[D&D] 4e qual a birra dos antigos jogadores.

[Aluriel de Laurants]

Acho que jogadores iniciantes devem ser iniciados em níveis baixos, porque depois de um tempo você engrena e já sabe o que seu personagem faz e acaba criando sim seus planos de ação, porque é óbvio que o combate fica lento, quando você inventa de começar no paragon tier ou no epic, principalmente com iniciantes.

[Leisses]

1. A quantidade absurda de opções que surgiram para os jogadores com os suplementos e com o Character Builder requer uma proximidade muito forte do Mestre na construção e na evolução dos personagens. Se o Mestre não precisa se preocupar muito com seu trabalho, que foi facilitado, ele precisa se preocupar em acompanhar os personagens dos jogadores.

Pelo menos eu sempre que mestrava acompanhava os jogadores, independente do sistema que eu usasse. Acho que construir as aventuras e desafios com base na ficha dos personagens algo essencial pra um jogo desafiador. Então acho que liberar a carga do DM ajudou a moldar mais os encontros nesse sentido, porque tu tem MAIS tempo pra moldar a aventura.

Também concordo que o mestre acompanhe o jogador na criação do personagem. Isso é bom até mesmo para medir a força do personagem. Falando em medir a força do personagem quero dizer que a 4e ajuda muito a resolver o problema de um personagem overpower no grupo. Como cada personagem possui uma função você não precisa criar um encontro overpower, apenas precisa colocar monstros com características que "seguram" o poder do personagem over.

2. Os combates são lentos.

O que é uma reclamação extremamente comum sobre a 4e, e que eu nunca experimentei. Poucos combates comigo narrando duravam mais de seis rodadas, e em grande parte porque eu acho que eu não tenho muita piedade de aumentar o caos no combate. Eu faço meus monstros provocarem AdOs pra incomodar os arqueiros, faço eles tentarem se desvencilhar do guerreiro, faço ações que eu sei que os jogadores vão aproveitar pra retrucar com ações imediatas... enfim, nos meus combates é comum um monstro ser atacado pelo menos uma vez na rodada dele mesmo.

Claro, pode ser também porque eu nunca narrei em níveis exemplares e épicos.

Otherwise suas palavras fazem parecer que seus jogadores não conhecem bem os próprios personagens. Normalmente o personagem ganha/altera uma ou duas habilidades por nível. Sendo assim os jogadores possuem tempo hábil para conhecer melhor seus novos poderes até chegar no próximo nível (no meu entender da coisa).

É uma faca de dois gumes: se cada jogador respeita o tempo do outro, logo ficará literalmente cansado de esperar; se os jogadores pressionam para que o outro decida logo o que fazer, a chance de o jogador pressionado agir com um alto nível de metagame é bem maior...

Ou ele pode simplesmente pensar no que vai fazer com antecedência. Tudo bem que as vezes acontece de um poder em especial te forçar a alterar seus planos, mas no geral eu vejo o pessoal já chegar no proprio turno sabendo o que vai fazer.

Aí está a diferença entre um jogador que conhece seu personagem e um que não conhece.

Aqui está um ponto em que a 4e é muito semelhante a um MMORPG. Em MMORPG, quando você conhece o seu personagem é fácil contornar uma situação, por mais inesperada que seja. Já quando você pega um personagem desconhecido, por mais que este possua uma gama inferior de opções, você acaba não sabendo o que fazer e o seu "tempo de resposta" é maior. O mesmo ocorre na 4e. Quando o jogador não conhece seu personagem seu tempo de resposta tende a ser maior, e uma pequena variação na situação pode fazê-lo ficar mais perdido que no momento anterior.

É claro que depois que se acostuma com a mecânica de jogo esse "tempo de resposta" para personagens desconhecidos tende a melhorar.

3. O Mestre não tem muitas opções.

Errado ao extremo. A melhor característica da 4e é justamente a enorme liberdade que o mestre tem pra preparar um jogo. Até agora eu não tive um único encontro que eu preparasse e pensasse comigo mesmo "isso em <outro sistema> ficaria bem melhor pra cena que eu imaginei". E justamente porque as regras de criação são tão simples e tão genéricas que eu posso ter uma ficha-padrão de cada papel, e construir o monstro em cima dessa ficha, adicionando poderes temáticos e raciais. Eu consigo criar qualquer monstro em menos de 5 minutos. Sem o Monster Builder.

Caramba! Tem horas que fico até sem saber o que fazer devido a quantidade de opções disponíveis.

É bom lembrar que por mais que um monstro tenha uma ou duas habilidades você vai ter uma quantidade (e variedade) maior de monstros no combate. O que implica em várias opções de movimentação/habilidades, incluindo a combinação das mesmas.

A experiência de jogo desta edição é diferente das edições anteriores. Quando um jogador migra de uma edição para a outra, precisa ter um entendimento claro do que vai encontrar, ou vai se frustrar. Infelizmente, muitos jogadores "da antiga" não tiveram esclarecimentos ou não se abriram para experimentar a 4ed sem isenção.

Quotado só por ser verdade.²

[Planeswalker]

Acho que jogadores iniciantes devem ser iniciados em níveis baixos, porque depois de um tempo você engrena e já sabe o que seu personagem faz e acaba criando sim seus planos de ação, porque é óbvio que o combate fica lento, quando você inventa de começar no paragon tier ou no epic, principalmente com iniciantes.

