Eberron - o que você gosta e o que você odeia

[Rain]

Orien e Lyrandar: Bem aproveitadas, dão uma certa identidade aos Meio-Elfos de Eberron como uma raça a parte

Orien é uma casa humana.

Tem pouca coisa em Eberron que eu não gosto. Sou fanboy assumido do cenário. Em geral, se resumem a boa prte de dois livros: Secrets of Xen'drik, e Dragons of Eberron. Secrets tem algumas ideias boas, mas explicar Xen'drik foi um dos maiores tiros no pé que eu já li em Eberron. Dragons... sem comentários. Quanto menos falarem deste livro, melhor.

Em especial, eu tenho um amor velado pelos Warforgeds e pelos Artífices. Tanto em conceito quanto em visual. Tanto é que o meu maior medo na 4e era o artífice não ser transportado bem pra nova edição, e me surpreenderam.

Sou como o Nibelung
Sou um pouquinho Fanboy assumido

De inicio eu tinha uma espécie de rejeição ao cenário, só de ver as ilustrações do mesmo e ter jogado DDO em Eberron (Que eu acho um jogo muito fraco de 2ª categoria) me faziam passar bem longe do cenário.

Este preconceito inicial veio a desabar, quando tive contato com o livro da 4ª edição e parei para ler com calma as idéias do cenário.

Tornei-me um fã da ambientação, li quase todo o material da 3ª edição, e quanto mais eu lia mais eu gostava (lógico que algumas coisas são muito toscas, como o Dragons of. Eberron e descrever Xen’drik minuciosamente)

Eu enxerguei que DDO não fazia jus ao cenário e que o mesmo só não era mais popular no Brasil por nunca ter sido lançado em terras tupiniquins (exclusão da galera que não e fluente em inglês)

Certas casas para mim não tem valor quase nenhum in game [gnomos to falando de vocês] parece que foram criados para ter uma mídia ,o mesmo caso dos anões banqueiros.

Nestes momentos eu vejo como Eberron e eficiente em jogar varias idéias legais para que o mestre use como ele quer.

Aqui na mesa que jogo a casa Sivis e uma das mais exploradas, temos um Gnomo Ilusionista da casa Sivis no grupo , e na minha opinião ele é um dos personagens mais legais.

Em um mundo de intriga uma casa “neutra” com domínio de um dos maiores poderes da sociedade (conhecimento + comunicação/mídia) faz da casa uma das mais legais do jogo

Vou postar o personagem do Raniery, um amigo que joga em nossa mesa

Karvock A. d’ Sivis
Karvock e um mago gnomo da poderosa e influente família Sivis (Uma das casas Draco-marcadas)

Sua curiosidade e determinação no conhecimento em varias áreas o tornaram uma pessoa única e de intelecto invejável. Karvock sonha em ser um grande historiador e cientista arcano de sua época.
Ele é aspirante a cronista e jornalista do famoso jornal Korranberg Chronicle onde planeja narrar suas aventuras como estudioso e explorador do mundo de Eberron.

Foi uma das peças mais importantes na ultima grande guerra, quando entregou uma mensagem de conteúdo desconhecido a rainha de Cyre. Desencadeando todos os eventos no futuro.

Karvock trabalhava como mensageiro de guerra da casa Sivis durante a grande guerra, ele detinha imunidade diplomática, mesmo assim precisava utilizar de furtividade e ilusões para sobreviver aos conflitos.

E ele que na historia da campanha carrega uma mensagem de alerta e perigo a rainha de Cyre, esta mensagem e ultra importante para o desenrolar da trama, ela impede por exemplo que o príncipe de Cyre seja morto na explosão catastrófica...

Ele vai descobrindo durante a estória, que a imprensa da época (e a atual também) é utilizada como meio de divulgar e disseminar opiniões entre os cidadãos de Khorvaire, e isso aparentemente vai de encontro a uma conspiração gigante. (que estamos descobrindo aos poucos)

O Gnomo também descobre durante a campanha que as nações utilizavam dinheiro para manipular secretamente a mídia, e que sua casa sobrevivia desse mercado ilícito de influência, os gnomos da casa Sivis como instituição financeira não estão livres da corrupção de Khorvaire e temos vilões gnomos da casa Sivis/policia secreta de Zilargo.

Para fechar com chave de ouro, este personagem e meio suspeito de no futuro estar narrando a historia (isso mesmo, toda a campanha e narrada e escrita por Karvock no futuro), visto que o mestre a narra de forma não linear, meio que em relatos/capítulos e nos jogadores suspeitamos que seja o Gnomo curioso que a esta narrando.

