Olá a todos,
Desta vez minhas impressões são sobre uma série de TV recém lançada pelo canal americano Starz.
Uma dica épica do CRIS “RONASSIC".Spartacus Blood and SandA primeira coisa que devemos fazer é nos livrar (com muito custo) da obra prima de Stanly Kubrick com o imortal Kirk Douglas.
Só este fato, desta obra cinematográfica existir, já tornava a missão dos produtores difícil.
Depois disto, movidos por uma mente aberta e um olhar cinematográfico voltado aos quadrinhos e ao exagero, vamos à obra de Joshua Donen e Sam Raimi, apoiados pela produtora Starz (produtora de Party Down), que promete invadir o mercado com temas heróicos e históricos.
De começo a série foi produzida na cinematográfica NOVA ZELÃNDIA (O SdA, Hércules: A Jornada Lendária e Xena: A Princesa Guerreira) e isto ajuda muito nos planos e seqüências mostrados.
Aliás, XENA aparecerá na série. Ela viverá a dona de um campo de treinamento para gladiadores. Sua aparição deve deixar os fãs em polvorosa uma vez que surgia ruiva e ... nua.
Na Comic-Con 2009, Lucy Lawless, que interpreta Xena, aproveitou para ao divulgar a série, defini-la como “Gladiador encontra 300”.
Para muitos críticos e fãs faltou colocar ROMA na comparação.
A estética é toda ela baseada em 300, o que dá ao filme uma explosão de imagens chocantes e sangrentas, agradando especialmente aos fãs de cenas de batalha detalhadas e lentas.
Outro ponto que necessita da colaboração dos mais radicais é a adaptação histórica. Mais do que na Trilogia Senhor dos Anéis, os diretores tomaram liberdades e licenças poéticas ainda mais intensas. Tudo para possibilitar contar o enredo proposto a série.
Andy Whitfield convence como o gladiador. Não há a sensação, por exemplo, vista recentemente em Sherlock Holmes, de que “este ator não combina com o papel” nos promos.
A sentença de morte e a luta com quatro adversários, digna de uma mesa de RPG com excelentes rolagens de dados, começa a mergulhar o espectador nestas licenças poéticas.... Mas a aventura, o drama, os planos e o sangue compensam. Aliás, muito sangue. Para alguns soa demais.
Alguns caprichos na produção nos ajudam a levar a série a sério. Diferente das produções televisivas quase “trapalescas” como HÈRCULES e XENA onde os personagens estão sempre limpinhos, os cenários montadinhos e as roupas dignas de uma festa a fantasia, há uma certa sujeira no rosto dos protagonistas de Spartacus Blood and Sand. Percebe-se o cuidado com os cenários, os equipamentos e as sequências de uma época que remonta a 73 a.C
Grande parte dos fãs do tema estavam receosos com o capricho que seria ou não dado á produção. Neste ponto os esforços merecem destaque.
John Hannah, que trabalhou na trilogia A MÚMIA, faz um excelente mercador de escravos, fazendo jus a interpretação de Oliver Reed em O Gladiador. (Comparação justificável que perseguirá o telespectador por toda a obra )
Peter Mensah (Trabalhou em 300) é outro ator que merece destaque. Ele faz o treinador de gladiadores e sua presença nas cenas é carregada de força. O olhar do personagem ao analisar suas criações é quase uma arma.
O erotismo é uma constante ao longo da série. Há relações de lesbianismo explícitas ( e não veladas como em XENA) e muito sexo entre os personagens.
Como as relações são baseadas na emoção visceral, elas acabam encaixando-se no enredo.
Corpos perfeitos em larga escala farão com que muitos NERDS e GEEKS se prendam a TV.
A Direção de Arte deve ganhar alguns prêmios ao longo do ano.
O plano plongé é utilizado em larga escala ao longo das batalhas dando a impressão de que qualquer das cenas poderia ser facilmente pendurada na parede como uma obra de arte.
Aqui vale uma explicação: O Plano Plongé e o Contraplongé são dois recursos com que contam os diretores para posicionar a câmera, ao filmar. Todo plano, é definido pela distância entre da câmera em relação ao alvo do diretor, ou seja, o que ele quer mostrar, seja pessoa, objeto ou ambiente.
A seleção dos planos e a montagem terminam por definir o que o diretor quer dizer.
Quando a câmera é colocada no alto, olhando de lá os personagens e seus ambientes, diz que é um plongé. Ao se fazer o inverso, cria-se o contraplongé. O mestre Hitchcock era mestre nestas artes.
Spartacus Blood and Sand utiliza este recurso especialmente nas batalhas. O combate entre Spartacus e os gladiadores no coliseu é o ápice do recurso no início da série.
Há muita polêmica entre os diretores de cinema atualmente sobre a super-utilização deste recurso aliado a técnicas digitais. Para alguns há o problema de tornar as cenas cansativas e longas demais. Mas para outros, se usada com equilíbrio, e este é o desafio, faz com que as cenas alcancem patamares incríveis de interação com as emoções do público.
A cena da arena de gladiadores e da bela esposa de Spartacus colhendo frutos demonstra a correta utilização do recurso.
O agigantamento do herói diante dos adversários captura e hipnotiza o telespectador. Os saltos, malabarismos e exageros sanguíneos são facilmente entendidos quando se percebe que é isto que os diretores desejam: Invadir as salas com força e emoção. E neste ponto, conseguem.
Site oficial:
http://www.starz.com/originals/SpartacusConfira os CARDS:
http://www.starz.com/originals/spartacu ... Cards.aspxAbraços,