da morte, e ordenava a criação de mortos-vivos para ajudar nessa tarefa) e Cyric (roubou os poderes de Myrkul ao matá-lo com uma espada que continha o poder da divindade do roubo/ladrões, era totalmente aleatório e distribuia a morte livremente, pior ainda que Myrkul... felizmente, ficou pouco tempo com o poder da morte, que foi adquirido por Kelemvor, outro mortal).

Todas essas histórias estão no Forgotten Realms. E, comparando-o com Tormenta, fica-se evidente: Forgotten Realms peca por ter erros porque é muito antigo e teve vários autores conflitantes, etc. Tormenta peca porque..... eu não sei dizer.

[Kasuya]

Bom, não fui eu quem falou, mas eu gosto de FR (apesar de todas as suas falhas), e acho que posso ajudar a responder.

Obrigado pela "aula".

Gostei. E ficou bem interessante. Ficou um pouco similar à deusa da Morte do cenário de campanha que eu fiz (com excessão da personalidade), já que a doutrina dela diz que a morte é nada mais nada menos que um processo de seleção natural. Vivem os aptos, morrem os inaptos, logo seria errado interferir na seleção natural, por exemplo, impedindo que um inapto morra, burlando a seleção natural. Contudo matar um suposto ser apto a viver não seria errado pois o fato de ele morrer já é uma prova de que ele não estava apto a viver.

Só que a personalidade dela é um pouco mais egoísta, e "malandra", ganhando a desaprovação de praticamente todos os deuses leais. As vezes, ela costuma brincar com esse conceito como, por exemplo, fazer uma guerra para ver "quem é apto a sobreviver" e coisas assim.

Legal saber que escritores de livros aclamados (quer queira quer não) como os de FR pensaram de forma similar quanto ao deus da morte. A diferença é que a doutrina dele é mais "ocidental" no modo de pensar, o da minha deusa é mais "naturalista", digamos assim.

Gostei.