Você está pensando como um jogador de RPG experiente, e foi o que eu quis dizer. Mesmo iniciando em níveis baixos, o cara vai ganhar um poder novo e não vai entender todo o potencial dele ou quando é os melhores momentos para fazer as coisas e vai acabar demorando.
Iniciante eu quis dizer uma pessoa que está começando no RPG num geral e não só em 4ed. Eu, mesmo quando comecei em 4ed, não demorava nada para fazer as jogadas do meu turno.

[Aluriel de Laurants]

Isso pode variar 4E é um bom meio sim de inicar as pessoas, nesse caso o processo que eu falei existe, só que ele leva um pouquinho mais de tempo, mas ele vai se achar mesmo assim, já tiveram mesas de game day com iniciantes e os jogadores no ultimo encontro já sabiam mais ou menos como jogar rápido, apesar de uma ou outra dúvida ocasional, principalmente sobre os status.

[Fëanor]

Aí está a diferença entre um jogador que conhece seu personagem e um que não conhece.

Eu concordo. Como mestre eu fiquei na obrigação de aprender mais sobre o sistema do que os jogadores, então quando eu jogo, geralmente os meus turnos são bem mais rapidos.

[GoldGreatWyrm]

Criar classes novas do zero é muito trabalhoso. Mas algumas alterações ficam legais. Tipo o monge feito baseado no ranger.

[Lumine Miyavi]

Obviamente com as regras simples do D&D 1ª Edição e do AD&D criar classes era bem fácil.

Falácia.

[Corvo da Tempestade]

era fácil criar classes para estes sistemas. No D&D 1ª edição era minha diversão de adolescente (e nas horas vagas) criar coisas novas.

E você consequiria criar, digamos pra semana que vem, uma adaptação dos Na'vi pra AD&D?

Realmente criar classe no AD&D é mais fácil, mas não por causa do sistema (que era muito cheio de detalhes) e sim por que as classes eram mais simples.

[Lumine Miyavi]

As regras eram de fato bem mais simples: era fácil criar classes para estes sistemas. No D&D 1ª edição era minha diversão de adolescente (e nas horas vagas) criar coisas novas.

Simples e sem nenhum parâmetro. Cada classe / raça era um nicho específico com regras próprias, e a criação de material era na base do chutômetro.

No AD&D havia até no DMG havia um cálculo para definir a tabela de experiência ao criar classes novas (na verdade eram as hablidades das classes distribuidas com multiplicadores para definir a tabela de experiência) Adaptei os personagens de FFIII na época sem maiores galhos.

Sei como funciona essa tabela, tenho esse livro até hoje. Mas personalizar classes puxando habilidades de uma ou de outra não é verdadeira criar algo novo. Isso é só personalizar e colocar um nome novo. (A)D&D não tinha suporte a criação de regras / mecânicas diferentes sem quebrar de maneira horrível.

[Lumine Miyavi]

Dood, eu não vou discutir sobre AD&D, por escolha pessoal.

Mas a sua frase me permite completar algo muito importante.

Não existe a necessidade de "pensar fora da caixa". Antes de começar a pensar, você precisa perceber que não há caixa.

[AKImeru]

Não há caixa se você é um homebrewer talvez.


E criar monstros para 4e é tão simples, facil e indolor. As vezes me pergunto porque os jogadores não jogam com monstros.

[Fëanor]

E criar monstros para 4e é tão simples, facil e indolor. As vezes me pergunto porque os jogadores não jogam com monstros.

Porque eles teriam uns 4-5 poderes pelo resto da vida deles e poucas perícias.

Na 4e é mais dificil fazer classes, mas é bem mais facil fazer CdP (Paragon Paths), monstros e até talentos equilibrados.

[Paul Kersey]

Eu ainda tenho forte preferência pela edição 3.5. Tão forte que não me permiti jogar a nova edição, e olha que ela já está beirando seu aniversário. Isso, contudo, não me impede de reconhecer uma vantagem marcante no novo sistema sobre a edição anterior: a capacidade de atrair novos jogadores. Veja só, você agora tem um livro básico que é REALMENTE básico. Quero dizer, as regras são poucas, fáceis de entender e assimilar e comportam poucas exceções.

Pensem nisso: peguem uma pessoa que nunca jogou D&D. Tentem fazer ela entender o sistema. Sou levado a crer que, com mais um menos 1 hora, esta pessoa está apta a jogar normalmente, com qualquer classe a nova edição. Já a edição anterior requer um aprofundamento maior em regras, é mais complexa... por fim, como foi dito, é de uma proposta diferente. Vai ser necessário mais tempo para essa pessoa entender a mecânica básica, tipos de ações (movimento, padrão, imediata e bla bla bla) e toda a miscelânea de regras envolvida.

Talvez a grande sacada da Wizards tenha sido essa: Pode não ser possível agradar incondicionalmente a todos os fãs do sistema, mas é possível criar um produto acessível a todos que já tiveram curiosidade de saber o que é D&D mas foram intimidados pelas regras ou pelo aspecto mais "nerd" (como também foi citado antes nesse tópico) da edição anterior.

[Lumine Miyavi]

Nerd é sinônimo de apegado a tendências anteriores...?

[Paul Kersey]

Não pra mim, pelo menos.