Viram como um personagem pode ser complexo e interessante, e como este cenário se comporta de forma diferente dependendo do que se explora na historia?

Editado: Post gigante acho que ningem vai ler : , e o pior de tudo e que nem acho o Karvock o PC de historia mais legal/desenvolvido
Essa é uma vantagem que não comentei, e muito fácil fazer personagens interessantes utilizando as idéias de Eberron

[Paul Kersey]

Eu já li muita coisa sobre Eberron (acho que todos os livros principais). Talvez existam outros que explorem as falhas que vou apontar. Se houver, podem me corrigir a vontade. O que não gosto muito no cenário é a falta de descrições e de material sobre alguns elementos importantes do cenário que poderiam ser melhor aproveitados. Nesse ponto, merecem destaque: A profecia dracônica e Riedra e seus Lordes Inspirados (e também todo o combate deles com os Kalashtar).

De resto, gosto muito do cenário, da forma como a trama é trabalhada, da interação das raças e da descrição do cenário.

[Fëanor]

Em especial, eu tenho um amor velado pelos Warforgeds e pelos Artífices. Tanto em conceito quanto em visual. Tanto é que o meu maior medo na 4e era o artífice não ser transportado bem pra nova edição, e me surpreenderam.

Mas o artífice da 4e é completamente diferente da 3.5. Pelo menos mecânicamente.

A regra que Eberron segue é "tudo o que existe no Livro do Jogador I, Livro do Mestre I e Livro dos Monstros I tem seu espaço em Eberron - pois Eberron foi um cenário feito com as regras de D&D 3.5 em mente". Isso consta claramente nas "Ten Things you need to know" na página 7 do Eberron: Campaign Setting. .

E extendendo: Talvez isso possa ser válido para o Eberron 4e, onde o texto dá uma impressão de que de fato, tudo deveria encaixar em Eberron - embora o texto também menciona só "core elements".

Eberron Campaign Guide 4e:

"Ten Important Facts
1. If it exists in the D&D world, then it has a place in Eberron."

Eu gosto de como Eberron mistura a Magic com tecnologia. Mas o cenário não tem nada que me fascine muito, tipo a história de Netheril ou a queda de Myth Drannor de FR.

[Elven Paladin]

Eberron Campaign Guide 4e:

"Ten Important Facts
1. If it exists in the D&D world, then it has a place in Eberron."

Leia o pararágrafo que explica isso, tanto no D&D 3.5 quanto na 4e. No 3.5:

A monster or spell or magic item from the core rulebooks might feature a twist or two to account for Eberron's tone and attitude, but otherwise everything in the Player's Handbook, Dungeon Master's Guide and Monster Manual has a place somewhere in Eberron/

É na 4e onde esse "Se existe em D&D, enfie em Eberron" passa a valer - outrora era só o que estava no CORE que estaria necessariamente em Eberron:

If it exists in the D&D world, then it has a place in Eberron. Eberron is all about using the core elements of the D&D world in new ways and interesting combinations, with some unique elements thrown in. It’s still a D&D setting, so any information for players that appears in another D&D core rulebook or supplement—from the classes and races in a Player’s Handbook to the monsters that will appear in Monster Manual 5—should fit right in to your Dungeon Master’s Eberron campaign. (Of course, your DM always has the final word about what parts of the D&D game are allowed and not allowed in the campaign.)

Mas o artífice da 4e é completamente diferente da 3.5. Pelo menos mecânicamente.

Sort of, existem de fato diferenças mecânicas entre Artífice 4e e 3.5 em especial o fato do Artificer não ser mais "Pense em um combo nonsense com Mago - o Artífice o fará 2 níveis antes". Mas os elementos temáticos relevantes ao artífice, ou seja, o uso de poderes para melhorar objetos e não "pessoas", o foco na criação de ítens mágicos e a criação e controle de Homunculi e Golens estão completamente preservados temática e mecanicamente ( embora, assim como o Nibelung, depois de ver o Playtest do Artificer na Dragon, eu tinha quase certeza que ele ficaria horrendo - e foi uma ótima surpresa saber que eu estava errado quanto a essa expectativa).

[Madrüga]

Eberron Campaign Guide 4e:

"Ten Important Facts
1. If it exists in the D&D world, then it has a place in Eberron."

E era você que estava reclamando de manipulação de informação, olha só.

[Fëanor]

If it exists in the D&D world, then it has a place in Eberron. Eberron is all about using the core elements of the D&D world in new ways and interesting combinations, with some unique elements thrown in. It’s still a D&D setting, so any information for players that appears in another D&D core rulebook or supplement—from the classes and races in a Player’s Handbook to the monsters that will appear in Monster Manual 5—should fit right in to your Dungeon Master’s Eberron campaign. (Of course, your DM always has the final word about what parts of the D&D game are allowed and not allowed in the campaign.)

Que manipulação? Esse paragrafo está dizendo exatamente isso: Eberron tem lugar pra tudo.
É bem diferente de Dark Sun que já exclui automaticamente todas as classes divinas.

Fui só eu que li "D&D core rulebook or supplement"?

[Madrüga]

As palavras "should" e "your DM always has the final word" resumem bem.

E eu zoei da manipulação por causa do José Dirceu.

[Elven Paladin]

Que manipulação? Esse paragrafo está dizendo exatamente isso: Eberron tem lugar pra tudo.
É bem diferente de Dark Sun que já exclui automaticamente todas as classes divinas.

Fui só eu que li "D&D core rulebook or supplement"?

Você chegou a ler o trecho: É na 4e onde esse "Se existe em D&D, enfie em Eberron" passa a valer - outrora era só o que estava no CORE que estaria necessariamente em Eberron?

Você está certo em escrever que "tudo vale para Eberron" - mas eu coloquei a nota que isso se aplica somente para a Quarta Edição ( que eu citei de memória no primeiro posto nesse tópico, basta ver o número de condicionais nesse trecho "E extendendo: Talvez isso possa ser válido para o Eberron 4e, onde o texto dá uma impressão de que de fato, tudo deveria encaixar em Eberron - embora o texto também menciona só "core elements"."). E o que comprova que se aplica à 4e não é o trecho 'If it exists in the D&D world, then it has a place in Eberron.'", mas sim o " so any information for players that appears in another D&D core rulebook or supplement" ( que eu negritei, aliás ).

Confusão desfeita?

[Fëanor]

ocê chegou a ler o trecho: É na 4e onde esse "Se existe em D&D, enfie em Eberron" passa a valer - outrora era só o que estava no CORE que estaria necessariamente em Eberron?

Você está certo em escrever que "tudo vale para Eberron" - mas eu coloquei a nota que isso se aplica somente para a Quarta Edição ( que eu citei de memória no primeiro posto nesse tópico, basta ver o número de condicionais nesse trecho "E extendendo: Talvez isso possa ser válido para o Eberron 4e, onde o texto dá uma impressão de que de fato, tudo deveria encaixar em Eberron - embora o texto também menciona só "core elements"."). E o que comprova que se aplica à 4e não é o trecho 'If it exists in the D&D world, then it has a place in Eberron.'", mas sim o " so any information for players that appears in another D&D core rulebook or supplement" ( que eu negritei, aliás ).

Confusão desfeita?

Na verdade eu só postei aquilo para concordar com você.

[Rain]

Mesmo assim, isso não e um defeito de todo ruim
Pra mim Eberron consegue explicar as raças e as criaturas de maneira tão eficiente e amarrada que isso passa a ser uma desvantagem/vantagem

Desvantagem por que não garante uma identidade única ao cenário (salada de frutas)
Vantagem por que o mesmo permite liberdade na criação de personagens e conceitos dentro do jogo

Então passa a ser um defeito pequeno do cenário este tipo de característica, e também uma vantagem do mesmo.
Na minha opinião, por exemplo, o cenário possui elfos bem mais desenvolvidos em termos de sociedade e espaço no mundo que em cenários como Darksun

Ele possui uma facilidade enorme de absorver novos conceitos, sem que o mesmo seja totalmente massacrado

Quer um Exemplo
As raças da 4E (Eladrin, Tiefling, Dragonborn, Goliath, Deva, Shardmind entre outras são facilmente introduzidas ao cenário, sem que a lógica e coerência do mesmo sejam afetadas, na verdade aqui na mesa aconteceu o inverso, estas raças trouxeram mais fluff para historia em questão, e parecem ser naturais do mundo de Eberron)

[Elven Paladin]

Eladrin, Tiefling, Dragonborn, Goliath, Deva, Shardmind entre outras são facilmente introduzidas ao cenário, sem que a lógica e coerência do mesmo sejam afetadas, na verdade aqui na mesa aconteceu o inverso, estas raças trouxeram mais fluff para historia em questão, e parecem ser naturais do mundo de Eberron

Eu sou um pouco menos otimista: Tieflings sempre existiram em Eberron, Goliaths também ( seja como Meio-Gigantes da 3e, seja como Goliaths mesmo e até como Enekos e seus descendentes da região de Syrkarn ) e os Devas são facilmente adaptados como Aasimars ou como rivais naturais dos Rakshasa ( fluff já existente no CORE, aliás ). Já a adaptação dos Dragonborns ou acaba não fazendo sentido ( Dragonborns como Lizardfolk em Q'Barra? ) ou acabam gerando sérios problemas para os Dragões Eberronianos ( Descendentes ou Escravos de Dragões andando por Khorvaire? Como diabos a Light of Syberis e a Chamber não acabaram com eles? ). Shardminds? Certo, quem liga para eles?

Agora, quanto aos Eladrins:

[Rain]

Eu acho que o fluff dos Eladrins ficou bem encaixado na historia e proposta do cenário

Os Eladrin são nobres de Thelanis, o plano da corte Feérica...
Os Elfos de Eberron são Eladrins que deixaram Thelanis a milhares de anos e se habituaram ao mundo de Eberron

Em uma conjuntura planar entre Eberron e Thelanis (Conjunturas planares são comuns no cenário) os Eladrin vieram a Xen’drik em pleno poderio do império gigante
Estes Eladrins da corte/cidade feérica de nome Shae Tirias Tolai foram escravizados pelos gigantes arcanos, e passaram a conviver por milênios em uma sociedade escravocrata
Estas fadas decaidas se distanciaram de Thelanis e se tornaram os elfos básicos do cenário (bem menos feéricos)

A catástrofe mágica do dia das lamentações, aparentemente forçou uma nova conjuntura planar e trouxe Thelanis novamente a Eberron, Uma nova conjuntura trouxe as cortes Feyspires a varias partes do mundo, em lugares ligados a vida natural.

Estes Eladrins são povos com uma cultura alienígenas no cenário e o impacto da chegada dos verdadeiros elfos em Khorvaire podem ter diversos ganchos e contextos a serem explorados pelo mestre

Na minha opinião a raça só veio a acrescentar mais teorias e fluff ao cenário
Ex:

Que tipo de magia estes elfos dominam?
Eles possuem alguma Draco-marca?
Como os Elfos e Gnomos se comportariam com estes parentes distantes?
Como os governos/organizações de Eberron explorariam os recursos destes habitantes planares?
A catástrofe de Cyre foi tão poderosa que afetou até outros planos no cenário?
Eles chegaram por esta Catástrofe ou eles já estavam por aqui, mais estavam escondidos e exilados do mundo
As possibilidades são gigantes

Pra mim, ficou elegante até demais esta introdução da raça!

[Fëanor]

Eu nunca disse que aquilo era um defeito do cenário, aquilo é a proposta do cenário.

[Elven Paladin]

Eu acho que o fluff dos Eladrins ficou bem encaixado na historia e proposta do cenário

Eu recomendo que pare um segundo e pense: Qual o tipo de elfo mais clichê possível de se colocar em um cenário de RPG?

Certamente algo que envolva maestria de magias arcanas, incrivelmente belo, andrógino, com uma sociedade mística isolada e fora dos assuntos do cenário, cultuando a beleza, o conhecimento e a magia, com um passado maravilhoso e um presente horrendo. É o tipo de Elfo que se encontra em qualquer outro cenário de RPG - e os Eladrins são exatamente assim.

Agora, olhe os elfos de Aeranal, os Valenar e os Elfos que estão na sociedade humana de Khorvaire. Algum deles é remotamente próximo desse esteriótipo? Esse é o motivo por que Eladrins destoam completamente de Eberron: Eles são basicamente os "Elfos Sabor Clichê com cobertura de Tolkien" que Eberron nunca teve e não deveria ter.

E os Eladrins não foram adaptados para Eberron - Eberron teve que se adaptar para eles. Não há nenhum "twist" entre o "Eladrin Genérico Point of Light" para o "Eladrin Eberroniano". Nem ao menos colocaram 13 Feyspires sendo que uma delas caiu/sumiu/foi destruídada, para fazer a "Baker's Dozen" que marca diversos elementos do cenário, como as Luas, os Planos, as Nações de Khorvaire pós-Last War. O que há de elegante nisso?

[Metal Sonic]

Ah, o dinheiro ganho com isso certamente é elegante. =p